Xi Jinping cobra BRICS contra protecionismo à China

Durante a cúpula virtual dos BRICS, realizada nesta segunda-feira (08), o presidente da República Popular China, Xi Jinping, destacou a urgência de que as nações integrantes do bloco fortaleçam o sistema de comércio multilateral e resistam a todas as formas de protecionismo. O alerta surge em um contexto global de tarifas elevadas, especialmente por parte dos Estados Unidos, que ameaçam equilibrar o comércio internacional.

O presidente chinês ressaltou ainda que os países do grupo devem se apoiar em suas vantagens comparativas e aprofundar a cooperação em áreas estratégicas como comércio, finanças e tecnologia. Segundo ele, uma união mais próxima entre os líderes dos BRICS pode gerar mais confiança, melhores opções e resultados práticos para enfrentar os desafios externos.

Brasil na liderança e os desafios do protecionismo

A iniciativa defendida por Xi Jinping ganha ainda mais relevância neste momento em que o Brasil exerce a presidência rotativa do bloco. Sob a condução do governo brasileiro, os BRICS têm buscado fortalecer o diálogo interno e adotar medidas que reforcem a ideia de multilateralismo como caminho para o equilíbrio global. A posição de liderança coloca o país em um papel estratégico, tanto como articulador político quanto como voz ativa na defesa de um comércio internacional mais justo e inclusivo.


Em um cenário difícil comercialmente, o Brasil tem papel fundamental (Foto: reprodução/Instagram/@aquifofoqueira)

A crescente utilização de tarifas e barreiras comerciais como instrumentos de pressão diplomática, em especial por grandes potências, vem evidenciando as fragilidades de um sistema que se mostra cada vez mais restritivo e unilateral. Esse cenário gera incertezas para economias emergentes, que dependem do livre fluxo de bens, serviços e investimentos para sustentar crescimento e inovação. Diante disso, os BRICS têm se mobilizado para elaborar respostas conjuntas capazes de reduzir os impactos do protecionismo e criar alternativas que favoreçam tanto a integração entre seus membros quanto a diversificação de parceiros no comércio global.

Cooperação entre emergentes como resposta global

A proposta de Xi também reforça a ideia de que, para resistir à volatilidade geopolítica e às pressões protecionistas, os países do BRICS precisam intensificar a solidariedade econômica e trocar experiências. Esse movimento aponta para um futuro onde a cooperação entre os emergentes seja o maior trunfo para equilibrar o poder econômico global e influenciar decisões multilaterais.

Lula confirma envio de convite a Trump para participação na COP30 em Belém

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira (13) que enviou uma carta convidando o presidente americano Donald Trump. O convite é para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também conhecida por COP30, visto que é o 30ª encontro. O evento, marcado para novembro em Belém (PA), reunirá líderes mundiais para discutir medidas urgentes contra o aquecimento global.

A princípio, Lula destacou que a conferência será o momento para países como o Brasil cobrarem ações concretas das nações mais ricas. Ele lembrou que, desde 2009, líderes prometeram US$ 100 bilhões (R$ 537 bilhões) anuais para a preservação das florestas, mas o recurso nunca foi entregue.

Clima político e críticas aos EUA

Além do tema ambiental, Lula reagiu a um relatório do Departamento de Estado dos EUA que aponta retrocessos nos direitos humanos no Brasil. Nesse ínterim, o presidente disse que “ninguém está desrespeitando regras” e acusou a capital Washington de criar “imagens de demônio” contra países com os quais deseja confronto. Ele defendeu o Judiciário brasileiro e rejeitou a acusação de desrespeito à Constituição.

O documento americano também critica a prisão de apoiadores de Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Lula rebateu e afirmou que o Brasil não aceitará rótulos injustos no cenário internacional e que o Judiciário brasileiro é um órgão “autônomo” que garante a Constituição brasileira.

