Prazo de venda do TikTok é estendido por Donald Trump

Seguindo o embate que os Estados Unidos e a empresa chinesa ByteDance vêm passando sobre a permanência do aplicativo TikTok no país, o presidente Donald Trump aumentou o prazo para vender os ativos estadunidenses do aplicativo para um vendedor que não seja chinês, para 75 dias. Caso não seja cumprido, o aplicativo passará por uma proibição seguindo uma lei do país de 2024.

Relação dos EUA com a China

Nesta sexta-feira (4), Trump disse que o acordo precisa ser mais trabalhado, a fim de garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas, o que não seria possível com a data que determinou em janeiro, que encerraria hoje (5).

O presidente informou desejar continuar “trabalhando de boa fé” com a China, e disse saber que eles não estão contentes com as tarifas recíprocas altíssimas que estabeleceu para o país.

Após o “tarifaço” imposto por Trump, a China é o local com a tarifa mais alta de produtos importados pelos EUA, sendo cobrado 54%.

As tarifas da China podem ser reduzidas, caso ocorra um acordo com a ByteDance, o que pode ocorrer através ed quatro grupos distintos, não sendo divulgados quais são, que buscam um trato com o TikTok.


Donald Trump decreta que o TikTok funcionará por mais 75 dias nos EUA (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Plano de Trump para o TikTok

A negociação sobre o que ocorrerá com o aplicativo no país é liderada pela Casa Branca. O plano visa que os maiores investidores não chineses aumentem suas participações, além de possuírem as operações do TikTok nos Estados Unidos.

Fontes relataram para a Reuters planejado ainda a criação de uma entidade estadunidense para a rede social, e que a participação chinesa no novo negócio fique abaixo do limite de 20% estabelecido pela legislação dos EUA, o que poderia “salvar” o TikTok de ser proibido no país.

As discussões na Casa Branca estão sendo lideradas por Susquehanna International Group e General Atlantic, de Jeff Yass e Bill Ford, respectivamente, representados no conselho da ByteDance. Segundo um repórter da ABC News em mídia social, o Walmart também está considerando juntar-se ao grupo de investidores para um acordo com o aplicativo.

O governo chinês não aprovou quaisquer acordos, e Pequim não falou publicamente para a permissão da venda do TikTok, o qual também não respondeu de imediato ao indagarem sobre.

Após tarifaço de Trump, China busca novos parceiros comerciais

O governo Chinês divulgou uma série de medidas de retaliação contra a economia dos Estados Unidos. Com a guerra comercial imposta por Trump, a China anunciou nesta sexta-feira (4), uma taxa de 34% sobre a importação de produtos americanos. O valor da tarifa é a mesma determinada pelo presidente americano contra a economia chinesa depois do “tarifaço” da última quarta-feira (2).

Pequim, capital chinesa, incluiu 11 companhias dos EUA em lista que proíbe qualquer relação comercial com empresas da China. O governo também limitou vendas de minerais raros e imprescindíveis para as indústrias tecnológicas estadunidenses. Por fim, o Estado chinês afirmou que vai denunciar o tarifaço de Trump à Organização Mundial do Comércio, embora a instituição esteja “paralisada” pela falta de indicação de juízes.

A China representa o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos. No ano passado, indústrias chinesas venderam aproximadamente US$ 420 bilhões aos americanos e importaram US$ 140 bilhões. Trump, no entanto, declarou que a decisão do país foi um equívoco e que o governo chinês “entrou em pânico” ao adotar tais tarifas.


Presidente chinês Xi Jinping (Foto: reprodução/Vinícius Schmidt/METRÓPOLES)

Próximos passos da China

Com o estreitamento da economia americana para o mundo, espera-se que as empresas chinesas procurem outros países para negociar o excedente que o mercado interno do país não pode absorver. O Citigroup avalia que a guerra comercial deve impactar negativamente até 2,4% do produto interno bruto chinês só neste ano.

