Brasil amplia regras e cria sistema para controlar operações de criptomoedas

A Receita Federal endureceu a regulação sobre criptomoedas com uma nova norma que obriga plataformas estrangeiras que atendem clientes brasileiros a reportarem informações ao Fisco, órgão responsável por fiscalizar assuntos acerca da legislação tributária.

A norma moderniza o envio de dados e amplia a fiscalização do Estado, cobrindo não apenas as exchanges nacionais, como anteriormente, mas também as internacionais que prestam serviço a brasileiros. Além disso, a iniciativa introduz o novo sistema DeCripto, que visa substituir o modelo atual a partir de 2026.

No dia 10 deste mês, o Banco Central anunciou a criação de um conjunto de regras responsáveis por regulamentar o mercado de ativos virtuais no Brasil. No mesmo, foram incluídas normas para autorização, prestação de serviços e atuação no mercado de câmbio. De acordo com o BC, as regras viabilizam a redução de golpes, fraudes e lavagem de dinheiro.

Novas regras

A instrução normativa nº 2.991 da Receita Federal foi publicada na última sexta-feira (14), atualizando as antigas regras para envio de informações acerca de operações com criptoativos – que estava em vigor desde 2019. Segundo a Receita, o novo pacote de normas não gera novos impostos, nem modifica a base atual de cálculo de tributos, tendo o único objetivo de modernizar os envios e aumentar o monitoramento do mercado.

A partir disso, o Brasil começará a usar o sistema Carf (Crypto-Asset Reporting Framework), para realizar a troca de informações de forma automática entre as entidades que são responsáveis pela regulação dos tributos.


Nova medida amplia fiscalização de investimentos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Chesnot)


Sistema DeCripto

Para implementar as novas exigências, a Receita criou o sistema DeCripto. Hospedado na e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), o novo sistema irá substituir o utilizado atualmente a partir de julho de 2026, com declaração sendo realizada mensalmente. A mudança também permitirá a integração com setores internacionais, pois o modelo Carf já é aplicado em outros 70 países.

Através do DeCripto tanto exchanges nacionais quanto pessoas físicas ou jurídicas que realizem operações sem a mediação de corretoras do país precisaram declarar os dados a cada mês. Anteriormente, o limite exigido pela Receita para que o usuário reportasse os dados era de R$ 30 mil, e com a implementação das novas regras, o valor aumenta para R$ 35 mil por mês.

Banco Central cria regras para criptomoedas e promete mais segurança ao investidor

Na ultima segunda-feira (10), foi anunciado pelo Banco Central, em Brasília, um conjunto de regras para regulamentar o mercado de criptomoedas no Brasil. O objetivo é proteger os investidores e coibir fraudes, golpes e lavagem de dinheiro. As novas normas entram em vigor em fevereiro de 2026 e vão atingir todas as empresas que oferecem serviços com moedas digitais no país.

A medida é considerada um marco para quem investe ou pretende investir em criptomoedas. Pela primeira vez, o setor passa a ter uma fiscalização direta do Banco Central, que exigirá mais transparência nas operações e responsabilidade das empresas que intermediam compras, vendas e transferências desses ativos digitais.

O que muda para quem investe em criptomoedas

Na prática, o novo regulamento deve trazer mais segurança para o público. As empresas que lidam com criptoativos, conhecidas como corretoras ou exchanges, precisarão de autorização do Banco Central para funcionar. Elas também terão que comprovar que possuem estrutura adequada para evitar fraudes e proteger os dados dos clientes.


Publicação do UOL (Vídeo: reprodução/Youtube/Uol)


Isso significa que o investidor terá mais clareza sobre onde está aplicando seu dinheiro. Até agora, o mercado era praticamente livre, o que facilitava golpes e operações ilegais. Com a supervisão direta do BC, será mais difícil para empresas fantasmas ou plataformas sem respaldo enganarem consumidores com promessas de lucros rápidos.

Outro ponto importante é que as transferências internacionais com criptomoedas passarão a ser tratadas como operações de câmbio. Na prática, quem enviar ou receber valores do exterior usando moedas digitais precisará seguir regras parecidas com as de bancos tradicionais, o que garante mais rastreabilidade e segurança.

Como a medida pode ajudar o consumidor

A regulamentação também deve tornar o mercado mais confiável. Com a nova lei, o Banco Central poderá exigir relatórios das empresas, definir padrões de governança e aplicar punições em caso de irregularidades. Isso ajuda a evitar perdas financeiras e dá mais confiança a quem deseja entrar no mundo das criptomoedas.

