A Procuradoria Superior da Catalunha anunciou nesta quarta-feira que recorrerá da decisão que absolveu Daniel Alves da acusação de agressão sexual. O ex-jogador havia sido condenado pelo Tribunal de Barcelona a quatro anos e meio de prisão, mas, na última semana, foi inocentado por unanimidade. O tribunal entendeu que o depoimento da vítima não era suficiente para sustentar a condenação.
A acusação envolvia uma jovem de 23 anos, que alegou ter sido violentada pelo jogador no banheiro de uma boate em Barcelona, na madrugada de 31 de dezembro de 2022.
Anulação da sentença
Na última sexta-feira, o Tribunal de Justiça, composto por três mulheres e um homem, decidiu que a presunção de inocência deveria prevalecer. A insuficiência de provas, segundo a divisão criminal do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, levou à revogação da pena, à absolvição de Alves e ao fim das medidas cautelares que o impediam de deixar a Espanha.
A advogada do jogador, Inés Guardiola, celebrou a decisão e afirmou que considera pedir uma indenização pelo tempo que ele passou na prisão. “A justiça foi feita e Alves foi considerado inocente”, disse à rádio RAC1.
A anulação da condenação, no entanto, gerou reações divididas na Espanha. A ministra da Igualdade, Ana Redondo, declarou que não concorda com a decisão do tribunal, enquanto Pablo Fernández, porta-voz do partido Podemos, classificou a sentença como “uma vergonha absoluta”.
Procuradoria questiona decisão
Apesar da absolvição, a Procuradoria Superior da Catalunha afirmou que não compartilha do entendimento do tribunal e que há lacunas, imprecisões e contradições na decisão. A promotoria defende que há elementos suficientes para manter a condenação do ex-jogador e pretende apresentar o recurso nos próximos dias.
O caso segue gerando repercussão na Espanha e no mundo esportivo, com opiniões divididas sobre a decisão judicial. Caso a Suprema Corte da Espanha aceite o recurso, Daniel Alves pode voltar a ser julgado.