Fãs, amigos e familiares vão à missa de sétimo dia de Arlindo Cruz 

Nesta quinta-feira (14), aconteceu a missa de sétimo dia de Arlindo Cruz. Os filhos, Arlindinho e Flora, e a esposa, Babi Cruz, participaram da cerimônia ocorrida na Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Os fãs foram convidados para participar da celebração pela família do cantor. 

Morte e devoção a São Jorge 

Arlindo Domingos da Cruz Filho morreu na sexta-feira (8), aos 66 anos, após ter lutado os últimos 8 contra as consequências de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido em 2017. Imperiano de coração ganhou o último adeus dos fãs na quadra da escola em Madureira. A missa de sétimo dia foi realizada na Igreja Matriz de São Jorge, santo de devoção de Arlindo. 


Convite para a celebração da missa de sétimo dia em memória de Arlindo Cruz (Foto: reprodução/Instagram/@arlindinhooficial)


“E São Jorge Guerreiro, com sua lança de prata, nos livra da vida ingrata”. Assim, com a sua arte, que o sambista perfeito expressava sua devoção ao santo padroeiro do Estado do Rio de Janeiro. A Igreja Matriz, escolhida para celebrar a missa, reúne, em todo dia 23 de abril, milhares de fiéis que acompanham a tradicional alvorada e queima de fogos às 5h em Quintino.

Gurufim e legado

O corpo de Arlindo Cruz foi velado na quadra da escola de samba Império Serrano em Madureira entre o último sábado (9) e domingo (10). O velório foi um gurufim, ritual tradicional afro-brasileiro caracterizado pela fartura de música, comida e bebida. A família pediu para que as pessoas comparecessem com roupas claras. 


Arlindo Cruz em carro alegórico durante desfile do Império Serrano em sua homenagem em 2023 (Foto: reprodução/x/@jornalextra)


Tido como um dos maiores compositores brasileiros da história, com mais de 700 canções e centenas de sucessos, marcou época e participou de revoluções no samba. No início de sua carreira profissional, frequentava o Cacique de Ramos, bloco carnavalesco e Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, e tinha suas músicas gravadas para nomes consagrados, como Beth Carvalho. 

Em 1981, substituiu Jorge Aragão no Fundo de Quintal, grupo precursor do pagode e responsável pela introdução do banjo, tantã e repique de mão no samba. Após 12 anos no grupo, se dedicou à carreira solo e a projetos com o parceiro Sombrinha. Arlindo compôs grandes clássicos da música brasileira como: “O show tem que continuar” e “Meu lugar” que homenageia Madureira.

Arlindo Cruz tem missa de 7º dia na Igreja de São Jorge carioca

A missa de sétimo dia de Arlindo Cruz acontece às 19h desta quinta-feira (14), na Igreja Matriz de São Jorge, no Rio de Janeiro. Assim como o velório, a missa será aberta ao público, e os amigos e familiares do sambista poderão prestar novas homenagens.

Ode ao “sambista perfeito”

Em postagem no Instagram, a equipe informou que a missa ocorrerá em homenagem à memória de Arlindo, chamando seus fãs e admiradores, assim como a família, para a missa de sétimo dia.

Nos comentários, amigos e familiares aproveitaram para falar sobre o amor e carinho que têm no peito pelo compositor, como Arlindinho, filho de Arlindo, que contou que a Igreja Matriz de São Jorge foi escolhida pois seu foi batizado lá, e sempre cultuou São Jorge, explicando o porquê de a homenagem ocorrer em uma Igreja Católica.


Missa de sétimo dia de Arlindo Cruz é divulgada (Foto: reprodução/Instagram/@arlindocruzobem)


Seguindo a tradição de religiões de matriz africana, o velório na quadra da escola de samba Império Serrano, teve muita festa e música, tendo iniciado na noite do sábado (9) e se encerrou às 10h do domingo (10).