Com as imposições de Trump, a China tenta estender laços comerciais com a Europa, embora haja resistência dos líderes da região devido ao apoio de Pequim à Rússia na guerra contra a Ucrânia. A maior parte dos produtos chineses, no entanto, deve ser vendida aos vizinhos do país na Ásia, além da América Latina e África, continentes em que a China possui alto nível de investimento.

Tarifaço de Trump

As “tarifas recíprocas” impostas por Donald Trump aos países que mantêm relações comerciais com os EUA entraram em vigor neste sábado (5). A taxa inclui alíquotas – valores fixos que são aplicados para o cálculo do valor de um tributo – de 34% sobre todas as importações chinesas. Para o Brasil, essa quantia foi de 10%.


Trump anuncia tarifas no “Dia da Liberação” (Foto: reprodução/Brendan Smialowski/AFP)

O “tarifaço” já atinge mais de 180 países e regiões, como a União Europeia (20%), Coreia do Sul (25%) e o Japão (24%). O anúncio das taxas foi feito pelo republicano na quarta-feira (2), no que o presidente chamou de “Dia da Liberação”. Trump declarou que os EUA ficariam “livres” de produtos de origem estrangeira  “É a nossa declaração de independência econômica”, afirmou o americano.

Trump prorroga em 75 dias prazo para venda do Tik Tok nos Estados Unidos

O presidente Donald Trump estendeu, nesta sexta-feira (4), em 75 dias o prazo para a ByteDance, empresa chinesa responsável pelo aplicativo TikTok vender os ativos americanos para um comprador do país.

Trump salientou que não quer que a rede social “desapareça”, apenas que seus ativos sejam vendidos internamente. Esta é a segunda vez que o prazo é estendido. A lei previa para janeiro a proibição do TikTok nos EUA, caso não fosse vendido. 

Na quinta-feira (3) o presidente americano havia dito estar “muito próximo” de fechar um acordo para encontrar um comprador para a operação americana do aplicativo. Caso isto não ocorra, o TikTok pode ser banido dos Estados Unidos. 


Mensagem recebida por usuários do TikTok, nos Estados Unidos (Reprodução/Smith Colletion/Gado/ Getty images embed)


Em janeiro deste ano a plataforma ficou fora do ar por um dia após a lei entrar em vigor. Os usuários do aplicativo foram surpreendidos com uma mensagem dizendo:

“Desculpe, o TikTok não está disponível no momento. Uma lei proibindo o TikTok foi promulgada nos Estados Unidos. Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto”.

Ameaça à segurança nacional

A lei que bloqueou o TikTok foi aprovada durante o governo de Joe Biden e foi sancionada pelo então presidente. Os legisladores alegaram que os laços do aplicativo com a China e, portanto, seu acesso à abundância de dados representaria uma ameaça à segurança nacional. 

O ocorrido gerou embaraço e preocupação nos usuários, em especial, pequenas empresas que dependem da plataforma para viver.

“Grande interesse no Tik Tok”


Presidente Donald Trump e TikTok (Reprodução/Anadolu/Getty images embed)


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou na segunda-feira (3) que há interessados no TikTok . Em outro momento já havia escrito em suas redes sociais que há “grande interesse no TikTok”, porém, esta semana, prorrogou o prazo mais uma vez e explicou porque estava estendendo o prazo que ele havia estabelecido em janeiro e que deveria expirar no sábado: 

“O acordo requer mais trabalho para garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas”, disse Trump.

Ele ainda afirmou que sua administração estava em contato com quatro grupos diferentes sobre um possível acordo, mas não os identificou. 

As negociações são lideradas pela Casa Branca e se concentram em um plano para que os maiores investidores não chineses da empresa ByteDance aumentem suas participações e adquiram as operações do aplicativo nos Estados Unidos, salvando o TikTok de uma proibição iminente no país.

Donald Trump menciona aliviar tarifas para a China caso a venda do TikTok seja aprovada

Nesta quinta-feira (3), durante uma conversa com repórteres no Air Force One, o presidente Donald Trump mencionou a possibilidade de negociar tarifas e discutir um acordo com a China sobre a venda do aplicativo TikTok.

