Segundo um estudo publicado na revista Cancer Research Communications, da Associação Americana de Pesquisa do Câncer, a equipe pesquisadores do HMRI – parceria entre a Universidade de Newcastle, Hunter New England Health e a comunidade – nos Estados Unidos, descobriram que uma combinação das drogas quimioterápicas azacitidina e carboplatina, diminuir a sensibilidade alérgica de um indivíduo com melanoma.
O uso associado das duas drogas aumenta significativamente o tempo de sobrevivência de pacientes com melanoma – tipo mais grave de câncer de pele – em estágio avançado e resistente ao tratamento convencional.
Melanoma na pele (Reprodução/istockphoto)
De acordo com a professora Nikola Bowden, uma das pesquisadoras do programa de pesquisa de medicamentos da HMRI, o estudo mostra que o tratamento com esses remédios pode ser eficaz para anti-imunoterapia (Avelumab) em pacientes com melanoma avançado, resistente a ICB.
Os testes foram feitos através do reaproveitamento de medicamentos e da inoculação de doses, no início mínimo e depois progressivamente crescente do antígeno. As drogas azacitidina e carboplatina, conhecidas como inibidoras de checkpoint imunológico (ICB), interferem na capacidade das células cancerígenas de “se esconder” do sistema imunológico, permitindo que o próprio corpo do paciente combata o câncer.
Os checkpoints imunológicos normalmente impedem o organismo de montar uma resposta imune contra células normais. Alguns tipos de câncer podem adquirir estes checkpoints de tal forma que estas células tumorais não são reconhecidas pelo sistema imune, e isto impede que ele seja ativado. Ao todo, 20 pacientes receberam o tratamento com os dois quimioterápicos reaproveitado, quando se preparavam para um tratamento de imunoterapia subseqüente. A maioria sobreviveu por 47 semanas e 4 deles continuam vivos.
Conforme relata a professora, que explicou ainda que o teste de reaproveitamento de drogas foi combinado com uma nova forma de imunoterapia, onde as células do melanoma envia um sinal ao sistema imunológico atacando os tumores enquanto a imunoterapia bloqueia este sinal.
Este processo investigativo através da junção destas medicações vem sendo realizado desde 2015, onde aguarda ainda a segunda etapa de ensaios clínicos a serem aperfeiçoados.
Foto Destaque: comprimidos e cápsulas. REPRODUÇÃO/arek socha/pixabay.