Arlindinho tocou cavaquinho e cantou inúmeros sucessos de seu pai para os que estavam na Zona Oeste do Rio de Janeiro, como “O Show Tem Que Continuar”. O filho do sambista comentou que a despedida foi como Arlindo gostaria, e que ele sempre estará vivo através de seu legado e de sua obra.

Arlindo Cruz

O samista iniciou sua carreira em 1981, tendo lançado 23 álbuns em mais de três décadas de carreira solo, como integrante do grupo Fundo de Quintal, e com o sambista Sombrinha.

Arlindo foi convidado a participar do Fundo de Quintal após a saída de Jorge Aragão, onde permaneceu por doze anos, até decidir seguir carreira solo em 1993. Seu álbum solo ao vivo “Batuques do Meu Lugar”, foi inclusive indicado à categoria de Melhor Álbum de Samba do Prêmio Contigo! MPB FM de Música 2013.

Um dos maiores sambistas brasileiros, Arlindo esteve presente no cenário musical desde 1981, tendo participado em disputas de samba-enredo pelas escolas Acadêmicos do Grande Rio, Império Serrano, Leão de Nova Iguaçu e Unidos de Vila Isabel.

Império Serrano realiza velório de Arlindo Cruz com homenagem pública

Sambista Arlindo Cruz, um dos grandes nomes da música brasileira, será velado neste sábado (9), a partir das 18h, na quadra da escola de samba Império Serrano, em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. A cerimônia será aberta ao público, permitindo que fãs, amigos e admiradores se despeçam de perto do artista que marcou gerações com sua voz e suas composições.

A celebração seguirá a tradição do gurufim, desejo do próprio Arlindo, um costume que transforma o velório em um momento de música, bebida e confraternização, buscando aliviar a dor e garantir a boa viagem da alma.

Embora fortemente preservado no universo do samba, o gurufim tem origem mais ampla, ligada a práticas culturais que celebram a vida mesmo diante da morte, uma forma simbólica de manter viva a alegria, mesmo na despedida.

O local escolhido para a homenagem não é por acaso. Arlindo tinha uma relação profunda com o Império Serrano, escola de coração que fez parte de sua história no samba e onde recebeu homenagens marcantes ao longo da carreira.

Após o velório, que seguirá até a manhã de domingo, o corpo de Arlindo Cruz será levado para o sepultamento no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Será o último adeus a um ícone cuja obra e legado seguem vivos no coração do samba e na memória cultural do país.

Homenagem no palco que fez parte da sua história

A quadra do Império Serrano, onde Arlindo Cruz viveu momentos marcantes de sua trajetória, será o cenário de despedida para o sambista. O espaço, que tantas vezes recebeu sua voz e sua inspiração, abrirá as portas para uma cerimônia carregada de emoção, unindo familiares, amigos, admiradores e integrantes da escola.


Arlindo Cruz cantando em desfile da escola de samba (Vídeo: reprodução/Instagram/@imperioserrado)


A ligação de Arlindo com o Império Serrano começou em 1989, quando compôs o samba “Jorge Amado, axé Brasil”, homenagem ao escritor baiano que marcou a avenida. O ponto alto dessa parceria veio em 1996, com “Verás que um filho teu não foge à luta”, tributo ao sociólogo Betinho, considerado um dos melhores desfiles da história da escola, mesmo com a sexta colocação.

Ao longo de mais de duas décadas, o compositor assinou pelo menos dez sambas-enredo para o Império Serrano, celebrando personalidades como Dona Ivone Lara e exaltando a cultura brasileira. Sua contribuição vai muito além do Carnaval, deixando um legado eterno no samba e na música popular brasileira.


Despedida a Arlindo Cruz realizada pela Império Serrano (Foto: reprodução/Instagram/@imperioserrano)


Despedida após longa luta pela saúde

Arlindo Cruz estava internado no Hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio, e faleceu após enfrentar uma falência múltipla dos órgãos.

