Ex-ministro é condenado à morte e expõe força da ofensiva anticorrupção na China

O ex-ministro da Agricultura da China, Tang Renjian, foi condenado por corrupção e teve a pena de morte suspensa por dois anos após admitir propinas milionárias. O julgamento ocorreu no Tribunal Popular Intermediário de Changchun, na China, neste domingo (29), data local, e evidencia o rigor da campanha anticorrupção e o controle do regime de Xi Jinping.

Durante a suspensão, se Tang cumprir regras de bom comportamento, a pena poderá ser convertida em prisão perpétua ou outra sentença mais branda.

Condenado acumulou milhões em subornos

Tang ocupou cargos de destaque entre 2007 e 2024. Durante esse período, recebeu subornos que somam mais de 268 milhões de yuans, cerca de R$ 200 milhões. Ele governou a província de Gansu antes de assumir o ministério da Agricultura e Assuntos Rurais.

Também, Tang era membro do Partido Comunista da China. Sua condenação simboliza o esforço do regime para lidar com corrupção em altos escalões. Ele foi expulso do partido em novembro de 2024, seis meses após a investigação iniciar, conduzida de forma rápida pelo órgão anticorrupção.


Ex-ministro da Agricultura da China é condenado à pena de morte por corrupção (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Pena evidencia rigor da campanha anticorrupção

A pena de morte de Tang foi suspensa por dois anos. Durante esse período, ele poderá ter a sentença convertida em prisão perpétua caso cumpra critérios de bom comportamento. No entanto, apesar da suspensão, a decisão reforça o rigor da justiça e o peso da campanha anticorrupção sobre altos funcionários do governo.

Tang Renjian não é o único com um cargo de alta responsabilidade condenado. Ele integra uma série de casos envolvendo ministros da Defesa e o ex-chefe de segurança Zhou Yongkang, que cometeu suborno, abuso de poder e divulgação de segredos de Estado, sendo preso em 2015. Além disso, esses processos mostram que o regime prioriza manter disciplina e controle entre os líderes políticos.

Xi Jinping reforça disciplina interna e controle político

Especialistas afirmam que a rapidez do julgamento de Tang reflete a estratégia de Xi Jinping, que visa consolidar poder e garantir lealdade no Partido Comunista. Desde 2020, o presidente reforça mecanismos para que autoridades, policiais e juízes se mantenham “absolutamente leais, absolutamente puros e absolutamente confiáveis”.

Assim, a condenação envia um recado claro: políticos que acumulam vantagens ilegais correm risco severo. Dessa forma, a campanha anticorrupção impacta diretamente a estabilidade política da China, funcionando como uma ferramenta de disciplina interna e reforço do controle do regime sobre funcionários de alto escalão.

Sarkozy recebe sentença de cinco anos de prisão por conspiração criminosa

Nesta quinta-feira, dia 25 de setembro, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy recebeu a sentença de cinco anos de prisão. O ex-presidente foi considerado culpado por conspiração criminosa, enquanto estava fazendo sua campanha presidencial no ano de 2007. A condenação se refere ao uso de métodos ilegais para financiar a campanha presidencial, por meio de recursos vindos da Líbia, país localizado no norte da África. A defesa de Sarkozy poderá recorrer da decisão, mas o ex-presidente será preso da mesma forma; caso recorra, Nicolas Sarkozy esperará o resultado dentro da cadeia. 

O processo

Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, estava sendo julgado por corrupção passiva; por receber, ilegalmente, valores para financiar sua campanha presidencial; e por conspiração criminosa. Somente a última acusação – conspiração criminosa – se tornou uma condenação; Nicolas não foi considerado culpado as duas outras acusações: segundo a juíza do caso, Nathalie Gavarino, as provas a respeito da corrupção passiva e financiamento ilegal da campanha eram inexistentes. 


Ex-presidente da frança é condenado a cinco anos de prisão (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNBrasil)

As acusações são resultantes de um suposto acordo que Nicolas teria feito com o ditador líbio Muammar Kadhafi. O acordo teria sido firmado em 2005, quando Sarkozy era o então Ministro do Interior, durante o mandato presidencial de Jacques Chirac. A investigação começou em 2013, dois anos após a morte de Kadhafi. Saif al-Islam – o filho de Muammar Kadhafi – fez a acusação que Sarkozy teria recebido dinheiro de Kadhafi, dando o pontapé inicial nas investigações. 

