Reunião do BRICS questiona financiamento climático dos países

O encontro entre os líderes do bloco econômico BRICS ocorreu nesta segunda-feira (7), na cidade do Rio de Janeiro. Durante o encontro foi divulgada uma declaração conjunta pedindo que os países desenvolvidos ampliem substancialmente o financiamento climático. 

Líderes de países como a África do Sul e Índia marcaram presença, enquanto Vladimir Putin não veio, mas participou da reunião remotamente. O grupo pediu através de uma declaração, um valor de US$1,3 trilhão até o acontecimento da COP30 no final deste ano. Além disso, foi citado neste documento pelo bloco também uma “falta de ambição” por parte de países industrializados em diminuir as emissões dos gases estufas, o que atrasa exponencialmente o combate às mudanças climáticas. 

Acordo de Paris e cooperação global

Na declaração, é citado também o Acordo de Paris, um tratado assinado em 2015, durante a COP21 na França. O acordo tem como objetivo limitar o aquecimento global em bem menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e de concretizar objetivos para que a temperatura mundial não aumente mais que 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. 

O documento faz destaque ao papel do Acordo de Paris no fortalecimento do multilateralismo e na construção de uma base para a cooperação global, em busca de enfraquecer a crise climática. De acordo com o bloco, a responsabilidade pelo financiamento seria dos países desenvolvidos, apoiando os países emergentes – sem gerar impactos negativos em suas economias internas. 

O apoio deve ser baseado em doações e acessível às comunidades, como diz a declaração, alertando também contra um possível endividamento das economias dessas nações. É reforçado no documento que todos os recursos arrecadados serão direcionados a reservas conectadas à UNFCCC.


Chefes de Estado e de governo dos países membros do BRICS participam de reunião no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/PABLO PORCIUNCULA/Getty Images Embed)


Participação do capital privado e do mercado de carbono

O grupo ressaltou também a relevância do capital do privado e do mercado de carbono na promoção de políticas voltadas ao tema. A participação do capital privado deve acontecer como uma ferramenta no financiamento climático, por meio de linhas de créditos mistos. 

O mercado de carbono, paralelamente, é visto como um recurso estratégico para incentivar a iniciativa privada nos investimentos relacionados a transição para um modelo econômico sustentável.

EUA suspende restrição de softwares para China, alívio para as indústrias

Donald Trump suspendeu as restrições impostas à China para exportação de software de design de chips e produtos de etano. A decisão foi tomada durante reunião em Londres, na semana passada. Pequim também analisará concessões sobre terras raras. O entendimento entre os dois países representa um alívio para o mercado global.

Acordo reflete positivamente nas empesas

As empresas Synopsys, Cadence Design Systems e Siemens, que são três das maiores desenvolvedoras de software de automação de design eletrônico (EDA) do mundo, informaram nesta quarta-feira (2) a restauração do acesso aos seus softwares e tecnologias para os seus clientes na China.

Siemens uma das empresas atingidas pela restrição (foto: reprodução/Instagram/@siemens_usa)

O presidente americano está enviando cartas aos produtores de etano visando rescindir a exigência de licenciamento restritivo imposta às exportações para a China entre maio e junho.

Os Estados Unidos haviam adotado medidas de restrição aos desenvolvedores de software EDA e aos produtores de etano, como retaliação à suspensão das exportações de terras raras e ímãs imposta pela China no mês de abril.

A queda de braço entre EUA e CHINA

As retaliações impostas por ambos os lados causaram grande tensão entre as indústrias e no mercado global. Pequim retaliou suspendendo as exportações de terras raras (elementos químicos essenciais para a produção de tecnologia moderna), em resposta às restrições dos EUA. Essa atitude da China afetou as cadeias de suprimento de montadoras de automóveis, fabricantes aeroespaciais, empresas de semicondutores e empreiteiras militares. A questão quase colocou em xeque o acordo comercial bilateral.


O Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira (27) que, após diálogo com os Estados Unidos, ambos confirmaram um acordo. A China analisará os pedidos de exportação de itens controlados pelo país, enquanto os EUA se comprometeram a cancelar as medidas restritivas.

