PF reafirma que Adélio Bispo agiu sozinho em ataque a Jair Bolsonaro em 2018

Em conclusão que está presente em um relatório realizado pela Polícia Federal, a PF reafirmou que Adelio Bispo de Oliveira era o único envolvido no ataque contra Jair Bolsonaro em 2018, na época Bolsonaro ainda era somente candidato à presidência da república.

Porventura disso, a Polícia Federal se posicionou a favor do arquivamento do processo. Desde o ano do atentado, 2018, Adélio está internado em um presídio federal em Campo Grande.

A ligação do advogado de Adélio com o PCC

No desenvolvimento da investigação, a Polícia Federal identificou possível ligação de um advogado de Adelio com o PCC. Mas, no entanto, os agentes da PF não encontraram elementos os suficientes para ligar a organização ao atentado contra Jair Bolsonaro.

Para a PF, o advogado do Adélio assumiu a defesa para conseguir ganhar mídia em cima do processo. Inclusive nesta terça, o advogado foi alvo de uma operação da Polícia Federal em Minas Gerais por suspostamente estar lavando dinheiro do tráfico de drogas.

Na operação chamada, Operação Cafua, a PF cumpriu cerca de 4 mandados de busca e apreensão. Os agente federais também apreenderam estabelecimentos e bens de pessoas físicas que estão envolvidas na operação. Dentre os bens confiscados pela Policia Federal está um avião que está suspostamente ligado ao advogado de Adélio, todos os bens apreendido somam R$ 260 milhões.


Adélio Bispo sendo escoltado por agentes federais (Foto: Ricardo Moraes /Agência O Globo)

Teorias da conspiração relacionadas ao atendado contra Bolsonaro

Desde o acontecimento do atentado, em 2018, foi desencadeado inúmeras teorias sobre o caso. As teorias variam de ligação a organizações criminosas até rivais políticos e vários outros conluios para o atentado ser acobertado.

Após quase 6 anos do atentado, a Policia Federal já concluiu varias vezes que Adélio agiu totalmente sozinho, isso pode ser solucionado depois de terem investigado imagens do ataque, registros telefônicos e bancários de Adélio Bispo.

Logo nos primeiros dias depois do atentado, a defesa de Adélio se posicionou dizendo que o crime seria fruto de um problema psicológico.

PF pede extradição de envolvidos no 8 de janeiro que fugiram para Argentina

A Polícia Federal do Brasil enviou uma lista para o governo da Argentina, liderado por Javier Milei, contendo nomes de envolvidos nos atos antidemocráticos no dia 08 de janeiro de 2023. Essa pessoas estão sendo expostos para serem extraditados do país argentino. Nessa data, as sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil foram atacadas.

Lesa Pátria


Na última quinta-feira (06), iniciou-se a segunda fase da operação “Lesa Pátria”, responsável por cumprir 208 mandados de prisões, expedidos contra os indiciados. Até o final do dia, foram 49 presos. Mas 159 pessoas continuam foragidas.

A polícia agiu em conjunto em pelo menos 18 estados e no Distrito Federal para localizá-las.

“Vamos listar todos os condenados que possivelmente estejam na Argentina e encaminhar os pedidos de extradição, tudo em articulação com o Ministério de Relações Exteriores e Supremo Tribunal Federal”, afirmou Andrei Passos Rodrigues, diretor geral da PF em entrevista concedida ao G1.

Além de procurados na Argentina, os nomes serão incluídos na rede Anfast de capturas da Ameripol, a comunidade de polícias das Américas. Aproximadamente cerca de 65 pessoas fugiram para o território argentino, tornando-o a maior rota de fuga dos foragidos.

Motivos

Os motivos das extradições, segundo os investigadores, são: descumprimento de medidas cautelares, e uma forma de se esquivar da lei brasileira, deixando o país. Alguns dos crimes investigados pela PF nessa operação envolvem golpe de Estado, dano qualificado e associação criminosa. Todos os mandatos foram abertos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).


