Na COP30, Brasil exige ação concreta pelo clima

A preparação para a COP30, que acontecerá em 2025 em Belém do Pará, já movimenta discussões em todo o mundo. Em meio às expectativas para a conferência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o evento precisa marcar um novo momento na luta contra as mudanças climáticas. Segundo ele, é hora de transformar as promessas feitas em encontros anteriores em ações reais e mensuráveis.

Durante seu discurso, Lula destacou que a COP30 não pode ser apenas mais uma reunião com discursos ambiciosos e metas vagas. O presidente afirmou que o Brasil está pronto para assumir um papel de liderança global na defesa do meio ambiente, mas ressaltou que isso só será possível se houver compromisso coletivo e responsabilidade compartilhada entre os países.

Brasil quer liderar a transição verde

Ao falar sobre o papel do Brasil na agenda ambiental, Lula lembrou que o país tem um dos maiores patrimônios naturais do planeta, com a Amazônia, o Pantanal e outros biomas essenciais para o equilíbrio climático global. Ele destacou que o governo federal vem reforçando políticas de preservação e combate ao desmatamento ilegal, que já apresentou redução significativa nos últimos meses, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O presidente também ressaltou a importância de unir desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Segundo ele, é possível gerar emprego e renda sem destruir o meio ambiente. Como exemplo, citou o avanço de projetos de energia limpa e de incentivo à agricultura de baixo carbono. Lula reafirmou ainda que o Brasil quer atrair investimentos verdes, capazes de impulsionar a economia e, ao mesmo tempo, reduzir emissões de gases poluentes.

Além disso, Lula defendeu o fortalecimento da diplomacia ambiental. O governo brasileiro vem buscando aproximação com outros países da América Latina e da África para firmar parcerias em pesquisas e projetos sustentáveis. A meta é apresentar na COP30 um conjunto de compromissos regionais que demonstrem que o combate à crise climática depende da cooperação internacional.

“Queremos mostrar que é possível crescer e proteger a natureza. O Brasil vai liderar pelo exemplo e cobrar o mesmo de outros países”, afirmou Lula, reforçando que o evento de Belém será uma oportunidade de reafirmar o compromisso global com o futuro do planeta.


Presidente Lula na COP30 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Pablo Porciuncula)

Desafios e expectativas para a COP30

Marcada para ocorrer em novembro de 2025, a COP30 reunirá líderes mundiais, cientistas e ativistas para discutir políticas de mitigação das mudanças climáticas. Pela primeira vez, o evento será realizado na Amazônia, o que aumenta o simbolismo e a responsabilidade do Brasil como anfitrião. A escolha de Belém reflete o desejo de dar visibilidade às populações que vivem na floresta e que enfrentam, diariamente, os efeitos da degradação ambiental.

Entre os principais temas que devem ser debatidos estão o financiamento climático, a preservação das florestas, a redução das emissões de carbono e a adaptação das cidades às novas condições climáticas. Especialistas afirmam que a COP30 precisa ir além das promessas e apresentar resultados concretos, especialmente em relação ao cumprimento do Acordo de Paris.

O governo brasileiro aposta em uma conferência inclusiva, com a participação ativa de povos indígenas, comunidades tradicionais e representantes da sociedade civil. Para Lula, dar voz a essas populações é essencial para construir políticas que respeitem a diversidade e o conhecimento local. Ele também destacou que o Brasil pretende propor metas ambiciosas, mas realistas, alinhadas com o desenvolvimento sustentável e a proteção da Amazônia.

Apesar do otimismo, o caminho até a COP30 ainda apresenta desafios. A necessidade de equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental continua sendo um ponto delicado. Além disso, a cooperação internacional nem sempre avança na mesma velocidade das urgências climáticas. Muitos países ainda resistem em adotar medidas que possam reduzir lucros no curto prazo, mesmo que isso comprometa o futuro das próximas gerações.