“Os EUA intensificaram para depois aliviar. Eles impuseram restrições a muitos outros itens para fazer com que os chineses recuassem em relação às terras raras”, de acordo com uma fonte familiarizada com as discussões dentro do governo dos EUA.

A tensão global entre os EUA e a China tem dado sinais de diminuição. À medida que os acordos avançam, o cenário comercial pode retornar ao patamar observado entre fevereiro e março, segundo a mesma fonte.

Louis Vuitton surpreende com navio luxuoso na China

A Louis Vuitton abre em Xangai, na China, um espaço conceito batizado de “The Louis”, projetado para parecer um imenso navio formado por malas icônicas da grife. Inspirado na herança marítima da cidade portuária e no legado da Maison francesa, o local também abriga um museu de luxo e uma cafeteria exclusiva.

Instalada em uma das praças mais movimentadas do centro de Xangai, a loja em formato de navio ocupa três andares. Os dois primeiros são dedicados à exposição “Visionary Journeys” (Jornadas Visionárias, em português), que retrata as viagens icônicas promovidas pela Louis Vuitton ao longo dos anos e a transformação de suas malas, desde as versões tradicionais até as criadas para competições esportivas.

Louis Vuitton eleva experiência de luxo

A exposição apresenta diferentes ambientes, entre eles uma biblioteca, uma oficina que revela o processo artesanal de fabricação das peças da marca, uma galeria com baús de troféus usados em eventos esportivos e uma ala dedicada à moda e às fragrâncias. A estrutura também abriga uma loja de presentes, com curadoria de artigos de couro, calçados, acessórios e itens voltados à viagem.


Loja conceito Louis Vuitton ocupa três andares (Foto: reprodução/X/@LouisVuitton)

No terceiro andar, os visitantes encontram o Le Café Louis Vuitton, cuja ambientação mantém a estética inspirada nos tradicionais baús da Maison, com iluminação e decoração que remetem ao interior de um antigo navio de cruzeiro. Aberta gratuitamente ao público, a megaloja integra uma série de ativações globais da marca.

Conceito da loja em Xangai

O CEO da Louis Vuitton, Pietro Beccari, afirmou que a nova loja conceito foi idealizada para traduzir o espírito de viagem que define a marca.

Segundo ele, o espaço foi cuidadosamente pensado para transmitir esse DNA por meio de ideias, emoções e inspiração, de forma alegre e envolvente. A proposta reforça o legado da maison francesa ao unir tradição, inovação e experiências sensoriais marcantes para o público visitante.

Lula perde espaço no cenário global, aponta revista britânica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria enfrentando uma redução de sua influência no exterior. É o que aponta uma análise publicada pela revista britânica The Economist, que atribui esse cenário ao distanciamento do Brasil em relação a potências ocidentais e à intensificação de laços com países como China, Irã e Rússia.

De acordo com a publicação, a diplomacia brasileira tem assumido posições contrárias às adotadas por países aliados, o que estaria dificultando a construção de consensos internacionais e comprometendo o papel de mediação que o Brasil historicamente buscou manter.

Críticas ao alinhamento com China e Irã

Um dos episódios destacados pela revista foi a reação do governo brasileiro a um ataque dos Estados Unidos contra alvos ligados ao programa nuclear do Irã. Enquanto Washington defendeu a ação como uma medida de segurança, o Brasil, por meio de nota do Itamaraty, expressou forte desaprovação, classificando o ato como uma violação da soberania iraniana.

Esse tipo de posicionamento, segundo a publicação, tem colocado o país em rota de colisão com democracias ocidentais que, embora preocupadas, preferiram não condenar diretamente o episódio. A expectativa é que o Brasil e o Irã se reaproximem ainda mais durante a próxima reunião do Brics, marcada para ocorrer entre os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.

A reportagem também levanta preocupações sobre a crescente influência da China e da Rússia dentro do Brics, o que tornaria mais difícil para o Brasil manter sua posição de neutralidade. O cientista político Matias Spektor, da FGV, destaca que o grupo vem sendo instrumentalizado por interesses que não coincidem com os valores democráticos do Brasil.

