Criador da Lei Magnitsky esclarece sobre sanção imposta ao ministro Alexandre de Moraes

A Lei Magnitsky é elucidada por seu criador após sanção aplicada ao ministro Alexandre de Moraes. A ação do presidente Donald Trump leva a um cenário de crise política e remonta a episódios de conflitos no país em 1964. Brasil e Estados Unidos têm divergências de interesses. 

Origem da Lei Magnitsky

Sergei Magnitsky, um advogado de 37 anos, foi preso acusado de sonegação fiscal. Ele trabalhava para uma empresa que prestava serviços ao fundo de investimento especializado no mercado russo.

Essa empresa, chamada Hermitage Capital Managment, pertencia ao investidor britânico William Browder que foi expulso da Rússia sob alegações de ameaça à segurança nacional. Magnitsky havia denunciado uma fraude fiscal multimilionária supostamente cometida por autoridades russas contra a empresa de Browder.
A inclusão dos direitos humanos na Lei Magnitsky ocorreu devido às circunstâncias às quais Magnitsky foi submetido, como maus-tratos, negligência médica e tortura, que culminaram em sua morte após 11 meses de detenção.

Sua morte gerou comoção internacional e levou o investidor britânico William Browder a iniciar uma campanha global que resultou na criação da Lei Magnitsky, aprovada nos Estados Unidos em 2012, visando punir violadores de direitos humanos e corruptos em qualquer país.

O responsável por articular a criação da lei, William Browder, hoje atua como ativista. Ele se dedicou à causa após a morte de seu advogado.
Em entrevista ao programa Fantástico, Browder falou sobre a origem da lei e criticou sua aplicação ao ministro Alexandre de Moraes, classificando-a como um “acerto de contas político”.

Fui o responsável pela aprovação da Lei Magnitsky nos Estados Unidos em 2012, batizada com o nome do meu advogado, Sergei Magnitsky, brutalmente torturado e assassinado em uma prisão russa por expor corrupção”

disse William Browder.

A lei Magnitsky foi promulgada pelo ex-presidente Barack Obama, partido democrata, depois que o Congresso Americano aprovou. A lei se tornou um forte instrumento global e já puniu mais de 650 pessoas e entidades no mundo. A lei foi exercida contra autoridades da Rússia e da China. O líder ditador Nicolás Maduro da Venezuela, além de Bashar al-Assad, ditador que liderou um regime violento na Síria, e a organização terrorista Al-Qaeda.


Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/ Bloomberg/Getty images embed)


Sanção a Alexandre de Moraes


Os Estados Unidos vivem um momento de divergência com o Brasil. A última discordância histórica remete ao golpe de 1964. Quando os americanos eram favoráveis a ações militares. No caso de Moraes, é um embate do judiciário brasileiro com o executivo americano.

As sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, incluem o bloqueio de todos os seus bens e participações que estejam em território americano ou sob controle de empresas dos EUA. Além de fazer transações com entidades financeiras americanas.

Mas a sanção foi minimizada pelo Supremo Tribunal Federal, informando que, nos Estados Unidos, Moraes nunca teve bens, dinheiro ou propriedades.
William Browder expôs seu ponto de vista com relação à aplicação da lei Magnitsky contra o ministro.

As sanções impostas ao juiz não têm nada a ver com violação de direitos humanos e têm tudo a ver com acerto de contas político. Donald Trump disse isso, disse que não está satisfeito com esse juiz, porque ele está processando o seu amigo Jair Bolsonaro”

declarou Browder.

O ministro não demonstrou muita preocupação com a sansão e pretende continuar seu trabalho normalmente.
Moraes recebeu solidariedade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou a atitude de Trump como inaceitável. O presidente americano abriu a possibilidade de conversar com o presidente Lula, o que está sendo avaliado.

Julgamento de Bolsonaro é esperado para início de setembro, dizem autoridades

Ministros do STF e membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) ouvidos em off pelo jornal O GLOBO nesta sexta-feira disseram que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 7 aliados que compõem o “núcleo crucial” da suposta tentativa de golpe de Estado de janeiro de 2022 deve acontecer ainda no início de setembro, “caso não haja intercorrências”.

O processo judicial iniciou-se em novembro de 2024, quando, após terminar uma investigação iniciada em 2023, a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente e mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado. Segundo a instituição, entre outros atos, Bolsonaro planejou decretar estado de sítio para impedir a posse de Lula. A conspiração teria culminado com a invasão às sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro de 2023. As investigações abrangiam também um plano de assassinato do presidente Lula.

Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República apresentou cinco denúncias ao Supremo Tribunal Federal, contra 34 investigados.

PGR pede condenação de Bolsonaro e mais sete por cinco crimes

Com o término dos depoimentos dos denunciados do núcleo crucial, em 10 de junho, a PGR pediu em 14 de julho deste ano a condenação de Bolsonaro por 5 crimes. São eles: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. 


Com a aproximação do julgamento de ex-presidente, a segurança do STF será reforçada no 7 de setembro, marcado por manifestações bolsonaristas (reprodução/Yotube/Jovem Pan News)


Estão nessa mesma situação o ex-ministro da Defesa e Casa Civil, Walter Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid. 

Juntos, esses 8 de 31 réus compõem o chamado núcleo crucial da trama golpista, creditado pela autoria intelectual e tomada de decisões relativas à suposta tentativa de ruptura institucional.

Alegações finais da defesa dos réus é esperada antes do julgamento

Após a avaliação final da PGR e do delator Mauro Cid, que já ocorreram, serão apresentadas as alegações finais da defesa dos demais acusados. Terminada essa fase, o julgamento, de incumbência da Primeira Turma do STF, poderá ser marcado. Para isso, o ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, deverá pedir ao presidente do colegiado, o ministro Cristiano Zanin, a inclusão na pauta de julgamentos. Cabe a Zanin escolher a data e optar por sessões extraordinárias.

Fazem parte da Primeira Turma os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Pela análise de decisões anteriores, todos parecem ter uma inclinação à condenação de Bolsonaro, com exceção de Fux, que, em ocasiões anteriores, discordou da competência da Primeira Turma para a análise do caso e divergiu sobre a necessidade de imposição de medidas cautelares (como tornozeleira eletrônica) ao ex-presidente.

Lula se reúne com STF após sanção dos EUA a Alexandre de Moraes

Nesta quarta-feira (30), Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, se reuniu com os ministros Cristiano Zanin e Gilmar Mendes e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. A princípio, a reunião serviu para tratar das recentes sanções impostas pelo governo americano a Alexandre de Moraes. 

Após a oficialização da sanção feita contra Moraes, Lula e os ministros se encontraram à noite. A Lei Magnitsky permite aos Estados Unidos punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

A decisão do governo americano bloqueia eventuais bens de Moraes em território estadunidense. Além disso, suspende relações comerciais com empresas ligadas ao ministro. Poucas horas antes da reunião, o STF divulgou uma nota de solidariedade e destacou que todas as decisões de Moraes foram confirmadas pelo colegiado da Corte.

STF reage e defende soberania brasileira

Diante do cenário atual, a Suprema Corte afirmou que o seu papel constitucional continuará sendo exercido, bem como o papel de assegurar um julgamento legítimo aos implicados. Já o presidente Lula, repudiou a sanção e classificou como uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil. O presidente afirmou que a motivação política das medidas atenta contra a soberania nacional e compromete a relação histórica entre os dois países.


Brasil vê ligação entre tarifaço e sanção a Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Posteriormente, o presidente Lula afirmou que a justiça americana tem interferido contra um ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil que está tentando fazer o seu papel. Moraes pretende deter um brasileiro que está em solo americano atentando contra seu próprio país. Ainda assim, Lula também afirmou que o Brasil vai defender não só o seu ministro, mas a Suprema Corte.

Conflito diplomático e repercussões políticas

A crise se intensificou após declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, acusar Moraes de promover uma “caça às bruxas” contra cidadãos e empresas brasileiras e americanas. Paralelamente, Eduardo Bolsonaro admitiu participação em reuniões com autoridades norte-americanas para buscar sanções contra membros do governo brasileiro.

Além disso, o tarifaço que Trump aplicou ao Brasil tem sido assunto recorrente no parlamento brasileiro. O presidente Lula indicou estar aberto a dialogar diretamente com Donald Trump para tratar do assunto sobre mercadorias brasileiras, mas condicionou o encontro a garantias diplomáticas. O Planalto avalia que não só o tarifaço, mas as sanções contra Alexandre de Moraes, podem afetar acordos comerciais e o cenário político interno.

Repercussão global: sanções a Moraes são destaque na imprensa dos EUA, Europa e América do Sul

A decisão do governo dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repercutiu em diversos veículos da mídia internacional. Na tarde de ontem, quarta-feira (30), com base na Lei Global Magnitsky, o presidente Donald Trump sancionou o magistrado, proibindo sua entrada no país, além de bloquear os bens e ativos que o ministro, caso possua nos EUA. 