BRICS e novos desafios comerciais

Anteriormente, Lula ainda confirmou que pretende convencer países integrantes do BRICS a negociarem sem depender do dólar americano, criando uma moeda própria para o comércio. A decisão surge em meio a tensões comerciais após Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que o governo avalia retaliar com reciprocidade.


ONU convoca reunião extraordinária com Brasil (Vídeo: reprodução/YouTubee/CNN Brasil)

Na pauta ambiental, o presidente brasileiro prometeu foco na poluição plástica durante a COP30, embora o Brasil não tenha aderido ao “Apelo de Nice” durante a Conferência da ONU sobre os Oceanos, na França. Já o BRICS pediu que países desenvolvidos ampliem o financiamento climático, propondo US$ 1,3 trilhão até o encontro de Belém.

Lula discute guerra na Ucrânia e economia global por ligação com Putin

Neste sábado (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma ligação do presidente da Rússia, Vladimir Putin. A conversa, que durou em torno de 40 minutos, girou em torno de assuntos internacionais, incluindo a guerra na Ucrânia, a situação econômica global e o trabalho conjunto no Brics.

Segundo informações do Palácio do Planalto, a ligação partiu de Putin. Durante o diálogo, Lula reforçou que o Brasil mantém a posição de buscar uma saída pacífica para o conflito, apostando no entendimento entre as partes envolvidas. Ele também lembrou que o país está disposto a ajudar, inclusive por meio do Grupo de Amigos da Paz, criado em parceria com a China para apoiar iniciativas de negociação.

Conflito na Ucrânia e novas tentativas de acordo

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já ultrapassa três anos, continua sendo um dos principais temas da diplomacia mundial. Lula e Putin já haviam tratado do assunto pessoalmente em maio, quando o presidente brasileiro esteve em Moscou.

Durante a ligação, Putin falou sobre os movimentos mais recentes nas tentativas de encerrar o conflito, mencionando que deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana, no Alasca. A expectativa é que discutam uma proposta russa envolvendo mudanças territoriais no leste da Ucrânia em troca do fim das hostilidades.


Lula e Putin em registro de 2010, anos antes das atuais discussões sobre guerra e economia (Foto: Reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Lula, por sua vez, defende que o diálogo seja conduzido com apoio de outros países e organismos internacionais, como a ONU, para chegar a um cessar-fogo viável para todos os lados.

Brics e cooperação bilateral

Além da guerra, os dois presidentes falaram sobre a atuação conjunta no Brics, que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Putin elogiou o Brasil pela organização da última cúpula do grupo, realizada em julho no Rio de Janeiro.

Também ficou acertado que a próxima reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia deve ocorrer ainda este ano. A conversa ocorreu em meio a mudanças recentes na política comercial dos Estados Unidos, que aumentaram tarifas para produtos brasileiros, e a críticas de Trump ao papel do Brics no cenário econômico internacional.

China chama tarifaço dos Estados Unidos de intimidação contra o Brasil

Em uma coletiva de imprensa que ocorreu nesta sexta-feira (11), o Ministério de Relações Exteriores da China criticou a tarifa de importação anunciada pelos Estados Unidos contra o Brasil, de 50% sobre produtos brasileiros.

Mao Ning, a porta-voz do ministério, disse que alguns dos princípios mais relevantes da Carta das Nações Unidas e das normas básicas nas relações internacionais, é a igualdade entre as soberanias, e não interferir em assuntos internos.

Sobre o que acha das tarifas que Donald Trump impôs sobre o Brasil, Ning comentou que tarifas não devem ser utilizadas como uma forma de coagir, intimidar ou interferir em qualquer país que seja. A porta-voz afirmou que a posição da China sobre as tarifas é clara: quando há uma guerra comercial ou tarifária, não há vencedores, uma vez que o protecionismo prejudica o interesse de todos os envolvidos.


Mao Ning se opõe às tarifas de Trump durante coletiva de imprensa (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Estados Unidos contra o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhou uma carta na última quarta-feira (9) para o presidente Lula, onde relata que irá impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações que forem realizadas do Brasil para os Estados Unidos a partir de 1 de agosto.

