Lula recebe parabéns durante visita à Malásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi surpreendido com uma homenagem em plena visita à Malásia. Durante solenidade oficial, ele foi levado ao palco onde lhe foi entregue um bolo, enquanto foi entoado para ele “Happy Birthday to You” em meio ao público presente. O momento descontraído se destacou como um dos mais simbólicos da agenda internacional do mandatário.

Vestido com trajes típicos do país, Lula subiu ao palco acompanhado de autoridades locais e foi saudado de forma calorosa. A celebração inusitada reforça o caráter diplomático mais leve de parte da visita, ao mesmo tempo, em que permite registrar um momento humano em meio às demandas políticas e institucionais.

Contexto da viagem e repercussão

A visita à Malásia faz parte de uma série de agendas internacionais do presidente voltadas ao fortalecimento de relações bilaterais e cooperação econômica. A homenagem com o bolo e os parabéns, ainda que simbólica, foi divulgada amplamente nas redes sociais e também repercutiu entre observadores políticos. A ação remete a gestos de cordialidade que buscam suavizar o tom de negociações e gerar empatia junto aos públicos locais e global.


O presidente Lula tem ganhado prestígio internacionalmente. (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Simbolismos e importância diplomática

Embora não constasse da agenda oficial esse momento festivo, a celebração do aniversário presidencial em solo estrangeiro traz simbologia para a diplomacia: humaniza a figura do chefe de estado, rompe formalismos rígidos e cria imagens positivas que reverberam internacionalmente. Além disso, o episódio é também uma lembrança de que lideranças políticas muitas vezes operam em múltiplas frentes, lidar com pautas institucionais e, simultaneamente, demonstrar proximidade com o público. Este instante em Kuala Lumpur ilustra como agendas externas mesclam política, cultura e relações interpessoais.

No cenário nacional, a repercussão do momento também alimenta a narrativa de popularidade e identidade do presidente. Para apoiadores, é imagem simbólica e positiva; para críticos, pode ser vista como distração em meio a temas mais complexos. Ainda assim, foi captado e compartilhado intensamente nas mídias brasileiras.

Em suma, a celebração com bolo e canto de “Happy Birthday” durante visita oficial à Malásia acrescenta uma camada leve à missão diplomática de Lula. Mais do que gesto protocolar, simboliza que, em diplomacia como em política, os momentos humanos podem abrir janelas de conexão entre povos e lideranças.

Tributação sobre pequenas importações afeta comportamento de consumidores

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou a porcentagem de brasileiros que desistem de compras online de pedidos internacionais após a aplicação da chamada “taxa das blusinhas”. Esse índice evidencia o forte impacto das políticas tributárias sobre o comércio eletrônico e o comportamento dos consumidores.

Pesquisa sobre as taxas

Segundo a pesquisa da CNI, 29% dos consumidores abandonam suas compras após a cobrança das tarifas. Quando se analisa o índice em relação ao total de compras, o percentual representa 18%, um aumento significativo em comparação com maio de 2024, quando o número era de apenas 13%.


Consumidor em compra online (Foto: Reprodução/Pinterest/@brandsleeks)

Ainda de acordo com a pesquisa, a taxa de 20% sobre importações de até US$ 50 provocou uma migração considerada positiva para o comércio nacional: 32% dos consumidores passaram a buscar produtos similares com importação nacional, enquanto 14% optaram por adquirir os produtos em lojas físicas. O levantamento também identificou aumento na busca por outros aplicativos internacionais, que subiu de 6% para 11%.

O lado positivo das taxas

Além da taxa de importação, fatores como ICMS, valores altos de frete e prazos longos de entrega também pesam na decisão do consumidor de desistir da compra internacional: 45% relataram que abandonaram o pedido ao saber do custo do frete e outros 32% por causa do prazo de entrega. Sobre o ICMS, o percentual de consumidores que deixaram de comprar por conta desse imposto subiu de 32% para 36%.
Para especialistas do departamento, a movimentação pode favorecer a indústria nacional ao reduzir a concorrência de produtos importados, mas há alerta de que a alta carga tributária e barreiras logísticas ainda podem distorcer o mercado. A CNI avalia que o atual patamar de imposto “ainda está aquém do ideal” para garantir competitividade de produtos locais frente às importações. 