O ato foi interpretado pela imprensa internacional como um agravamento das tensões diplomáticas entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive, representando um gesto político em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu na Ação Penal 2668, relativa aos “atos antidemocráticos” de 08 de janeiro de 2023.

Repercussão nos Estados Unidos

O jornal “The New York Times”, sediado em Nova York, nos EUA, destacou que a medida marca uma “vitória de Bolsonaro” e relaciona a punição a tarifas já aplicadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros importados pelo país. Para o jornal, a sanção contra Moraes sinaliza que os EUA estão dispostos a enfrentar o governo brasileiro, indicando uma nova fase do confronto bilateral.

O periódico também relembrou a atuação de Moraes no Supremo Tribunal Federal, classificando-a como uma tentativa de proteger a democracia, ainda que com decisões vistas como autoritárias por parte da oposição ligadas ao ex-presidente.


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao jornal The New York Times (Foto: reprodução/nytimes.com)

O também estadunidense,“ The Washington Post”, publicou que a punição agrava a hostilidade entre Brasil e EUA e que a medida ocorreu após pressão de aliados de Bolsonaro, incluindo seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado federal, atualmente morando nos EUA e próximo a Donald Trump. 

O jornal relatou que o relacionamento bilateral, de quase 200 anos, colapsou e agora vive um momento de “hostilidade aberta”. Segundo o veículo, a iniciativa é uma interferência direta na política interna do Brasil, relembrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro é julgado por tentativa de Golpe de Estado contra a democracia brasileira.

Europa e América do Sul

O britânico “The Guardian” salientou o impacto político da decisão. Segundo a publicação, aliados do presidente Lula veem as sanções como um ataque à democracia, enquanto apoiadores do ex-presidente comemoraram e consideram a medida como um endosso à defesa de Jair Bolsonaro.

Já o francês “Le Monde” fez uma cronologia dos fatos, relatando antecedentes do conflito e ligando a decisão de Donald Trump diretamente ao julgamento de Bolsonaro e ao papel, segundo o jornal, controverso de Alexandre de Moraes no combate à desinformação.

A publicação destacou que Trump já havia retaliado o Brasil com restrições de vistos e tarifas comerciais, alegando perseguição política ao ex-presidente. Conforme a publicação, o ministro Alexandre de Moraes se tornou um símbolo da polarização política brasileira: ao mesmo tempo que é elogiado por uns, é criticado por outros.


Jornal francês, Le Monde, sobre sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/lemonde.fr)

A rede portuguesa “SIC Notícias” afirmou que o governo dos EUA justifica a medida com base em “graves violações de direitos humanos” associadas à atuação de Moraes no STF. Conforme a matéria, as sanções aplicadas a Moraes são parte de uma escalada diplomática e comercial, antes que as tarifas impostas ao Brasil por Donald Trump entrem em vigor. A emissora, também, aponta que a medida é mais um episódio de tensão entre os governos de Trump e Lula e alerta que os impactos de tais sanções ante a política externa brasileira são imprevisíveis.


Jornal argentino Clarín e a repercussão sobre sanções de Donald Trump ao ministro do STF, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/clarin.com)

O jornal argentino “Clarín” considerou a sanção como “dobrar a aposta”. Conforme a publicação, Donald Trump ao se opor ao governo Lula fez um gesto de retaliação direta ao julgamento de Bolsonaro. Para o jornal, trata-se de um movimento que eleva o nível do embate político-diplomático. A publicação menciona, ainda, que desde o início de julho de 2025, Trump tem intensificado exigências políticas contra o Brasil, e que tensões bilaterais atingiram um novo patamar com a punição a Alexandre de Moraes.

Brasil no mundo

Ao aplicar sanções ao ministro, Alexandre de Moraes e, também, sobretaxas comerciais, as medidas adotadas pelo governo dos EUA, são vistas por parte da imprensa internacional como uma interferência direta em assuntos internos de outro Estado soberano, o que pode desgastar a imagem estadunidense em temas ligados aos direitos humanos e democracia.


Publicação da Embaixada dos EUA no Brasil informando sobre as sanções aplicadas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Instagram/@embaixadaeua)


Por outro lado, a repercussão internacional das sanções contra o magistrado pode apresentar uma imagem de instabilidade institucional brasileira. Conforme os conteúdos publicados, um ministro da Suprema Corte, ser alvo de punições por parte da maior potência econômica mundial, levanta questionamentos sobre uma possível crise democrática no Brasil. Inclusive, expõe globalmente a polarização política interna brasileira. Para especialistas, o Brasil pode passar a impressão de fragilidade nas instituições, podendo comprometer sua reputação.

