Nesta quarta-feira (10/07), iniciou-se em Santa Maria–RS, a demolição da boate Kiss, local onde há 11 anos aconteceu uma das maiores tragédias do Brasil, o incêndio da boate.
A derrubada do prédio dará lugar para um memorial em homenagem às 242 pessoas que faleceram no acidente, e as 636 pessoas que acabaram feridas durante o incêndio, o memorial também será uma homenagem às famílias afetadas pelo ocorrido.
O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes, Gabriel Rovadoschi Barros, revelou que vários objetos da boate, como o portão e o letreiro do local, serão recolhidos para fazerem parte do acervo do memorial.
Essa primeira parte do projeto planeja definir quais vão ser os itens que estarão no memorial, a remoção do telhado e a abertura de um espaço na entrada central para ser possível a passagem das máquinas necessárias para o andamento da obra. O prazo para a entrega do memorial é de pelo menos 8 meses.
O projeto do memorial
O projeto foi desenhado pelo arquiteto paulista, Felipe Zene Motta, que definiu que o local do memorial terá um jardim na parte central e terá uma parte térrea que será fácil de fazer a manutenção. No jardim será colocado 242 pilares, que representa todas as vítimas do incêndio, nesse pilar será possível ver o nome de cada uma das vítimas e suporte para flores.
O projeto contará ainda com uma área de 383,65 metros quadrados. Nele será feito três salas, dentre elas uma sala multiúso, um auditório e a terceira será uma sede para a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes (AVTSM).
Caso da boate Kiss
O incêndio começou na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 na boate Kiss, o estabelecimento era localizado na região central da cidade de Santa Maria.
Um forte incêndio acabou atingindo a boate neste dia, por conta de faíscas de um objeto utilizado para shows pirotécnicos, o incêndio começou pelo teto e rapidamente se espalhou devido ao teto da boate ser feito de espuma, o estabelecimento não tinha permissão para este tipo de show.
Em dezembro de 2021 os parentes das vítimas conseguiram uma vitória na justiça que foi a condenação dos sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann. Foram condenados ainda o vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor da banda, Luciano Augusto Bonilha Leão.
No entanto, as penas foram anuladas em agosto do ano passado pelo Supremo Tribunal do Rio Grande do Sul. A atualização mais recente sobre as condenações é de que a PGR requisitou ao STF que retire a anulação sobre as penas.