No documento, é citado por Trump que o motivo de sua decisão é o “tratamento” que o ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro “estaria recebendo”. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado enquanto presidiava o Brasil, e encontra-se bem, em sua casa, estando participando de manifestações a seu favor.

Brasil soberano

No mesmo dia em que recebeu a notícia do presidente dos EUA, Lula defendeu a soberania brasileira, e respondeu que a elevação de tarifas unilateral será rebatida conforme a Lei da Reciprocidade Econômica.

No dia seguinte, o presidente contou que uma reclamação oficial à Organização Mundial do Comércio (OMC) será realizada pelo governo federal, em uma tentativa de reverter as tarias.

A Agência Brasil conversou com especialistas, os quais falaram o mesmo que Mao Ning: as tarifas impostas por Trump são uma forma de pressão e chantagem política, e até mesmo uma possível resposta ao BRICS, que teve a última reunião no Rio de Janeiro, e que o presidente já havia ameaçado taxar em 10% quem se alinhasse a ele.

Trump volta a ameaçar Brics com tarifa de 10%; Brasil prega cautela diante de tensão cambial

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, voltou a ameaçar os países do Brics com a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados, em meio à crescente preocupação com a desvalorização do dólar. A informação foi destacada pela comentarista de economia da CNN Brasil, Rita Mundim, que apontou um cenário de tensão geopolítica e comercial cada vez mais acentuado.

Trump vem fazendo pelo dólar

Segundo Mundim, Trump vem atribuindo a perda de valor da moeda americana à atuação do Brics, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos integrantes recentes, como Irã, Egito e Etiópia. Contudo, outros fatores têm contribuído para esse movimento, como os próprios aumentos tarifários promovidos pelo republicano, a expectativa de inflação nos Estados Unidos e a queda na demanda global por títulos do Tesouro americano.

Indicadores reforçam a tendência. O índice BXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis das principais moedas do mundo, acumula queda de quase 11%, na maior desvalorização desde 1973. “Trump está irado e extremamente preocupado”, comentou Mundim. A especialista não descartou a possibilidade do ex-presidente ampliar ainda mais a tarifa anunciada, a exemplo do que já ocorreu com alguns países asiáticos, onde as alíquotas ultrapassaram os 30%.

Alckmin defendeu abordagem cautelosa


Presidentes dos países do Brics (Foto: reprodução/Per-Anders Pettersson/Getty Images Embed)


Diante do novo sinal de hostilidade comercial, autoridades brasileiras têm reforçado a necessidade de diálogo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu uma abordagem cautelosa. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há um grupo técnico do governo brasileiro em contato constante com representantes norte-americanos para evitar um agravamento da situação.

Mundim classifica o momento como parte de uma “nova guerra fria”, impulsionada por disputas ideológicas e pelo avanço das discussões em torno de uma moeda alternativa ao dólar nas transações globais.

Há um realinhamento geopolítico e uma revolução silenciosa no comércio internacional em curso”, disse.

A possível ascensão do yuan, impulsionada pela China dentro do Brics, seria um dos fatores que mais incomodam Washington.

Para o Brasil, o contexto impõe desafios. Ao integrar um bloco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreve como responsável por 40% do PIB mundial, o país precisa equilibrar seus interesses estratégicos com a manutenção de boas relações comerciais com os Estados Unidos. A busca por alternativas ao dólar, conforme palavras de Lula, é um caminho “sem volta”, o que só aumenta as tensões no tabuleiro global.

Reunião do BRICS questiona financiamento climático dos países

O encontro entre os líderes do bloco econômico BRICS ocorreu nesta segunda-feira (7), na cidade do Rio de Janeiro. Durante o encontro foi divulgada uma declaração conjunta pedindo que os países desenvolvidos ampliem substancialmente o financiamento climático. 