Lula reconheceu as dificuldades, mas reforçou que a crise climática não pode ser tratada como um problema distante. Ele lembrou que as enchentes, secas extremas e queimadas são sinais de que o tempo para agir está se esgotando. “O planeta está cobrando um preço alto pela nossa demora. A COP30 será o momento de mostrar que aprendemos a lição”, disse o presidente.

Com o olhar voltado para Belém, o Brasil busca inspirar o mundo a agir. A expectativa é que a COP30 se torne um marco histórico, não apenas por reunir os principais líderes globais, mas por transformar discursos em compromissos reais. A conferência será um teste para a capacidade coletiva de enfrentar um dos maiores desafios da humanidade: garantir um futuro sustentável e equilibrado para todos.

Belém se torna o centro do mundo na luta climática durante a COP30

A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é o palco da nova Cúpula dos Líderes, que começou nesta quinta-feira (6) em Belém, no Pará. A cidade recebe líderes de diversos países para discutir ações contra as mudanças climáticas, em preparação para a COP30, que será realizada oficialmente na próxima segunda-feira (10). O evento acontece em dois espaços principais: a “Zona Azul”, onde ficam os representantes oficiais e jornalistas, e a “Zona Verde”, destinada a ONGs, comunidades indígenas e à sociedade civil.

Agenda lotada dos chefes de Estado

Durante o primeiro dia, o clima foi quente, com pancadas de chuva no fim da tarde, e uma longa recepção marcada por 127 apertos de mão entre chefes de Estado, que foram recebidos pelo grupo paraense Arraial da Pavulagem. O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi direto ao ponto, dizendo que o mundo falhou moralmente ao não conter o aquecimento global em até 1,5°C, como prometido no Acordo de Paris. De janeiro a agosto deste ano, a média global já chegou a 1,42°C acima do nível pré-industrial.


líderes mundiais reunidos para a foto (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)


Lula faz discurso otimista com relação ao meio ambiente

O presidente Lula abriu seu discurso destacando que ainda é possível reverter os danos ambientais. Ele defendeu ações conjuntas para frear o desmatamento e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Também afirmou que o combate às mudanças climáticas deve estar ligado à luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades sociais.

Outros líderes também se pronunciaram. O presidente chileno, Gabriel Boric, criticou Donald Trump por negar a crise climática, e o colombiano Gustavo Petro afirmou que o negacionismo americano ameaça o futuro da humanidade. Já o Príncipe William fez um apelo para que esta geração seja a que “inverte a maré” da destruição ambiental.

Lula ainda anunciou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que busca captar até US$ 25 bilhões para financiar projetos sustentáveis. Noruega, França, Portugal, Brasil e Indonésia já confirmaram contribuições, enquanto a Inglaterra, por ora, não aderiu ao fundo.

Fora do evento, manifestações de indígenas e artistas pediram mais ação e menos discurso dos líderes mundiais.

Secretário-geral da ONU faz discurso na Cúpula de Líderes

Nesta quinta-feira, dia 06 de novembro, António Guterres – o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) – discursou na Cúpula dos Líderes da COP 30, em Belém, evento que reúne autoridades que participarão da conferência. Durante o discurso, António Guterres fez críticas aos combustíveis fósseis e ao investimento neles, além de criticar o fracasso mundial da manutenção da temperatura global, que deveria aquecer menos de 1,5°C. O secretário-geral da ONU foi responsável pelo primeiro discurso da Cúpula dos Líderes da COP 30, evento que antecede a COP, e que marca a abertura do evento principal. 

O discurso

Durante o seu discurso na Cúpula dos Líderes, António Guterres falou que o aumento da temperatura global pode trazer efeitos socioeconômicos negativos, e que, para tentar reverter a situação climática atual, as nações deverão se unir e trabalhar juntas. “Precisamos de uma mudança fundamental de paradigma para limitar a magnitude e a duração dessa ultrapassagem e reduzi-la rapidamente”, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas em seu discurso.