Para o consumidor, a principal vantagem é a transparência. Será possível saber quais empresas estão devidamente registradas e confiáveis. Além disso, a supervisão promete reduzir os casos de pirâmides financeiras e fraudes que marcaram o setor nos últimos anos. As regras também incentivam o crescimento do mercado de forma saudável, atraindo novos investidores e fortalecendo o uso das criptomoedas como meio de pagamento e investimento no país.

Trump concede perdão a fundador da Binance

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu perdão total ao fundador da Binance, Changpeng Zhao, conhecido como CZ. A princípio, a decisão foi anunciada pela Casa Branca nesta quinta-feira (23) e provocou uma forte repercussão entre políticos e investidores do setor. Zhao havia deixado o comando da empresa em 2023, após a corretora admitir falhas no controle de lavagem de dinheiro e pagar multa de US$ 4,3 bilhões.

Segundo o comunicado oficial, Trump considerou o caso uma “injustiça da guerra contra as criptomoedas” promovida pelo governo anterior. Além disso, a secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que o presidente revisou pessoalmente os pedidos de clemência antes de tomar a decisão.

Bilionário agradece e fala em “Capital das Criptomoedas”

Após o anúncio, Zhao publicou uma mensagem na plataforma X agradecendo o perdão e prometendo colaborar com o governo norte-americano. “Faremos tudo para tornar os Estados Unidos a capital global das criptomoedas”, escreveu. Anteriormente, o empresário, cidadão canadense nascido na China, cumpriu quatro meses de prisão em 2024 e pagou multa de US$ 50 milhões.


Perdão reforça debate sobre criptomoedas (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)

Contudo, ao receber o perdão, CZ poderá retomar suas atividades empresariais e ampliar sua atuação nos Estados Unidos. Logo, o gesto reforça a aproximação de Trump com o setor cripto, que investiu pesado em sua campanha de 2024.

Parceria controversa: Binance apoia Trump e enfrenta críticas

Em 2025, a Binance apoiou a World Liberty Financial, empreendimento de criptomoedas ligado à família Trump. A corretora aceitou a stablecoin USD1 como pagamento em um investimento de US$ 2 bilhões da empresa MGX, de Abu Dhabi. Ocasionalmente, a moeda digital, lançada em março, tornou-se o principal ativo da plataforma. Por outro lado, a senadora Elizabeth Warren criticou o perdão e apontou conflito de interesses. “Zhao se declarou culpado, apoiou o projeto da família Trump e agora foi recompensado”, afirmou. A Binance não comentou as declarações.

Todavia, o perdão de CZ se soma a outras decisões controversas do governo Trump. Em meses anteriores, ele já havia perdoado executivos de empresas de criptomoedas e empresários condenados por fraude. Além disso, o presidente cobra do Departamento de Justiça uma indenização de US$ 230 milhões por investigações sofridas no governo Biden. Recentemente, uma estátua de Trump e Jeffrey Epstein surgiu em frente ao Capitólio e, consequentemente, reacendeu novas discussões sobre ética e poder político nos Estados Unidos.

Trump acumula fortuna recorde no cargo, impulsionado por criptomoedas

Após ter registrado perdas financeiras significativas durante seu primeiro mandato na Casa Branca (2017–2021) cerca de US$ 600 milhões entre o início da pandemia e o fim de seu governo , Donald Trump vive agora o período mais lucrativo de sua carreira. Desde a campanha eleitoral de 2024 até este ano, o presidente dos Estados Unidos adicionou aproximadamente US$ 3 bilhões à sua fortuna, que atingiu um recorde de US$ 7,3 bilhões, segundo a revista Forbes. O salto patrimonial fez Trump subir 118 posições na lista Forbes 400, ocupando hoje o 201º lugar.

O único Presidente do USA lucrou tanto

Nenhum outro presidente norte-americano teria lucrado tanto no exercício do cargo. O motor dessa escalada é o setor de criptomoedas, área em que Trump, ao lado dos filhos, lançou a empresa World Liberty Financial em setembro de 2024. O negócio enfrentou dificuldades iniciais, mas ganhou fôlego após a vitória eleitoral do republicano.


Donald Trump atual Presidente dos EUA(Foto: Reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Entre os primeiros investidores esteve o empresário de criptoativos Justin Sun acusado de fraude pela SEC, que aportou US$ 75 milhões, dos quais cerca de US$ 40 milhões teriam ido diretamente para Trump e familiares. Pouco antes de reassumir o governo, em janeiro, o presidente também lançou uma “memecoin” própria, movimentação que acrescentou centenas de milhões de dólares à sua fortuna.