O caminho de Sarkozy até a presidência 

Nicolas Sarkozy ocupou diversas posições dentro da política francesa antes de chegar à presidência. Ele foi deputado; prefeito da cidade de Neuilly-sur-Seine; foi ministro nos governos do presidente François Mitterrand e do presidente Jacques Chirac. Sarkozy lançou sua candidatura à presidência para o mandato de 2007-2012, e ganhou.

Em seu mandato presidencial, mesmo sendo alinhado à direita, Nicolas mantinha boas relações com o Brasil, que na época também tinha Lula como presidente. A condenação de Sarkozy se refere somente ao período entre 2005 e 2007, quando o político era o Ministro do Interior: ao se tornar presidente, ele recebeu a imunidade presidencial.

Javier Milei é retirado de caravana eleitoral após receber pedradas

O presidente da Argentina, Javier Milei, teve que ser retirado de uma caravana que participava em Buenos Aires, na capital argentina, após ter o veículo atacado por pedras nesta quarta-feira (27). Ele participava de uma caravana presidencial com apoiadores do governo quando o ataque aconteceu, ele e toda a sua comitiva foram retirados às pressas. 

Comitiva presidencial

Milei e seus aliados políticos participavam de uma caravana presidencial, como um ato de campanha para as eleições legislativas em Buenos Aires, que serão no dia 7 de setembro. Essa seria a segunda passagem do presidente pela região, que marca a terceira seção eleitoral e busca impulsionar a popularidade dos candidatos do partido para as vagas na Assembleia Legislativa e do Senado.

Após o ataque, membros do governo e o próprio presidente Javier Milei se pronunciaram nas redes sociais. Em um post na rede social X, ele declarou: “os kukas [apelido para apoiadores do Kirchnerismo] atiraram pedras por falta de ideias, recorreram outra vez à violência”. A ministra da Segurança Nacional, Patrícia Bullrich, acusou o Kirchnerismo de planejar o ataque contra a caravana. Esse é o nome dado ao período em que Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner governaram o país por 12 anos, e são do partido de oposição de Milei. 


Reportagem da emissora DNews sobre o ataque à caravana de Milei (Vídeo: reprodução/YouTube/DNews)

Apesar do ataque desta quarta-feira (27), ainda é esperado que ele participe de outros eventos para impulsionar a campanha eleitoral do seu partido. 

Acusações de corrupção

A participação de Milei coincidiu com uma crise política que o país vive, envolvendo a irmã do presidente e secretária presidencial, Karina Milei, que estaria envolvida em um esquema de corrupção, que envolve a devolução de verbas por meio da Agência Nacional para a Deficiência. 

Javier Milei não comentou sobre o escândalo envolvendo a irmã, porém acusou a oposição de querer instalar o caos e a violência, afirmando que o seu governo acabou com o déficit fiscal de 123 anos em um único mês.

Irmã de Javier Milei é investigada por corrupção

A Argentina está atualmente investigando um esquema de corrupção ligado ao governo de Milei, após áudios terem sido divulgados na mídia local. Os áudios fariam menção à Karina Milei, irmã de Javier Milei, eu teria participado em um esquema de propina na distribuição de medicamentos para PCDs.

Os áudios

A mídia local do país publicou gravações de áudio, onde é possível identificar uma voz semelhante a de Diego Spagnuolo, chefe da Agência Nacional de Pessoas com Deficiência, pode ser ouvida, discutindo sobre uma ação de suborno dentro da instituição.

Nas gravações, é possível ouvir Diego dizendo: “Eles estão fraudando minha agência”. Suas palavras fazem referência à Karina Milei, que é chefe de gabinete do presidente da Argentina, que recebeu pagamentos de propina. Ele disse que contactou Javier Milei, porém o presidente não resolveu a situação.

Spagnuolo foi demitido na última quinta-feira (21), pelo governo atual, com a justificativa de ser uma medida preventiva. No dia seguinte, sexta-feira (22), autoridades argentinas invadiram diversas propriedades de Diego, incluindo sua própria casa, para coletarem seus celulares e uma máquina de dinheiro.

O governo não confirmou a autenticidade do áudio e o presidente ainda não se manifestou publicamente sobre o ocorrido.

