Primeiras cédulas do real começam a ser retiradas de circulação

Após 30 anos da inauguração da era da moeda do real no Brasil, as primeiras cédulas lançadas em 1994 estão sendo recolhidas de circulação pelo Banco Central. O procedimento, apesar de histórico, acontece sem alarde, pois não há campanhas públicas nem orientações oficiais para que a população realize a substituição do dinheiro antigo. A determinação é direcionada apenas às instituições bancárias.

Mudança gradual

As primeiras cédulas continuam tendo valor legal; o consumidor pode utilizá-las normalmente em compras e outras transações diárias. O que muda é apenas a retirada progressiva dessas cédulas de linha, o que não significa a extinção do dinheiro físico ou mudanças relacionadas a políticas monetárias. Segundo o Banco Central, trata-se apenas de um processo natural do ciclo de vida do papel-moeda para garantir sua qualidade e a segurança de seu uso.


Moeda real do Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Priscila Zambotto)


As notas de 1994 já apresentam sinais claros de desgaste após anos de utilização. O dinheiro é reconhecido pela estética mais simples e pelos desenhos dos animais ainda em formato horizontal. Grande parte perdeu a nitidez com o tempo ou sofreu danos que dificultam o reconhecimento de seus elementos de segurança. Marcas, desbotamento ou outras rasuras também dificultam o reconhecimento automático dessas notas em algumas máquinas.

Nova família de cédulas

Além disso, as novas cédulas que começaram a circular em 2010 possuem elementos de identificação mais avançados, que ajudam a prevenir fraudes, como novos hologramas, recursos táteis, tintas especiais e diferenças de tamanho conforme o valor.

A tendência é que com o recolhimento das notas antigas, a circulação gradualmente se torne dominada pelo padrão mais recente das cédulas. A retirada das primeiras notas é um movimento que já era esperado por alguns especialistas e por parte da população, justamente pelo tempo de vida útil do papel-moeda. O processo não indica uma mudança abrupta, mas sim a continuidade de uma renovação que ocorre há alguns anos.

Para o povo brasileiro, nada muda no dia a dia. O real segue valendo da mesma forma, sem distinção entre cédulas antigas e novas; porém, a cada dia, a versão lançada em 2010 estará mais presente no cotidiano da população.

Brasil amplia regras e cria sistema para controlar operações de criptomoedas

A Receita Federal endureceu a regulação sobre criptomoedas com uma nova norma que obriga plataformas estrangeiras que atendem clientes brasileiros a reportarem informações ao Fisco, órgão responsável por fiscalizar assuntos acerca da legislação tributária.

A norma moderniza o envio de dados e amplia a fiscalização do Estado, cobrindo não apenas as exchanges nacionais, como anteriormente, mas também as internacionais que prestam serviço a brasileiros. Além disso, a iniciativa introduz o novo sistema DeCripto, que visa substituir o modelo atual a partir de 2026.

No dia 10 deste mês, o Banco Central anunciou a criação de um conjunto de regras responsáveis por regulamentar o mercado de ativos virtuais no Brasil. No mesmo, foram incluídas normas para autorização, prestação de serviços e atuação no mercado de câmbio. De acordo com o BC, as regras viabilizam a redução de golpes, fraudes e lavagem de dinheiro.

Novas regras

A instrução normativa nº 2.991 da Receita Federal foi publicada na última sexta-feira (14), atualizando as antigas regras para envio de informações acerca de operações com criptoativos – que estava em vigor desde 2019. Segundo a Receita, o novo pacote de normas não gera novos impostos, nem modifica a base atual de cálculo de tributos, tendo o único objetivo de modernizar os envios e aumentar o monitoramento do mercado.

A partir disso, o Brasil começará a usar o sistema Carf (Crypto-Asset Reporting Framework), para realizar a troca de informações de forma automática entre as entidades que são responsáveis pela regulação dos tributos.


Nova medida amplia fiscalização de investimentos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Chesnot)


Sistema DeCripto

Para implementar as novas exigências, a Receita criou o sistema DeCripto. Hospedado na e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), o novo sistema irá substituir o utilizado atualmente a partir de julho de 2026, com declaração sendo realizada mensalmente. A mudança também permitirá a integração com setores internacionais, pois o modelo Carf já é aplicado em outros 70 países.