Sala de imprensa da COP 30 (Vídeo: Reprodução/Instagram/@portalg1)


Além disso, o português António Guterres também cobrou os países mais ricos, afirmando que eles deveriam ter ações com mais eficácia em relação à justiça climática. O secretário-geral da ONU também apontou que os obstáculos que são enfrentados para a mudança da situação climática são de cunho político, e pediu que a COP 30, que acontece em Belém, seja a virada de chave em relação à crise climática.

A COP 30

A Conferência das Partes, ou Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, capital do estado do Pará. O evento internacional já tem a confirmação de participantes de 170 nações diferentes, e reunirá países como a China, a Espanha, a França, o Reino Unido e o Chile. Além das delegações dos países, outras organizações também participarão da COP 30.

Shows nacionais e internacionais marcam o prêmio ambiental The Earthshot Prize

A primeira edição latino-americana do The Earthshot Prize, prêmio criado pelo príncipe William, aconteceu na noite desta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro, e foi marcada por muita música. Na plateia, o príncipe vibrou com cada apresentação, especialmente com Anitta, que abriu a cerimônia ao lado de Gilberto Gil interpretando o clássico “Garota de Ipanema”.

A noite reuniu artistas nacionais e internacionais em performances que variaram do intimista ao dançante, encantando o público e celebrando a diversidade musical.

Shows

Outros shows agitaram a noite. Seu Jorge se apresentou em um tom mais clássico, com voz e violão, ao som de “Heroes”, clássico de David Bowie, surpreendendo o público com a escolha da canção internacional em vez de um hit nacional.

Shows internacionais também marcaram a cerimônia. Kylie Minogue e Shawn Mendes encantaram com seus grandes sucessos. Shawn Mendes fez uma performance intimista de “Youth”, a mesma canção que usou recentemente em sua apresentação para o Global Citizen Festival: Amazônia, do qual participou de forma remota na semana passada.

A cantora australiana Kylie Minogue encerrou a grande noite com um repertório de muita dança e gratidão. Trouxe seus maiores sucessos, “Can’t Get You Out of My Head” e “Padam Padam”, e colocou o público para dançar, encerrando a premiação com energia e aplausos.


Anitta e Gilberto Gil (vídeo: reprodução/Instagram/@portalpopline)


Premiação

O The Earthshot Prize ocorreu às vésperas da COP30, uma das principais iniciativas de reflexão e ação em prol do meio ambiente. Neste ano, o evento será realizado no Brasil, em Belém do Pará, e já desperta grande expectativa pelos encontros e pelas ações que poderão impactar o planeta.

A premiação destacou projetos voltados à melhoria do meio ambiente e à educação ambiental. Cada vencedor, além da visibilidade proporcionada pelo prêmio mais prestigiado do setor, recebeu parte de um total de mais de R$ 35 milhões, destinados a iniciativas prontas para atuar de forma efetiva contra um dos principais desafios ambientais: o aquecimento global.

A cerimônia acontece anualmente em um país diferente, com apresentações musicais e entrega dos prêmios feitas por artistas nacionais e internacionais. Em todas as edições, o príncipe William participa ativamente. No Brasil, ele acompanhou os shows, vibrou com o público e conversou com convidados, permanecendo no país até o encerramento da COP30.

Lula promete nova ligação a Trump se negociações comerciais não avançarem até o fim da COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4) que pretende entrar novamente em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso as negociações comerciais entre os dois países não avancem até o encerramento da COP30, conferência climática da ONU que está sendo realizada em Belém (PA). A declaração reforça o tom diplomático adotado por Lula diante do recente aumento das tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros.

Lula lembrou do encontro com Trump

O petista relembrou o encontro que teve com Trump em outubro, na Malásia, quando ambos tentaram amenizar as tensões bilaterais criadas após o governo norte-americano elevar de 10% para 50% as tarifas de importação da maioria dos produtos vindos do Brasil. Segundo Lula, a conversa foi positiva, e houve um compromisso mútuo de buscar um entendimento comercial. Em entrevista, o presidente declarou ter saído do encontro com o presidente Trump com a convicção de que um acordo será firmado. Ele também ressaltou a urgência de iniciar imediatamente as conversas entre os negociadores.