Problemas no governo Milei

Esta polêmica envolvendo corrupção vem em meio de vários outros problemas legislativos no governo de Javier Milei. Esta semana, no Congresso, legisladores tentaram anular o veto presidencial, que se opunha a um aumento no apoio financeiro a pessoas com deficiência.


Presidente da Argentina, Javier Milei, discursando em evento (Foto: reprodução/Facundo Morales/NurPhoto/Getty Images Embed)


O governo se prepara para as eleições de meio de mandato, que ocorrerão no mês de outubro. Isso será uma maneira de verificar o sucesso do atual governo e suas medidas, como a agenda de austeridade e as reformas de mercado de Javier Milei. Essa investigação da corrupção pode atrapalhar e ameaçar o tom firme e severo do presidente da Argentina quando se refere à casta política.

Investigado por corrupção, dono da Ultrafarma é liberto sem pagar fiança de 25 milhões de reais

O empresário Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, conseguiu ontem (22) um habeas corpus, de modo que não precisará pagar fiança de R$ 25 milhões por sua soltura. A decisão é de caráter liminar, isto é, até o julgamento final do caso, e as demais medidas cautelares a que foi submetido permanecem.

A defesa alega que o investigado não possui condições de pagar a taxa milionária, embora o Ministério Público sustente que Sidney Oliveira tenha colocado seus bens no nome da empresa Ultrafarma para que esses não fossem afetados no caso de sua prisão.

O diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes, também conseguiu habeas corpus e se livrou da mesma taxa, enquanto a prisão temporária do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto foi prorrogada e a prisão preventiva do fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, mantida.

Homem de negócio foi preso na Operação Ícaro

Detido temporariamente em 12 de agosto, Sidney Oliveira foi solto na sexta-passada (15), na condição de que pagasse uma fiança de R$ 25 milhões. O pagamento não ocorreu, de forma que ele foi preso novamente na quinta-feira (21). 


Repórter Fabio Diamante, do SBT Brasil, dá mais detalhes sobre o habeas corpus concedido a Sidney Oliveira (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)


O empresário é investigado por supostamente pagar propina a servidores públicos para facilitação e fraude do ressarcimento de créditos tributários vir à tona. Junto dele, sofreram restrições de liberdade o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes, o auditor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual paulista, Artur Gomes da Silva Neto, o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia e o casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e Tatiane da Conceição Lopes.

O ressarcimento de crédito tributário é um direito do contribuinte que pagou a mais à Receita. No caso do esquema ilícito, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto acelerava a aprovação dos pedidos de devolução, dada a complexidade e burocracia inerentes a esse processo. Em alguns casos, devolveram-se valores maiores que os devidos. 

Em troca, o servidor recebia propinas milionárias que, estima o MP, passaram de R$ 1 bilhão de reais. O dinheiro era depositado na empresa fantasma Smart Tax, de propriedade da professora aposentada Kimio Mizukami da Silva, mãe de Artur, cujo patrimônio passou de R$ 411 mil, em 2021, para R$ 2 bilhões, em 2023. 

O casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e Tatiane da Conceição Lopes é suspeito de contribuir para a lavagem de dinheiro.

Participavam do conchavo empresas varejistas como a Ultrafarma e FastShop, embora mais companhias sejam investigadas.

“A operação agora está se desdobrando e gerando novas ramificações. Não se restringe a essas duas empresas”, afirmou o promotor paulista João Ricupero.

Empresário tem vínculos com a grande mídia e mundo da política

Nascido no município de Nova Olímpia, no Paraná, Sidney Oliveira, segundo contou em uma entrevista, passou de um menino pobre, que ingressou no mercado de trabalho aos 9 anos, a fundador, em 2000, da Ultrafarma, hoje uma das maiores redes de farmácias do Brasil, com mais de 1 milhão de clientes ativos. 

Fora do escritório, é garoto-propaganda da própria empresa e já apresentou o programa “Roda a Roda”, do SBT, em 2023, além de seu nome ter estampado o game show “Ultra Show – Sidney Oliveira”, da RedeTV. 

Em 2024, apoiou, para a Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), devido ao “compromisso com a melhoria dos serviços de saúde”. O advogado que lhe orientou no início da semana é Fernando Capez, eleito três vezes consecutivas deputado estadual de São Paulo pelo PSDB e atualmente filiado ao União Brasil.

