África do Sul registra 12 mortos após chuvas intensas 

Foram confirmadas 12 mortes, na África do Sul, devido às inundações e forte chuvas com rajadas de ventos, a tempestade afetou as províncias litorâneas do país, as informações são das autoridades locais, que divulgaram a quantidade de vítimas na última segunda-feira (13).

Na província costeira Cabo Oriental, situada no sudeste do país africano, foram contabilizados sete mortos, segundo informações à AFP o porta-voz do município Nelson Mandela Bay, local da tragédia.

Na região leste, foram registradas 5 mortes, próximo à cidade portuária de Durban, região vizinha de Kwazulu-Natal, além de dezenas de feridos que estão sendo tratados, segundo informações do governo da província.


Detalhes sobre a tragédia enfrentada na África do Sul (Vídeo: reprodução/ YouTube/@SBTNews/Jornal SBT Brasil)

Cenário de destruição e previsão de mais chuva

No total são mais de 2 mil pessoas realocadas, entre elas, famílias que viviam em comunidades carentes. O município está recebendo doações de alimentos, mantas e roupas para os desabrigados.

As chuvas fortes estão concentradas na costa leste, em direção ao oceano Indico, porém, há alertas dos serviços meteorológicos, para quatro das nove províncias do país.

Além das inundações o cenário é de calamidade, com casas destruídas, árvores arrancadas pela raiz, foi necessário cortar a energia em determinados locais por questões de segurança.

Pior enchente da história da África do Sul

Não é a primeira vez que a região de Durban e arredores, são afetadas pelas chuvas, em 2022, ocorreu uma das maiores cheias da história, foram registrados 450 milímetros de chuva num intervalo de apenas  48 horas, a catástrofe resultou em mais de 400 mortos.
Ocorreu uma força tarefa para socorrer os moradores afetados, com 300 agentes da polícia e mobilização da força aérea nacional, com o envio de aviões para ajudar nas operações de resgate.


Detalhes da tragédia em 2022 na África do Sul (Vídeo: reprodução/YouTube/@RFI Brasil)


Além das vítimas, houve destruição por todo território afetado pela chuva, com mais de 2 mil casas destruídas, e ainda mais de 4 mil moradias informais (barracos) afetados pela tragédia, devido às inundações e deslizamento em áreas de risco.

Segunda onda de chuvas causa novos prejuízos em Porto Alegre

A chuva que atingiu Porto Alegre nesta quinta-feira (23) inundou bairros após subir pelos bueiros de diversas ruas da cidade. A população foi pega desprevenida pelas chuvas e inundações e foram necessários resgates e o bloqueio de vias, causando novamente inúmeros prejuízos.  No entanto, a chuva tem recuado nas últimas horas.


Volta das chuvas no Rio Grande do Sul (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Regiões afetadas

A prefeitura da Capital afirma que tiveram problemas nas zonas Central, Norte e Sul em bairros como Centro Histórico, Cidade Baixa, Praia de Belas, Ipanema, e demais cidades afetadas, que continuam sendo contabilizadas.

O Corpo de Bombeiros usou botes para retirar pessoas de suas casas que ficaram ilhadas devido à inundação nos bairros Cavalhada e Hípica, na região Sul da Capital, que ainda não haviam registrado alagamentos durante a última enchente. 

Outros bairros do Centro como Menino Deus, Praia de Belas e Cidade Baixa voltaram a ter problemas com a água e, os imóveis que já haviam sido limpos, voltaram a inundar.


Avenida Sarandi após enchentes em Porto Alegre (Foto: reprodução/RBS TV)

Já na região Norte, uma parte do asfalto da Avenida Sarandi cedeu durante as enchentes de ontem e deixou a via totalmente destruída, bem como o talude de contenção do Arroio das Pedras ao lado. A região não foi alagada durante a última enchente

Motivo das enchentes

Maurício Loss, diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto do município de Porto Alegre, diz que os alagamentos foram resultados de um volume muito grande de chuvas em uma parcela pequena de tempo e, consequentemente, as galerias responsáveis por escoar a água estão entupidas devido à quantidade de lixo e barro acumulados depois da cheia de Guaíba. Loss nega que o sistema de drenagem da cidade tenha “colapsado”. 