A trajetória de dificuldades na saúde começou em março de 2017, quando o sambista sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em casa.

Ele passou quase um ano e meio internado, em um longo processo de recuperação, e desde então conviveu com as sequelas, enfrentando diversas internações ao longo dos anos.

‘O sambista perfeito’

Carioca do subúrbio, Arlindo construiu uma carreira sólida como cantor, compositor e instrumentista, tornando-se um dos nomes mais respeitados do samba.

Admiradores e amigos o apelidaram de “o sambista perfeito”, referência a uma de suas composições em parceria com Nei Lopes, título que, neste ano, também batizou uma biografia dedicada à sua trajetória.


Arlindo Cruz cantando no Prêmio da Música Brasileira de 2010 (Foto: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)


Compositor de grandes sucessos e parceiro de ícones do gênero, ajudou a escrever capítulos importantes da música brasileira, sempre com letras que falavam de amor, fé e da vida nas comunidades.

Sua partida deixa um vazio imenso, mas também um legado que seguirá vivo nas rodas de samba, nos carnavais e nas memórias de quem cantou suas canções. Arlindo Cruz não foi apenas um artista, foi um contador de histórias, um amigo do povo e um símbolo de resistência cultural.

Escolas de samba prestam homenagens a Arlindo Cruz

Arlindo Domingos da Cruz Filho, mais conhecido como Arlindo Cruz, morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. Cantor, compositor e sambista, Arlindo deixou um grande legado para a música brasileira, consolidando-se como um dos maiores nomes do samba. Logo após a notícia de seu falecimento, diversas Escolas de Samba prestaram homenagens ao artista.

Entre elas, destacou-se a Império Serrano, escola com a qual o cantor tinha forte ligação. Arlindo nasceu e cresceu em Madureira, bairro do Rio de Janeiro onde a Império Serrano está enraizada. Foi ali que ele se destacou como compositor ainda jovem, iniciando uma trajetória que marcaria para sempre a história do samba.

Homenagem da Império Serrano a Arlindo Cruz

Com uma trajetória profundamente ligada à Serrinha, berço do Império Serrano, Arlindo Cruz sempre foi mais do que um sambista para a agremiação. Após a notícia de sua morte, a escola usou suas redes sociais para prestar uma homenagem ao compositor, relembrando sua importância para o samba e para a comunidade. Em publicação no Instagram, o Império Serrano prestou sua homnagem.

A Império Serrano lamentou profundamente a morte de Arlindo Cruz, aos 66 anos, destacando sua importância como um dos maiores nomes do samba e figura marcante da escola. Mesmo após sofrer um AVC em 2017, sua força, talento e devoção ao samba continuaram a inspirar milhões. Autor de sambas memoráveis e dono de uma trajetória premiada, Arlindo foi homenageado em 2023 no desfile “Lugares de Arlindo”, que celebrou sua vida e obra. A escola expressou solidariedade à família e ressaltou que “seu legado e sua música permanecerão vivos para sempre”.


Império Serrano homenageia Arlindo Cruz — Foto: Reprodução/Instagram/@imperioserrano

Demais Escolas de Samba homenageiam também Arlindo Cruz

Diversas escolas de samba publicaram homenagens em suas redes sociais após a notícia da morte de Arlindo Cruz. Reconhecido como uma das maiores estrelas do gênero, o cantor foi fundamental para elevar o samba ao patamar mais alto da música brasileira.

Unidos da Tijuca

Com origem em 1931, a Unidos da Tijuca é uma das mais antigas escolas de samba do Rio de Janeiro. Famosa por seus desfiles de alto impacto visual e uso criativo de tecnologia, conquistou quatro títulos no Grupo Especial e consolidou a reputação de agremiação ousada e inovadora no carnaval carioca.