Ex-primeira-dama da Coreia do Sul é presa por corrupção 

A ex-primeira-dama da Coreia do Sul, Kim Keon Hee, foi presa nesta terça-feira (12) acusada de corrupção, fraude no mercado financeiro e tráfico de influência. Seu marido e ex-presidente, Yoon Suk Yeol, está preso desde julho. 

As acusações contra Kim 

A ex-primeira-dama sofreu acusações puníveis com até 100 anos de prisão, que vão de suborno e fraude de ações no mercado financeiro até tráfico ilegal de influência. A acusação de suborno que recai sobre Kim é de que ela recebeu duas bolsas Chanel avaliadas em US$14,5 mil (R$78 mil) de um grupo religioso em favor de interesses comerciais. 


Kim Keon Hee ao lado do ex-presidente e seu marido, Yoon Suk Yeol, saudando a bandeira em cerimônia em 2024 (reprodução/Kim Hong-Ji – Pool/Getty Images Embed)


Durante a cúpula da Otan em 2022, a esposa de Yoon utilizou um pingente de luxo Van Cleef, supostamente avaliado em mais de 43 mil dólares, o equivalente a 232 mil reais. O item não havia sido listado nas declarações financeiras do casal, conforme exigido pela lei local. Na ocasião, a primeira-dama, afirmou que a era uma falsificação, porém as investigações concluíram que era genuína.  Segundo o promotor que lidera as investigações, ela nega todas as acusações. 

Os ineditismos da prisão

Kim Keon Hee é a única esposa de um presidente ou ex-presidente a ser presa na história da Coreia do Sul. Com o seu marido, Yoon Suk Yeol, que também foi detido em julho por tentar impor a Lei Marcial, eles se tornam o primeiro ex-casal presidencial a estar preso simultaneamente no país.


O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, chegando em audiência que discute sua prisão em julho (reprodução/KIM HONG-JI/POOL/AFP/Getty Images Embed)


O ex-presidente, Yoon Suk Yeol, enfrenta acusações associadas a tentativa de autogolpe. Em dezembro de 2024, o Yeol declarou a Lei Marcial, que restringe as liberdades políticas no país, mas sem apoio interno suspendeu a medida 6 horas depois. Interpretado como tentativa de imposição de um estado de exceção no país, foi deposto em abril e pode ser condenado a prisão perpétua ou mesmo à aplicação da pena de morte.

Saiba onde Collor cumpre prisão domiciliar

Vista para o mar de Maceió, piscina privativa, bar, quatro suítes e um quarto de empregada. Esse é o cenário da cobertura duplex onde o ex-presidente Fernando Collor de Mello vai cumprir prisão domiciliar a partir desta quinta-feira, primeiro de maio. A decisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após a defesa apresentar mais de 130 exames médicos que atestam que Collor tem doença de Parkinson desde 2019, além de transtorno bipolar e privação crônica de sono.

O apartamento fica no sexto andar do Edifício Residencial Chateau Larousse, na Avenida Álvaro Otacílio, em uma área valorizada do bairro Jatiúca, em Maceió. O imóvel foi penhorado pela Justiça do Trabalho de Alagoas em novembro de 2024 para garantir o pagamento de uma dívida de 264 mil reais a um ex-funcionário da TV Mar, emissora ligada ao grupo de comunicação de Collor. Avaliado em nove milhões de reais, o apartamento de 600 metros quadrados tem detalhes de alto padrão que constam no processo ao qual o g1 teve acesso.

Como é dividido o apartamento

A estrutura do imóvel é dividida em dois pavimentos. No primeiro andar há varanda, sala de estar, sala de jantar, galeria, gabinete, lavabo, adega, espaço de circulação, três suítes sendo uma delas máster, além de rouparia, despensa, copa, cozinha, área de serviço e o quarto de empregada com banheiro. Uma escada leva ao andar de cima, onde ficam mais uma suíte, um espaço de estar íntimo, dois terraços  um coberto e outro descoberto, jardineiras, dois banheiros, bar e uma piscina com vista para o mar.

Apesar de todo esse luxo, o imóvel não foi declarado por Collor na campanha ao governo de Alagoas em 2022. Na eleição de 2018, no entanto, o apartamento apareceu avaliado em um milhão e oitocentos mil reais, como bem adquirido em 2006.

Sobre a penhora

A cobertura continuará penhorada até fevereiro de 2028, prazo final para o pagamento do acordo. Se houver descumprimento, o imóvel pode ser leiloado. Esta não é a única propriedade bloqueada do ex-presidente. Uma mansão em Campos do Jordão também já foi penhorada por dívida trabalhista.