Ainda de acordo com ele, equipes do DMAE estão usando caminhões-fato para ajudar na limpeza de lugares atingidos e ajudar na drenagem da água.

O diretor ainda apontou outro problema: a restrição no funcionamento das casas de bombeamento, que são responsáveis por jogar de volta ao Guaíba a água na cidade. A restrição acontece por motivos de segurança, uma vez que são elétricas e, caso inundem, podem causar risco à população. 

Contrariando as previsões, chuva se intensifica em Porto Alegre

O Diretor Geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre, Maurício Loss, informou nesta quinta-feira (23), que o volume de chuva na cidade está fora do previsto e, também, alertou os moradores daqueles bairros previamente atingidos pelas cheias, para monitorarem o ritmo das águas e saber o momento de procurarem um lugar seguro. Maio já é o mês mais chuvoso desde 1916.

Corrida contra o tempo

Loss comentou que as equipes da prefeitura da capital gaúcha vêm trabalhando para potencializar o funcionamento das casas de bomba que drenam a água. Os bairros Menino Deus e Cidade Baixa foram os mais atingidos pelas cheias desde o início da atual tragédia. Portanto, vêm recebendo maior atenção das equipes.

“Nossas equipes também seguem atuando na limpeza das redes com caminhões hidrojato para tirar todo aquele material, aquele lodo, aquela areia que ficou acumulado nos últimos alagamentos”.

Maurício Loss

O elevado volume de chuva, o acúmulo de lixo nas ruas e redes pluviais e restrições no funcionamento de casas de bombeamento prejudicaram a saída da água, explicou Maurício Loss.

Rio Guaíba sobe 14 centímetros em 5 horas

A chuva voltou a cair na madrugada desta quinta-feira. Em cinco horas, o nível do Rio Guaíba subiu 14 centímetros. No início da tarde, já havia baixado um pouco.

Algumas ruas de Porto Alegre voltaram a ficar alagadas no final da manhã de hoje, mesmo com a baixa do Guaíba. A Avenida Cristóvão Colombo, na região central da cidade, voltou a ser invadida pela água.


Região central de Porto Alegre (Foto: reprodução/instagram/@jornalhojemdia)

Moradores do sul, extremo sul e ilhas da capital foram avisados pela prefeitura para não voltarem para casa. A administração, em nota, justificou o pedido, frente à possibilidade de uma nova elevação no nível do Guaíba, naquela localidade.

As aulas nas redes pública e privada dessa sexta-feira (24) foram suspensas devido a essa situação. A Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) divulgou 86 ocorrências de alagamento, com 55 ruas e avenidas totalmente bloqueadas e 23 parcialmente bloqueadas.

Ciclone extratropical poderá causar chuvas e frio intenso no RS

A previsão de passagem do Ciclone extratropical entre esta terça-feira (21) e sexta-feira (24) no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, deixa os moradores e autoridades em alerta, o fenômeno se formará no oceano Atlântico, e somado com a chegada de massa de ar frio de origem polar, poderão gerar instabilidade climática na região.

 Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) haverá queda de temperatura e chuvas intensas que poderão exceder os 100mm no RS, esse acontecimento se deve ao contraste de vento quente e úmido do norte e ar frio no sul.


Os estragos após rio Guaíba transbordar e invadir bairros de Porto Alegre-RS (reprodução/Anadolu/Getty Images)


Além da chuva, há previsão de rajadas de vento acima de 80km/h e tempestade de granizo, que poderão causar ainda mais transtornos para a região, castigada há 3 semanas pelas chuvas.

O INMET informa que o maior volume de chuvas no sul, se dará com o deslocamento da frente fria do sul para o norte do estado, essa frente poderá afetar nesta sexta-feira outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.


Previsão do Tempo para região Sul e Sudeste (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)

Previsão para Rio Grande do Sul

Segundo o Climatempo, na região campestre e Serra do Sul as temperaturas mínimas poderão ficar abaixo de 0 ºC.

 Na capital Porto Alegre, a previsão é para mínimas abaixo de 10 °C a partir de sexta- feira, há risco de geada para o RS e Santa Catarina.