Ainda segundo a The Economist, diplomatas brasileiros estariam evitando embates sobre temas sensíveis, como a proposta de adotar uma moeda alternativa ao dólar no comércio entre os países do grupo, para não gerar novos desgastes internacionais.


Revista britânica diz que Lula vem perdendo influência no exterior (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Distanciamento dos EUA e desgaste interno

O texto também chama atenção para a ausência de encontros entre Lula e o presidente norte-americano Donald Trump. A falta de aproximação é vista como um sinal de enfraquecimento das relações bilaterais. Em contrapartida, o governo brasileiro tem priorizado acordos com a China e aprofundado a cooperação econômica com países fora da esfera ocidental.

A revista aponta ainda que Lula enfrenta desafios dentro do próprio país. Seu índice de aprovação caiu, e sua imagem continua sendo associada por parte da população aos escândalos de corrupção envolvendo o Partido dos Trabalhadores. Essa perda de apoio interno, combinada com um cenário internacional desfavorável, contribui para a percepção de que o Brasil tem exercido um papel menos relevante nas discussões globais.

Ao final, a publicação sugere que o governo brasileiro deveria focar mais em questões domésticas e menos em tentar exercer protagonismo em crises geopolíticas distantes, como os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia.

Casa Branca informa que Estados Unidos e China fecham acordo sobre as terras raras

De acordo com informações divulgadas pelas autoridades da Casa Branca, Estados Unidos e China finalmente chegaram a um acordo para agilizar a entrega de terras raras produzidas no país asiático. A notícia foi publicada nesta quinta-feira (26), após um longo processo para encerrar a disputa econômica entre as duas maiores potências do mundo.

Durante as tentativas de negociação ocorridas em maio deste ano, na cidade de Genebra, a China se comprometeu a retirar as restrições não tarifárias impostas aos EUA em 2 de abril, logo após o presidente Donald Trump anunciar um pacote de tarifas elevadas, com a maior taxa já aplicada sobre produtos chineses. No entanto, até o momento, ainda não foi esclarecido como essas medidas serão revertidas.

Na época das disputas tarifárias entre os dois países, Pequim havia cancelado a exportação de ímãs classificados como estratégicos e uma variedade de minerais. A decisão impactou a cadeia de suprimentos de equipamentos considerados essenciais por montadoras, empresas do setor aeroespacial, fabricantes de semicondutores e fornecedores da indústria militar, responsáveis por distribuir materiais para o mundo inteiro.

“O governo e a China concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura de implementação do acordo de Genebra”, revelou um membro da Casa Branca.

China vs EUA

Desde que o presidente americano anunciou o pacote de tarifas elevadas, Estados Unidos e China vêm travando uma guerra econômica. Em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre produtos chineses, que se somava à tarifa de 10% já existente, totalizando 20%.

No entanto, em 2 de abril, Trump comunicou seu plano de “tarifas recíprocas”, que resultaria em uma nova taxação de 34% sobre produtos chineses, elevando o total para 54%.

Como retaliação às tarifas impostas pelos EUA, Pequim estabeleceu uma tarifa de 34% sobre produtos americanos, o que intensificou a guerra comercial entre os dois países. Em resposta, a Casa Branca anunciou que as taxas sobre a China subiriam mais 50%, totalizando 104% para o país asiático.


Donald Trump e Xi Jinping juntos
(foto: reprodução/x/@joaomercio)


Acordo de paz entre os dois países

No início de junho, Trump declarou que havia um entendimento com a China, pelo qual Pequim se comprometeria a fornecer ímãs e minerais de terras raras, enquanto os Estados Unidos permitiriam a entrada de estudantes chineses em suas faculdades e universidades.

Trump fecha acordo comercial entre EUA e China

Nesta quarta-feira (11), o presidente norte-americano Donald Trump afirmou ter fechado um acordo comercial com a China, dependendo da aprovação final do presidente chinês Xi Jinping.