Através do DeCripto tanto exchanges nacionais quanto pessoas físicas ou jurídicas que realizem operações sem a mediação de corretoras do país precisaram declarar os dados a cada mês. Anteriormente, o limite exigido pela Receita para que o usuário reportasse os dados era de R$ 30 mil, e com a implementação das novas regras, o valor aumenta para R$ 35 mil por mês.

Banco Central cria regras para criptomoedas e promete mais segurança ao investidor

Na ultima segunda-feira (10), foi anunciado pelo Banco Central, em Brasília, um conjunto de regras para regulamentar o mercado de criptomoedas no Brasil. O objetivo é proteger os investidores e coibir fraudes, golpes e lavagem de dinheiro. As novas normas entram em vigor em fevereiro de 2026 e vão atingir todas as empresas que oferecem serviços com moedas digitais no país.

A medida é considerada um marco para quem investe ou pretende investir em criptomoedas. Pela primeira vez, o setor passa a ter uma fiscalização direta do Banco Central, que exigirá mais transparência nas operações e responsabilidade das empresas que intermediam compras, vendas e transferências desses ativos digitais.

O que muda para quem investe em criptomoedas

Na prática, o novo regulamento deve trazer mais segurança para o público. As empresas que lidam com criptoativos, conhecidas como corretoras ou exchanges, precisarão de autorização do Banco Central para funcionar. Elas também terão que comprovar que possuem estrutura adequada para evitar fraudes e proteger os dados dos clientes.


Publicação do UOL (Vídeo: reprodução/Youtube/Uol)


Isso significa que o investidor terá mais clareza sobre onde está aplicando seu dinheiro. Até agora, o mercado era praticamente livre, o que facilitava golpes e operações ilegais. Com a supervisão direta do BC, será mais difícil para empresas fantasmas ou plataformas sem respaldo enganarem consumidores com promessas de lucros rápidos.

Outro ponto importante é que as transferências internacionais com criptomoedas passarão a ser tratadas como operações de câmbio. Na prática, quem enviar ou receber valores do exterior usando moedas digitais precisará seguir regras parecidas com as de bancos tradicionais, o que garante mais rastreabilidade e segurança.

Como a medida pode ajudar o consumidor

A regulamentação também deve tornar o mercado mais confiável. Com a nova lei, o Banco Central poderá exigir relatórios das empresas, definir padrões de governança e aplicar punições em caso de irregularidades. Isso ajuda a evitar perdas financeiras e dá mais confiança a quem deseja entrar no mundo das criptomoedas.

Para o consumidor, a principal vantagem é a transparência. Será possível saber quais empresas estão devidamente registradas e confiáveis. Além disso, a supervisão promete reduzir os casos de pirâmides financeiras e fraudes que marcaram o setor nos últimos anos. As regras também incentivam o crescimento do mercado de forma saudável, atraindo novos investidores e fortalecendo o uso das criptomoedas como meio de pagamento e investimento no país.

Banco Central barra avanço do Drex e põe o Real Digital em xeque

O Banco Central (BC) decidiu interromper o avanço do Drex, projeto que vinha sendo apresentado como a base do Real Digital. A decisão foi comunicada a representantes de bancos, fintechs e empresas de tecnologia durante uma reunião realizada nesta terça-feira (4). O BC informou que a infraestrutura baseada em blockchain será desativada e que o modelo técnico passará por revisão.

O Drex vinha sendo desenvolvido com o uso da Ethereum Virtual Machine (EVM) e do Hyperledger Besu, mas o formato foi considerado inseguro e de alto custo. Segundo fontes que participaram das fases piloto, a arquitetura não atendia aos padrões exigidos pelo BC. Agora, a instituição deve reavaliar o projeto a partir dos problemas de negócio antes de definir uma nova tecnologia.

Projeto em pausa

Criado há quatro anos, o Drex vinha sendo testado em etapas, com a colaboração de bancos, cooperativas e empresas de tecnologia. As duas primeiras fases reuniram nomes como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, BTG, Caixa, Microsoft, Google, Mastercard e Visa. Uma terceira etapa estava prevista antes da implantação, mas ainda não há nova data.


BC desligará a plataforma do Drex na próxima semana (Vídeo: reprodução/YouTube/BandNewsTV)


A paralisação oficializa sinais de que o projeto enfrentava impasses técnicos desde o fim da fase anterior. Especialistas avaliam que o movimento não significa o fim do Real Digital, e sim uma mudança de rota. O BC deve concentrar os próximos estudos no modelo de negócio e na interoperabilidade, em vez de priorizar a tecnologia.