O cenário também indica que muitos consumidores agora avaliam com mais cuidado a relação custo-benefício ao realizar compras internacionais, inclusive para itens de menor valor. A chamada “taxa das blusinhas” evidencia que até pequenas importações estão suscetíveis às políticas fiscais e que ajustes regulatórios podem ter efeito direto no consumo digital da população brasileira. 

Programa Pé-de-Meia pode ganhar espaço fixo no orçamento da Educação

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (27), o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP), relator do projeto de lei do Metanol, afirmou que irá incluir no texto da proposta um dispositivo para tornar o programa Pé-de-Meia parte permanente do orçamento da Educação no país.

Alteração do texto

O Pé-de-Meia funciona como um incentivo à educação, com o objetivo de garantir a permanência de jovens e adolescentes nas instituições de ensino. Atualmente, o programa depende de verbas orçamentárias que podem ser revistas ou suspensas. A proposta agora é que o Pé-de-Meia passe a ter previsão fixa no orçamento público federal, evitando interrupções por limitações fiscais ou questionamentos legais.

Inicialmente, o projeto havia sido apresentado por meio de medida provisória, mas acabou retirado de pauta na Câmara dos Deputados e perdeu a validade no último dia 8.


Deputado Federal Kiko Celeguim (Foto: reprodução/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Segundo o relator Celeguim, o programa vem apresentando bons resultados nos últimos meses e não foi aprovado anteriormente por “fatores políticos externos”, relacionados a outros congressistas. O ajuste proposto na execução orçamentária também busca regularizar pendências com o Tribunal de Contas da União (TCU), que havia feito ressalvas à forma de financiamento do programa.

Relação entre as medidas

Originalmente, a PL do Metanol tem como objetivo aumentar as punições para casos de adulteração e falsificação de bebidas alcoólicas. No entanto, Celeguim foi solicitado pelo governo para incluir um artigo adicional ao texto, permitindo que o tema do Pé-de-Meia volte à pauta de votação no Congresso. A expectativa é que o projeto seja votado ainda nesta semana, durante o esforço concentrado de votações na Câmara dos Deputados.

Caso a proposta seja aprovada, o governo poderá garantir a continuidade do programa, segundo o deputado sem prejuízos e sem depender de novas medidas provisórias, assegurando recursos fixos para a manutenção dos pagamentos e ampliando o alcance do benefício a mais estudantes da rede pública em todo o país.

Proposta de isenção para compras de até US$ 50 volta ao debate no congresso nacional

Uma nova iniciativa legislativa visa reverter a recente mudança na tributação de compras internacionais de pequeno valor. O Projeto de Lei 3261/25, protocolado na Câmara dos Deputados, propõe o restabelecimento da isenção do Imposto de Importação para remessas provenientes do exterior cujo valor não ultrapasse cinquenta dólares americanos (US$ 50). O texto, de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), busca modificar o Decreto-Lei 1.804/80, que historicamente rege o regime de tributação simplificada para essas importações.

Proposta visa isenção para compras internacionais

O essência da proposta é fixar alíquota zero sobre os produtos estrangeiros que se enquadrem nesse limite de preço. O deputado autor argumenta que a medida não só protege o consumidor brasileiro, facilitando o acesso a bens culturais e tecnológicos, mas também promove a racionalidade administrativa. Em suas declarações, Kataguiri sustenta que a política anterior não gerava impacto significativo nas contas públicas e que sua retomada pode, inclusive, reduzir os custos operacionais tanto da Receita Federal quanto dos Correios, ao simplificar o processo de fiscalização de volumes menores.


Post de  Kim Kataguiri sobre a convocação da audiência (Foto: reprodução/X/@KimKataguiri)

A discussão surge em um momento sensível para os consumidores, uma vez que, desde 1º de agosto de 2024, a regra anterior foi suspensa, e todas as compras internacionais até US$ 50 passaram a ser taxadas com uma alíquota de 20% sobre o Imposto de Importação. A manutenção dessa cobrança, defendida pelo governo federal, visa, segundo alegações oficiais, proteger a indústria nacional, equilibrando a competição de mercado frente a produtos estrangeiros frequentemente comercializados a preços mais baixos.

PL 3261/25 avança em regime conclusivo e reacende debate sobre equilíbrio fiscal

O parlamentar, contudo, minimiza o impacto fiscal da isenção, classificando as remessas de baixo valor como uma “fração ínfima do mercado total”. Ele enfatiza o papel dessas compras como um vetor de estímulo ao acesso a inovações e conteúdos globais, sem onerar excessivamente o erário.