Trump detalhou em suas redes sociais que a China vai fornecer, de forma antecipada, todos os ímãs e quaisquer terras raras necessárias. Disse ainda que, da mesma forma, os EUA vão fornecer à China o que foi acordado, o que inclui estudantes chineses que vão poder utilizar as faculdades e universidades norte-americanas, o que para ele sempre foi algo positivo.

De acordo com a Casa Branca, o presidente Donald Trump já estudava os detalhes do acordo acompanhado de sua equipe no começo da tarde desta quarta-feira.


Presidente norte americano Donald Trump fecha acordo comercial com a China (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


Expectativa

O secretário do comércio, Howard Lutnick, disse nesta quarta-feira (11), que a China irá aprovar “todos os pedidos” de ímãs feitos pelas empresas norte-americanas e apontou que “o lado chinês sempre quer remover os controles de exportação”.

O secretário falou também que a China concordou em encontrar maneiras de o país fazer mais negócios com os EUA. Segundo o secretário, acordos comerciais com outros países podem acontecer a partir da próxima semana.


Acordo comercial entre EUA e China depende da assinatura de Xi Jinping, presidente da China (Foto: reprodução/Instagram/@xi.jinping_cn)


Como e onde ocorreu o acordo

Foram dois dias de negociações comerciais, antes do acordo acontecer. Autoridades americanas e chinesas se reuniram em Londres, Inglaterra, para tratar das tarifas de importação e também sobre recursos importantes para a indústria tecnológica. Na mesa de negociações entrou a questão que envolve terras raras e ímãs.

Para o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o acordo obtido em Londres com a China vai ajudar na relação econômica entre a China e os Estados Unidos.

EUA e China avançam em trégua comercial com proposta de estrutura para reduzir restrições

Os Estados Unidos e a China deram um passo importante para aliviar as tensões comerciais que vêm impactando a cadeia de produção global. Após dois dias de negociações em Londres, representantes de ambos os países anunciaram nesta quarta-feira (11) que chegaram a um acordo preliminar sobre a estrutura que deverá guiar a implementação de uma trégua comercial.

Princípio de acordo

Segundo o negociador comercial chinês, Li Chenggang, os dois lados concordaram em princípio com a estrutura do acordo, que tem como base os entendimentos firmados na rodada anterior de negociações realizada em Genebra, no mês passado, e em uma ligação recente entre os presidentes. A proposta será agora submetida à aprovação das lideranças de ambos os países.

Em declaração à imprensa, o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que, se o plano for aprovado, os dois governos darão início à implementação imediata do acordo-quadro. Embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados, Lutnick adiantou que o compromisso prevê a redução mútua dos controles de exportação sobre bens e tecnologias consideradas estratégicas.

Um dos pontos centrais envolve as exportações chinesas de minerais de terras raras e ímãs — insumos cruciais para a indústria americana. Segundo Lutnick, a China se comprometeu a resolver as restrições atuais e, em contrapartida, os EUA devem reavaliar medidas adotadas como resposta à escassez desses materiais, com o objetivo de promover um reequilíbrio comercial “de forma equilibrada”, evocando termos já utilizados pelo ex-presidente Donald Trump.

Exportações de tecnologia


Bandeira do EUA e da China(Foto: reprodução//CHARLY TRIBALLEAU/AFP/PHILIP FONG/AFP/Getty Images Embed)

Nos últimos meses, Washington havia endurecido as regras para exportações de tecnologias sensíveis à China, incluindo softwares de design de chips e microchips de alta performance, utilizados em sistemas de inteligência artificial. Também foram adotadas restrições a vistos de estudantes chineses, em resposta ao que o governo americano considerou um recuo de Pequim nas promessas feitas anteriormente.

O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, indicou recentemente que o governo pode estar disposto a flexibilizar algumas dessas restrições, desde que haja reciprocidade. No entanto, destacou que os EUA manterão os bloqueios à exportação de chips de altíssimo desempenho da Nvidia, por sua importância estratégica.

Gripe aviária em aves domésticas acende alerta no Brasil, mas não afeta exportações

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou no sábado (7) um novo caso de gripe aviária em aves domésticas na cidade de Campinápolis, em Mato Grosso. No domingo (8), o governo começou a agir, adotando medidas de controle e vigilância, como a instalação de barreiras sanitárias e a desinfecção de veículos que passam pela região.