Javier Milei, presidente da Argentina (Foto: reprodução/Matias Baglietto/Europa Press via Getty Images Embed)

A reação de Javier Milei é esperada pelas autoridades brasileiras, já que o presidente é abertamente aliado ao governo Jair Bolsonaro, maior oposição à liderança de Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente Brasileiro. A grande questão será o caminho escolhido pelo país vizinho, se resolverá dar asilo político ou colaborar com as autoridades brasileiras. Vale lembrar que Milei tem críticas ao atual governo do Brasil, e que chegou a convidar Jair Bolsonaro para sua posse, antes mesmo de Lula.

Congresso mantém veto de Bolsonaro à lei que pune quem dissemina fake news

Nesta terça-feira (28), o Congresso Nacional manteve o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro que bloqueava as punições a quem disseminasse fake news durante as eleições. A lei previa multa e reclusão de um a cinco anos.


Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução: Poder360)

Três anos depois, nesta terça foram analisados os vetos, e 317 votaram para manter o veto de Bolsonaro e somente 139 para derrubá-lo.

A comunicação enganosa em massa era definida pelo texto: “promover ou financiar campanha ou iniciativa para disseminar fatos que se sabe inverídicos, e que sejam capazes de comprometer o processo eleitoral”.

Bolsonaro frente à lei

Na época em que rejeitou a lei, o ex-presidente alegou que o texto não havia deixado claro o que seria punido, o criador da falsa notícia ou quem a compartilhava, além de “afastar o eleitor do debate público”.

A legislação já pune a disseminação de fake news a fim de prejudicar um candidato. O crime existe atualmente na instância eleitoral da Justiça. A proposta vetada tipificaria um novo crime, o de comunicação enganosa em massa, na esfera penal.

A lei sobre as fake news

A lei eleitoral estipula uma multa de até R$ 30 mil para quem fizer propaganda enganosa na internet, atribuindo falsamente a autoria a um candidato ou partido. Além disso, define como crime a contratação de indivíduos para espalhar mensagens e comentários em plataformas e redes sociais com a intenção de ofender ou difamar a imagem de um candidato, com penalidades que incluem detenção de dois a quatro anos e multa de até R$ 50 mil.

Código Eleitoral: Prevê pena de detenção de dois meses a um ano ou multa para divulgação de fake news no período da campanha ou na propaganda eleitoral que prejudiquem partidos ou candidatos.

A Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíbe o uso de conteúdo manipulado para disseminar notícias falsas nas eleições municipais deste ano. Estabelece que o emprego de deep fake pode resultar na cassação do registro ou do mandato, por constituir abuso de poder político.

Bolsonaro enfrenta três inquéritos da Polícia Federal que devem ser concluídos até setembro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sob investigação em três inquéritos conduzidos pela Polícia Federal, que devem ser concluídos até setembro. Os casos envolvem a venda de joias, a fraude no cartão de vacinação e um suposto plano de golpe de Estado. As investigações serão finalizadas nessa ordem, conforme informou a instituição.

Caso das “joias sauditas”

A investigação das chamadas “joias sauditas” apura um suposto esquema de negociação de joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro por autoridades estrangeiras. As peças teriam sido ocultadas e vendidas no exterior.

Além de Bolsonaro, o caso envolve o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Mauro César Cid. Também estão sob investigação o antigo advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti.

Conforme reportado pela CNN, Mauro César Cid tentava vender as joias em Miami, enquanto Crivelatti era responsável por cuidar das joias. A Polícia Federal planeja concluir o inquérito em junho deste ano. Imagens colhidas nos Estados Unidos, onde as joias seriam legalizadas, foram incluídas no processo, e o último investigado foi adicionado ao inquérito há cerca de duas semanas.

Fraude no cartão de vacinação

A segunda investigação a ser concluída pela Polícia Federal envolve a falsificação das cadernetas de vacinação da Covid-19. Em março, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid foram indiciados por supostamente participarem de um esquema de fraude nos registros de vacinação. 