O andamento do PL 3261/25 já foi definido. Ele será analisado em regime conclusivo pelas comissões temáticas da Casa, incluindo Desenvolvimento Econômico, Finanças e Tributação, Constituição e Justiça, e Cidadania. Caso aprovado nessas instâncias, o projeto ainda precisará de aval da plenária da Câmara e, subsequentemente, da aprovação do Senado Federal para que a isenção possa ser, de fato, restabelecida no ordenamento jurídico brasileiro. A tramitação acende o debate sobre o equilíbrio entre a arrecadação fiscal, a defesa da indústria nacional e o poder de compra do cidadão brasileiro no comércio eletrônico global.

Abertura Histórica: Japão muito perto de importar carne bovina brasileira após 25 anos

O mercado de carne bovina do Japão, reconhecido por seu alto poder aquisitivo e exigência rigorosa, está a poucos passos de receber o produto brasileiro, segundo declarações enfáticas do Ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro. A expectativa é que o acesso, que esteve suspenso por mais de duas décadas e meia, seja concretizado ainda no decorrer deste ano, representando um significativo impulso para o agronegócio nacional.

Em entrevista concedida à Bloomberg News na Malásia, Fávaro ressaltou que o processo de abertura, que estava “paralisado há mais de 25 anos”, encontra-se na fase derradeira. A principal barreira sanitária foi superada no início deste ano, quando o Brasil obteve a certificação internacional como país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação — um pré-requisito fundamental imposto pelo rigoroso sistema japonês.

Brasil prestes a conquistar mercado japonês

“Está avançando rapidamente. Algo que estava paralisado há mais de 25 anos agora está muito próximo de acontecer, restam apenas alguns detalhes”, afirmou o Ministro, indicando que a conclusão do protocolo sanitário final é o último obstáculo antes da liberação comercial.

A concretização deste acordo é vista como um movimento estratégico com implicações que transcendem as fronteiras bilaterais. O Japão, um dos maiores importadores globais de carne bovina, historicamente dependeu substancialmente do fornecimento vindo dos Estados Unidos e da Austrália. A entrada do Brasil, que já é o maior exportador mundial da commodity, adiciona uma nova e poderosa fonte de suprimento ao mercado nipônico.


 

Gados no pasto (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Concorrência acirrada e diplomacia estratégica

Este cenário surge em um momento delicado para os exportadores americanos. A carne brasileira, ao ganhar acesso a um mercado premium como o japonês, pode ofuscar as vendas dos EUA, que já enfrentam um recuo de 50% nas exportações para o mercado americano após a imposição de tarifas na gestão anterior. Além disso, os produtores de gado dos EUA enfrentam atualmente uma severa escassez de rebanho, elevando os custos e reduzindo lucros dos frigoríficos locais.

O caminho para esta abertura foi pavimentado com intensa movimentação diplomática. Autoridades japonesas realizaram inspeções sanitárias no Brasil ao longo do ano, e o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se engajou diretamente nas negociações durante sua visita a Tóquio em março, declarando na época: “O Brasil está pronto”.

Expectativas cautelosas e transição política

Gilberto Tomazoni, diretor-presidente da JBS NV, manifestou otimismo sobre o potencial do mercado japonês para a exportação de “cortes nobres”, mas ponderou que a consolidação das vendas pode ser gradual. Mercados de alta exigência como o japonês demandam tempo para a construção de relações comerciais sólidas baseadas na qualidade consistente do produto.

Apesar do avanço ter se iniciado sob a administração japonesa anterior, a confirmação final agora ocorrerá sob um novo governo, após a recente eleição de Sanae Takaichi como Primeira-Ministra. O Ministério da Agricultura brasileiro celebra a notícia como parte de um esforço mais amplo, citando a abertura de 466 novos mercados para produtos brasileiros desde o início do atual mandato presidencial, com a meta de alcançar 500 até 2026.

Anitta volta ao Brasil pelo ‘emocional’ e planeja 2026 mais perto da família

A cantora Anitta confirmou que voltou a morar no Brasil, motivada por questões emocionais e de reconexão com suas raízes, citando a vontade de estar mais próxima de familiares e amigos após anos com rotina intensa no exterior. A decisão de reassentar-se no país não foi apenas logística.