“Todos os países nos ligaram. Essa é a beleza do que fazemos, nos colocamos no banco do motorista”, revelou Trump.

Ele também afirmou estar aberto a novas discussões com outras nações, porém espera que essas negociações tragam benefícios para os Estados Unidos. Trump citou o aplicativo como exemplo, sugerindo que a China poderia colaborar com a venda da plataforma em troca de um alívio tarifário.

Ao ser questionado sobre possíveis negociações em andamento, o presidente negou, alegando que apenas usou o caso como um exemplo.

EUA vs. TikTok

O TikTok enfrenta há tempos desafios nos EUA, com o governo americano alegando que sua ligação com a China e o acesso a dados de milhões de usuários representam um risco à segurança nacional.

No início deste ano, o aplicativo foi banido do país, pois a ByteDance, empresa responsável por sua administração, se recusou a vendê-lo para investidores americanos.

A empresa negou as acusações de ter compartilhado dados de usuários dos EUA com o governo chinês e argumentou que a lei que impõe sua venda viola os direitos constitucionais dos americanos, garantidos pela Primeira Emenda.

Com mais de 170 milhões de usuários no país, a plataforma chegou a suspender seus serviços até a posse do atual presidente, Donald Trump, que assinou um decreto adiando a proibição do aplicativo até o dia 5 de abril, caso parte da empresa fosse vendida para empresários americanos.


Foto destaque: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/X/@valoreconomico/Al Drago/Bloomberg)

As tarifas americanas

Ao assumir o poder em 20 de janeiro, Trump introduziu novas mudanças nas tarifas sobre produtos importados pelos EUA.

Países como Canadá e México tiveram suas exportações taxadas em 25%, o que gerou retaliações por parte dos dois governos. Após ameaças de taxações recíprocas, Trump suspendeu a medida por 30 dias. Ele também ameaçou impor tarifas à Colômbia caso o país não aceitasse os imigrantes que estavam nos Estados Unidos.

China e Brasil também estão entre os países impactados pelas tarifas impostas por Donald Trump. Na última quarta-feira (2), o presidente republicano anunciou uma taxação de 54% sobre as importações chinesas para os EUA, o que pode intensificar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

No caso do Brasil, as exportações para os Estados Unidos sofrerão uma taxa de 10% a partir deste sábado (5). No entanto, alguns produtos, como o petróleo, estarão isentos da nova tributação, enquanto o aço permanecerá sujeito à tarifa de 25%, conforme a determinação de Trump em março.

B3 faz parceria com bolsas de valores chinesas com objetivo de ampliar acesso a ETFs internacionais

A B3 publicou, na quinta-feira (27), que assinou Memorandos de Entendimento com bolsas de valores chinesas para trazer uma conexão de ETFs entre os dois países, com o programa ETF Connect. Esta ação serve como um grande passo no mercado de investimentos brasileiro e do resto do mundo, pois gera uma conexão com um mercado muito forte, sendo o da China.

A parceria

Nesta quinta-feira (27), a B3, uma bolsa de valores brasileira, divulgou que assinou MoUs (Memorandos de Entendimento) com duas bolsas de valores na China. Elas são a Shanghai Stock Exchange – SSE, de Xangai e a Shenzhen Stock Exchange – SZSE, de Shenzhen. Esta ação foi feita visando permitir uma conectividade de ETFs (Exchange-traded fund) entre as duas nações, e isso será feito por meio do programa ETF Connect. Essa nova possibilidade permitirá uma ampliação de oportunidades de investimento, através dos ETFs em conjunto do Brasil e a China.


Logo e nome da Shenzhen Stock Exchange, em seu prédio, na China (Foto: reprodução/Cheng Xin/Getty Images Embed)


Essa modalidade foi viabilizada por meio dos memorandos, assinados no ano passado, entre a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a CSRC (Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China). A China possui 18 ETFs lançados em outras parcerias realizadas com outros países do mercado asiático, como Japão, Singapura e Hong Kong, portanto, o Brasil é o primeiro país de fora do continente a fazer esse acordo.