Unidos da Tijuca homenageia Arlindo Cruz — Foto: reprodução/Instagram/@gresutijuca

A Unidos da Tijuca prestou homenagem ao músico, cantor e compositor Arlindo Cruz, reconhecendo-o como um dos maiores nomes do samba brasileiro e figura marcante do carnaval carioca. Admirado e querido em todo o país, o artista foi lembrado pela importância de sua trajetória e legado na cultura nacional.

Grande Rio

Arlindo Cruz deixou sua marca na Acadêmicos do Grande Rio ao vencer a disputa de sambas-enredo em dois momentos marcantes. Em 2008, estreou na escola com “Do verde de Coarí, vem meu gás, Sapucaí!”, e, dois anos depois, repetiu o feito com “Das arquibancadas ao camarote número 1, uma Grande Rio de emoção, na Apoteose do seu coração”, reforçando sua relevância no Carnaval carioca.


https://inmagazine.ig.com.br/wp-content/uploads/2025/08/Homenagem-Grande-Rio-Arlindo-Cruz.mp4
Grande Rio homenageia Arlindo Cruz — Vídeo: reprodução/Instagram/@granderio

A Grande Rio prestou tributo a Arlindo Cruz, destacando sua importância para a escola, para o samba e para a cultura brasileira. Em mensagem emocionada, a agremiação ressaltou que o artista será eterno na memória e no coração de todos.

O corpo de Arlindo Cruz será velado neste sábado, na quadra do Império Serrano, em cerimônia aberta ao público. Ícone do samba e referência do carnaval carioca, o músico estava internado desde abril e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Desde 2017, convivia com sequelas de um AVC, mas seguiu sendo inspiração para gerações de sambistas e admiradores de sua obra.

Zeca Pagodinho se despede de Arlindo Cruz: “Perdi um irmão”

O cantor Zeca Pagodinho prestou uma homenagem emocionada ao amigo e parceiro musical Arlindo Cruz, que morreu nesta quinta-feira (8) no Rio de Janeiro. A amizade entre os dois, marcada por décadas de samba, palcos compartilhados e a paixão pela Portela, deixa um legado inesquecível para a música brasileira.

Arlindo e Zeca se conheceram nos anos 1980, frequentando rodas de samba tradicionais do Rio de Janeiro, a afinidade era tão grande que se tratavam como irmãos. Mesmo após o AVC de Arlindo em 2017, Zeca manteve a presença na vida do amigo, participando de homenagens e incentivando projetos para valorizar a obra do companheiro, marcando a amizade pela lealdade e afeto genuínos.

A despedida

Em entrevistas, Zeca Pagodinho falou com pesar sobre a perda de Arlindo Cruz. “O samba chora hoje. Eu perdi um irmão de vida, de palco e de história. Arlindo foi um gênio a nossa música, um cara que carregava no peito o amor pelo samba e pela Portela. A gente dividiu rodas de samba, muito risos e também momentos difíceis,e eu só tenho a agradecer por ter tido essa amizade que vai ficar para sempre no meu coração”.

Ele relembrou ainda momentos de convivência, ressaltando a humildade e generosidade do amigo: ” Arlindo nunca deixou o sucesso subir à cabeça. Ele era daquele tipo de pessoa que sempre dava espaço para os outros brilharem, que acreditava no coletivo no samba. Vai deixar uma saudade enorme, mas sua obra é eterna.”


Despedida de Zeca Pagodinho para Arlindo Cruz (Vídeo: reprodução/YouTube/CNNPOP)

Histórias, sucessos e amizade

Ao longo de suas carreiras, Zeca e Arlindo se cruzaram em inúmeros momentos. Clássicos como “Meu Lugar”, “Bagaço da Laranja” e “Malandro” foram interpretados juntos em shows e rodas de samba. Arlindo participou do projeto “O Quintal do Pagodinho” e também teve composições gravadas por Zeca.