A estrela funk-pop de 32 anos falou abertamente sobre um “desejo emocional” de voltar, explicando que essa mudança responde a necessidades pessoais e ao desejo de recuperar ritmos de vida mais próximos da família e do círculo afetivo. Recentemente em Londres, A artista também vem ampliando seu engajamento em causas ambientais, usando a ocasião para reforçar a importância da pauta em fóruns internacionais.

Encontro com Rei Charles III

Recentemente em Londres, Anitta participou de um encontro onde representou o Brasil ao lado do Cacique Raoni em discussões sobre a Amazônia e temas ambientais. A artista tem ampliado seu engajamento em causas ambientais e usou a ocasião para reforçar a importância da pauta em fóruns internacionais. O encontro ocorreu durante o Prêmio Cultural Liberatum, evento internacional coorganizado por Anitta em que o Cacique Raoni foi homenageado e que reuniu cientistas, líderes indígenas, empresários e celebridades para debater sustentabilidade e proteção ambiental.


 

Anitta com o Rei Charles III (Foto: reprodução/Instagram/@anitta)

O objetivo principal foi levar a pauta da Amazônia e das comunidades indígenas a um fórum global, amplificar a voz do Cacique Raoni e discutir soluções como a transição para uma bioeconomia baseada na natureza, tema apoiado por uma instituição criada pelo Rei Charles III. A presença de Anitta, de Raoni e do Rei Charles simboliza a articulação entre cultura, liderança indígena e diplomacia ambiental para sensibilizar públicos internacionais, pressionar por políticas de preservação e reconhecer a coragem e o trabalho de quem defende a floresta.


Evento que aconteceu no palácio de Jamme´s em Londres (Vídeo: reprodução/Instagram/@liberatum)

Anitta anunciou que planeja concentrar 2026 em atividades que permitam ficar mais tempo no Brasil, equilibrando compromissos profissionais com uma rotina que priorize presença familiar. Essa mudança deve influenciar agenda de shows, projetos e possíveis iniciativas locais que permitam conciliar carreira e vida pessoal.

Carreira, propósito e próximas etapas

A cantora atribui sua longevidade no cenário artístico à forma como alimenta seu trabalho e ao propósito que escolhe seguir. Anitta indica que seguirá investindo em repertório, imagem e projetos que dialoguem com essa nova fase pessoal, mantendo ao mesmo tempo compromisso com causas sociais e ambientais que considera prioritárias.


 

Anitta (Vídeo: reprodução/Instagram/@liberatium)

Também vale lembrar que Anitta tem se posicionado de forma consistente como aliada da comunidade LGBTQAPN+, usando sua visibilidade para afirmar identidades, ampliar vozes e trazer pautas queer ao debate público. A artista fala abertamente sobre sua bissexualidade em entrevistas e nas redes, tornando-se referência para fãs que buscam representatividade na cultura pop e reduzindo estigmas por meio da própria presença pública.

Brasil e EUA retomam diálogo comercial após encontro entre Lula e Trump

Após o primeiro encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia, autoridades do Brasil e dos Estados Unidos se reuniram neste domingo (26) para discutir os próximos passos das negociações comerciais entre os dois países. A reunião teve como objetivo consolidar avanços diplomáticos e buscar soluções para impasses tarifários, marcando uma tentativa de reaproximação política e econômica após anos de tensões nas relações bilaterais.

Reunião reforça tentativa de reaproximação entre os dois países

De acordo com a CNN Brasil, representantes do governo brasileiro e autoridades dos Estados Unidos se reuniram após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado na Malásia. O objetivo da reunião foi dar continuidade ao diálogo iniciado entre os líderes e tratar de temas ligados à cooperação comercial e diplomática.

A reportagem informa que o encontro ocorreu em um contexto de tentativa de reaproximação entre os dois países, após períodos de divergências políticas e econômicas. As delegações discutiram formas de ampliar as negociações bilaterais e avaliaram medidas para reduzir barreiras comerciais impostas anteriormente. O governo brasileiro considera que a retomada do diálogo é fundamental para fortalecer as relações entre Brasília e Washington e para impulsionar setores estratégicos da economia nacional.


Bastidores da reunião entre Lula e Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Encontro entre Lula e Trump abre espaço para nova fase diplomática

O encontro entre Lula e Trump na Malásia marcou o início de uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos. A conversa direta entre os presidentes abriu caminho para o diálogo técnico entre as equipes diplomáticas, que agora buscam transformar o gesto político em resultados concretos.