Futuro incerto

O Drex havia sido apresentado como uma ferramenta capaz de modernizar o sistema financeiro e simplificar operações, como compras de imóveis, crédito rural e registros de cartório. Contudo, a partir de agora, o cronograma fica indefinido.

Com o desligamento da camada blockchain, o Banco Central sinaliza que a tecnologia será escolhida conforme as necessidades do mercado, e não como ponto de partida. A nova fase do projeto deve envolver diálogo mais amplo com o setor financeiro e foco em segurança, transparência e eficiência nas próximas etapas de desenvolvimento.

Banco Central argentino fecha parceria de US$ 20 bilhões com Tesouro Americano

Nesta segunda-feira (20), o Banco Central da Argentina anunciou a assinatura de um acordo de estabilização cambial com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. O valor da parceria está avaliado em US$ 20 bilhões. Entretanto, o movimento levanta a questão da dependência argentina em outros países.

De acordo com a nota oficial divulgada pelo BC argentino, a iniciativa tem como objetivo “contribuir para a estabilidade macroeconômica da Argentina, com ênfase especial na preservação da estabilidade de preços e na promoção de um crescimento econômico sustentável.”. A medida oferece um respiro momentâneo de alívio à economia argentina, através de operações bilaterais de moedas.

Acordo entre os países

A iniciativa entre a Argentina e os Estados Unidos consiste na realização de operações bilaterais de swap de moedas entre as duas partes. Um swap de moedas consiste na troca de determinada quantia em uma moeda por outras, entre dois países ou instituições financeiras, com a promessa desse valor ser revertido em uma operação futura. 

No acordo atual, por exemplo, o Banco Central da Argentina recebe dólares dos EUA, e em troca, a Argentina entrega pesos aos EUA ou se compromete em devolver o valor em dólares, após um período acordado entre os países. De acordo com o BC argentino, o acordo permitirá ampliar o conjunto de instrumentos de política monetária e cambial, o que permite que as reservas internacionais da Argentina sejam fortalecidas.

A divulgação da iniciativa movimentou de forma imediata os mercados, com o peso argentino sendo valorizado. Além disso, as ações argentinas que estavam sendo negociadas em Nova York e os títulos internacionais do país tiveram alta, simbolizando sinais de otimismo por parte dos investidores. Apesar do entusiasmos, analistas apontam que o resultado positivo do swap depende da capacidade do governo argentino em implementar reformas estruturais e garantir apoio político interno.


Donald Trump e Javier Milei juntos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Kevin Dietsch)

Caráter político

Contudo, no cenário político, o acordo figura como um teste de credibilidade para o governo de Javier Milei, que aposta no apoio externo dos EUA. Como relevado pela Forbes Brasil, o acordo entre os países sai da linha do gesto diplomático e se ressignifica como uma tentativa de estabilizar a economia argentina com apoio de Washington. Isso acende o debate sobre o real motivo e a dependência econômica da Argentina no apoio de outros países. 

A transição atraiu críticas por parte da senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts. Ela é autora da Lei de Não Resgate a Argentina – que tem como objetivo proibir que o governo Trump ajude os mercados financeiros e os investidores da Argentina. Em carta enviada ao secretário do Tesouro, Elizabeth julgou a iniciativa, afirmando estar preocupada com os planos de Trump de ajudar outro país em meio a paralisação de seu próprio. 

PIX apresenta falhas generalizadas na manhã desta segunda-feira

O sistema de pagamentos instantâneos PIX apresentou instabilidade na manhã desta segunda-feira (29), afetando clientes de diversos bancos, incluindo Bradesco, Itaú, Nubank, Santander e Mercado Pago. Usuários relataram dificuldades para transferências e pagamentos via aplicativo, com falhas que impediram a finalização de operações financeiras essenciais.

De acordo com dados do site DownDetector, que monitora interrupções em serviços online, os problemas começaram a ser registrados por volta das 10h40, atingindo o pico próximo às 11h, com milhares de notificações de erro. Nas redes sociais, clientes demonstraram frustração e preocupação, relatando que a situação prejudicou compras, pagamentos de contas e transações pessoais.