De acordo com a PF, uma organização criminosa inseriu dados falsos no sistema do Ministério da Saúde. O esquema, iniciado por Cid, incluía várias pessoas e visava beneficiar Bolsonaro com registros alterados de vacinação contra a Covid-19. Os investigadores agora querem determinar se a carteira de vacinação falsificada foi utilizada pelo ex-presidente durante viagens aos Estados Unidos no final de seu mandato. A conclusão dessa investigação está prevista para julho.

Tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal deve concluir até o fim de setembro a investigação sobre um suposto esquema de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula de seu governo.


O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores ao lado de sua esposa durante um comício em São Paulo em 25 de fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/NELSON ALMEIDA/ Getty Images Embed)


O inquérito apura a participação de ex-ministros e ex-chefes do Exército, que teriam planejado uma minuta de golpe para instaurar um estado de sítio no Brasil e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Depoimentos à Polícia Federal sugerem que Bolsonaro esteve presente em reuniões com antigos comandantes das Forças Armadas, onde o plano teria sido discutido.

O que diz a defesa do Bolsonaro 

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro sustenta que ele não cometeu nenhuma ilegalidade quanto aos presentes recebidos durante seu mandato. Sobre a fraude no cartão de vacinação, a defesa afirma que o ex-presidente nunca ordenou nem soube que seus assessores estavam falsificando certificados vacinais. Além disso, os advogados de Bolsonaro negam qualquer envolvimento dele em um suposto plano de golpe de Estado.

Dias Toffoli descarta recurso de Bolsonaro contra multa feita pelo TSE

Nesta quinta-feira (16), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para suspender uma multa de 15 mil reais por propaganda irregular feita em 2022. A multa foi aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Multa

Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi multado pelo TSE por impulsionamento irregular de propaganda contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral do referido ano. Bolsonaro foi condenado devido a um vídeo no YouTube com conteúdo negativo ao então adversário.


Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva durante os debates para a eleição a presidente em 2022 (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


No conteúdo divulgado, o vídeo possuia como legenda “Voltar com o ex? Nunca mais! Eleições 2022”, e atribuia os termos “mau caráter”, “dissimulado” e a expressão “que te roubou” à Lula. Um diálogo entre duas mulheres se destacava com imagens de capas de revistas com fotos negativas de Lula e manchetes que possuem relação com os processos judiciais em que o atual presidente esteve envolvido.

Para o TSE, o vídeo era extremamente crítico a Lula e que tem relação com propaganda eleitoral negativa, proibida por lei. E para Toffoli, esse caso não envolve questões constitucionais, que são da competência do Supremo, então não devem ser analisadas na Corte.

A prática ilícita foi examinada sob a ótica do microssistema de tutela da propaganda eleitoral, incorporado na Resolução n. 23.610/2019 e na Lei n. 9.504/1997, ou seja, as condutas foram examinadas à luz de normas infraconstitucionais, de modo que eventual ofensa à Constituição Federal, ainda que existente seria indireta ou reflexa, o que inviabiliza o trânsito do apelo nobre

Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

Além disso, para o ministro do STF, a defesa de Jair Bolsonaro não apresentou elementos capazes de refutar os fundamentos adotados pelo TSE para rejeitar o recurso. O magistrado disse ainda que a lei pode impor limites para a propaganda eleitoral, mas sem que haja uma ofensa às liberdades de expressão, imprensa ou de informação.

Salvo-conduto

Também nesta quinta-feira (16), o Supremo Tribunal Federal formou maioria para negar pedido de salvo-conduto para que Jair Bolsonaro não seja preso por tentativa de golpe. O pedido foi feito pelo advogado Djalma Lacerda por iniciativa própria para que a investigação contra o ex-presidente não fosse para frente.

O relator do caso, Nunes Marques, já havia negado o pedido no final de março quando avaliou que não havia ilegalidade que justificasse um habeas corpus na investigação contra Bolsonaro. Porém, o advogado recorreu, alegando que Bolsonaro poderia ser preso a qualquer momento.