Medidas de controle e vigilância adotadas pelo governo

O Ministério informou que não existem granjas comerciais na região com gripe aviária. Por isso, o caso não afeta o consumo, a exportação dos produtos do Brasil e nem o prazo de segurança. Já, o Serviço Veterinário Oficial, isolou a propriedade onde identificou o caso e coletou amostras para exames, que confirmaram a presença da gripe aviária, segundo o Mapa.

O Ministério explicou que o caso aconteceu em aves criadas para o próprio consumo e que isso não prejudica a venda de produtos de aves do Brasil para outros países. O consumo e a exportação continuam seguros. Também afirmou que esse novo caso não muda o prazo de 28 dias de segurança após a limpeza da área de Montenegro (RS), onde houve um foco em aves comerciais.


Matéria sobre a queda de exportações de carne de frango (vídeo: reprodução/X/@BandJornalismo)

Impactos da gripe aviária nas granjas comerciais e nas exportações brasileiras

Em maio de 2023, as autoridades encontraram o primeiro caso de gripe aviária em aves silvestres no Brasil. No entanto, o primeiro caso da doença em uma granja comercial só ocorreu dois anos depois, em 15 de maio de 2025, na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Antes desse caso, as autoridades só tinham encontrado focos da doença em aves silvestres ou criadas para o próprio consumo.

As equipes terminaram a limpeza da granja com gripe aviária em Montenegro no dia 21 de maio. A partir de 22 de maio, se não registrarem novos casos em granjas comerciais durante esse período, o Brasil poderá se declarar livre da doença.

O Ministério da Agricultura diz que a gripe aviária não passa pelo consumo de carne de frango ou ovos e que o país, também, nunca teve casos da doença em pessoas. Esse primeiro caso em uma granja comercial é significativo porque o Brasil exporta mais carne de frango que qualquer outro país.

Cerca de 160 países importam frango do Brasil, sendo a China o principal destino. Com a confirmação de um caso de gripe aviária, esses países interrompem as compras, seguindo regras sanitárias. Em alguns casos, as autoridades aplicam o bloqueio a todo o território nacional. Em outros, elas restringem apenas os produtos vindos da região onde identificaram o foco da doença.

Donald Trump afirma que EUA e China se encontrarão para discutir acordo comercial

O presidente americano Donald Trump afirmou que autoridades dos Estados Unidos e da China se reunirão em Londres. O objetivo do encontro é discutir um novo acordo comercial entre os países. A reunião acontecerá na segunda-feira (9).

De acordo com Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial dos Estados Unidos, embaixador Jamieson Greer participarão do encontro.


Trump anuncia reunião e participantes que estarão presentes (Foto: Reprodução/Truth Social/@realDonaldTrump)

A reunião deverá ocorrer com grande sucesso.”, afirmou o presidente em postagem no Truth Social nesta sexta-feira (6)

Conversa de Trump e Jinping

A declaração foi feita no dia seguinte da conversa entre o republicano e o presidente da China, Xi Jinping, sobre o tarifaço. Trump declarou que os dois resolveram as “complexidades” do acordo comercial sobre as tarifas de importação e afirmou que a conversa teve um desfecho positivo para os dois países.


Donald Trump e Xi Jinping (Foto: reprodução/G1)

Nesta quinta-feira (5), o americano falou que as negociações entre os países continuam e estão em “boa forma“. O presidente chinês disse que o país cumpriu o acordo definido em Genebra com seriedade e sinceridade.

Ele ainda destacou que “diálogo e cooperação são a única escolha correta para a China e os Estados Unidos”. Xi Jinping ainda reforçou que os dois países devem buscar uma solução que os beneficie mutuamente, respeite as preocupações dos dois lados e mantenha a relação de igualdade.

Negociações após o “tarifaço”

Desde o anúncio em abril do “tarifaço”, Trump mantém um cabo de Guerra com Pequim. O pacote de tarifas impactou vários países, principalmente a China.