Previsão para São Paulo e Rio de Janeiro

A previsão para São Paulo nesta terça-feira, segundo o Climatempo, é para variação de temperatura entre 16 °C e 24 °C, na quarta-feira (22) poderá subir para mínima de 17 °C e máxima de 29 °C, na sexta haverá possibilidade de chuva.  

No Rio de Janeiro, a temperatura poderá oscilar entre 19 °C e 26 °C nesta terça-feira (21), os termômetros podem baixar e haverá possibilidade de chuvas isoladas.


Destruição e mortes marcam a tragédia do RS (Reprodução/Anselmo Cunha/Getty Images)


Há três semanas o Rio Grande do Sul sofre com os estragos causados pelo maior temporal da história do estado, segundo dados da Defesa Civil, a tragédia deixou vítimas por todo o território, são 155 mortos, 806 feridos, das mais de 540 mil pessoas desalojadas, 76 mil estão em abrigos, foram resgatadas mais de 82 mil vítimas.

Governo federal lança sistema de alertas de emergência para chuvas e deslizamentos

O governo federal anunciou o lançamento de um inovador sistema de alertas de emergência voltado para chuvas intensas e deslizamentos de encostas. O anúncio foi feito por Armin Augusto Braun, diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), durante um seminário promovido pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico e a rádio CBN. A nova ferramenta, que será chamada de “cell broadcast”, é resultado de uma parceria entre o Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as principais companhias telefônicas do país.

Como Funciona o Sistema

O “cell broadcast” enviará mensagens de alerta sobre eventos climáticos severos diretamente para todos os celulares ativos em uma determinada região, independentemente do modelo do aparelho ou da operadora de telefonia. O sistema será inicialmente testado em projeto-piloto em cerca de dez cidades, selecionadas por suas características específicas e tecnologias utilizadas.

Segundo Braun, a implementação do sistema exige tempo e preparação, incluindo a criação de uma cultura interna entre os agentes da Defesa Civil municipal e estadual, que serão responsáveis por disparar as mensagens. Ele destacou a importância de não apenas emitir os alertas, mas também indicar ações subsequentes e desenvolver planos de contingência específicos. Além disso, a comunidade precisa ser preparada para responder adequadamente aos alertas recebidos.


Ruas alagadas Rio Grande do Sul (Foto: Reprodução/Getty Images/Getty Images Embed)


As informações para os alertas poderão vir tanto da Defesa Civil municipal e estadual quanto do governo federal. Atualmente, o Cenad recebe dados de agências federais, como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Agência Nacional de Águas (ANA), e os repassa para estados e municípios. No entanto, informações locais, como as fornecidas pelo Rio de Janeiro, que possui seus próprios mecanismos de previsão do tempo, também poderão ser integradas ao sistema.

Esforço para Preservar Vidas

O desenvolvimento do “cell broadcast” reflete um esforço contínuo do governo para melhorar os sistemas de disparo de mensagens de emergência existentes e, assim, proteger a população. O novo sistema supera limitações do atual serviço de SMS da Defesa Civil, que requer que os cidadãos se inscrevam manualmente para receber alertas e não atende adequadamente estrangeiros ou pessoas com notificações de SMS desativadas.

Hoje, a pessoa precisa enviar o seu número de CEP para o número ‘4099’ para receber alertas da Defesa Civil. Mas se ela está com notificação desabilitada para SMS, ela acaba não recebendo. E estrangeiros, por exemplo, que têm telefone de outro DDD, não conseguem se cadastrar na rede brasileira de telefonia. O ‘cell broadcast’ vai permitir que essa mensagem chegue a todos os celulares de uma região, basta ter sinal da operadora“, explicou Braun.

O novo sistema promete ser um avanço significativo na gestão de riscos e desastres no Brasil, contribuindo para a preservação de vidas e a minimização de danos em situações de emergência climática.

90% dos municípios gaúchos foram afetados pelas grandes enchentes 

A sensível situação que assola o Rio Grande do Sul ainda está longe de ter um fim definitivo, além do frio e das chuvas que seguem intermitentes por todo o estado gaúcho, as destruições causadas pelas enchentes são incontáveis. De acordo com a Defesa Civil, 90% dos municípios do estado foram comprometidos e mais de 600 mil pessoas estão desabrigadas. 