Bolsonaro recebe alta após internação em Manaus

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro recebeu alta após ser internado em um hospital de Manaus neste sábado (4). A equipe médica diagnosticou desidratação e complicações decorrentes da erisipela, uma infecção cutânea causada por bactérias, mais comumente encontrada nos membros inferiores.

Bolsonaro, que estava na capital amazonense para participar de eventos da pré-candidatura do deputado federal Alberto Neto à prefeitura, começou a sentir-se mal na sexta-feira (3), antes mesmo de sua participação nos compromissos políticos.

Segundo informações médicas, Bolsonaro foi atendido e liberado para seguir sua agenda após o tratamento. Ele então participou de um evento do PL Mulher, conduzido por sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.


Bolsonaro em carreata para endossar a candidatura de Alberto Neto como prefeito de Manaus (Foto: reprodução/Instagram/capitaoalbertoneto)

Evento

O lançamento da pré-candidatura de Alberto Neto à Prefeitura de Manaus, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Arena Poliesportiva Amadeu Teixeira, na sexta-feira, foi marcado por uma ausência que frustrou correligionários.

O público previsto de 10,2 mil pessoas não compareceu, e a carreata do aeroporto contou com cerca de 20 carros e 20 motocicletas, em vez dos mais de 500 veículos esperados. O evento, que buscava fortalecer a candidatura de Alberto Neto, acabou sendo prejudicado pela baixa adesão do público.

Discurso de Michele Bolsonaro

No discurso da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ela relembrou sua vida antes do Palácio do Planalto, revelando que costumava levar suas filhas para o lixão onde trabalhava no Rio de Janeiro.

Michelle destacou a humildade de suas experiências e fez uma referência indireta à atual primeira-dama, Janja Lula da Silva, sugerindo que algumas pessoas nascem destinadas ao trabalho árduo, enquanto outras apenas se beneficiam do poder público.

Ela também criticou o ex-presidente Lula da Silva, chamando-o de “pai da mentira personificado na terra”, além acusá-lo de tentar escravizar o povo.

Erisipela

A erisipela é uma infecção cutânea causada por bactérias, geralmente estreptococos do grupo A. Ela se manifesta como uma área avermelhada, quente, inchada e dolorosa, acompanhada de sintomas como febre, calafrios, fadiga e possivelmente bolhas com pus. Embora mais comum nas pernas, pode afetar outras partes do corpo.

O tratamento para a erisipela geralmente inclui o uso de antibióticos, repouso, elevação da área afetada e compressas frias para aliviar a dor e o inchaço. Em casos mais graves, pode ser necessária a hospitalização para administrar antibióticos intravenosos.

Bolsonaro admitiu que sua equipe médica havia recomendado repouso e tratamento antes mesmo de sua viagem a Manaus, mas optou por seguir com seus compromissos políticos.

STF mantém multa de R$ 70 mil ao Bolsonaro por impulsionar vídeo contra Lula

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para anular uma multa de R$ 70 mil imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que alegou irregularidades no impulsionamento de um vídeo com críticas ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral de 2022. O ministro Flávio Dino, relator do caso, fundamentou sua decisão destacando que o STF não pode revisar as provas apresentadas na decisão do TSE.

Irregularidades no impulsionamento

Durante a campanha eleitoral de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impôs uma multa de R$ 70 mil a Jair Bolsonaro por ter impulsionado um vídeo com ataques a Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato. Segundo a Justiça Eleitoral, a ação configurou irregularidade, pois apenas publicações que promovam uma candidatura são permitidas, não críticas.


Adicionalmente, o TSE destacou a ausência de identificação clara da campanha do ex-presidente, que concorria à reeleição, justificando a aplicação da multa, cujo valor foi o dobro do montante gasto no impulsionamento (R$ 35 mil).