Porteleiro declarado, Arlindo compôs sambas-enredo vitoriosos para a escola e nunca escondeu o orgulho pela agremiação. Zeca, mesmo ligado a outras escolas, respeitava e admirava essa ligação, chegando a cantar ao lado do amigo em eventos especiais da Portela. Para o público, cada reencontro dos dois no palco era uma verdadeira celebração ao samba e da amizade que os unia.

Família de Arlindo Cruz destaca amor e fé em despedida do sambista

Com o coração apertado, a família de Arlindo Cruz anunciou, através das redes sociais, seu falecimento nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, destacando não apenas sua carreira brilhante no samba, mas também a força, o afeto e o cuidado que marcaram o convívio íntimo durante os últimos anos de sua vida.

O apoio incondicional da família

Desde o derrame cerebral hemorrágico em março de 2017, que interrompeu sua trajetória artística e deixou sequelas severas, a família permaneceu incansável ao lado de Arlindo Cruz. Foram 14 cirurgias — cinco delas na cabeça — diversas hospitalizações e incontáveis momentos de recuperação acompanhados de perto por seus entes mais queridos.

Em 2018, ele recebeu alta e voltou para casa, onde o carinho e a dedicação da família foram essenciais para sua recuperação. Os familiares estiveram ao seu lado em cada etapa, desde a primeira internação até seu falecimento, vítima de pneumonia no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (8).


Família Cruz homenageia o sambista nas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@arlindocruzobem)

Breve biografia e legado artístico

Natural do Rio de Janeiro, Arlindo Domingos de Cruz Filho nasceu em 1958 e destacou-se inicialmente como compositor. Suas músicas — como “Bagaço de Laranja”, “Casal Sem Vergonha”, “Dor de Amor” e “Quando eu te vi Chorando” (gravadas por Zeca Pagodinho), “Jiló com Pimenta”, “Partido Alto Mora no meu Coração” e “A Sete Chaves” (Beth Carvalho), além de “Pra ser Minha Musa” e “Onde Está” (Reinaldo) — marcaram gerações.

Ele ganhou ainda mais visibilidade como cantor ao integrar o grupo Fundo de Quintal, do qual fez parte até 1993, e depois seguiu carreira solo. Em 2023, com as sequelas do AVC, foi homenageado pela escola de samba Império Serrano, desfilando em carro aberto sentado em um trono ornamentado — símbolo de reconhecimento e amor do povo pelo artista.

Legado de fé, alegria e música

Arlindo Cruz construiu um legado inestimável: um artista que foi poeta, músico, pagodeiro, flamenguista, marido, pai e exemplo de humildade. Sua família, sempre ao seu lado, representa esse compromisso permanente com o amor e a dignidade humana. Sua voz, suas composições e seu sorriso viverão eternamente nos corações de milhões.

Mais do que lamentar a partida de Arlindo Cruz, celebramos a jornada de um homem que enfrentou adversidades com coragem, sempre com a família como esteio. Seu legado musical e humano fica para as futuras gerações, inspirando-nos a seguir com fé, generosidade e paixão pela arte.

Clubes do futebol brasileiro prestam homenagem a Arlindo Cruz

O cantor Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba e torcedor declarado do Flamengo, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Hospital Barra D’or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O artista estava internado e não resistiu às complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico sofrido em março de 2017. Desde então, convivia com sequelas que exigiam cuidados médicos permanentes e, ao longo dos últimos oito anos, passou por diversas internações.

A notícia de sua morte comoveu não apenas o mundo da música, mas também o futebol brasileiro. Clubes de diferentes regiões do país publicaram homenagens nas redes sociais, reconhecendo a importância de Arlindo para a cultura nacional e relembrando sua paixão pelo Flamengo.

Homenagens de gigantes do futebol

Assim que o falecimento foi confirmado, o Flamengo publicou uma mensagem nas redes sociais lamentando a perda e destacando o orgulho que Arlindo tinha de ser rubro-negro. O clube afirmou que o artista “cantou o Brasil com sua arte e fez da vida uma grande roda de samba”.