Parâmetro geral

Cerca de 2,2 milhões de pessoas já foram afetadas direta ou indiretamente pela consequência das fortes chuvas que tomam conta do estado gaúcho. As enchentes fizeram com que 397 cidades solicitassem o estado de calamidade pública e apesar da averiguação do governo reduzir o número para 46, ainda existem 320 em cenário de emergência. Mais de 600 mil pessoas ficaram sem suas casas em meio a tragédia.

O número de pessoas desabrigadas consegue ser maior do que a população de uma capital como Florianópolis, por exemplo. Mesmo que a água já tenha mudado para um nível considerado em algumas cidades, ainda se torna muito difícil para alguns moradores voltarem devido às condições deixadas pelo barro e lama além da obstrução de passagens. Em Lajeado, no Vale Taquari, já houve casos de pessoas que conseguiram chegar em suas respectivas casas para início da limpeza. Porto Alegre também, em parte, teve parte da água recuada e a verdadeira situação nas ruas começou a aparecer. 


Estragos em cidade gaúcha (Foto: reprodução/ Jornal Nacional/ TV Globo)

“ Os freezers viraram de cabeça pra baixo, toda a mercadoria estragou. Agora, tem que ter forças para recomeçar. ”, disse empresário Jair Lamm, dono de uma padaria aberta há 25 anos, para o Jornal Nacional.  

Cidades como Santa Rita chegaram a ser 60% afetadas. A Zona Sul de Porto Alegre ainda segue tomada pela água, mantendo o alerta à população. O nível da Lagoa dos Patos ainda subiu aproximadamente 30 centímetros em 48 horas, atingindo 2,75 metros na manhã desta quinta-feira (16), segundo a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O prejuízo da destruição nos município chega a uma quantia estimada de R$ 5 bilhões, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.

Previsões

As notícias do tempo destinadas a região sul do país ainda não são das melhores, o Rio Grande do Sul ainda registrará frio e chuvas nesta sexta-feira que pode ou não decorrer durante o fim de semana. Em previsões do MetSul Meteorologia, ganhou destaque o acúmulo de chuvas para os setores norte e nordeste do estado entre ontem e hoje, onde estas podem chegar dos 50 até 100 milímetros em várias cidades, com especificidade na região serrana. Ainda, a instabilidade do solo serrano induz uma importante preocupação acerca da possibilidade de deslizamentos de de terra em consequência da condição sensível do solo.

Para o resto do estado, espera-se que o tempo continue firme, com chuvas moderadas na metade norte da região.

Chuva volta ao Rio Grande do Sul após enfraquecimento da frente fria

Após a passagem de uma frente fria que enfraqueceu o bloqueio atmosférico presente no Brasil desde 22 de abril, a chuva deve retornar ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (16).

A presença de uma massa de ar polar permitiu que os últimos dias fossem dominados pelo sol, proporcionando uma pausa na chuva na região. No entanto, com a frente fria deslocando-se para o oceano, o estado volta a enfrentar condições de tempo mais instável.

De acordo com a Climatempo, outros fatores contribuirão para as chuvas na região: a influência de um fluxo de umidade vindo da Amazônia e condições atmosféricas instáveis. Dessa forma, o dia deverá ter céu nublado em todo o estado, com chuva principalmente no centro-norte do Rio Grande do Sul.

Previsão e Impacto das Chuvas

Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, avalia que a situação desta semana provavelmente será menos severa em comparação com a anterior. Ele ressalta que, embora a previsão indique chuvas menos intensas, ainda existe a possibilidade de ocorrerem precipitações fortes, principalmente na região norte do estado.


Entre quinta e sexta-feira desta semana, a previsão é de que o norte do estado acumule entre 60 e 100 milímetros de chuva em média (Fotografia: Reprodução/Anselmo Cunha/AFP)

Entre quinta e sexta-feira (17), espera-se que o norte do estado registre volumes médios de chuva entre 60 e 100 milímetros. A Serra Gaúcha também deverá ser afetada pelas precipitações mais intensas, colocando a região em estado de alerta. Na Grande Porto Alegre, as chuvas deverão variar de fracas a moderadas, com acumulados previstos entre 30 e 50 milímetros.