Lei Magnitsky é aplicada a Alexandre de Moraes pelo governo dos EUA

Os Estados Unidos aplicaram oficialmente nesta quarta-feira (30) a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. É a primeira vez em que a norma é usada contra uma autoridade de poder do Brasil, com efeitos punitivos que incluem por exemplo bloqueio de cartões de créditos e contas nos EUA.

A informação foi publicada pelo Escritório de Controles de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano, em meio a tensões diplomáticas e comerciais com o Brasil, especialmente relacionadas à condução dos processos no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o governo norte-americano, as sanções já estão em vigor, incluindo bloqueio de ativos e proibição de transações com cidadãos e empresas americanas.

O que é a Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky foi criada em 2012, durante a presidência de Barack Obama, em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitsky, ao denunciar um esquema de desvio de dinheiro por membros do governo russo. Em 2016, a lei foi ampliada e ganhou abrangência global, permitindo ao governo norte-americano punir indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou qualquer violação aos direitos humanos – já que inicialmente, a norma havia sido criada somente para punir os indivíduos envolvidos na morte de Sergei. 

Segundo o secretário do Tesouro nos EUA, Moraes teria conduzido uma suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro – como mencionado pelo Presidente Donald Trump em sua carta dirigida ao Brasil sobre o tarifaço. Além disso, o ministro do STF é acusado de promover censura e conduzir “prisões arbitrárias” que violam direitos humanos, usando o sistema judiciário brasileiro para perseguir adversários políticos. A justificativa dada em discurso é de que os EUA continuaram responsabilizando os indivíduos que ameaçam os interesses do país norte-americano e as liberdades de seus cidadãos. 


Donald Trump, atual presidente dos EUA, e Jair Bolsonaro juntos (Foto: reprodução/Chris Kleponis-Pool/Getty Images Embed)


Sanções contra Moraes

Com a sanção entrando em vigor oficialmente, Alexandre de Moraes passa a ter todos os seus bens e ativos sob jurisdição dos EUA congelados. Por exemplo, seus cartões de crédito com bandeiras que operam nos EUA devem ser bloqueados, além de contas em bancos nos Estados Unidos. Caso o banco permita que a conta continue ativa, a própria instituição pode sofrer com sanções. O ministro também teve seu visto cancelado e está proibido de entrar nos Estados Unidos. 

Funcionários do Itamaraty entrevistados pela TV Globo acreditam que a sanção imposta contra Moraes pode ser considerada uma escalada da tensão entre os dois países, que vem crescendo cada vez mais, em especial com o tarifaço de Trump. A sanção é vista por eles como uma manobra do governo Trump para que Bolsonaro saia impune de seus processos.

EUA impõem tarifa de 50% ao Brasil em 1º de agosto, sem adiamento

A cobrança da tarifa de 50% sobre os produtos importados pelos americanos vigora em 1º de agosto. A confirmação foi feita pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, neste domingo (27), em entrevista ao programa Fox News Sunday, acrescentando que o adiamento está descartado no momento.

Agronegócio, Indústria e Comércio são os setores que movem o país e estão em rota de colisão com a tarifa de Trump. É esse o cenário que se apresenta no momento. Segundo Lutnick, apesar de o presidente americano poder abrir diálogos com as grandes economias, o desfecho final pode não ser o esperado.

“Depois do dia 1º, ainda será possível conversar com o presidente Trump. Ele sempre escuta. Mas se será convencido, é outra história”, afirmou.


Presidente Donald Trump( Foto: reprodução/Instagram/@whitehsouse)

As motivações de Trump contra o Brasil

Em 9 de julho, Donald Trump enviou um comunicado ao governo brasileiro anunciando a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados do Brasil para os EUA. A justificativa inicial foi a alegação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política e seria réu no Supremo Tribunal Federal do Brasil por tentativa de golpe de Estado. Outra insatisfação de Trump com o Brasil refere-se às práticas comerciais brasileiras, que ele considera desleais, citando o sistema de pagamentos instantâneos Pix, sobre o qual está aberta investigação.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal também foi alvo de Trump, principalmente, o ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e pessoas próximas do magistrado tiveram os vistos revogados.