Saiba mais sobre o recurso de Bolsonaro (Vídeo:reprodução/YouTube/Uol)


Decisão do STF e análise do relator

A decisão da Primeira Turma do STF, confirmada pelo relator Flávio Dino, foi baseada no entendimento de que a Corte não possui competência para revisar as provas apresentadas no processo do TSE. Dino ressaltou que, para considerar a alegação da defesa de Bolsonaro sobre a “desproporcionalidade” da punição, seria necessário reavaliar o conjunto probatório dos autos, o que não é competência do STF nesse contexto.

Segundo o ministro Flávio Dino, “para concluir de forma diversa, no sentido de que não ocorreram a publicidade negativa e as demais irregularidades, bem como avaliar a proporcionalidade, ou não, entre as condutas censuradas e a sanção aplicada seria necessário revisitar o caderno probatório dos autos”.

Além do relator, os ministros Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia e Luiz Fux acompanharam a decisão de manter a multa. Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Lula, se declarou impedido de analisar o recurso da defesa de Bolsonaro.

STF nega devolução de passaporte a Jair Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou a devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro. O passaporte havia sido apreendido em fevereiro pela Polícia Federal durante uma investigação sobre o envolvimento do ex-presidente em um possível golpe para se manter no poder.

A decisão não chega a ser surpreendente, uma vez que um entendimento da Procuradoria-Geral já havia avaliado que uma eventual viagem de Bolsonaro ao exterior poderia representar um “perigo para o desenvolvimento das investigações criminais”.

Essa não e primeira tentativa da defesa de Bolsonaro

A defesa de Bolsonaro já havia tentado a devolução do passaporte na última semana. No entanto, usou como justificativa uma viagem do ex-presidente a Israel entre os dias 12 e 18, argumentando que ele havia recebido um convite do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.


Bolsonaro teve solicitação para devolução do passaporte negada  (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


No entanto, o pedido foi negado na última quinta-feira, não sendo o primeiro enviado pelos advogados. Cerca de um mês atrás, eles já haviam feito outra solicitação, que foi igualmente negada.

Moraes argumentou que as medidas tomadas em fevereiro, quando o passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal durante a investigação de uma possível tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder, ainda permanecem “necessárias e adequadas”, devido à investigação ainda estar em andamento.

“As diligências estão em curso, razão pela qual é absolutamente prematuro remover a restrição imposta ao investigado, conforme, anteriormente, por mim decidido em situações absolutamente análogas”

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

Paulo Gonet fez declaração

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez uma declaração sobre a decisão de Moraes, afirmando que “não se tem notícia de evento que torne superável a decisão que determinou a retenção do passaporte” de Bolsonaro. Ele também argumentou que a medida se prende justamente em prevenir a saída do país diante do perigo para os possíveis desenvolvimentos da investigação.

“A medida em questão se prende justamente a prevenir que o sujeito à providência saia do país, ante o perigo para o desenvolvimento das investigações criminais e eventual aplicação da lei penal. Os pressupostos da medida continuam justificados no caso”

Procurador-geral da República, Paulo Gonet

Agora, é esperado que a defesa de Bolsonaro recorra novamente da decisão. No entanto, enquanto a investigação ainda está em andamento, não devemos esperar muitos outros avanços do lado de Bolsonaro.

Jair Renan vira réu por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica 

Nesta quarta-feira (27), Jair Renan, filho do ex-presidente Bolsonaro, virou réu e responderá pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. A investigação, feita pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF), foi denunciada pelo Ministério Público do DF e encaminhada a 5° Vara Criminal de Brasília. O processo caminha sob sigilo de justiça. 

Além do filho 04 de Bolsonaro, o instrutor de tiro de Jair Renan, Maciel Alves de Carvalho, também se tornou réu da investigação. Outros quatro acusados também são citados no processo, porém não tiveram seus nomes revelados. 


Jair Renan Bolsonaro é acusado de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. (Foto: Reprodução/Evaristo Sa/AFP)

A investigação

Jair Renan Bolsonaro é acusado de realizar empréstimos bancários utilizando documentos fraudados. O Ministério Público do DF acusa o filho do ex-presidente de falsificar os dados de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia para conseguir empréstimos. Segundo a investigação, em 2022, Jair Renan teria conseguido um empréstimo de R$ 157 mil e, em 2023, teria realizado mais outros dois que, somados, ultrapassam a casa dos R$ 540 mil. 