A nova ofensiva diplomática de Lula também reflete uma tentativa de recolocar o Brasil em posição de destaque nas relações internacionais, após anos de distanciamento com os Estados Unidos em temas comerciais e ambientais. O presidente tem buscado reforçar o papel do país como protagonista na transição para uma economia sustentável, tema central da COP30, e aposta que um acordo equilibrado com Washington poderia abrir portas para novos investimentos estrangeiros e parcerias tecnológicas. Assessores do Planalto acreditam que o diálogo direto entre Lula e Trump, mesmo com eventuais divergências políticas, é fundamental para garantir estabilidade nas trocas comerciais e fortalecer a imagem do Brasil como um ator global disposto a negociar com diferentes blocos de poder.

O governo está confiante para um acordo

O governo brasileiro acredita que um novo acordo pode restabelecer o fluxo comercial afetado pelas medidas unilaterais de Trump, especialmente nos setores agrícola, siderúrgico e de manufaturados. Lula destacou ainda que o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão preparados para retomar as discussões e, se necessário, viajar aos Estados Unidos nas próximas semanas. Ele afirmou que, se a reunião entre as equipes de negociação não estiver agendada até o final da COP, ele ligará novamente para Trump para resolver a situação.


Lula atual Presidente do Brasil (Foto: Reprodução/PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images Embed)


Fontes próximas ao Planalto avaliam que Lula busca equilibrar firmeza e diálogo para evitar um agravamento nas relações com os EUA, país que figura entre os principais parceiros comerciais do Brasil. A expectativa é de que as negociações avancem ainda neste mês, aproveitando o ambiente diplomático da COP30 e o protagonismo brasileiro nas discussões sobre sustentabilidade e economia verde. Para o governo, um eventual acordo pode fortalecer a imagem do Brasil como mediador global e ampliar as oportunidades de exportação em meio ao cenário de incerteza econômica internacional.

Dois navios transatlânticos chegam em Belém para hospedar delegações da COP30

Nesta terça-feira (04), chegaram dois navios transatlânticos, o Costa Diadema e o Civil, ao Porto de Outeiro em Belém, que é capital do Pará. Esses navios foram contratados pelo governo brasileiro para suprir a infraestrutura de hospedagem da cidade durante o evento da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

O encontro dos líderes, cientistas e pessoas que vão discutir sobre meio ambiente vai ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro. Como dito anteriormente, esses navios são muito importantes por conta do aumento da capacidade de hospedagem de Belém, que era uma das grandes preocupações de algumas delegações e setores que vão para o evento. Porém, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que com esses dois navios, mais a capacidade de alguns hotéis da região, será o suficiente.

Belém recebe a COP30

O ministro do turismo, Celso Sabino, concedeu uma entrevista para a CNN Brasil. Nesta entrevista, ele comentou sobre a chegada desses navios e a importância deles para esse aumento de capacidade de hospedagem para a cidade de Belém. Essas embarcações têm uma capacidade de 4 mil cabines, com aproximadamente 6 mil leitos, juntando ambas as embarcações. Com isso, a capacidade de hospedagem aumenta, assim, solucionando a preocupação que alguns veículos de comunicação e setores tinham em relação aos meios de hospedagem. Sabino afirma que os transatlânticos são destinados, primeiramente, às delegações participantes das negociações durante o evento. Entretanto, os leitos excedentes ficarão disponíveis para o setor privado se hospedar.


Imagens dos navios que chegaram em Belém (Foto: reprodução/X/@joaquimrib1801)


Celso também explicou que algumas mudanças ocorreram para receber esse evento na capital do Pará. Foi inaugurada uma estrutura portuária que inclui um terminal de passageiros, e esse terminal está equipado para procedimentos de alfândega e imigração. Além disso, ocorreu uma expansão na capacidade hoteleira com a construção de novos hotéis, entre eles, alguns hotéis cinco estrelas, e a ampliação de unidades já existentes. A promessa do governo federal é que estas instalações permanecerão como legado para a cidade após o término do evento.