Arlindo Cruz recebeu homenagem de seu time do coração (Foto: reprodução/X/@Flamengo)

Outras equipes também se manifestaram. O Vasco da Gama, tradicional rival do Flamengo, prestou solidariedade aos familiares e amigos, ressaltando que o samba perde um dos seus maiores representantes. O Fluminense e o Botafogo enviaram mensagens semelhantes, unindo-se em um momento de luto que transcende rivalidades esportivas.


O tricolor carioca também deixou uma homenagem ao sambista (Foto: reprodução/X/@Fluminense)

Enquanto isso, times de outras partes do país, como Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Internacional e Bahia, também dedicaram postagens ao cantor. Em comum, todas as homenagens destacaram o legado musical de Arlindo e sua contribuição para a valorização da cultura popular brasileira. Desse modo, o impacto do artista ultrapassou o universo da música e alcançou estádios de todo o país.


Alvinegro paulista publicou sua homenagem também (Foto: reprodução/X/@Corinthians)

Da infância ao reconhecimento nacional

Nascido em 14 de setembro de 1958, na cidade do Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu em um ambiente cercado de música. Ainda criança, recebeu seu primeiro cavaquinho, presente que marcaria o início de sua trajetória artística. Além do cavaquinho, dedicou-se ao banjo e ao estudo de teoria musical e violão clássico na escola Flor do Méier. Foi nesse período que começou a se apresentar profissionalmente em rodas de samba.

A influência do sambista Candeia foi determinante no início de sua carreira. Considerado seu “padrinho musical”, Candeia abriu portas para as primeiras gravações de Arlindo, incluindo o LP Roda de Samba, que mais tarde seria relançado em CD. Na década de 1980, a roda de samba do Cacique de Ramos tornou-se um ponto de virada. Nesse espaço, Arlindo tocou ao lado de nomes consagrados como Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto. Ali, firmou parcerias importantes, especialmente com Zeca Pagodinho e Sombrinha, que também despontavam como novos talentos.

Com o tempo, suas composições ganharam espaço na voz de grandes intérpretes. Beth Carvalho gravou “Grande Erro”, enquanto Alcione interpretou “Novo Amor”. Sua primeira música gravada foi “Lição de Malandragem”. Assim, Arlindo consolidou-se como compositor respeitado no cenário do samba.

Fundo de Quintal e carreira solo

Arlindo ganhou projeção como intérprete ao substituir Jorge Aragão no grupo Fundo de Quintal. Durante os 12 anos em que esteve na formação, contribuiu para uma fase de grande sucesso, com músicas como “Seja Sambista Também”, “Só Pra Contrariar”, “Castelo Cera”, “O Mapa da Mina” e “Primeira Dama”.

No entanto, em 1993, decidiu seguir carreira solo. A partir de então, continuou a colecionar sucessos e a firmar parcerias com importantes nomes da música brasileira. Ao longo das décadas seguintes, lançou álbuns, participou de projetos especiais e manteve presença constante nos palcos e nas rodas de samba. Portanto, sua obra, marcada por letras que retratam o cotidiano e a poesia da vida popular, tornou-se referência para novas gerações de músicos e admiradores do gênero.

Legado cultural e despedida

O falecimento de Arlindo Cruz representa uma perda para o samba e para a música brasileira. Mais do que um intérprete e compositor talentoso, ele era símbolo de resistência cultural e de valorização das raízes do gênero. Sua ligação com o futebol, especialmente com o Flamengo, também reforça o quanto fazia parte da identidade popular do país.

Em nota, a família agradeceu pelas mensagens de carinho e pelo apoio recebido ao longo dos anos em que o artista enfrentou problemas de saúde. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e sepultamento. Assim, com um repertório que ultrapassa gerações, Arlindo deixa como herança um legado de alegria, ritmo e poesia que seguirá vivo nas rodas de samba, nos estádios e nas lembranças de milhões de brasileiros.