Banco Central e bancos atuam para resolver o problema no PIX

Segundo informações oficiais, a instabilidade não é exclusiva de nenhuma instituição financeira, mas sim ligada ao sistema do Banco Central, responsável por gerenciar a infraestrutura do PIX. O BC já identificou a falha e trabalha em conjunto com os bancos afetados para normalizar o serviço.


DownDetector registra pico de problemas reportados no PIX entre o final da manhã e o início da tarde nesta segunda (29) (Foto: reprodução/DownDetector)

Enquanto isso, algumas instituições orientaram seus clientes a utilizarem métodos alternativos, como TED, DOC ou pagamentos com cartões, até que a situação seja totalmente resolvida. Além disso, é recomendável que os usuários acompanhem os canais oficiais de comunicação dos bancos e do próprio Banco Central para atualizações em tempo real sobre a normalização do sistema.

Repercussão entre usuários e impacto no comércio

Nas redes sociais, o caso gerou grande repercussão, sendo um dos assuntos mais comentados da rede social X (antigo Twitter). Muitos usuários demonstraram surpresa e descontentamento, afirmando que dependem do PIX para transações do dia a dia e que a instabilidade afetou compromissos financeiros importantes. Alguns relatos mencionaram dificuldades inclusive em plataformas de comércio eletrônico que usam o PIX como meio de pagamento. “Estou tentando pagar no Mercado Pago, mas está dando erro. O problema está no Banco Central”, escreveu um deles no X. Especialistas recomendam cautela e paciência enquanto o serviço é restabelecido, garantindo que todos os pagamentos possam ser realizados com segurança e sem falhas.

Decisão do Copom mantém Selic a 15% e alerta para riscos de inflação

Em um cenário de incertezas globais e pressões inflacionárias persistentes, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Essa decisão, que já era amplamente esperada pelo mercado financeiro, consolida a Selic em seu patamar mais alto desde julho de 2006 e sinaliza um tom de cautela ainda mais reforçado por parte da autoridade monetária brasileira.

O comunicado emitido após a reunião destacou um ambiente internacional mais adverso, influenciado principalmente pelas políticas comercial e fiscal dos Estados Unidos, o que amplia a volatilidade nos mercados e exige vigilância.

Flexibilização na comunicação do Copom

A manutenção da Selic por um período prolongado se justifica pelo caráter contracionista da política monetária, buscando conter uma inflação que teima em se manter acima da meta. Embora o comunicado de setembro reforce a preocupação com a inflação, ele adota uma linguagem mais flexível em comparação à comunicação de julho, quando a “continuação da interrupção” do ciclo de alta foi mencionada.

A retirada dessa frase sugere que o Copom não descarta a possibilidade de novos movimentos futuros, seja de alta ou de baixa, dependendo da evolução do cenário econômico.


Mesmo com deflação de 0,11% em agosto, Copom decide manter taxa básica em 15% ao ano (Vídeo: reprodução/X/UOL)

Internamente, o Copom observa sinais de moderação na atividade econômica, mas ressalta que o mercado de trabalho continua aquecido. A inflação, por sua vez, segue resistente, com as expectativas para 2025 e 2026 ainda desancoradas.

O Comitê reconhece os riscos para a inflação em ambas as direções: para cima, com a resiliência dos preços de serviços e a possibilidade de um câmbio mais desvalorizado; e para baixo, com uma desaceleração econômica global mais acentuada e a queda dos preços das commodities.

Cenário internacional adverso reforça postura cautelosa do Copom

No âmbito externo, o comunicado enfatiza a preocupação com as tensões geopolíticas e, principalmente, com o comportamento da economia americana. A política do Federal Reserve, que horas antes havia anunciado um corte de 0,25 ponto percentual em sua taxa de juros, impacta as condições financeiras globais e requer uma atenção redobrada dos países emergentes. O comunicado ressalta que a conjuntura internacional mais adversa e as tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil contribuem para um cenário de maior incerteza.

A decisão do Copom e o teor de seu comunicado foram vistos pelo mercado como um sinal de que o Banco Central não fará concessões e que um afrouxamento monetário só deve ocorrer diante de uma melhora significativa do cenário. A avaliação de economistas é de que o balanço de riscos para a inflação segue elevado, e a cautela da autoridade monetária é a principal ferramenta para garantir a convergência da inflação à meta no médio prazo.