Fachada do prédio onde está localizado o apartamento de Collor (Foto: reprodução/x/@g1)

Condenado a oito anos e dez meses por corrupção e outros crimes investigados na Lava Jato, Collor estava preso em cela especial desde 26 de abril. Agora, passa a cumprir pena em casa com tornozeleira eletrônica, visitas restritas a advogados e impedimento de deixar o país. Os passaportes estão suspensos.

Condenado por corrupção, Fernando Collor mantêm benefícios vitalícios 

Há exatos 35 anos acontecia o episódio mais marcante da história política e econômica do país, o “confisco da poupança”.

O confisco do dinheiro depositado em cadernetas de poupança ocorrido durante o governo do então Presidente Fernando Collor de Mello, ocorreu no dia 16 de março de 1990 e fazia parte de um pacote econômico que supostamente tinha por meta o controle da inflação crescente à época em que foi implementado. 

Após anunciado com o nome de Plano Collor Um, a população, após um feriado bancário de três dias, correu aos bancos formando enormes filas, a fim de conferirem seus saldos ou sacar todo o dinheiro para guardar em casa, porém, os saques foram limitados ao valor de 50 mil cruzados novos, o equivalente a aproximadamente 8 mil reais em valores atualizados. O pacote ainda determinou o bloqueio dos valores por 18 meses, com correção e juros de seis por cento ao ano. 


Povo nas ruas pedindo Fora Collor (Reprodução/Paulo Fridman/Getty images embed)


A medida tinha por objetivo controlar a hiperinflação de 84% ao mês, porém seu resultado não foi o esperado. De início, a inflação caiu 3%, mas se manteve por pouco tempo, em junho subiu para 9% e no mês seguinte voltou à casa dos dois dígitos. Muitos cidadãos recorreram à justiça solicitando restituição, mas sem resultados concretos. 

Preso por corrupção

Passados 35 anos da implementação do Plano Collor Um, o ex-presidente  Fernando Collor de Melo teve sua prisão decretada por Alexandre de Moraes na madrugada desta sexta-feira (25), após todos os recursos apresentados ao Supremo terem sido rejeitados. 


Ministro do STF, Alexandre de Moraes (Reprodução/Bloomberg/Getty images embed)


O ex-presidente foi condenado por corrupção em um desdobramento da Operação Lava-Jato em um esquema de lavagem de dinheiro na BR Distribuidora. A pena total de Collor, estabelecida pelo STF em 2023, é de 8 anos e 10 meses.

Collor foi denunciado pela PGR em 2015, acusado de receber R$ 20 milhões em propinas para facilitar contratos de troca de bandeira de postos de combustível.

Foro Privilegiado

Como Fernando Collor de Melo teve seu último mandato finalizado em 2023, não tem mais  direito ao foro privilegiado, porém continua tendo direito a benefícios vitalícios como segurança particular, motoristas particulares. 

Segundo o decreto 6.381/2008, o ex-presidente tem direito a dois veículos oficiais, seis servidores à disposição, quatro para segurança e dois assessores.

Além dos benefícios vitalícios por ter sido presidente da república, Collor terá direito à cela especial e cumprirá a pena em Alagoas.

A defesa pediu conversão da pena em prisão domiciliar, alegando que o ex-presidente sofre de comorbidades graves. 

Ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, é acusado de violência doméstica

Fabiola Yáñez, ex-primeira dama argentina, denunciou nesta terça-feira (06) Alberto Fernández por violência física e assédio durante a estadia do casal na Quinta de Olivos, a casa oficial da presidência. Fernández nega as acusações e divulgou nota nas redes sociais dizendo que irá à Justiça apresentar provas sobre “o que realmente aconteceu”.

As acusações contra Fernández

Em audiência virtual no Zoom, Fabiola Yáñez realizou a denúncia ao juiz federal Julián Ercolini, que ordenou medidas imediatas de “restrição” e “proteção” para a ex-primeira dama. As medidas garantem que Fernández não possa se aproximar da vítima e o proíbe de sair do país. Yáñez reportou que sofria agressões físicas do ex-companheiro durante seu mandato presidencial, entre 2019 e 2023.