Mais informações sobre a COP30  

Para o encontro da COP30, foram confirmadas 160 delegações. Na sexta-feira (6), os líderes mundiais começam a chegar a Belém para as primeiras reuniões preparatórias, nas quais serão discutidas metas e propostas relacionadas às mudanças climáticas.


 

Imagem de Belém (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Wagner Meier)


Para concluir, a capital do Pará é a porta de entrada da floresta da Amazônia, a qual é ainda mais simbólica para o tema em discussão sobre o meio ambiente. A mitigação de emissões de gases de efeito estufa será muito debatida durante a COP30, principalmente uma forma de limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, continua como objetivo central. O mundo tem sofrido muito com esse aumento de temperatura, muitos desastres naturais, como enchentes e secas. Tendo em conta que, para conseguir esse limitador, o principal contraponto é a transição energética, buscando utilizar energias renováveis, tendo uma eficiência energética, abandonando gradualmente os combustíveis fósseis, além de como garantir que a transição não gere injustiças sociais.

 

Brasil se prepara para COP30 com 191 países credenciados

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, já tem 191 países credenciados, incluindo a Argentina de Javier Milei. O credenciamento, embora não garanta presença, representa um sinal de interesse político e diplomático. Até o momento, 143 delegações confirmaram presença na 30ª conferência climática, que será realizada em Belém–PA em novembro de 2025. A informação foi confirmada pela organização do evento e ressalta a expectativa de recorde de participação internacional.

A presença da Argentina, porém, gera incerteza. O presidente Javier Milei tem se posicionado contra parte da agenda climática global. No ano passado, ele retirou sua equipe técnica da COP29, no Azerbaijão, e chegou a ameaçar a saída do país do Acordo de Paris. Similarmente, a postura repete a estratégia adotada por Donald Trump nos Estados Unidos. Mesmo assim, o Brasil vê a adesão argentina como um gesto diplomático relevante.

EUA ficam fora e China ganha espaço nas negociações

Enquanto a Argentina chega à lista, os Estados Unidos permanecem fora. À primeira vista, o governo norte-americano decidiu não enviar representantes de alto nível para as negociações da COP30. A decisão coincide com a extinção do Office of Global Change, órgão do Departamento de Estado que coordenava a diplomacia climática do país. Consequentemente, a ausência norte-americana pode alterar o equilíbrio político da conferência e abrir espaço para maior protagonismo da China, que já sinalizou interesse em ampliar acordos de energia limpa e cooperação ambiental com países da América Latina.


Trump diz preferir a poluição causada pelo petróleo à energia eólica (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Durante o G20 de 2024, no Rio de Janeiro, a delegação argentina já havia criado impasses sobre o tema climático, dificultando consensos. O histórico retoma a dúvida sobre o engajamento efetivo de Milei na conferência.

Hospedagem e custos entram na pauta da COP30

Até setembro, 79 delegações já haviam confirmado a hospedagem em Belém. Contudo, o custo das diárias se tornou tema de debate entre a Organização das Nações Unidas (ONU), o governo brasileiro e o governo do Pará. Após negociações, ficou definido que as diárias não poderão ultrapassar US$ 600. A ONU também revisou o valor da Diária de Subsistência (DSA) para países em desenvolvimento, que passou de US$ 144 para US$ 197, visando equilibrar custos operacionais.

A capital Belém foi escolhida como sede durante a COP28, em Dubai. É a primeira vez que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas será realizada em uma cidade amazônica, reforçando a centralidade do Brasil no debate ambiental global.

EUA decide não enviar delegação oficial à COP30 no Brasil

Os Estados Unidos anunciaram que não  enviarão representantes de alto nível para as negociações da COP30, marcada para ocorrer em Belém (PA), no Brasil. A confirmação foi feita por um porta‑voz da Casa Branca à agência Reuters. 

Segundo o comunicado oficial, o presidente Donald Trump “já deixou clara” a posição de seu governo sobre a ação climática durante discurso na Assembleia Geral da ONU, chamando as mudanças climáticas de “a maior farsa do mundo” e criticando os países por adotarem políticas que, em sua visão, “custaram fortunas” a suas economias.

