Promotores americanos solicitam pena superior a 11 anos para Sean “Diddy” Combs
Promotores federais dos Estados Unidos solicitaram nesta terça-feira (30) que o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs seja condenado a mais de 11 anos de prisão. O pedido apresentado ao tribunal pede “pelo menos 135 meses de prisão”, além de uma multa de US$ 500 mil. A sentença será definida pelo juiz distrital Arun Subramanian […]
Promotores federais dos Estados Unidos solicitaram nesta terça-feira (30) que o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs seja condenado a mais de 11 anos de prisão. O pedido apresentado ao tribunal pede “pelo menos 135 meses de prisão”, além de uma multa de US$ 500 mil. A sentença será definida pelo juiz distrital Arun Subramanian em audiência marcada para sexta-feira (3), em Manhattan.
Condenação e absolvição
Combs, de 55 anos, foi considerado culpado em 2 de julho por duas acusações de transporte de prostitutos entre estados para participarem de encontros sexuais regados a drogas. Segundo os autos, os episódios envolviam ex-namoradas do artista, que relataram coerção. O júri, no entanto, absolveu o magnata de acusações mais severas, como tráfico sexual e extorsão, que poderiam ter resultado em prisão perpétua. O rapper declarou-se inocente e pretende recorrer.
Na semana anterior, os advogados do músico pediram uma pena reduzida de 14 meses. Eles alegam que o juiz não deve considerar relatos de abusos físicos contra ex-namoradas, já que Combs foi absolvido das acusações de coação sexual. Caso o pedido fosse aceito, o artista poderia ser liberto ainda este ano, tendo em vista o tempo já cumprido desde sua prisão em setembro de 2024, no Metropolitan Detention Center, no Brooklyn.
Durante o julgamento, o Ministério Público destacou que Combs organizava eventos chamados de Freak Offs, nos quais ex-namoradas eram coagidas a participar de atos sexuais na presença dele. As mulheres relataram agressões físicas e ameaças de perder apoio financeiro caso se recusassem. Os advogados da defesa, por sua vez, argumentaram que não havia vínculo direto entre os episódios de violência doméstica e as acusações centrais analisadas no tribunal.
Impacto além do tribunal
Sean Combs construiu uma carreira de destaque na indústria musical ao fundar a gravadora Bad Boy Records, responsável por lançar grandes nomes do hip-hop. Reconhecido como um dos empresários mais influentes da cena cultural norte-americana, ele é creditado por popularizar o gênero em escala global. O julgamento, contudo, abalou sua imagem pública e colocou em xeque a trajetória de um dos artistas mais poderosos da música dos anos 1990 e 2000.
A pena a ser fixada pode variar entre os 14 meses defendidos pela defesa e os 20 anos previstos como limite máximo em lei para as acusações. A decisão caberá ao juiz Subramanian, que deverá considerar a gravidade dos relatos apresentados durante o processo. A definição do tempo de prisão será acompanhada de perto, dado o impacto do caso tanto no meio artístico quanto no cenário jurídico norte-americano.
O desfecho do julgamento de Combs pode ter repercussões além da esfera penal, atingindo contratos, parcerias comerciais e sua presença no entretenimento. A acusação de que o artista utilizou sua posição de poder para explorar mulheres em festas privadas acende debates sobre responsabilidade e abuso de autoridade no showbusiness. A expectativa é que a decisão judicial represente não apenas um marco individual, mas também um alerta sobre os limites do poder no mundo da música.