Morre cantor e multi-instrumentista Arlindo Cruz

Arlindo cruz, faleceu nesta sexta-feira (08), aos 66 anos no Rio de Janeiro, ele era considerado um dos maiores ícones do samba, o cantor, compositor e multi-instrumentista, acumulava fãs por todo o país, entre seus maiores sucessos estava “O show tem que continuar”, “Meu lugar” e “Camarão que dorme a onda leva”.

Vida pessoal 

Nascido no Rio de Janeiro, dia 14 de setembro de 1958, Arlindo Domingos da Cruz Filho teve contato com a música desde cedo. Aos 7 anos, ganhou o primeiro cavaquinho, aos 12 já tocava músicas “de ouvido” e aprendeu violão ao lado do irmão Acyr Marques.

Ele estudou teoria musical e violão clássico ainda jovem, na escola Flor do Méier, foi então que começou a atuar como músico profissional em rodas de samba. Já aos 15 anos, foi para a escola preparatória de Cadetes do Ar em Barbacena–MG. 

Aos 34 anos, em 1992, se casou com Barbara (Babi) Cruz, juntos tiveram 2 filhos, o também cantor Arlindinho e Flora Cruz. Os dois ficaram casados por mais de 30 anos e se mostravam bastante unidos, tanto na música, já que Babi atuava como sua empresária, quanto em causas sociais ligadas à cultura.

Em 2017, o artista sofreu um AVC hemorrágico e ficou quase um ano e meio internado. Ele lidava com sequelas do acidente e desde então não se apresentava mais. O artista ainda sofria de uma doença autoimune, era traqueostomizado e era alimentado através de uma sonda.



Arlindo Cruz performando em São Paulo nas comemorações para a copa do mundo da FIFA no Brasil em 2014 (Foto: reprodução/YASUYOSHI CHIBA/ Getty Imagens Embed)

Carreira

Quando voltou ao Rio de Janeiro, após a escola de Cadetes, Arlindo passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos, onde conheceu duas novas revelações do samba nacional, Zeca Pagodinho e Sombrinha.

Pouco tempo depois, teve 12 músicas gravadas por outros artistas, como “Lição de Malandragem”, “Grande erro” e “Novo amor”. Depois de chamar atenção como compositor, ele teve sua chance de cantar no grupo Fundo de Quintal, após a saída do então vocalista Jorge Aragão. Ele permaneceu no grupo por 12 anos, até 1993. 

Cruz ainda atuou como sambista para sua escola de samba do coração, Império Serrano, em 1996. Teve sua primeira vitória com o enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”, em 1999, 2001,2003,2006 e 2007, também teve seus sambas escolhidos. Em 2023, ele foi o enredo da escola de samba e desfilou na avenida a bordo do carro alegórico “O show tem que continuar”.


Carro alegórico da Império Serrano em homenagem ao artista (Foto: Reprodução/Instagram @imperioserrano)


A confirmação do óbito veio por meio da esposa Babi cruz em uma publicação nas redes sociais, mais informações sobre o velório e enterro do sambista ainda não foram divulgadas

Babi Cruz desmente boatos e revela estado de saúde de Arlindo Cruz

Na tarde desta quarta-feira (23), Babi Cruz usou as redes sociais para falar diretamente com os seguidores e desmentir os rumores que circularam sobre a morte do marido, o cantor Arlindo Cruz. Emocionada, ela se mostrou extremamente irritada e incomodada com as informações falsas que surgiram online.

Ela afirmou que, se fosse verdade tudo o que já inventaram sobre a saúde de Arlindo, ele teria morrido inúmeras vezes. Babi apareceu muito indignada com quem espalha esse tipo de boato sem pensar nas consequências, chamando as especulações de desnecessárias e cruéis. O desabafo foi feito por meio de um vídeo publicado em seu perfil no Instagram.

