O tsunami mais mortal já registrado na história do planeta completou 20 anos nesta quinta-feira (26). Tremores, que se iniciaram a 160 quilômetros da ilha de Sumatra, na Indonésia, geraram ondas de até 30 metros que atingiram nove países e deixaram 227 mil mortos.
O dia 26 de dezembro de 2004 alterou milhares de vidas, paisagens e a tecnologia mundial de prevenção contra tsunamis. Alguns vídeos gravados no dia mostram o terror que as populações atingidas passaram:
Gravação de onda do tsunami de 2004 na Tailândia (Vídeo: reprodução/YouTube/National Geographic)
Alteração no sistema de segurança global
Governos de vários países se uniram nos anos que sucederam o desastre para implementar uma rede de seis boias de detecção de tremores no Oceano Pacífico. Este sistema ficou conhecido como Deep-Ocean Assessment and Reporting of Tsunami (DART).
Em 2024, o programa já conta com 74 boias em todo mundo. Elas flutuam na superfície do oceano, enquanto estão presas ao fundo. Esta tecnologia é responsável por monitorar os sinais sísmicos.
De acordo com o chefe do departamento de resiliência a tsunamis da Unesco, Bernardo Aliaga, em algum momento tsunamis da magnitude do desastre de 2004 voltarão a acontecer e a precaução é imprescindível.
Há 100% de probabilidade de que outro tsunami da mesma magnitude do de 2004 ocorra, mais dia ou menos dia. Pode acontecer amanhã, daqui a 50 anos ou daqui a 100 anos.
Bernardo Aliaga, em conferência da memória de 20 anos do tsunami
Como é formado um tsunami?
Os tsunamis podem ser gerados por maremotos, erupções vulcânicas, explosões e, principalmente, pelo movimento de placas tectônicas de fundo submarino. O Oceano Pacífico é o de maior incidência, por ser o oceano com mais movimentos tectônicos. Uma faixa ao norte do Oceano Pacífico, que vai desde o Japão até o Alasca, concentra, além das questões tectônicas, muitas erupções vulcânicas e maremotos que tornam a probabilidade de formação deste fenômeno da natureza ainda maior.
No oceano, os tsunamis são quase que imperceptíveis, tendo no máximo um metro de altura, apesar do comprimento na ordem dos 150 km de extensão. No entanto, ao chegarem perto da costa, o choque com as zonas mais rasas faz com que eles diminuam a velocidade e, consequentemente, aumentem a altura.
O tsunami de maior altura já registrado foi o “megatsunami da Baía de Lituya”, no Alasca, em 1958, que atingiu 524,2 metros de altura.