Oito pessoas são presas pela PF por suspeita de invadir sistema PIX

Nesta última sexta-feira (12), a Polícia Federal realizou uma operação para prender um grupo de hackers que tentavam invadir o sistema PIX da Caixa Econômica Federal. A PF prendeu oito pessoas, que estariam envolvidas com a quadrilha que desviou cerca de 1,5 bilhão de reais depois do ataque hacker às empresas Siqia e C&M, responsáveis por fazer a conexão entre os bancos e o sistema PIX.

A operação da Polícia Federal

A Polícia Federal começou a agir na quinta-feira (11), quando recebeu a notificação de que um notebook da Caixa Econômica Federal havia sido roubado. Dois suspeitos roubaram um equipamento de um funcionário que trabalha em uma agência do banco no Brás. A Polícia Federal resolveu usar a técnica de “ação controlada”, ou seja: postergar a intervenção policial para que mais provas sejam geradas pelos suspeitos. 


O Jornal O Globo fez um relatório a respeito das prisões (Vídeo: reprodução/Instagram/@jornaloglobo)


Por isso, a Polícia Federal conseguiu acompanhar os suspeitos e a localização do notebook. Além disso, a PF também conseguiu interceptar mensagens entre os alvos. Além de terem acesso ao notebook da Caixa Econômica Federal, os suspeitos também tinham acesso à rede privada do banco, por meio de uma chave de VPN (Virtual Private Network, ou Rede Privada Virtual em português).

O acesso ao VPN da Caixa Econômica Federal possibilitou aos hackers enfraquecer o sistema de segurança do banco, para um possível ataque cibernético. Os agentes da Polícia Federal conseguiram a localização dos alvos, que estavam em uma casa na Zona Leste. A prisão foi feita em flagrante. 

Ataque ao sistema PIX

No final de junho, o Banco Central identificou que a empresa C&M, que conecta bancos com o sistema PIX, havia sido invadida. A empresa sofreu um ataque hacker; o que levou clientes de bancos a ficarem sem acesso ao PIX, e 800 milhões de reais foram desviados. No começo de julho, um operador de TI foi preso, acusado de auxiliar a quadrilha a invadir o sistema PIX.

Dólar sob pressão: por que o trono da moeda americana segue firme

O domínio do dólar no comércio internacional dura quase oito décadas, desde que Bretton Woods e o Plano Marshall consolidaram a moeda como pilar da economia global, ambos os planos refletem a ascensão dos Estados Unidos como potência mundial. Mesmo com o avanço da pauta pela desdolarização, liderada por países como Brasil, China e Rússia, especialistas alertam: tirar a moeda americana do trono é tarefa para décadas e exige mais que vontade política.

O dólar como pilar do domínio do dólar global

O domínio do dólar foi consolidado após a Segunda Guerra Mundial, quando os EUA emergiram como a maior potência industrial e militar. No acordo de Bretton Woods, a moeda americana foi equiparada ao ouro e se tornou referência para transações internacionais.

Poucos anos depois, o Plano Marshall despejou bilhões de dólares na reconstrução da Europa Ocidental. O objetivo era evitar o avanço soviético e manter o continente alinhado a Washington. Assim, boa parte do mundo passou a girar em torno do dólar.

Rede financeira e infraestrutura que sustentam o domínio do dólar global

O sistema criado após a guerra combinou confiança, liquidez e infraestrutura financeira sob liderança americana. E, embora ciclos de contestação surjam, como no recente encontro do Brics, onde Brasil e Rússia defenderam negociações em moedas locais, a substituição do dólar exige mais do que alianças políticas. É preciso uma alternativa igualmente robusta, estável e amplamente aceita.

Desafios da desdolarização e fortalecimento do domínio do dólar global

No século XIX, a libra esterlina era a moeda do comércio global, reflexo da supremacia britânica. Mas a Segunda Guerra mudou o tabuleiro. Com a Europa enfraquecida, o domínio do dólar consolidou-se como instrumento econômico e geopolítico.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o dólar ainda responde por 58% das reservas internacionais dos bancos centrais. Esse número caiu em relação aos 70% do início dos anos 2000, mas continua muito à frente de qualquer rival. Além disso, mais de 70% das transações internacionais passam pela moeda americana, reforçando seu papel no sistema Swift.

O peso político da moeda americana nas relações internacionais

Na cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, Lula e Putin defenderam o uso de moedas locais nas transações internas do bloco. A proposta irritou Washington. O presidente americano, Donald Trump, reagiu com ameaças de tarifas e, pouco depois, anunciou a taxação de 50% sobre importações brasileiras. Analistas interpretaram o gesto como retaliação.