Líderes de países como a África do Sul e Índia marcaram presença, enquanto Vladimir Putin não veio, mas participou da reunião remotamente. O grupo pediu através de uma declaração, um valor de US$1,3 trilhão até o acontecimento da COP30 no final deste ano. Além disso, foi citado neste documento pelo bloco também uma “falta de ambição” por parte de países industrializados em diminuir as emissões dos gases estufas, o que atrasa exponencialmente o combate às mudanças climáticas. 

Acordo de Paris e cooperação global

Na declaração, é citado também o Acordo de Paris, um tratado assinado em 2015, durante a COP21 na França. O acordo tem como objetivo limitar o aquecimento global em bem menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e de concretizar objetivos para que a temperatura mundial não aumente mais que 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. 

O documento faz destaque ao papel do Acordo de Paris no fortalecimento do multilateralismo e na construção de uma base para a cooperação global, em busca de enfraquecer a crise climática. De acordo com o bloco, a responsabilidade pelo financiamento seria dos países desenvolvidos, apoiando os países emergentes – sem gerar impactos negativos em suas economias internas. 

O apoio deve ser baseado em doações e acessível às comunidades, como diz a declaração, alertando também contra um possível endividamento das economias dessas nações. É reforçado no documento que todos os recursos arrecadados serão direcionados a reservas conectadas à UNFCCC.


Chefes de Estado e de governo dos países membros do BRICS participam de reunião no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/PABLO PORCIUNCULA/Getty Images Embed)


Participação do capital privado e do mercado de carbono

O grupo ressaltou também a relevância do capital do privado e do mercado de carbono na promoção de políticas voltadas ao tema. A participação do capital privado deve acontecer como uma ferramenta no financiamento climático, por meio de linhas de créditos mistos. 

O mercado de carbono, paralelamente, é visto como um recurso estratégico para incentivar a iniciativa privada nos investimentos relacionados a transição para um modelo econômico sustentável.

Tarifa extra de Trump contra Brics gera reação do bloco com declaração no Rio

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (6), que vai cobrar uma taxa extra de 10% de qualquer país que apoiar as políticas do Brics contra os EUA. Ele fez o anúncio em sua rede social, a Truth Social. Trump não explicou o que considera como “políticas antiamericanas” e também não revelou quais países pretende taxar com a nova medida.

Em outra postagem, o presidente Donald Trump afirmou que começará a enviar as cartas e os acordos com as novas tarifas a partir das 12h desta segunda-feira (7), no horário de Washington, ou 13h no horário de Brasília.

Brics divulga “Declaração do Rio de Janeiro”

Mais cedo, no domingo, o bloco econômico Brics divulgou a “Declaração do Rio de Janeiro”. No documento, o grupo defende o multilateralismo, ou seja, a cooperação entre vários países. Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, defende, ainda, o fortalecimento de instituições multilaterais, como a ONU, e o respeito ao direito internacional. Também rejeita ações unilaterais que enfraquecem o sistema global, embora não cite diretamente o tarifaço anunciado por Donald Trump.

Outro trecho trata da segurança global e condena ataques recentes ao Irã, sem mencionar diretamente os Estados Unidos ou Israel. Também condena ataques contra a Rússia, mas não faz o mesmo em relação à Ucrânia, a Rússia é membro do Brics e o presidente Vladimir Putin participou do encontro por videoconferência.

O grupo, ainda, apresenta uma posição conjunta sobre as crises no Oriente Médio, incluindo os conflitos em Gaza e a tensão entre Irã e Israel. Os líderes reafirmam apoio à solução de dois Estados como caminho para resolver o conflito entre Israel e Palestina, defendendo a criação de um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Oriental.

O texto também pede que a comunidade internacional atue para garantir o fim da violência em Gaza e proteger os civis palestinos, além de reforçar a defesa por soluções pacíficas, diplomáticas e baseadas no direito internacional.


Imagens do BRICS no Brasil com os líderes do países representantes (Vídeo: reprodução/X/@LulaOficial)

Reunião do Brics

O Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, publicou a declaração. Os líderes dos países do Brics continuam reunidos no Rio de Janeiro até esta segunda-feira.