Os dois países definiram um trato temporário no dia 12 de maio em que ficou definida uma redução das tarifas por um período de 90 dias. A oficialização do acordo aconteceu em um encontro entre as delegações em Genebra, na Suíça.

Desde então, os países encontraram empecilhos para chegar a um consenso nas negociações. No dia 30 de maio, por exemplo, Trump afirmou que a China violou o acordo. O Ministério do Comércio da China respondeu e disse que as acusações eram “infundadas”. O órgão ainda afirmou que o país tomaria medidas para proteger seus interesses.

Na segunda-feira (2), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente americano pretendia conversar com o chinês a fim de resolver os impasses nos acordos. Na quarta-feira (4) Trump postou em seu perfil no Truth Social que gostava de Xi Jinping, mas que negociar com o presidente era “muito difícil”.

EUA alertam sobre ameaça chinesa e pedem aumento de investimentos militares na Ásia

Em sua estreia no principal fórum de segurança da Ásia, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou no sábado (31) que a China representa uma ameaça concreta e crescente. Ele pediu aos países do Indo-Pacífico que reforcem seus orçamentos de defesa diante de um cenário geopolítico cada vez mais instável.

Estreia marcada por discurso duro contra China

Durante sua primeira participação no Diálogo de Shangri-La, realizado em Singapura, Pete Hegseth adotou um tom direto e combativo ao descrever o que chamou de “ameaça real e iminente” representada pela China. Segundo ele, Pequim estaria se preparando para usar força militar com o objetivo de mudar o equilíbrio de poder na região, especialmente em relação a Taiwan.

Hegseth destacou que qualquer tentativa de invasão da ilha por parte da China traria consequências devastadoras para todo o Indo-Pacífico e para o mundo. O secretário reforçou que a proteção da região é prioridade do governo Trump e garantiu que a China não tomará Taiwan sob a atual administração americana.

Em comunicado, a embaixada da China em Singapura acusou Washington de fomentar instabilidade regional e classificou os comentários de Hegseth como provocativos. “Na verdade, os próprios EUA são o maior causador de problemas para a paz regional”, declarou a diplomacia chinesa.

O governo chinês considera Taiwan parte de seu território e não descarta o uso da força para garantir a reunificação com a ilha, governada de forma independente. Taiwan, por sua vez, rejeita qualquer reivindicação de soberania por parte do governo chinês, defendendo que apenas o povo taiwanês tem o direito de decidir seu futuro.


Pete Hegseth, à esquerda, é recebido por Chan Chun Sing, à direta, em Singapura para o Diálogo de Shangri-Lá em 31 de maio de 2025 (Foto: reprodução/MOHD RASFAN/Getty Images Embed)


Aliados sob pressão para ampliar orçamento de defesa

Além das críticas à China, Hegseth cobrou um aumento nos investimentos em defesa por parte dos países aliados da Ásia. De acordo com ele, a média de 1,5% do PIB destinada a gastos militares por nações da região é insuficiente diante do cenário de ameaças crescentes, como o avanço militar chinês e alianças entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.

Hegseth comparou a situação com a da Europa, onde os países membros da OTAN vêm aumentando significativamente seus orçamentos de defesa, com alguns comprometendo até 5% do PIB, especialmente após críticas e ameaças dos EUA de deixar a aliança diante da falta de cooperação. Ele afirmou que os aliados asiáticos deveriam seguir esse exemplo, especialmente porque atualmente “gastam menos em defesa diante de ameaças mais diretas”.

As declarações provocaram reações divididas. A senadora democrata Tammy Duckworth, que participa do fórum, classificou o discurso como condescendente. Já o ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, elogiou o reconhecimento do esforço europeu e afirmou que foi a primeira vez que ouviu esse tipo de reconhecimento vindo de Washington.

Hegseth também defendeu que os países europeus se concentrem na segurança do próprio continente, o que permitiria aos EUA redirecionar esforços para a Ásia. Enquanto Washington aproveitou o fórum para reforçar seu posicionamento estratégico, a China adotou uma postura mais discreta: o ministro da Defesa, Dong Jun, não compareceu ao evento e foi representado por uma delegação acadêmica.