Mas, para economistas, trocar o dólar por outra moeda é um processo muito mais complexo. “A substituição de uma moeda dominante exige mais do que vontade política: é necessário um emissor que ofereça estabilidade macroeconômica, segurança jurídica, infraestrutura financeira comparável e, acima de tudo, confiança dos agentes privados”, afirma Luis G. Ferreira, vice-CEO da EFG Asset Management.

O exemplo europeu e o avanço do yuan chinês

O euro é um exemplo claro dessa dificuldade. Criado em 1999 para integrar a União Europeia e rivalizar com o dólar, ele responde hoje por apenas 20% das reservas mundiais.

A China, por sua vez, elevou sua participação nas transações internacionais para 20% e utiliza o yuan em negociações com mais de 120 países. Ainda assim, a falta de convertibilidade plena e o risco político limitam o avanço da moeda.


Análise: Brasil busca países do Brics (Reprodução/CNN)

A dependência brasileira do dólar

No Brasil, a ligação com o dólar é profunda. Embora o Banco Central mantenha 5% das reservas em yuan, cerca de US$ 350 bilhões permanecem atrelados à moeda americana.

“Todas as transações internacionais do país são em dólar, inclusive com nossos principais parceiros, à exceção da China”, lembra Mauro Rochlin, professor da FGV. “Qualquer mudança significativa levaria décadas”, conclui.

Futuro incerto, mas o trono do dólar permanece firme

Defensores da desdolarização olham para alternativas como ouro e moedas fortes: franco suíço, libra esterlina e yen japonês. Porém, nenhuma reúne todas as condições para destronar a moeda americana. Como resume Matheus Spiess, economista: “Diferentemente da libra esterlina, que foi gradualmente substituída, o dólar não tem um concorrente à altura no curto prazo.”

Novas regras de segurança do Pix entram em vigor

Os bancos e instituições financeiras já adotaram as novas regras de segurança para o uso das chaves Pix. A medida começou a valer desde 1º de julho. O objetivo é principalmente ampliar a segurança, evitar fraudes e garantir que as informações de pessoas físicas e jurídicas estejam em conformidade com a Receita Federal.

A nova exigência afeta cadastros com grafias incorretas, registros de pessoas falecidas ou CPFs e CNPJs que estejam com status irregular. Portanto, a mudança exige que os dados vinculados ao Pix, como CPF, CNPJ e e-mail, estejam regularizados junto à Receita Federal.

Do contrário, as chaves serão excluídas automaticamente, já que essa exclusão começa a valer imediatamente após a detecção de irregularidades.

Mudança e afetação

Desse modo, as instituições financeiras deverão acompanhar os dados quando houver movimentações como registros, alterações, portabilidades ou reivindicações de posse de uma chave Pix. 

Assim, os usuários não poderão mais alterar chaves vinculadas a e-mails, permanecendo o mesmo titular já cadastrado. Chaves Pix por número de celular continuam com a possibilidade de troca de titularidade, mas considerando a frequência na troca de linhas. Já as chaves aleatórias só poderão ser atualizadas mediante exclusão e novo cadastro. Já as chaves aleatórias precisarão ser excluídas para haver um novo cadastro.


Pagamento instantâneo com smartphone (Foto: reprodução/Brothers91/Getty Images Embed)


Devido às irregularidades, cerca de 8 milhões de CPFs sofrem com algum tipo de inconsistência. Similarmente, 1,6 milhão de CNPJs apresentam inatividade, suspensão ou encerramento. A verificação desses dados não considera débitos tributários, apenas inconsistências cadastrais.

BC reforça vigilância e aplica medidas adicionais

O Banco Central continua monitorando a aplicação das novas diretrizes e afirma que punirá as instituições que descumprirem as regras. No ano passado, a autoridade apresentou um novo pacote de segurança contra golpes no Pix. Com essas medidas, o Banco reforça o compromisso com a segurança, especialmente após a Polícia Civil de São Paulo deter um homem que facilitou um ataque hacker ao sistema Pix.

Além disso, o Pix Automático, que permite o pagamento de contas recorrentes, já está em operação. Com essa funcionalidade, o usuário pode agendar pagamentos com segurança e praticidade. O sistema mantém todas as operações protegidas pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED), que atua em casos de falhas ou fraudes.