Ainda de acordo com a acusação do MP, esses valores não teriam sido pagos aos bancos que forneceram os empréstimos. Além disso, suspeita-se que eram usados nomes laranjas para abrir contas bancárias. Segundo a investigação, Antônio Amâncio Alves Mandarrari era a identidade laranja que constava como proprietário das empresas.

Em agosto de 2023, Jair Renan foi alvo de busca e apreensão em seus dois endereços oficiais, em Balneário Camboriú e Brasília. A operação Nexum também realizou mandatos na casa do instrutor de tiro, Maciel Alves de Carvalho, outro alvo da investigação. 

“Os investigados forjam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se de dados de contadores sem o consentimento destes, inserindo declarações falsas, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, bem como mantêm movimentações financeiras suspeitas entre si, com o possível envio de valores para o exterior”, descreve trecho da nota da Polícia Civil do DF sobre a operação Nexum. 

A defesa de Jair Renan

A defesa de Jair Renan declara que seu cliente teria caído em um “golpe” orquestrado por uma figura “conhecida pela polícia e pela Justiça”. Admar Gonzaga, advogado do filho 04 de Bolsonaro, não revelou quem seria essa pessoa, mas declarou que todas as provas serão apresentadas durante o andamento do processo e garantiu o esclarecimento da inocência de Jair Renan.

Bolsonaro é questionado sobre estadia na embaixada da Hungria

Jornalistas questionaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre possíveis infrações durante sua estadia de duas noites na Embaixada da Hungria em fevereiro, depois que seu passaporte foi confiscado. De acordo com o jornal americano “The New York Times”, as embaixadas são consideradas territórios invioláveis pelo direito internacional. Isso implica que, na prática, Bolsonaro só poderia ser abordado por autoridades brasileiras com a permissão do governo húngaro.

Após sair de uma cerimônia em honra à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, em São Paulo, Bolsonaro questionou de forma retórica se descansar na embaixada e trocar ideias com o embaixador constituíam alguma infração. Sua frustração com a pressão midiática foi manifestada, pedindo para mudarem de tema e relembrando o período em que foi injustamente acusado de ligação com o caso Marielle Franco.

Bolsonaro sem passaporte

Desde que foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um golpe de estado, o ex-presidente estava desprovido de passaporte. A permanência na embaixada surgiu poucos dias após essa operação, e o respaldo público do primeiro-ministro húngaro Orbán a Bolsonaro originou discussões diplomáticas adicionais.

Ministério das Relações Exteriores questiona embaixada húngara


Ministério das Relações Exteriores questiona embaixada húngara sobre estadia de Bolsonaro (Fotografia: reprodução/O GLOBO)

Depois da divulgação da permanência de Bolsonaro na embaixada, o Ministério das Relações Exteriores solicitou a presença do embaixador húngaro no Brasil para abordar o tema. A relevância diplomática desse ato varia de acordo com o contexto, porém demonstra o interesse do Brasil em buscar esclarecimentos sobre a visita de Bolsonaro.

O que declara a defesa do ex-presidente

A defesa de Bolsonaro confirmou sua permanência na embaixada “a convite”, justificando-a como uma oportunidade para estabelecer contatos com autoridades húngaras e discutir questões políticas bilaterais. As circunstâncias dessa visita serão investigadas pela Polícia Federal, levando em consideração a impossibilidade de detenção de Bolsonaro em território estrangeiro.

O “NYT” ressaltou a relação de amizade entre Bolsonaro e Orbán, mencionando encontros anteriores e eventos conjuntos. Durante sua estadia na embaixada húngara, Bolsonaro convocou seus apoiadores para um evento em sua defesa, possivelmente visando uma estratégia de mobilização política durante esse período.