No poder, Trump reduziu a fiscalização regulatória sobre o setor e sancionou leis favoráveis à indústria. As memecoins que estavam bloqueadas por três meses passaram a ser liberadas diariamente, rendendo dezenas de milhões de dólares por semana. A World Liberty Financial já teria arrecadado cerca de US$ 1,4 bilhão, sendo 75% desse valor direcionado a uma empresa da família Trump.

Possível venda na participação na empresa

Documentos judiciais revelam ainda que o presidente cogita vender parte de sua participação na empresa, embora não haja confirmação sobre a concretização do negócio nem sobre quem seria o comprador. A Trump Organization não respondeu aos questionamentos. Trump, por sua vez, reagiu atacando o repórter da Forbes que revelou a operação, em postagem na Truth Social.

Apesar do avanço em ativos de alto risco, o presidente tem adotado postura conservadora no uso do capital. Ele quitou recentemente uma dívida de US$ 114 milhões ligada ao edifício 40 Wall Street, em Nova York, e pagou outros dois empréstimos, estimados em US$ 15 milhões, referentes a propriedades em Nova York e na Flórida. Trump também reforçou sua carteira de títulos municipais e corporativos. Atualmente, seu balanço patrimonial registra ativos de US$ 8,4 bilhões incluindo US$ 1,1 bilhão em liquidez e passivos de US$ 1,1 bilhão, configurando o quadro financeiro mais sólido de sua trajetória empresarial.

Trump sanciona lei sobre stablecoins e impulsiona ações de empresas de criptomoedas

As ações de empresas ligadas ao setor de criptomoedas registraram forte alta nesta segunda-feira (21), impulsionadas pela sanção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao projeto de lei Genius Act, que estabelece um marco regulatório para as stablecoins no país. A legislação, assinada na noite de sexta-feira (18), representa um passo significativo rumo à institucionalização do setor cripto e foi celebrada como uma vitória pelos entusiastas da tecnologia blockchain.

Stablecoins com ativos estáveis

As stablecoins são criptomoedas projetadas para manter paridade com ativos estáveis, geralmente o dólar norte-americano. Com ampla utilização por traders para facilitar transações entre diferentes tokens, essas moedas digitais vinham sendo alvo de debates sobre regulamentação há anos. Agora, com a aprovação formal do Congresso — 308 votos a favor e 122 contra na Câmara dos Representantes, com apoio bipartidário — e posterior sanção presidencial, o setor ganha novas diretrizes e maior previsibilidade jurídica.

O Genius Act, entre outras medidas, proíbe o pagamento de juros ou rendimentos sobre stablecoins regulamentadas. A mudança gerou uma movimentação estratégica por parte dos investidores, que passaram a buscar alternativas de rendimento em outras criptomoedas, como o ethereum. Segundo relatório do Deutsche Bank, o novo cenário regulatório tem impulsionado o preço do ether, que foi negociado a US$ 3.783,2 nesta segunda-feira, atingindo um de seus níveis mais altos desde dezembro de 2024.

Maior Criptomoeda


Bitcoin, a maior criptomoeda do mundo (Foto: reprodução/o illustration by Cheng Xin/Getty Images Embed)


Já o bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, teve alta de cerca de 1% no dia, cotado abaixo de sua máxima histórica de US$ 123.153 registrada na semana passada. A valorização refletiu a melhora no sentimento do mercado diante da sinalização positiva do governo americano.

No mercado acionário, empresas que detêm ativos digitais em seus balanços também se beneficiaram do otimismo. As ações da BitMine, que tem como principal investidor o bilionário da tecnologia Peter Thiel e tem Tom Lee, da Fundstrat, como presidente, subiram 5,3%. Outras companhias com exposição relevante ao ether, como Bit Digital, BTCS e SharpLink Gaming, avançaram entre 3,1% e 12,6%.

A sanção do Genius Act marca um novo capítulo na relação entre o governo dos EUA e o universo das criptomoedas, com potencial de atrair novos investidores e estimular a adoção institucional desses ativos.

Bitcoin ultrapassa US$ 122 mil com impulso regulatório e otimismo no mercado cripto

O bitcoin, principal criptomoeda do mundo, superou a marca de US$ 122 mil (R$ 679.540,00) nesta segunda-feira (14), atingindo um novo recorde histórico. O avanço ocorre após a moeda ter ultrapassado os US$ 120 mil (R$ 667.800,00) pela primeira vez no domingo (13), por volta das 23h42.