Ausência norte-americana

A ausência norte‑americana ocorre em meio ao anúncio, no início deste ano, da extinção do Office of Global Change do Departamento de Estado, órgão responsável por coordenar a diplomacia climática dos EUA,  o que abre lacuna institucional para o país em fóruns multilaterais sobre o clima. 

Especialistas entrevistados por veículos de imprensa apontam que esse recuo pode gerar “um vácuo perigoso” no processo de negociação global, reduzindo a pressão sobre países do Norte global e enfraquecendo potencialmente a ambição global por cortes mais expressivos de emissão.

Repercussão diplomática

Além da repercussão diplomática, analistas indicam que a China poderá ganhar protagonismo nessa edição da COP30. Sem a tradicional presença  e influência  dos EUA, a gigante asiática pode se posicionar como parceira mais confiável em iniciativas de energia limpa e cooperação internacional.


 

O Plano Clima é o principal instrumento da política climática brasileira (Vídeo: reprodução/Instagram/@cop30nobrasil)


Para o Brasil, país sede do evento, o cenário representa tanto desafio quanto oportunidade: à frente das negociações numa agenda que inclui transição energética, financiamento climático e justiça ambiental, o governo deverá navegar entre o vácuo deixado pelos EUA e as expectativas de protagonismo global.

A decisão dos Estados Unidos de não enviar representantes à COP30 simboliza um novo capítulo nas tensões entre política e meio ambiente. O gesto amplia a incerteza sobre o futuro dos acordos multilaterais e reforça o impacto das disputas internas das grandes potências nas metas globais de combate à crise climática.

Relatório aponta que mais de 3 milhões de pessoas morrem por conta do calor e poluição

Na quarta-feira (29/10), foi publicado na revista científica “The Lancet” o relatório da “Lancet Countdown on Health and Climate Change”. Esse relatório é sobre os impactos do calor e poluição, se utiliza de estudos de pares, que é quando é avaliado por outros especialistas antes da publicação. A colaboração é entre a University College London e é produzida em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A revista serve para divulgar descobertas científicas e médicas confiáveis, baseadas em estudos revisados por pares, como citado acima. Esse relatório conta com a contribuição de 128 especialistas de mais de 70 instituições acadêmicas e agências da ONU. O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5 °C de aumento na temperatura média global em relação aos níveis pré-industriais, isso tudo por conta do aquecimento global. Esse estudo discute os efeitos do aquecimento global e a relação de mortes desde os anos 1990 até 2024.

Calor e poluição causadores de mortes

O relatório aponta que as ameaças das alterações climáticas à saúde atingiram níveis sem precedentes. A revista “The Lancet” usa essas informações para destacar uma crítica à incapacidade de conter os efeitos do aquecimento global, que, por conta dele, levou a um aumento de 23% nas mortes relacionadas ao calor desde os anos 1990, falecendo 546 mil pessoas anualmente. Ela informa que dos 20 indicadores utilizados para analisar os riscos para a saúde e os impactos das alterações climáticas, 13 estabeleceram novos e preocupantes recordes no último ano. E um dos principais destaques do relatório é o aumento no número de dias de calor extremo anualmente, e como isso já impacta a saúde da população, levando à morte. O levantamento informa que cada pessoa esteve exposta, em média, a um recorde de 16 dias de calor extremo em 2024. Em locais como o norte da América do Sul e partes da África Subsaariana, o período de onda de calor superou os 40 dias.


Pessoa sofrendo com o calor (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Simplelmages)


O Brasil sofreu, em média, 15,6 dias de onda de calor extrema. Esse cenário é muito preocupante. Entre os anos de 2012 e 2021, o país registrou uma média anual de 3,6 mil mortes provocadas pelo calor, valor estimado de 4,4 vezes maior do que o observado na década de 1990. E, com isso, aproximando-se da média do mundo. Desses 94%, não teriam acontecido se não fossem por conta das mudanças climáticas. Também podemos ressaltar no relatório que as condições climáticas mais quentes e secas também contribuem para o aumento dos incêndios florestais. No Brasil, de 2020 a 2024, as pessoas enfrentaram uma média de 41 dias por ano, classificadas por esse estudo como de alto risco de incêndios florestais, isto é, um aumento de 10% em relação ao período de 2003 a 2012. Já outra forma de se combater esse problema é a transição energética, que surge como uma solução importante. O relatório comprova que cerca de 160 mil vidas são salvas anualmente como resultado da produção de energia por fontes renováveis.