O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, ainda afirmou que o reforço da atuação de bolsa do Brasil, serve como uma ponte entre o mercado da América Latina e da Ásia, pois oferece alternativas de diversificação internacional, para investidores institucionais e pessoas físicas.


Celular com o indicador de estoque de Xangai (Foto: reprodução/Costfoto/NurPhoto/Getty Images Embed)


O que será feito

Para que a funcionalidade dos processos seja melhor, gestoras dos dois países irão trabalhar em conjunto para a fazer a listagem dos novos ETFs. Até agora, a Bradesco Asset Management e a Itaú Asset Management estão realizando negociações com suas contrapartes da China para viabilizar participação no programa.

Ricardo Eleuterio, diretor da Bradesco Asset Management, diz que esse projeto serve para aumentar a atratividade do mercado de capitais brasileiro e também para aumentar a presença internacional, abrindo espaço para novos investidores e negócios de longo prazo.

Vamos conectar investidores de dois países que ocupam papéis relevantes no cenário global e com mercados de capitais com características complementares”, adicionou Carlos Augusto Salamonde, head da Global Investment Management do Itaú Unibanco.

O ETF Connect também serviu para que o Brasil e a China pudessem ter uma maior cooperação em finanças, o que foi decidido pelos governos, segundo um comunicado emitido pelos presidentes de ambos os países, em 20 de novembro de 2024.

Terremoto de alta magnitude atinge Mianmar, no sudeste asiático

Um terremoto de alta magnitude atingiu Mianmar, um país localizado no sudeste asiático, nesta sexta-feira (28). O tremor também foi intensamente sentido na China.

De acordo com a TV estatal de Mianmar, em nota disparada via Telegram, pelo menos 144 pessoas morreram e 732 ficaram feridas em decorrência do terremoto.

Na Tailândia, um prédio em construção caiu em decorrência dos tremores. Até o momento, foram confirmadas 5 mortes, mas as equipes de resgate ainda procuram 117 desaparecidos sob os escombros.


Prédio desaba por conta de terremoto em Mianmar (Vídeo: reprodução/X/@reporterenato)


Abalo sísmico

Na escala Richter, que mede a força dos tremores de um terremoto, este teve magnitude 7,7, considerado na escala como “muito forte”.

Para efeito de comparação, o maior terremoto já registrado na história foi de 9,5, que ocorreu no Chile em 1960.

O que se sabe até agora

O tremor ocorreu na tarde de sexta-feira (madrugada pelo horário de Brasília) e teve seu epicentro localizado a 16 quilômetros a noroeste da cidade de Mandalay, na região central de Mianmar.

Especialistas apontam que a pouca profundidade do epicentro agravou a força do tremor, visto que isso fez com que ele fosse sentido mais fortemente.

Acerca dos danos no país, a Organização das Nações Unidas (ONU) não deu muitos detalhes, além de dizer que “os danos foram significativos” na região central do país. Além disso, a Myanmar National Airlines, companhia aérea de Mianmar, cancelou voos.

Outra instituição que se pronunciou sobre as destruições foi a Cruz Vermelha:

A infraestrutura pública foi danificada, incluindo estradas, pontes e prédios públicos. Atualmente, temos preocupações com represas de grande porte”

Disse Marie Manrique, coordenadora de programas da Federação Internacional da organização.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, está em viagem a Hanói, no Vietnã, outro país do sudeste asiático. No entanto, não há registros de dano no país.

Governo da Albânia proíbe a plataforma TikTok 

Nesta quinta-feira, entrou em vigor a medida adotada pelo governo albanês que proíbe o aplicativo TikTok por um ano. Usuários da plataforma relataram dificuldades para acessar o app.

A decisão foi tomada logo após o brutal assassinato de um jovem de 14 anos, que teria ocorrido após discussões com colegas nas redes sociais. Segundo o primeiro-ministro, Edir Rama, a restrição visa proteger a saúde mental de crianças e adolescentes. A empresa TikTok alega que o vídeo divulgado pelos adolescentes, que ocasionou a morte do jovem, teria sido publicado em outra rede social.