Brasil quer dialogar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declaração, na última sexta-feira (25), que está disposto a negociar com o presidente americano, pois ele foi levado a acreditar em informações falsas. Para chegar a um acordo entre os governos, as ações diplomáticas estão sendo conduzidas pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin, com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, as autoridades brasileiras e de confiança do presidente Lula para desfazer o nó tarifário com os Estados dessa ação Unidos, Além disso, o governo brasileiro criou um comitê que vai discutir os efeitos do impacto da taxação com representantes do setor produtivo do país.

General admite ter escrito plano que previa morte de autoridades, mas diz que era só “análise pessoal”

O general da reserva Mário Fernandes e ex-assessor de Jair Bolsonaro confessou em depoimento nesta quinta-feira (24) que ele mesmo escreveu o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. O documento mencionava possíveis assassinatos de figuras importantes como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Segundo ele, não se tratava de uma conspiração real, mas de uma análise pessoal sobre o cenário político após a eleição de 2022. “Era só um pensamento meu que coloquei no computador. Não mostrei pra ninguém e hoje me arrependo de ter feito isso”, afirmou o general, que trabalhava no Palácio do Planalto na época. Ele disse que o texto foi impresso, mas destruído logo depois.


Vídeo do depoimento de Mário Fernandes confessando o plano para matar ministro e vice-presidente (Foto: reprodução/X/@GugaNoblat)


Planejamento do golpe aconteceu depois das eleições segundo a PF

A Polícia Federal, no entanto, acredita que o plano foi escrito em novembro de 2022 e discutido entre militares na casa do general Braga Netto, aliado de Bolsonaro e candidato a vice na chapa derrotada. De acordo com as investigações, o objetivo era matar Lula, Alckmin e Moraes como parte de uma tentativa de golpe de Estado.

Mário Fernandes também contou que algumas pessoas próximas a Bolsonaro discutiam um decreto para permitir uma intervenção do presidente nos outros Poderes. Ele chegou a sugerir que, se fosse algo permitido pela Constituição, deveria ser reforçado — e depois corrigiu dizendo que tudo teria que estar “dentro da legalidade”.

Mauro Cid foi o delator da trama de golpe

A existência do plano veio à tona com a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Ele contou à PF que Braga Netto teria dado dinheiro ao major Rafael Martins para custear parte da operação. O valor foi entregue numa sacola de vinho.

O plano só não foi executado porque a tentativa de golpe fracassou. No fim de 2023, a PF prendeu militares e um policial envolvidos na trama.

Esposa de Eduardo Bolsonaro tem contas bloqueadas

Nesta quarta-feira (23), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse, em publicações feitas no Instagram e no X, que sua esposa, Heloísa Bolsonaro, também teve suas contas bloqueadas por ordem de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. O deputado federal licenciado, teve suas contas bloqueadas na segunda-feira (21).

Na publicação, Eduardo fala que provavelmente é mais um ato arbitrário ordenado pelo ministro do STF e tal ação foi realizada contra sua mulher sem qualquer justificativa legal. 

Ações contra a soberania brasileira

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma, em meio a estadia nos EUA, que tem mantido contato com o governo americano para buscar sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e outras autoridades envolvidas nas ações contra Jair Bolsonaro, alegando perseguição política.

Segundo avaliação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Jair e Eduardo tentam dificultar o andamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem como principal réu o ex-presidente. 

Toda movimentação de Eduardo Bolsonaro no exterior, resultou na tarifação de 50% sobre produtos brasileiros que entrará em vigor a partir de 1º de agosto, além da suspensão dos vistos das autoridades envolvidas na investigação, como é o caso de Moraes.


Eduardo Bolsonaro fala sobre bloqueio na conta da esposa (Foto: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)


A decisão para bloqueio de bens móveis e imóveis de Eduardo foi deferida no sábado (19). Essa estratégia investigativa tem como objetivo interromper a continuidade de práticas criminosas.

“Os próximos meses serão vitais para o Brasil”, diz Eduardo

Em participação no podcast Inteligência LTDA. nesta segunda-feira, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, após bloqueio das contas, disse que os próximos meses serão vitais para as próximas décadas do país e que está disposto a ir às últimas consequências.

No episódio, o deputado licenciado diz que a decisão do ministro é arbitrária e criminosa, e que ele não irá se intimidar e se calar, “eu me preparei para este momento”, completou ele. Para o filho do ex-presidente, a única solução para o Brasil é o impeachment de Alexandre de Moraes.

STF mantém medidas cautelares e afasta hipótese de prisão de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descartou nesta quinta-feira (24) a possibilidade de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando como pontual a infração às medidas cautelares. Contudo, cobrou explicações dos advogados de defesa do ex-presidente sobre o uso indireto de redes sociais, reafirmando, no entanto, que Bolsonaro segue autorizado a conceder entrevistas e a se manifestar publicamente.

