Alguns estudos recentes apontam como o cérebro humano se formou dos nossos antepassados, investigando os padrões que suas engrenagens operam no sistema nervoso central.
Em apresentação na CNN Sinais Vitais, o cardiologista Roberto Kalil e outros acadêmicos explicam que as redes de controle do corpo humano são o cérebro e o sistema nervoso central, responsáveis por regular nossas funções conscientes e inconscientes.
Neurônios, através de impulsos elétricos, agem traduzindo estímulos físicos em estímulos sensórias, que ao serem captados pela boca, nariz, pele, ouvidos, língua e olhos, determinam como nós reagiremos a ele.
Neurocientista Miguel Nicolelis, explica uma hipótese sua sobre a adaptação do cérebro com o objetivo de sobrevivência da espécie no meio: “O cérebro humano só é comparável ao universo que nos cerca. É através do cérebro que a gente confere significado, interpreta, gera uma noção de realidade que é peculiar ao ser humano. Por isso que eu gosto de dizer que o cérebro construiu, esculpiu o universo humano. O cérebro tenta criar um modelo do que tá aqui fora para maximizar nossas chances de sobrevivência”.
Paulo Niemeyer Filho é médico, cirurgião e diretor do instituto do Cérebro Paulo Niemeyer, seu pai e um dos maiores nomes de neurocirurgiões brasileiros, explica que o lobo frontal é uma característica distinta dos Homo sapiens que lhe deu a capacidade de pensamento simbólico, distinguindo-nos de outros animais e servindo de base para o desenvolvimento do raciocínio em diferentes esferas; matemática, linguagens, comportamental, imaginação e responsável por criar nossos sonhos.
Um documento publicado pela OMS defende que para o bom funcionamento do cérebro determinantes como saúde física, segurança e proteção, conexão social, acesso a serviços de qualidade, ambientes seguros e aprendizagem, são meios para uma melhora da qualidade de vida.
Reprodução visual da aparência dos neurônios presentes no cérebro humano (Foto: Reprodução/UNIFAL – MG)
Para pessoas que sofrem com algum distúrbio neurológico, e moram em países com menor acesso a serviços de qualidade das determinantes, o desenvolvimento dos jovens são potencialmente mais baixos, 43% das crianças menores de cinco anos sofrem atrasos no aprendizado, igualado a um nível de renda próxima a pobreza extrema na vida adulta, com 26% tendo ganhos reduzidos pela carência no estudo.
Mundialmente distúrbios mentais ainda são as maiores causas de incapacidade ou morte entre pessoas. Segundo a OMS dar acesso para as pessoas terem suas necessidades de saúde neurológica em dia, é o caminho a seguir para diminuição de quadros crônicos de doenças metais, surgimento de vícios na maior idade, benefícios econômicos, padrão de vida e sociabilidade potencializados.
O documento com o estudo faz parte do Plano de Ação Global Intersetorial publicado pela OMS para 2022 a 2030, e eleva a importância do discurso sobre atendimento público no campo da saúde neurológica mundial, oferendo soluções e apontamentos práticos para implementação de políticas voltadas a proporcionar melhor bem-estar a população.
Foto destaque: Desenho digitalizado do cérebro e o sistema nervoso central Reprodução/Depositphotos