Censura

O chefe da Associação Jornalística da Albânia (AJA), Isa Myzyras, declarou que essa argumentação do governo seria uma justificativa para censurar a liberdade de expressão no país.

Tememos que, da mesma forma, o governo também possa fechar outras redes sociais e, um dia, até proibir a internet completamente”, afirmou.

Myzyras também revelou que o grupo levaria o caso ao Tribunal Constitucional. Partidos democratas do país denunciaram o primeiro-ministro por tentar censurar o direito à livre expressão dos cidadãos albaneses. Para eles, a plataforma é um porta-voz da população para expressar suas opiniões.

O principal partido de oposição, o Partido Democrata, organizou uma manifestação no sábado (15) em frente aos escritórios do governo para expressar sua discordância em relação à proibição do TikTok.

Rama criticou o aplicativo, alegando que ele exibe, fora da China, apenas conteúdos de “escória e canalhas”.

A Autoridade Nacional de Segurança Cibernética da Albânia (AKSK) determinou que todos os provedores de internet do país enviem, até esta quinta-feira, uma confirmação por escrito comprovando a desativação do TikTok.


A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o primeiro-ministro da Albânia Edi Rama (Foto: Reprodução/gettyimagens)


TikTok

No período de isolamento social, a plataforma, voltada inicialmente para coreografias, tornou-se um fenômeno mundial. Conforme dados da TIC Kids Online Brasil, 63% das crianças e adolescentes têm acesso livre ao TikTok. Em 2021, essa porcentagem era de 34%.

O relatório liberado pelo Reuters Institute Digital revelou que 1 em cada 5 jovens, entre 18 e 24 anos, utiliza o aplicativo para obter informações.

Covid-19: cinco anos depois, o mundo ainda sente os efeitos da pandemia

Cinco anos se passaram, desde que o mundo parou. No fim de 2019, poucos imaginavam que um vírus desconhecido mudaria a rotina de bilhões de pessoas. Mas então, Wuhan, na China, registrou o primeiro caso de Covid-19, e dali em diante, tudo se transformou. Ruas esvaziaram, abraços foram substituídos por telas e o medo se tornou um companheiro diário.

Agora, olhando para trás, percebemos que não foi só o mundo que mudou. Nós mudamos. Nossa forma de ver a vida, de valorizar os encontros e até de lidar com a incerteza foi redesenhada pela pandemia. Mas, o que realmente ficou desse período tão intenso?

O dia em que tudo começou

Wuhan, uma cidade agitada, de repente ficou em silêncio. As ruas, que costumavam ser movimentadas, pareciam cenas de um filme pós-apocalíptico. A cidade foi a primeira do mundo a enfrentar um lockdown.

Mas o vírus não ficou por lá. Ele viajou, cruzou fronteiras, e em poucas semanas, o mundo inteiro sentia seus efeitos. Na Itália, Codogno registrou o primeiro caso europeu, e logo hospitais estavam lotados, médicos exaustos e famílias separadas pela doença.


Um profissional de saúde faz teste de Covid-19 (Foto: reprodução/Xavier Galiana/Getty Images Embed)


O mundo em pausa

Março de 2020 foi um mês que ninguém esquece. A Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente a pandemia. As fronteiras se fecharam, os aeroportos esvaziaram e até as cidades mais vibrantes se calaram.

O trabalho passou a ser remoto, as crianças aprenderam a estudar pelo computador e os idosos ficaram isolados. Aniversários, casamentos e encontros foram adiados. Cada um, do seu jeito, teve que encontrar forças para lidar com a distância e a incerteza.

Enquanto isso, cientistas corriam contra o tempo para criar uma vacina que pudesse nos devolver um pouco de esperança.

A luz no fim do túnel

O desenvolvimento das vacinas foi um dos maiores feitos da ciência moderna. Em tempo recorde, laboratórios do mundo todo se uniram para criar imunizantes. No Brasil, a Coronavac, em parceria com o Instituto Butantan, foi a primeira a ser aplicada.