A disparada do ativo digital é impulsionada pelo otimismo regulatório entre investidores, motivado por recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em campanha para a reeleição, o republicano prometeu transformar o país na “capital cripto do planeta”. Trump também anunciou planos para flexibilizar exigências regulatórias sobre o setor e criar uma reserva nacional de ativos digitais, semelhante ao estoque federal de ouro.

Apesar das recentes ameaças do presidente


Donald Trump atual Presindente do EUA(Foto: Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images)


O que gerou instabilidade nos mercados acionários o mercado cripto reagiu com entusiasmo. O bitcoin acumula valorização de mais de 28% no ano, com destaque para o período pós-posse presidencial.

Outros criptoativos também registraram ganhos expressivos. O Ether (ETH), segunda maior criptomoeda em valor de mercado, chegou a US$ 3.042 (R$ 16.941,00), uma alta de 18% na semana. Já o BNB, da Binance, alcançou US$ 698 (R$ 3.888,00), com valorização semanal de 5,7%.

Desde que superou os US$ 100 mil (R$ 556.800,00) em dezembro de 2024, o bitcoin manteve trajetória ascendente. Levou 167 dias para atingir US$ 110 mil (R$ 612.700,00), marca alcançada em 21 de maio, e apenas 53 dias para atingir os US$ 120 mil. A valorização recente é atribuída, em parte, à expectativa de aprovação do GENIUS Act, projeto de lei que estabelece um marco regulatório para stablecoins nos Estados Unidos.

A proposta prevê que emissores de stablecoins criptomoedas atreladas a ativos estáveis, como o dólar mantenham reservas equivalentes aos valores emitidos e garantam prioridade de reembolso a detentores em caso de colapso financeiro. Analistas apontam que a medida pode aumentar a confiança de investidores e impulsionar o setor, que pode chegar a movimentar US$ 238 bilhões (R$ 1,324 trilhão), segundo estimativas da CoinDesk.

Valorizou por conta da bolsa americana

A valorização das criptomoedas acompanha também o bom momento das bolsas americanas. Nas últimas semanas, Nasdaq e S&P 500 renovaram suas máximas históricas, com destaque para a Nvidia, que se tornou a primeira empresa a atingir valor de mercado de US$ 4 trilhões (R$ 22,272 trilhões).

Grandes companhias também têm aumentado sua exposição ao mercado cripto. Em maio, a GameStop anunciou a aquisição de US$ 513 milhões (R$ 2,857 bilhões) em bitcoin. A Trump Media and Technology Group revelou planos para levantar US$ 2,5 bilhões (R$ 13,92 bilhões) com o objetivo de formar uma reserva corporativa em bitcoin.

Bitcoin pode estar prestes a iniciar novo ciclo de valorização, segundo analistas

A quantidade de dinheiro circulando nos Estados Unidos aumentou e voltou a animar o mercado de criptomoedas, especialmente o do Bitcoin. Com a quantidade de dinheiro em circulação batendo recordes e os juros estáveis, muitos investidores acreditam que esse aumento na liquidez pode impulsionar o valor do Bitcoin nos próximos meses.

A recente estabilidade nos preços do Bitcoin, após meses de forte valorização, pode estar prestes a ser rompida. Especialistas do setor apontam para sinais macroeconômicos que podem empurrar o ativo para novos patamares ainda em 2025. Entre os principais fatores, destaca-se a crescente oferta monetária nos EUA, indicador que, historicamente, tem forte correlação com o desempenho do Bitcoin.

Liquidez recorde e maior tolerância ao risco

O volume da chamada M2, que mede o dinheiro em circulação, considerando dinheiro em espécie, contas correntes, poupanças e fundos de mercado monetário, atingiu a marca de US$ 22 trilhões, um recorde na história econômica dos Estados Unidos. Há uma relação histórica entre esse crescimento da liquidez e o desempenho do Bitcoin, que tende a seguir a mesma direção da expansão monetária.

Para analistas do setor financeiro, como Matt Mena, estrategista da 21Shares, a trajetória da M2 costuma refletir diretamente na movimentação do mercado cripto. Segundo ele, quando há mais dinheiro disponível na economia, parte desses recursos acaba sendo alocada em ativos digitais, como o bitcoin, impulsionando seus preços.

A expectativa é compartilhada por outros nomes influentes do setor. O empresário do setor de criptoativos Anthony “Pomp” Pompliano chegou a projetar que o preço do Bitcoin poderia alcançar US$ 150 mil ainda este ano, caso a tendência da M2 se mantenha.

