Uma pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo sobre a relação do estresse com o envelhecimento precoce do sistema imunológico. O estudo foi liderado por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos.
A equipe de cientistas norte-americanos conseguiu descobrir que o estresse contínuo pode acelerar o envelhecimento do sistema imunológico. Para eles, além das defesas naturais do corpo, a situação também tem outros desdobramentos, como aumento por exemplo do risco potencial para casos de câncer e doenças cardiovasculares.
Envelhecimento precoce do sistema imunológico
“Os resultados identificam o estresse psicossocial como um contribuinte para acelerar o envelhecimento imunológico, diminuindo as células T imaturas [um tipo de glóbulo branco] e aumentando as células terminalmente diferenciadas“, explicam os autores do estudo. Com isso foi encontrado uma dificuldade de reação do organismo contra as doenças novas.
Com isso, pode-se afirmar que uma vida estressada, pode causar o aceleramento e envelhecimento do sistema imunológico. Já em pessoas com idade avançada — depois dos 65 anos, por exemplo, este processo, conhecido como imunossenescência, começa acontecer de forma natural, mas não antes disso. O que se sabe é que, esse fenômeno é um das explicações para que idosos tenham mais riscos de enfrentar formas graves da covid-19.
Levar uma vida estressante pode provocar o envelhecimento precoce do sistema imunológico. Foto destaque: Reprodução/Djoronimo/Envato
Estudo verificou ligação com estresse
Os pesquisadores norte-americanos estudaram 5,7 mil pessoas com mais de 50 anos. Cada um dos voluntários precisou responder questionários sobre eventos estressantes cotidianos, envolvendo casos de descriminação e estresse crônico. Além disso, amostras de sangue de todos foram coletadas.
Segundo os autores do estudo, as pessoas com pontuações mais altas de estresse tinham perfis imunológicos aparentemente mais velhos, com hábitos alimentares e exercícios físicos.
“Neste estudo, depois de controlar estatisticamente a má alimentação e a falta de exercícios, a conexão entre estresse e envelhecimento imunológico acelerado não foi tão forte”, explica o principal autor do estudo, Eric Klopack, em comunicado.
“Isso significa que as pessoas que sofrem mais estresse tendem a ter uma dieta e hábitos de exercícios mais pobres, explicando, em parte, porque eles têm um envelhecimento imunológico mais acelerado”, acrescenta Klopck sobre a análise do estudo.
Diante disso, as pessoas estressadas precisam adotar algumas mudanças multifatoriais para controlar os níveis de estresse, como melhora por exemplo na alimentação e também na rotina semanal de exercícios físicos. Com essa rotina pode-se dizer que é possível compensar o envelhecimento imunológico associado a esta condição.
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