Nesta segunda-feira (6) foi realizada a cerimônia da contagem dos votos do Colégio Eleitoral americano. Por ser realizada no Congresso dos Estados Unidos, a sessão é supervisionada pelo vice-presidente do país. No entanto, são raras as situações em que um vice é nomeado por seu partido para disputar uma eleição e, derrotado, acaba por conduzir a confirmação da própria derrota. Esse foi o caso de Kamala Harris, que precisou participar da sessão que certificou a vitória de Donald Trump para um novo mandato como novo presidente americano. Apesar de ser uma cena bastante dura na política americana, o gesto é visto como importante para uma transição pacífica de poder.
Outras situações
Além de Harris, foram outros quatro vices que se viram derrotados após disputarem a presidência, no entanto um não participou da cerimônia.
A primeira vez ocorreu em 1861, quando o vice-presidente John Breckenridge presenciou e conduziu a contagem de votos, que consagrou a vitória de Abraham Lincoln.
Em 1960 foi a vez do vice-presidente Richard Nixon, que conduziu a contagem de votos no Colégio Eleitoral que certificou a vitória de John F. Kennedy.
Em 1969 Nixon, agora eleito presidente, participou da sessão que validou a sua própria vitória, frente ao vice-presidente, Hubert Humphrey, que decidiu não participar da cerimônia.
Antes de Harris, no ano de 2001, o vice-presidente Al Gore conduziu a cerimônia que confirmou a vitória de George W. Bush. Ele havia vencido na votação popular, mas acabou perdendo no colégio eleitoral.
Presença de Harris
Harris, apesar da derrota eleitoral, afirmou reconhecer o processo como uma vitória da democracia. O mandato de Harris, como vice-presidente, segue o período da primeira presidência de Donald Trump, que tinha como vice Mike Pence, o qual supervisionou a contagem de votos que levaram Joe Biden e Kamala Harris à Casa Branca.
Mesmo sob orientação de Trump para que rejeitasse os votos dos estados-chave, onde o republicano havia perdido, Mike Pence seguiu o processo e validou a vitória dos Democratas.