A reunião foi considerada significativa porque ocorre após meses de instabilidade nas relações bilaterais, especialmente em temas econômicos e ambientais. A expectativa é que as tratativas iniciadas durante o encontro sirvam de base para novas negociações voltadas à ampliação do comércio e à cooperação em áreas estratégicas. Ainda segundo a reportagem, tanto Brasília quanto Washington demonstraram disposição em manter um canal permanente de comunicação, reforçando o compromisso com uma relação mais estável e produtiva entre os dois países.

Trump elogia trajetória política de Lula e fala sobre prisão em 2018

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom amistoso ao se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva em Kuala Lumpur, capital da Malásia. O encontro ocorreu neste domingo (26) durante a 47ª cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Ainda segundo fontes do Itamaraty, Trump demonstrou interesse pela trajetória política de Lula e citou sua “volta por cima” após o período de prisão.

De acordo com o chanceler Mauro Vieira, o líder americano chegou a perguntar quanto tempo o presidente brasileiro ficou detido antes de vencer novamente as eleições de 2022. Logo, Trump afirmou admirar o fato de Lula ter superado um processo judicial e retornado ao cargo máximo do país.

Elogios e identificação política

Durante a conversa, Trump também mencionou os processos que enfrentou na Justiça americana. Ele classificou as acusações como resultado de perseguição política, criando um paralelo com a experiência do presidente brasileiro. Segundo relatos, o ex-presidente dos EUA demonstrou estar bem informado sobre a história de Lula e evitou provocações.


Encontro dos líderes na íntegra (Vídeo:reprodução/YouTube/@CNN Brasil)

A princípio, fontes diplomáticas afirmaram que Trump buscou compreender melhor a personalidade do brasileiro, mantendo o diálogo em tom respeitoso. Nesse ínterim, foi a segunda vez que os dois líderes se encontraram desde setembro, quando conversaram brevemente na Assembleia Geral da ONU.

Negociações e tensões comerciais

Além do encontro, Brasília e Washington discutem medidas econômicas em meio à elevação de tarifas americanas sobre produtos brasileiros. A reunião de negociação ocorrerá em Washington e poderá ser conduzida pelo brasileiro Mauro Vieira, pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e por Jamieson Greer, representante comercial.

Por outro lado, o governo brasileiro tenta reverter a sobretaxa de 50% imposta por Trump às exportações nacionais. Logo, o presidente norte-americano justificou as sanções citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado por ele como uma “caça às bruxas”. Após a conversa, Lula afirmou nas redes sociais que o diálogo foi “ótimo” e que ambos concordaram em buscar acordos imediatos. Trump ainda reforçou o otimismo e disse que  ambos os governos sabem o que cada um quer.

‘Bet da Caixa’ desagrada Lula, que avalia cancelar lançamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o CEO da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, para uma reunião após Vieira anunciar, na segunda-feira (20) que o banco público lançará seu próprio sistema de apostas esportivas. Embora aprovada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, a medida indignou Lula, que considera incoerente uma instituição governamental lucrar em cima do vício e endividamento da própria população.

Presidente adota postura crítica frente ao setor

De fato, o anúncio de Carlos Vieira vai na contramão das políticas públicas que o governo tenta implementar. Desde 2023, Lula deixa claro suas críticas contra as apostas esportivas.


O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Espera-se, por exemplo, que, nos próximos dias, o líder do Executivo envie ao Legislativo uma proposta de aumento da taxação das bets (e também de outros segmentos, como fintechs e investimentos financeiros), numa reedição quase direta da MP 1303, cuja votação caducou no Congresso ainda no começo deste mês.

O novo texto difere do original por ser ainda mais ousado na taxação das casas de apostas. Se, hoje, o imposto sobre esse setor é de 12%, Lula objetiva aumentar para 24%. Na proposta original, a imposição seria de 18%.

Aversão a apostas marca terceiro governo

Além da MP 1303, levada ao Congresso em junho, Lula mostrou sua rejeição ao tema em outros momentos.

Em 2023, primeiro ano de seu terceiro governo, o presidente fixou uma taxa inédita ao setor, de 12%. Já em dezembro de 2024, o ex-metalúrgico implementou uma rigorosa inspeção das bets, impedindo a atuação de mais de 2.000 empresas que não seguiam as exigências governamentais.