O BRICS é um grupo formado por cinco grandes países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esses países se uniram para fortalecer a cooperação econômica, política e social entre eles, buscando maior influência global e colaboração em temas como desenvolvimento, comércio e segurança internacional.

Em meio a críticas da oposição, Lula se encontra com Putin e reforça união dos Brics

São muitas as negociações envolvendo Brasil e Rússia e igualmente são muitos os interesses também, dentre eles, áreas de defesa, educação, científico tecnológica e energética, mas principalmente, Brasil e Rússia tem um fluxo comercial na casa dos US$ 12,5 bilhões, sendo a Rússia um significativo fornecedor de fertilizantes para o agronegócio brasileiro. 

Em meio a polarizações políticas internas e, do lado russo, críticas advindas de potências ocidentais acerca da guerra entre Rússia e Ucrânia que se estende há mais de três anos, o encontro pode significar potencial de crescimento para as relações comerciais, segundo as palavras de Lula:

“Somos duas grandes nações em continentes opostos, fazemos parte do Sul Global e nós temos a chance de, nesse momento histórico, a gente poder fazer com que a nossa relação comercial possa crescer muito”, ressaltou.

Oposições e críticas

Embora ambos países sejam parceiros e fundadores do Brics – bloco de economias emergentes que reúne Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além da China, políticos de oposição aos dois governos não pouparam críticas. Do lado de Putin, acerca de seu envolvimento com a guerra, as críticas vêm sempre de potências ocidentais contrárias às invasões russas à Ucrânia e defensoras de um acordo de paz, até agora não aceito por Putin. Pelo lado do presidente Lula, os questionamentos surgem na essência e tentam desde abrir discussões sobre o que leva o Brasil a querer estabelecer relações com o Putin, a críticas mais básicas que se referem à viagem em meio um cenário geopolítico complexo em que Lula é criticado pelo presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, que considera pela ocasião, sua postura como pró-Rússia. 


Críticas à Trump (Foto: reprodução/Contributor/Getty images embed)


Durante a reunião, entre os assuntos tratados, sobraram também críticas à política tarifária de Donald Trump, que estabeleceu taxas de importação severas a produtos de mais de 180 países, dentre eles Brasil, China e Europa. 

Defesa do Itamaraty


Acordos comerciais entre Brasil e Rússia (Foto: reprodução/Anadolu/Getty images embed)


Muito embora Lula tenha deixado clara sua intenção ao declarar que sua visita à Rússia tem objetivos puramente comerciais, o Itamaraty precisou publicar uma nota afirmando que o Ministério das Relações Exteriores defendeu sua viagem. 

“Essa minha visita aqui é para estreitar e refazer, com muito mais força, a nossa construção de parceria estratégica. O Brasil tem interesses políticos, interesses comerciais, interesses culturais, interesses científicos tecnológicos com a Rússia. Por seu lado, a Rússia deve ter muitos interesses com o Brasil”, pontuou Lula.

Na publicação, o órgão deixa claro que, apesar do cenário geopolítico “desafiador”, o país quer manter diálogo com grandes potências e defender organismos multilaterais, que buscam pela paz global, e a viagem à Rússia, acima de tudo, tem por objetivo encontrar “soluções para conflitos”.

IBGE lança versão do mapa-múndi com Brasil no centro e hemisférios invertidos

Nesta quarta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou uma nova edição do mapa-múndi, desta vez com o Brasil posicionado no centro da imagem. A representação, conhecida como “mapa invertido”, propõe uma nova perspectiva geográfica ao destacar o papel do hemisfério sul. O material dá visibilidade especial aos países que compõem os blocos Brics e Mercosul, além das nações lusófonas e das áreas abrangidas pelo bioma amazônico.

Mapa invertido

A nova versão também marca cidades brasileiras que ganham destaque no cenário internacional. Entre elas, o Rio de Janeiro é identificado como capital do BRICS; Belém, como anfitriã da COP30; e o estado do Ceará, por sediar o Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global.