Alberto Fernández declarou que a denúncia é falsa e que “a verdade dos fatos” é outra. “Pela integridade dos meus filhos, da minha pessoa e também da própria Fabiola, não farei declarações na mídia, mas apresentarei à Justiça as provas e testemunhos que evidenciarão o que realmente aconteceu”, completou ele. O casal se separou após o mandato de Fernández e tiveram o filho Francisco em 2022. Atualmente, o filho vive em Madri com a mãe.


O ex-presidente argentino nega acusações de agressão (Foto: Reprodução/Simon Wohlfahrt/Bloomberg/Getty Images Embed)


O ex-presidente enfrenta atualmente processo na Justiça, tendo sido acusado de desvio de fundos durante o seu governo. Fernández teria contratado uma corretora e empresas privadas para mediar a gestão de seguros em dependências oficiais argentinas. Por conta da investigação, os bens de Fernández foram bloqueados em abril deste ano.

Como foi a descoberta

Segundo declaração feita ao canal La Nación pelo advogado de Yáñez, Juan Pablo Fiorello, a ex-primeira dama contactou o juiz Ercolini e disse “quero fazer uma denúncia criminal, quero denunciá-lo pelos delitos das agressões que recebi dele e pelas ameaças que venho sofrendo”. A agência de notícias France-Presse informou que a denúncia foi resultado do vazamento de mensagens entre Fabiola Yáñez e María Cantero, a secretária particular do ex-presidente. Nas mensagens, Yáñez teria relatado as agressões, inclusive enviando fotos das mesmas.

Fiorello disse que as mensagens foram descobertas durante investigações de outro caso também conduzido pelo juiz Ercolini, o da suposta corrupção da gestão de Fernández enquanto presidente. O celular de Cantero, onde as mensagens foram descobertas, foi periciado. Ercolini também investiga a possibilidade de tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, chamado Héctor Martínez Sosa.

Fiorello, que também é advogado de Fernández em outros casos, disse que se reuniu com ele e declarou que o ex-presidente nunca agrediu Yáñez ou qualquer outra mulher, mas admite que houve discussões intensas entre o casal. 

Forças antimáfia se preparam para recepção do G7 na Itália

Os líderes do G7, aqueles que comandam as sete maiores economias do mundo, precisarão de cuidados especiais ao serem recepcionados em Puglia, na Itália. Isso por conta de uma máfia pouco conhecida, mas poderosa, que se abriga no sul do país. A reuniões do G7 começaram e acontecem até o próximo sábado, dia 14 de junho.

Forças antimáfia


Reunião do G7, na Itália (Foto: reprodução/FILIPPO MONTEFORTE/Getty Images embed)


As forças antimáfia italianas têm criado uma operação ainda mais forte por conta de três grupos mafiosos em específico, todos ligados à perigosa Sacra Corona, que disputam espaço na região onde ocorrerá a reunião.

Ataques ligados a esses clãs estão sendo reportados a luz do dia, em um ritmo anormal e que preocupa o governo italiano. Segundo a Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (DIGOS), principal unidade antiterrorismo e antimáfia da Itália, as investidas têm criado um ambiente crescente de violência na região. Por lá, roubos de carros, invasões, mutilações e assassinatos estão aparecendo.

Motivações

A mídia italiana relata que os crimes estão sendo baseados na disputa pelo território, assassinatos é uma das formas de vingança entre os clãs, além de ameaças de bombas em lugares bastante frequentados como as estações de trens.

A Sacra Corona não é a única máfia atuante no país, além dela, pelo menos outras três grandes organizações são conhecidas. Comorra, Cosa Nostra e ‘Ndrangheta estão entre elas.

Comorra, Cosa Nostra, ‘Ndrangheta e Sacra Corona

‘Ndrangheta tem sua sede em Calábria, na região mais pobre do local. O principal mantedor dessa máfia, é seu monopólio do tráfico de cocaína na Europa. É a mais rica e poderosa máfia Italiana.

Já Comorra vem da região Câmpania, ela é mantida por tráfico de drogas, extorsão de empresas de construção e firmas de descarte de lixo tóxico e da indústria têxtil, ela também é conhecida pelos seus métodos brutais.

Cosa Nostra teve seu chefe morto ano passado, depois de 30 anos fugindo das autoridades, mas a máfia continua focada em negócios sujos e na corrupção.

Junto com a Sacra Corona, essas são as famosas Máfias Italianas que assustam moradores e turistas no país, conhecida por seus métodos nada empáticos.