Rússia conta com apoio de países do BRICS para mediar negociações com Ucrânia

O presidente da Rússia elogiou a atuação do BRICS e acredita na mediação por meio dos líderes do Brasil, China e Índia a um cessar-fogo contra a Ucrânia

Thalita Gombio Por Thalita Gombio
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Foto destaque: Putin em viagem de quatro dias ás regiões Rússia Oriental e Mongólia (Reprodução/colaborator/Getty Images Embed)

Durante um discurso no Fórum Econômico Oriental em Vladivostok, na Rússia, o presidente russo, Vladimir Putin, comentou  que países como Brasil, China e Índia podem atuar na mediação de paz com a Ucrânia, em contraste com os Estados Unidos e potências europeias, ao qual ele acusa de prolongar o confronto. 

Putin ainda expressou a relação de confiança dos países e respeito na disposição para resolução de conflitos e se mostrou disponível a negociar com a Ucrânia:

“Se a Ucrânia tiver interesse em continuar com as negociações, eu posso fazer isso”, afirmou.


Valdimir Putin discursando em uma das conferências do BRICS em 2023 (Foto: Reprodução/Per-Anders Petterson/Getty Images News)


Ele também sugeriu que conversas iniciais com a Turquia poderiam fundamentar negociações, mesmo sendo interrompidas sem acordo prévio.

Além disso, Vladimir Putin criticou a pressão ocidental sobre Kiev considerando um grande empecilho para as negociações. O porta-voz presidencial Dmitri Peskov reiterou: “Hoje não vemos condições para realizar negociações de paz”.

O presidente solicitou a retirada das tropas ucranianas da região de Kursk e afirmou que o ataque na cidade russa, enfraqueceu as defesas ucranianas, ajudando a Rússia a avançar em regiões como Donbass.

Sem acordo

No mês de maio deste ano, Brasil e China apresentaram propostas de negociações para cessar o conflito entre Ucrânia e Rússia com participações iguais das partes, mas foi rejeitado pelo país Ucraniano que não aceitou assumir a responsabilidade dos confrontos por entender que assim, a Rússia teria motivação pelas invasões realizadas.

Kiev chegou a convidar os países do BRICS propondo uma Cúpula da Paz, mas nenhum dos países assinou o documento. Putin acusou o Kiev e o Ocidente pelo abandono ao tratado em Istambul, afirmando que não passou de estratégias para derrotar a Rússia: 

“É verdade que ainda havia alguns detalhes a serem finalizados, mas no geral a aprovação ainda é válida. É um documento. Mas então o Sr. Johnson (ex-primeiro-ministro britânico) chegou, como é sabido, e instruiu os ucranianos a lutar até o último ucraniano. O que está acontecendo hoje na tentativa de alcançar a derrota estratégica da Rússia”, declarou.

Rússia segue disposta

O presidente russo declarou que está à disposição em negociações baseadas nos acordos anteriores e que não se dispõe a tratados com novos pontos:

“Se surgir uma vontade de negociar, não a rejeitaremos”, conclui.

Putin alegou ainda que a trégua já estaria findada se a Ucrânia tivesse assinado os documentos.

A próxima reunião de cúpula acontece em outubro e os líderes dos países do BRICS (China, Brasil e Índia), participarão para definição de uma possível resolução. Os líderes da China e Índia têm uma relação bilateral com Rússia e Ucrânia, já o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, prefere defender o cessar-fogo e as negociações de paz.