Decisão do Ministro

A decisão do Ministro Alexandre de Moraes do STF é uma resposta aos esclarecimentos oferecidos por parte da defesa de Jair Bolsonaro, devido às suspeitas de que perfis de aliados atuaram em nome do ex-presidente, cometendo violação às restrições determinadas na última sexta-feira (18).

No entanto, ao ponderar as justificativas apresentadas pelos advogados, que alegaram não haver intenção em violar as regras, afirmando que o ex-presidente segue as condições impostas, o magistrado decidiu manter apenas as medidas cautelares já em vigor. 



Decisão do ministro Alexandre de Moraes em relação à prisão preventiva de Jair Bolsonaro, AP 2668 ED-QUINTOS / DF (Foto: reprodução/STF)

Apesar da não conversão, Moraes reforçou que qualquer nova violação levará à prisão preventiva. Desde a semana passada, o ex-presidente foi submetido ao uso de tornozeleira eletrônica, proibido de usar redes sociais e de se comunicar com demais  investigados na ação, incluindo o seu filho, o parlamentar Eduardo Bolsonaro.

O episódio

O episódio que levou o magistrado, Alexandre de Moraes, a pedir explicações sobre a conduta do ex-presidente, refere-se à publicação feita por Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais na última terça-feira (22). Em vídeo, Bolsonaro mostra a tornozeleira eletrônica, alegando humilhação e discursando para seus apoiadores. A ação ocorreu durante sua saída, em frente à Câmara dos Deputados.


Ex-presidente Jair Bolsonaro em frente à Câmara dos Deputados Federal (Fotos: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/ Getty Images Embed)


O ministro alegou que a conta do deputado federal Eduardo Bolsonaro, atualmente morando nos EUA, teria sido usada para beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro, em um padrão já descrito nas investigações, PET 14129 DF, caracterizando infração à proibição de uso direto ou indireto de redes sociais. Nesta ação, ambos são investigados pelos crimes de coação no curso de processo legal, obstrução de investigação penal e atentado a soberania nacional.

Defesa de Bolsonaro nega violação de medidas cautelares após vídeo com tornozeleira e declarações políticas

Na segunda-feira (21), um vídeo publicado nas redes sociais mostrando Jair Bolsonaro com a tornozeleira eletrônica e fazendo declarações políticas na Câmara dos Deputados gerou nova reação do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes intimou os advogados do ex-presidente a prestar esclarecimentos sobre possível violação das medidas cautelares impostas desde 17 de julho.

Defesa afirma que Bolsonaro não usou redes

Na manifestação enviada ao STF nesta terça-feira (22), os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno alegaram que Bolsonaro não desrespeitou a decisão judicial. Afirmaram que o ex-presidente não acessou suas redes sociais, nem solicitou que terceiros o fizessem em seu nome.

Segundo a defesa, Jair Bolsonaro se afastou voluntariamente das plataformas digitais e orientou seus aliados e equipe a também se absterem de publicações relacionadas a ele. Eles ainda ressaltaram que Moraes nunca proibiu o ex-presidente de conceder entrevistas, mesmo que o conteúdo eventualmente venha a circular online por ação de terceiros.


Bolsonaro está proibido de usar redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@leodias)


Advogados pedem esclarecimento sobre os limites da decisão

Os defensores alegam que o ex-presidente não possui controle sobre o conteúdo publicado por outras pessoas e que sua participação se restringiu a uma entrevista presencial. Por isso, solicitaram que o Supremo esclareça quais são os reais limites da proibição para evitar novas interpretações que comprometam Bolsonaro judicialmente.

A defesa também informou que, até que a Corte esclareça o alcance da decisão, o ex-presidente não dará novas declarações públicas. Desde 17 de julho, Bolsonaro cumpre medidas como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, proibição de uso de redes sociais e contato com réus ou autoridades estrangeiras. Moraes já alertou que qualquer descumprimento das condições poderá levar à prisão preventiva.

A defesa ressaltou que a entrevista foi dada a jornalistas no ambiente público da Câmara, sem transmissão direta em redes sociais. Os advogados destacaram que não houve publicação por canais oficiais ligados a Bolsonaro. Afirmaram ainda que eventuais postagens feitas por terceiros fogem do controle do ex-presidente. Sustentaram que proibir entrevistas seria uma violação à liberdade de expressão.