Durante um discurso no Fórum Econômico Oriental em Vladivostok, na Rússia, o presidente russo, Vladimir Putin, comentou que países como Brasil, China e Índia podem atuar na mediação de paz com a Ucrânia, em contraste com os Estados Unidos e potências europeias, ao qual ele acusa de prolongar o confronto.
Putin ainda expressou a relação de confiança dos países e respeito na disposição para resolução de conflitos e se mostrou disponível a negociar com a Ucrânia:
“Se a Ucrânia tiver interesse em continuar com as negociações, eu posso fazer isso”, afirmou.
Valdimir Putin discursando em uma das conferências do BRICS em 2023 (Foto: Reprodução/Per-Anders Petterson/Getty Images News)
Ele também sugeriu que conversas iniciais com a Turquia poderiam fundamentar negociações, mesmo sendo interrompidas sem acordo prévio.
Além disso, Vladimir Putin criticou a pressão ocidental sobre Kiev considerando um grande empecilho para as negociações. O porta-voz presidencial Dmitri Peskov reiterou: “Hoje não vemos condições para realizar negociações de paz”.
O presidente solicitou a retirada das tropas ucranianas da região de Kursk e afirmou que o ataque na cidade russa, enfraqueceu as defesas ucranianas, ajudando a Rússia a avançar em regiões como Donbass.
Sem acordo
No mês de maio deste ano, Brasil e China apresentaram propostas de negociações para cessar o conflito entre Ucrânia e Rússia com participações iguais das partes, mas foi rejeitado pelo país Ucraniano que não aceitou assumir a responsabilidade dos confrontos por entender que assim, a Rússia teria motivação pelas invasões realizadas.
Kiev chegou a convidar os países do BRICS propondo uma Cúpula da Paz, mas nenhum dos países assinou o documento. Putin acusou o Kiev e o Ocidente pelo abandono ao tratado em Istambul, afirmando que não passou de estratégias para derrotar a Rússia:
“É verdade que ainda havia alguns detalhes a serem finalizados, mas no geral a aprovação ainda é válida. É um documento. Mas então o Sr. Johnson (ex-primeiro-ministro britânico) chegou, como é sabido, e instruiu os ucranianos a lutar até o último ucraniano. O que está acontecendo hoje na tentativa de alcançar a derrota estratégica da Rússia”, declarou.
Rússia segue disposta
O presidente russo declarou que está à disposição em negociações baseadas nos acordos anteriores e que não se dispõe a tratados com novos pontos:
“Se surgir uma vontade de negociar, não a rejeitaremos”, conclui.
Putin alegou ainda que a trégua já estaria findada se a Ucrânia tivesse assinado os documentos.
A próxima reunião de cúpula acontece em outubro e os líderes dos países do BRICS (China, Brasil e Índia), participarão para definição de uma possível resolução. Os líderes da China e Índia têm uma relação bilateral com Rússia e Ucrânia, já o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, prefere defender o cessar-fogo e as negociações de paz.