Nova Frente Fria e Riscos de Inundação

Na sexta-feira, uma nova frente fria deve contribuir para a condição de tempo instável no Rio Grande do Sul. A chuva deve aumentar no fim da semana no norte do estado, inclusive nas cabeceiras de rios importantes que fazem parte das bacias do Taquari, Alto Jacuí e Uruguai. Com o solo já saturado devido aos grandes volumes de chuva registrados nos últimos dias, o retorno dos temporais é um alerta para a piora das inundações.

Lucyrio explica que, em condições normais, os acumulados esperados não seriam suficientes para causar grandes transtornos. No entanto, com a situação já frágil do solo e os níveis das bacias elevados, qualquer nova chuva pode representar um problema.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal responsável pela comunicação de riscos para a Defesa Civil, alerta sobre os possíveis riscos com as novas chuvas previstas.

Mudança nas Temperaturas

Além do retorno das chuvas no Sul do Brasil devido ao afastamento da frente fria, as temperaturas devem voltar a subir no Sudeste e em parte do Centro-Oeste. A massa de ar polar que chegou no início da semana não foi forte o suficiente para romper o bloqueio atmosférico que atua sobre o país, resultando no deslocamento da alta pressão para o norte da região Sudeste.

Cidades-esponja: modelo mostra como evitar enchentes de maneira natural

As chamadas cidades-esponjas são áreas urbanas idealizadas com estratégias para absorver um grande volume de água. Criado pelo arquiteto chinês Kongjian Yu, o conceito inovador pode ser aplicado em cidades para evitar tragédias como as enchentes do Rio Grande do Sul. 

As mudanças climáticas exigem que países invistam em formas de prevenção desses grandes eventos climáticos. Kongjian Yu é consultor do governo chinês e já projetou mais de 70 cidades nesse estilo que se tornaram fortes o suficiente para receber grandes quantidades de chuva.

Kongjian Yu compartilhou ao Fantástico, da Globo, no programa exibido neste domingo (12), que a inspiração para o modelo veio a partir das observações de Kongjian Yu na vila onde viveu por 17 anos como agricultor. O local possui um rio e o ensinou como “trabalhar com a natureza”.

A vila está em uma área de monções, ou seja, não para de chover durante o verão. Quando se mudou para a cidade, o arquiteto percebeu os problemas urbanos e por que ocorrem tantas enchentes. 

Os centros urbanos são em sua maior parte concretados, o que dificulta o escoamento natural da água das chuvas e sua infiltração no solo.

Quando os níveis de chuva são maiores que o normal, as cidades não possuem formas eficientes de drenar tantos volumes de água e são tomadas por enchentes. A tentativa de canalizar a água rapidamente para longe em linhas retas não é tão eficaz. 



O conceito das cidades-esponja entende que a água pode ser regulada através da própria natureza. O modelo inovador aplica técnicas naturais que facilitam a absorção da água nas cidades para impedir que elas inundem.

Ao Fantástico, Kongjian Yu explicou três estratégias que aplica em todos os seus projetos de cidades-esponja que absorvem a água de maneira natural. 



Reter a água da chuva

A primeira medida é reter a água assim que ela cai do céu, em uma reserva como um sistema de açudes para que o rio principal não receba toda a água. Precisam haver grandes áreas permeáveis, porosas e não pavimentadas, que facilite a absorção da água no solo para que siga seu curso natural de filtragem.

Diminuir a velocidade dos rios 

Yu disse ao Fantástico que ao desacelerar a água, o solo tem a oportunidade de absorvê-la. Nos modelos de cidades-esponja, a vegetação é utilizada como meio de desacelerar a água em um sistema de lagos. Já nas cidades no modelo industrial, os rios são canalizados com concreto, o que aumenta a velocidade da água. 

Adaptar as cidades para ter áreas alagáveis 

As cidades-esponja são desenhadas para ter áreas alagáveis, como um local para onde a água possa escorrer sem causar uma destruição pelo caminho. A água fica armazenada em estruturas naturais alagáveis. Assim a água pode ser contida até ser absorvida sem invadir as construções e prejudicar moradores locais.

