A Covid volta a fazer mais de mil vítimas por dia. Esse número registrado no dia 04 de fevereiro de 2022, mostra a rápida ascensão na curva de óbitos.
Através da variante ômicron é revelada a série de erros cometidos pelo país no controle da pandemia. A média diária pulou em janeiro, para 566% de mortes.
Segundo especialistas da UOL, o país deixou de lado as medidas preventivas apesar de ter o conhecimento da chegada da Ômicron e sofre agora as consequências. Os hopitais estão cheios e a tendência é que aumente ainda mais o número de pessoas procurando atendimento pelos próximos dias em todos os Estados.
Upa de Taubaté com pessoas aguardando para realização de testes de Covid. Foto / Reprodução: G1.globo.com
Divulgadora científica e bióloga, Natália Pasternak diz que o principal erro nesta terceira onda, foi menosprezar a capacidade letal da Ômicron. “Erramos ao subestimar a Ômicron e liberar as medidas preventivas muito rápido. Com uma cepa tão contagiosa, o momento era de cautela“. Natália afirma ainda que o otimismo exagerado em relação a Ômicron ser mais branda, gerou uma falsa sensação de tranquilidade para as pessoas.
O pesquisador Miguel Nicolelis diz que o Brasil confiou demais na vacinação e não se preocupou com o fato da cobertura atingida pelas vacinas, não conseguir deter uma nova tragédia. Ele afirma que o país cometeu os mesmos erros das ondas anteriores, como por exemplo não fechar o espaço aéreo e não fazer campanhas e distribuição de máscaras eficazes. “Acreditamos que era só vacinar, mesmo não tendo vacinado gente suficiente com a segunda dose. As pessoas acharam que estavam liberadas. Não houve uma comunicação nacional, nem estratégia para alertar dos riscos reais, dizer que a ômicron escapa às duas doses“.
Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) lembra que o percentual de pessoas vacinadas com a segunda dose estacionou e que muitos não completaram a imunização e são justamente essas pessoas que estão lotando os hospitais. Ela afirma que a taxa de vacinados deveria ser maior e que não temos imunização homogênea. Rosana põe ainda, na conta do governo federal, o apagão de dados.
Átila Iamarino, doutor em microbiologia e divulgador científico, tem visão parecida com Rosana. Ele afima que o Brasil cometeu muitos erros e que isso ajudou a Ômicron a aumentar os números de mortes. Ele também ressalta que a campanha de desinformação, que colocou em dúvidas a eficiência das vacinas, levou muitas pessoas a não se vacinarem e a lotar novamente os hospitais.
Foto destaque: Mortos por covid. Foto / Reprodução: unsplash.com