Dimas Covas, ex-diretor do Butantan, lembra como esse momento foi decisivo: “Um parceiro que tem uma vacina pronta, em uma tecnologia segura, na qual o Butantan tinha muita experiência. E se desenhou, então, uma parceria ideal. Nós poderíamos ajudar no desenvolvimento dessa vacina rapidamente e com isso contribuir para o enfrentamento da pandemia”

Com a vacinação, veio um alívio. Mas a normalidade demorou. Na China, algumas cidades passaram mais de três anos em isolamento. Em países como França e Itália, as restrições só foram totalmente suspensas, dois anos depois.


Bombeiros se preparam para realizar desinfecção no Aeroporto Internacional Tianhe de Wuhan (Foto: reprodução/Getty Images/Getty Images Embed)


O reencontro com a vida

Hoje, cinco anos depois, o mundo tenta recuperar o tempo perdido. Viagens, festas e encontros voltaram com força total. Em Roma, Paulina Letícia Diaz Perez percebe essa mudança: “o turismo normal aumentou bastante. Parece que todo mundo decidiu conhecer, viajar, fazer aquilo que tinha vontade de fazer.”

Em Milão, Carmine Gargano sente que a rotina está quase igual à de antes, mas reconhece que algo mudou para sempre: “Certamente, hoje, depois de cinco anos, estamos voltando a ser como em 2019. Então, estamos voltando ao ritmo de cinco anos atrás, antes da pandemia.”

O que aprendemos

A pandemia nos forçou a olhar para dentro. Nos fez sentir medo, solidão, saudade. Mas também nos ensinou sobre empatia, ciência e resiliência.

Especialistas alertam que novas pandemias podem acontecer, e Maria Van Kerkhove, infectologista da OMS, reforça: “A crise pode ter acabado, mas a Covid continua a ser uma ameaça. Esse trauma que passamos, essa experiência que todos nós passamos, precisa nos impulsionar a investir em estarmos prontos o tempo todo para algo assim”.


Pessoas usando máscaras para impedir a disseminação do coronavírus, na Galeria Vittorio Emanuele II em Milão (Foto: reprodução/Marcos del Mazo/Getty Images Embed)


O coronavírus virou nossas vidas do avesso, mas também nos mostrou o que realmente importa. Depois de cinco anos, seguimos tentando encontrar equilíbrio entre o passado e o futuro, entre a dor e a superação.

O que ficou foi a certeza de que cada momento, cada abraço e cada encontro tem um valor que antes talvez passasse despercebido.

EUA enfrenta retaliação comercial após novas tarifas impostas por Trump

O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, anunciou novas tarifas sobre produtos importados do Canadá, México e China, alegando que as medidas são necessárias para conter o tráfico de drogas, especialmente o fentanil, e a imigração ilegal. As novas taxas impõem um acréscimo de 25% sobre todos os produtos canadenses e mexicanos e de 10% sobre os chineses, com exceção dos recursos energéticos do Canadá, que foram tarifados em 10%.

Justificativa da Casa Branca

Em comunicado oficial, a Casa Branca afirmou que a medida objetiva ser uma resposta à crise de drogas e imigração.

Trump argumenta que China, México e Canadá não cumpriram compromissos para conter o problema, tornando necessária essa intervenção econômica.

“As autoridades chinesas não tomaram as medidas necessárias para conter o fluxo de precursores químicos para cartéis criminosos conhecidos e impedir a lavagem de dinheiro por organizações criminosas […] O governo do México proporcionou refúgios para os cartéis se envolverem na fabricação e transporte de narcóticos, que coletivamente levaram à morte por overdose de centenas de milhares de vítimas americanas.”

Casa Branca

A administração também defende que as tarifas são uma forma de proteger a economia americana e reforçar a segurança nacional, alegando que governos anteriores não utilizaram o poder econômico dos EUA para pressionar parceiros comerciais a adotarem medidas mais rígidas contra o tráfico e a imigração irregular.