Após internação, Arlindo está em casa com suporte médico

Arlindo Cruz havia sido internado em abril desse ano, em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para tratar um quadro de pneumonia. O cantor permaneceu cerca de 50 dias sob internado, sob observação médica, até receber alta no mês de junho. Desde então, está em casa, acompanhado por uma equipe especializada em atendimento domiciliar.


https://inmagazine.ig.com.br/wp-content/uploads/2025/07/Babi-Cruz-desmente-boatos-e-revela-estado-de-saude-de-Arlindo-Cruz.mp4
Babi Cruz esclareceu na tarde de hoje (23), os boatos sobre a morte de Arlindo Cruz (Vídeo: reprodução/Instagram/@babicruz10)

Na época, segundo Babi, foram feitas atualizações nos equipamentos utilizados no home care para garantir que o tratamento continuasse com segurança. Ela também comentou que a recuperação do marido seguia de forma estável.

Recuperação após AVC em 2017

Em 2017, Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico. O episódio ocorreu enquanto ele estava em casa e exigiu um longo período de internação e reabilitação. Ele ficou cerca de um ano e meio hospitalizado e, desde então, convive com limitações motoras e de comunicação.

A família divulgou um comunicado oficial no último dia 16, reforçando que Arlindo está em condição estável, acordado, sendo acompanhado de perto pelos profissionais de saúde e rodeado pelo carinho de seus familiares. O texto também destaca que ele segue em casa, recebendo toda a atenção necessária para seu bem-estar.

Arlindo Cruz permanece internado e quadro clínico do cantor permanece estável

Internado desde março deste ano, o cantor e compositor Arlindo Cruz, de 66 anos, vive um momento delicado em sua trajetória. Um dos maiores ícones do samba brasileiro, Arlindo enfrenta agora uma infecção causada por uma bactéria resistente, o que tem exigido atenção redobrada por parte da equipe médica e da família. Familiares e fãs seguem esperançosos pela recuperação do sambista.

Sambista permanece hospitalizado

O artista, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2017, convive desde então com limitações motoras e de comunicação. Nos últimos meses, porém, sua condição clínica apresentou sinais de regressão. Observações da rotina do sambista indicam uma crescente introspecção e perda de reações simples que antes eram celebradas como sinais de melhora, como segurar objetos ou reagir a estímulos do ambiente.

Desde o dia 25 de março, Arlindo está hospitalizado. Havia a expectativa de que ele pudesse retornar para casa com suporte de home care, mas a logística necessária para essa transição não foi concretizada a tempo. Durante esse intervalo, o estado de saúde apresentou uma leve piora, exigindo intervenções médicas mais intensas.

Apesar das dificuldades, o cantor permanece estável. Segundo informações divulgadas recentemente, seus sinais vitais estão preservados e o tratamento com antibióticos segue em curso para combater a bactéria resistente. A família se mantém ao lado do artista, oferecendo apoio constante e alimentando a esperança de uma recuperação gradual.


Arlindo Cruz cantado no Natal ao lado de Roberto Carlos (Vídeo: reprodução/Instagram/@arlindocruzobem)


Contribuição cultural

A trajetória de Arlindo Cruz é marcada por uma vasta contribuição à música popular brasileira. Ao longo das décadas, o sambista conquistou admiradores com sua voz inconfundível, composições emblemáticas e presença carismática. Sua luta atual pela vida mobiliza fãs, músicos e admiradores do gênero, que acompanham com solidariedade cada atualização sobre seu estado de saúde.

Mesmo diante de desafios severos, a resistência e o desejo de viver continuam sendo marcas da história de Arlindo. A força demonstrada por ele nos últimos anos inspira aqueles que o cercam e mantém viva a expectativa de que novos capítulos ainda possam ser escritos por esse nome fundamental da cultura brasileira.