COP30

A COP (Conference of the Parties) é uma reunião anual da ONU onde líderes mundiais, cientistas, ativistas e empresas discutem metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Também discutem formas de proteger o meio ambiente e limitar o aquecimento global a 1,5 °C, que era a temperatura na era pré-industrial, isso tudo seguindo o Acordo de Paris de 2015. Esse ano, a reunião ocorrerá em Belém do Pará, no Brasil, no mês de novembro. E, pela primeira vez na história, a COP será realizada na Amazônia, tendo forte simbolismo, já que a região é essencial para o equilíbrio climático do mundo.


Vídeo do governo promovendo a COP30 que vai ocorrer em Belém (Vídeo: Reprodução/Youtube/governo do Brasil)


Para concluir, os incêndios florestais provavelmente estarão na agenda da COP30, considerando especialmente que o local do encontro fica na Amazônia, e esses incêndios causam mortes e poluição atmosférica. A COP 30 vai repercutir os números e as informações trazidas pelo relatório da Lancet Countdown on Health and Climate Change, e com esse relatório podemos afirmar a gravidade que tem esse aumento de temperatura para a saúde da população mundial. Esses dados da Lancet dão um direcionamento na criação de estratégias de alerta precoce para o calor e incêndios, isso é, não somente cortando as emissões, mas também preparando que os compromissos tenham impactos reais, utilizando-se de energias renováveis, entre outras formas. E, portanto, auxiliando o debate e assim, encontrar um equilíbrio para diminuir esse impacto que tem afetado tanto a saúde das pessoas.

Lula diz que pode concorrer à presidência em 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (16) que pode disputar novamente a Presidência da República, mas ressaltou que a decisão dependerá de sua saúde. A declaração foi feita durante o 16º Congresso do PCdoB, em Brasília, partido que integra a Federação Brasil da Esperança, junto com PT.

Lula explicou que, caso concorra outra vez, pretende defender um projeto mais amplo para o país. “Posso ser candidato novamente se estiver com saúde. Mas não quero disputar só para falar de programas sociais. Quero pensar em um Brasil maior, em que as pessoas acreditem no futuro”, declarou. Ele também comentou que a eleição de 2026 será marcada por uma disputa entre a esquerda e a extrema-direita.

Lula será o primeiro presidente com 80 anos

No próximo dia 27, o presidente completará 80 anos, tornando-se o primeiro chefe do Executivo brasileiro a exercer o cargo com essa idade. Em outras entrevistas, Lula já havia dito que só desistiria da candidatura se tivesse problemas de saúde ou se aparecesse alguém melhor preparado. Para ele, “80 anos é o auge da maturidade humana”.

Uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada no início de outubro, mostrou que Lula venceria todos os adversários em um possível segundo turno, caso a eleição acontecesse hoje.


Na úlitma quinta-feira (16) Lula realizou uma reunião com líderes do setor da mineração (Foto: Reprodução/X/@LulaOficial)

Lula nos preparativos para COP30

Enquanto isso, o governo se prepara para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que ocorrerá em Belém entre 10 e 21 de novembro de 2025. Para o evento, Lula escolheu uma hospedagem inusitada: ficará em um navio de guerra da Marinha, o Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”.

Técnicos já estão avaliando as condições da embarcação, que chegou a Belém em 25 de setembro. O plano é que o presidente e a primeira-dama, Janja da Silva, usem o navio a partir de 4 de novembro. A embarcação ficará atracada no comando da Marinha, o que deve facilitar a segurança e a logística durante a conferência.