Em meio aos avanços da variante Ômicron pelo mundo todo, diversas estratégias foram pensadas pela comunidade científica a ponto de lutar contra o desenvolvimento de novas cepas e do nível de infecção das mesmas.
Uma das medidas mais recentes é a de desenvolver vacinas específicas para cada linhagem do coronavírus. Da mesma forma que as vacinas da gripe são anualmente atualizadas –– mediante a supervisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) –– a fim de protegerem o organismo das novas modificações da doença, os especialistas da saúde desejam adotar a mesma tática para combater o Covid-19.
O gerente de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, assume que a atualização das vacinas já é um ponto de discussão forte há algum tempo.
“Em um evento internacional, observamos os dados de quarta dose em Israel. E parece não ter tanta vantagem ficar dando doses de reforço (com a mesma formulação de vacina), ainda mais com a circulação da cepa Ômicron. Então, se fala cada vez mais na atualização das vacinas, na mesma perspectiva do que ocorre com a vacina da influenza”, explicou Mendes ao GLOBO.
Homem usando máscara para se proteger do Covid-19. (Foto: Reprodução/Tai S.).
O pensamento de Mendes é coerente com as medidas –– já em andamento –– de grandes empresas farmacêuticas. A Pfizer, por exemplo, iniciou no final de janeiro os testes para sua nova vacina, candidata a ser muito mais eficaz quando ativa contra a cepa Ômicron. Segundo a firma, a estimativa para o desenvolvimento de uma vacina atualizada sobre uma nova cepa demora cerca de seis semanas. Mais outros cem dias serão necessários para a produção do novo imunizante, e em seguida, tem início os procedimentos regulatórios.
A farmacêutica Sinovac, localizada na China e desenvolvedora da CoronaVac, afirmou em dezembro do ano passado que teria respostas sobre sua candidata contra Ômicron a partir de março deste ano. A estadunidense Moderna também já deu início a estudos para desenvolver uma vacina atualizada.
Foto de destaque: enfermeiro segurando vacina. Reprodução/Sam Moqadam.