Reação global e impacto econômico

As medidas provocaram reações imediatas dos países afetados. O Canadá anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 106 bilhões em produtos americanos, atingindo setores como laticínios, carnes, grãos, cerveja, cosméticos e eletrônicos. O primeiro-ministro Justin Trudeau classificou as tarifas americanas como “um erro grave” e afirmou que o país tomará “todas as medidas necessárias” para proteger seus interesses.

A China respondeu impondo tarifas de 15% a 25% sobre produtos dos EUA, afetando itens como frango, milho, trigo, carne bovina e suína, soja, frutos do mar e laticínios. Além disso, Pequim incluiu 15 empresas americanas em uma lista de restrição de exportação e iniciou uma investigação antidumping sobre produtos de fibra óptica dos Estados Unidos.

O México ainda não divulgou sua lista de produtos tarifados, mas autoridades sinalizaram que as medidas devem impactar setores como agropecuária e manufatura americana, aumentando a pressão sobre exportadores dos EUA. até domingo (9).


Resposta da Presidente do México, Claudia Sheinbaum (Vídeo: Reprodução/Youtube/Diario AS)

Especialistas alertam que o aumento das tarifas pode resultar em maiores custos para consumidores americanos, especialmente em setores como automobilístico, eletrônico e alimentício. Montadoras como Volkswagen e Stellantis registraram quedas expressivas em suas ações logo após o anúncio das tarifas, refletindo a preocupação do mercado.

Escalada das tensões comerciais

Trump já sinalizou que pode ampliar ainda mais as tarifas caso os países afetados mantenham as retaliações, o que pode desencadear um novo ciclo de sanções. A China afirmou que responderá “à altura” caso a guerra comercial se intensifique, enquanto Trudeau alertou que “não há vencedores em disputas tarifárias prolongadas”.

Com a economia dos EUA já enfrentando sinais de desaquecimento e consumidores pressionados pela inflação, analistas questionam se a estratégia de Trump pode ter efeitos contrários ao desejado, impactando a indústria americana e reduzindo a competitividade do país no comércio global.

Nos próximos meses, as reações do mercado e o desdobramento das negociações comerciais irão determinar se essa nova rodada de tarifas fortalecerá a posição dos Estados Unidos ou agravará as tensões econômicas em escala global.

Trump promete que a venda do TikTok será lucrativa para China

Em declaração nesta quinta-feira (13), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou confiança de que Xi jinping, presidente da China, permitirá a venda do TikTok, de propriedade da Bytedance, pois considera que isso gerará lucros para o país.

TikTok Vs. Estados Unidos

A batalha entre a empresa chinesa e o governo norte-americano se arrasta desde 2020, quando o então presidente, Donald Trump, ameaçou proibir o aplicativo nos EUA.

Na época, ele alegava que a rede social poderia ser usada pela inteligência chinesa para coletar dados dos usuários, uma acusação que persiste até hoje, apesar de já ter sido desmentida pelo CEO do TikTok, Shou Zi Chew.

Segundo ele, o governo, chines nunca solicitou informações dos norte-americano e, se isso acontecesse, ele recusaria.

Apesar da falta de provas, Trump só revogou a lei que bania o aplicativo do país sob a condição de que 50% do TikTok fosse vendido para uma empresa americana.


Logotipo do TikTok aparece na tela de um smartphone em Reno, Estados Unidos, em 14 de dezembro de 2024 (Foto: reprodução/Jaque Silva/AFP/Getty Images Embed)

A proibição

No dia 23 de abril de 2024, o senado dos Estados Unidos aprovou uma lei determinando que o aplicativo fosse vendido para um proprietário dos EUA ou para países aliados.

Caso contrario, ele seria banido do território norte-americano. A empresa tentou recorrer a suprema corte, mas o pedido foi recusado em 17 de janeiro de 2025, poucos dias antes para o prazo final para o app sair do ar.

A rede social chegou a ficar desativada para os usuários americanos, mas, com a posse do novo presidente, a proibição foi suspensa temporariamente. No entanto, um prazo de 90 dias foi estabelecido para que o TikTok encontrasse um comprador, caso contrario, a plataforma voltaria ser banida do país.