Com o novo mapa, o Brasil e seus parceiros de blocos como o Mercosul e o BRICS ganham destaque, reforçando seu papel de liderança nas discussões internacionais.

Também estão evidenciadas regiões de língua portuguesa e áreas da floresta Amazônica, sublinhando aspectos culturais e ambientais relevantes para a geopolítica atual.

A iniciativa, segundo o instituto, visa incentivar a reflexão sobre o papel estratégico dos países do sul global no cenário internacional, especialmente em temas como mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

Nas redes sociais, o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, afirmou que a nova representação busca evidenciar o protagonismo brasileiro em espaços como o BRICS, o Mercosul e a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.


Publicação feita por Marcio Pochmann, presidente do IBGE (Foto: reprodução/X/@MarcioPochmann)

Durante o encontro, que reunirá líderes mundiais, o Brasil deve defender pautas ambientais prioritárias, como a proteção da Amazônia e dos povos indígenas, além de promover acordos que envolvem sustentabilidade e cooperação internacional.

COP30

Marcada para novembro deste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) será realizada em Belém, no estado do Pará.

O evento reunirá representantes de diversos países para tratar de ações urgentes diante do agravamento da crise climática no planeta.

Entre os principais temas da conferência está a implementação do Acordo de Paris, assinado em 2015, que prevê limitar o aquecimento global a no máximo 2 °C até o final do século, meta considerada crucial para evitar catástrofes ambientais ainda mais severas.

Para atingir esse objetivo, especialistas apontam a necessidade de ampliar os recursos destinados à preservação ambiental, sobretudo nos países em desenvolvimento.

A proposta é que o financiamento internacional voltado à sustentabilidade alcance a marca de até 1 trilhão de dólares por ano.

Esse volume de investimento é visto como essencial para promover uma transição justa e efetiva rumo a uma economia de baixo carbono, com maior proteção aos ecossistemas e apoio às populações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

Dilma Rousseff é reeleita presidente do Banco do Brics com apoio de Putin

A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff informou neste domingo (23), que permanecerá no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, popularmente conhecido como Banco dos Brics, por mais 5 anos, depois de obter o respaldo oficial do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Dilma assumiu a presidência do banco em abril de 2023, com mandato previsto para encerrar em julho deste ano.

Sendo assim, a Rússia, que é responsável pela indicação dos responsáveis e que já havia defendido, no ano passado, a continuação da gestão realizada pelo Brasil, fez concretizar o plano do Brics.

Aprovação de Putin

Vladimir Putin demonstrou satisfação pelo trabalho de Dilma à frente do banco. Em junho do ano passado, durante um encontro em São Petersburgo, o presidente russo elogiou a brasileira e a parabenizou pelos avanços alcançados pela instituição em sua liderança.

A permanência de Dilma no cargo também representa uma boa integração com o Brasil, ao mesmo tempo em que serve os interesses da Rússia. 

O país pode estar visando uma possibilidade de assumir a presidência do banco no futuro, quando por exemplo, o conflito com a Ucrânia já tenha chegado ao fim.

Objetivos do Brics

Atualmente, o Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros que aderiram recentemente, como Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. 

Sob a liderança de Dilma, o banco tem como objetivo viabilizar o financiamento de projetos nos países que fazem parte do bloco.


Dilma Rousseff com representantes do Brics, incluindo Vladimir Putin. (Foto: Reprodução/Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na reunião do Brics, Dilma enfatizou iniciativas de colaboração entre Brasil e China, como a ferrovia transoceânica, que tem o potencial de diminuir os custos de exportação entre os dois países, além de discutir temas como a taxação do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos importados. Dilma falou sobre as ameaças de Trump em taxar até 100% os países do Brics se o bloco substituir o dólar como moeda oficial:

“Ele vai taxar a União Europeia? O euro é uma moeda alternativa”, ironizou a ex-presidente.