Rio Grande do Sul tem previsão do dobro de chuva calculado para o mês inteiro

Climatempo, empresa brasileira privada que oferece serviços de meteorologia, com sede em Vila Mariana, São Paulo (SP), informou que a previsão de chuva para o Rio Grande do Sul desde esta sexta (10) até segunda-feira (13), poderá ultrapassar o volume esperado para o período de 30 dias, praticamente o dobro da média, na maior parte do estado gaúcho. Conforme a previsão do tempo, a região mais ao sul do Brasil será a mais impactada com a mudança climática.


Vista aérea das ruas alagadas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ Carlos Fabal)


O fato é um acontecimento histórico

Segundo as informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no período de maio a média de chuva no estado do RS é de 140 a 180 milímetros, enquanto para o litoral sul, a média se encontra na casa dos 100 e 140 milímetros. Entretanto, conforme as últimas notícias anunciadas pelo serviço de meteorologia privado, algumas localidades podem concentrar até 330 milímetros de chuva, entre o período de sexta (10) a segunda-feira (13).

De acordo com o Climatempo, a região que pode ser mais atingida é a Serra Gaúcha, nos locais de nascentes de rios que afluem para os Vales do Jacuí e Taquari, que foram afetados com grande intensidade pelas fortes chuvas e alagamentos desde a semana passada.


Vista aérea de ruas inundadas na cidade de ElDorado do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Carlos Fabal)


Resultados dos temporais nos últimos dias no RS

Muitas cidades do estado do Rio Grande do Sul têm enfrentado grandes dificuldades devido à tragédia climática que assolou grande parte do estado. Diversos municípios da serra gaúcha estão padecendo com fortes chuvas, enchentes, e rompimentos de barragens, após a inundação causada pelo extravasamento do Rio Guaíba, consequência dos intensos temporais que atingiram o estado desde a semana anterior.

Conforme o relato da Defesa Civil, que revelou mais informações nesta quinta-feira (9), 425 municípios foram atingidos, e mais de 60 mil pessoas se encontram em abrigos, alcançando a casa de 1,4 milhão de afetados pela tragédia no RS, somando no total um número de 374 feridos, 136 desaparecidos e 107 mortos. E entre as mais de 431 cidades afetadas pelas enchentes, está Caxias do Sul, que chegou a concentrar por volta de 450 milímetros de chuva nos primeiros oito dias deste mês. Segundo o instituo de meteorologia, é possível que chova cerca de 300 milímetros até segunda-feira (13).

Os Correios enviaram mais de mil toneladas de doações para o Rio Grande do Sul

A empresa de entrega dos Correios recebeu mais de mil toneladas de doações para as vítimas das tragédias do Rio Grande do Sul. De acordo com o ministro de Comunicações, Juscelino Filho, há diversas caixas de doações de todo o Brasil e a empresa está recebendo e organizando para que sejam levadas para a população que precisa.

No primeiro dia de campanha de doações, as agências estatais de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul receberam mais de 200 toneladas de alimentos para os que necessitam na região. 

As agências dos Correios nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina , Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Distrito Federal são pontos de coleta de doações. As primeiras emtregas aconteceram na quarta-feira (8) e depois na quinta-feira (9).

Voluntários de todo o país 

De acordo com os Correios, há inscrições de mais de mil voluntários para trabalhar na triagem da entrega das doações para as vítimas das chuvas. A ajuda é destinada às seguintes cidades : Cajamar (SP) e Guarulhos (SP), no Distrito Federal, Curitiba (PR), Cascavel (PR) e Londrina (PR).

Agências dos Correios pelo país recebem doações

As agências das regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Distrito Federal estão recebendo insumos de água, que é a prioridade do momento. Também são aceitas roupas, alimentos de cesta básica, objetos de higiene pessoal, material de limpeza seco, ração para animais de estimação e roupas de cama. 

Correios recebem doações para o Rio Grande do Sul por todo o país (Reprodução/Divulgação/Correios)

O transporte de doações é gratuito e para doar basta ir a uma agência dos Correios mais próxima e entregar a doação. As doações precisam ser embaladas e identificadas para que a entrega fique mais organizada e seja destinada de uma forma correta. 

A empresa também pede para que a Região Sudeste e Sul se concentrem nas doações de água potável e a região Nordeste se concentre nas doações de itens secos como rações para animais de estimação, itens de limpeza pessoal, itens de limpeza geral e cesta básica de alimentos.