“Tem muita gente se endividando, tem muita gente gastando o que não tem. E nós achamos que isso tem que ser tratado como uma questão de dependência. Ou seja, as pessoas são dependentes, as pessoas estão viciadas”, declarou Lula, um dia depois do banimento.

Conselho de Ética da Câmara afasta cassação de Eduardo Bolsonaro; PT recorre

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados optou na quarta-feira (22), por 11 votos a 7, por arquivar um dos quatro processos existentes contra o parlamentar Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a ação pedia a perda do mandato do deputado federal por quebra de decoro, devido a ataques verbais a instituições democráticas e tentativa de influenciar autoridades estrangeiras a impor sanções contra o Brasil.

O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), analisará em breve se as três demais representações contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética deverão tramitar em conjunto ou ser avaliadas separadamente.

PT entra com recurso contra arquivamento do processo

A decisão do Conselho foi mal-recebida pela esquerda no Congresso. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), por exemplo, considerou-a um “desmerecimento ao Parlamento, à democracia e ao Conselho de Ética”.

Após manifestar duras críticas à avaliação do órgão, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reuniu ontem (23) mais de 80 assinaturas de deputados (ultrapassando o mínimo necessário de 10%) para que, com a aprovação de Hugo Motta, o plenário da Câmara possa apreciar a manutenção ou reversão do arquivamento. Caso o arquivamento seja negado pela maioria desses congressistas, o Conselho de Ética terá de reavaliar o caso.


O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (Foto: Reprodução/Gustavo Minas/Getty Images Embed)

Essa não é a primeira vez que o PT tece críticas ao andamento da representação, já que, em setembro, o partido denunciou uma suposta relação íntima do relator do caso, Delegado Marcelo Freitas (União-MG), com a família Bolsonaro, que poderia gerar imparcialidade na condução do processo. Para embasar a alegação, Lindbergh Farias argumentou que Freitas já chamou publicamente Eduardo Bolsonaro de “amigo” e jurou fidelidade ao ex-presidente. Além disso, Farias se ancorou no fato de que o relator defendeu o impeachment de ministros do STF e anistia aos condenados pelo 8 janeiro.

Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato por faltas

Na decisão desta semana, a maioria dos integrantes do Conselho de Ética acompanhou o entendimento do relator Delegado Marcelo Freitas, que manifestou, no documento, a falta de consistência para a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro.

A Representação parte de uma premissa equivocada: a de que o REPRESENTADO seria, de alguma forma, responsável por eventual adoção de medidas coercitivas ou sanções por parte dos Estados Unidos contra o Brasil. Tal raciocínio, contudo, é factualmente insustentável e juridicamente improcedente, pois confunde atos de Estado soberano com manifestações individuais de natureza política”, expôs Freitas no relatório.

O filho de Jair Bolsonaro, no entanto, corre outros riscos de ser afastado do cargo. No final de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Eduardo e o influenciador Paulo Renato Figueiredo por coação. O crime consiste na tentativa de intimidação e consequente interferência judicial e refere-se à vinculação pública da cessão de sanções dos Estados Unidos ao Brasil e a autoridades brasileiras à interrupção do julgamento e anistia para seu pai, condenado por tentativa de golpe de Estado.


Eduardo Bolsonaro em uma conferência conservadora dos Estados Unidos, em junho de 2025 (Foto: Reprodução/Alexander Tamargo/Getty Images Embed)

Talvez a mais séria ameaça à continuidade de Eduardo Bolsonaro no poder, no entanto, venha não de condenações por terceiros, mas de seu próprio comportamento. É que o deputado, que se encontra nos Estados Unidos desde março deste ano, sob alegação de “perseguição política” no Brasil, está próximo de atingir mais de ⅓ do ano legislativo sem comparecer ao plenário, o que qualificaria perda de mandato.

As estratégias de seus aliados para que ele permaneça no exterior foram várias: tentativas de içá-lo a líder da minoria no Congresso, o que permitiria missões no exterior, e suspensão pelo Conselho de Ética devido às denúncias de quebra de decoro, o que lhe afastaria temporariamente do cargo, sem contagem de presença.

Elas, no entanto, não se mostraram bem-sucedidas, o que sugere que, mesmo que o recurso impetrado pelo PT ontem não obtenha o efeito desejado, Eduardo Bolsonaro pode estar mais perto da perda do mandato.