Fed sinaliza cautela com juros, mercado reage

Enquanto isso, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, optou por manter as taxas de juros nos níveis atuais, mesmo diante do aumento da inflação projetada após as políticas tarifárias adotadas pelo governo. Jerome Powell, presidente do Fed, explicou que prefere aguardar antes de tomar qualquer atitude. Segundo ele, não é o momento de agir com pressa.

Essa postura já foi criticada por Trump em diversas ocasiões. No dia 30, Trump divulgou uma carta para Powell em que ele diz “Jerome, você está, como de costume, ‘atrasado demais’. Você custou uma fortuna aos EUA e continua custando. Você deveria reduzir a taxa – e muito! Centenas de bilhões de dólares estão sendo perdidos! Sem inflação”. Powell disse que poderiam ter iniciado cortes nas taxas ainda este ano, não fossem as mudanças políticas implementadas pelo próprio Trump.


A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, segura a nota manuscrita de Trump para Powell, durante uma coletiva na Casa Branca, em 30 de junho de 2025 (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)


David Morrison, da corretora Trade Nation, avalia que o Fed só deve iniciar cortes nas taxas de juros se o mercado de trabalho dos EUA apresentar sinais claros de enfraquecimento. Até lá, a expectativa é que a política monetária siga estável, permitindo que a alta liquidez continue pressionando positivamente os preços de ativos digitais.

BIS faz alerta severo sobre stablecoins e defende tokenização das moedas nacionais

O Bank for International Settlements (BIS), conhecido como o banco central dos bancos centrais, emitiu seu alerta mais duro até o momento sobre os riscos representados pelas stablecoins. Em um capítulo antecipado do relatório anual que será divulgado no próximo domingo (29), a instituição conclama os países a avançarem rapidamente na tokenização de suas moedas soberanas como resposta às ameaças crescentes do mercado de criptoativos.

Entre os principais riscos destacados pelo BIS estão o potencial das stablecoins de minar a soberania monetária, a falta de transparência quanto aos ativos que lastreiam essas moedas e o risco de fuga de capitais em economias emergentes.

O posicionamento da entidade ocorre poucos dias após o Senado dos Estados Unidos aprovar um projeto de lei que cria um marco regulatório para stablecoins atreladas ao dólar. A proposta, se confirmada pela Câmara, poderá impulsionar ainda mais a adoção dessas moedas digitais — que já movimentam mais de US$ 260 bilhões (R$ 1,42 trilhão), sendo 99% atreladas ao dólar.

Críticas à estabilidade e à transparência

“As stablecoins não conseguem se equiparar ao dinheiro sólido”, aponta o relatório. Segundo Hyun Song Shin, conselheiro econômico do BIS, esses ativos digitais não oferecem o mesmo nível de segurança e estabilidade nas transações que os bancos centrais garantem

Ele alerta ainda para o risco de colapsos, como o ocorrido com o TerraUSD (UST) e a criptomoeda LUNA em 2022, que provocaram “vendas de emergência” dos ativos que sustentavam o sistema.

Outra grande preocupação é a opacidade sobre quem controla o lastro dessas moedas.

Sempre haverá incerteza quanto à solidez do ativo que garante o valor da stablecoin. O dinheiro está realmente lá? Onde ele está?”, questionou Andrea Maechler, gerente geral adjunta do BIS.

Tokenização como solução


Criptomoedas (Foto: Reprodução/reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images Embed)

Como alternativa, o BIS sugere a criação de um sistema unificado e tokenizado, que integraria, em uma só plataforma digital, as reservas dos bancos centrais, os depósitos bancários e os títulos públicos. A ideia é que as moedas nacionais passem a ser emitidas em formato programável, permitindo liquidações de pagamentos e negociações de forma quase instantânea, com mais eficiência, menor custo e maior segurança.

Esse novo modelo, segundo o BIS, tornaria o sistema financeiro global mais transparente, resiliente e interoperável, ao mesmo tempo em que protegeria a economia dos riscos trazidos por criptoativos pouco regulados.

A realização de todo o potencial do sistema exige uma ação ousada”, afirmou Agustín Carstens, diretor-geral do BIS, que está em sua última semana no cargo.

No entanto, a implementação de uma infraestrutura digital global enfrenta obstáculos significativos, como a preservação da soberania regulatória de cada país e a complexa definição das regras de governança que irão orientar o funcionamento da plataforma.







Bitcoin cai abaixo de US$ 100 mil com tensão entre Irã e Israel

A recente escalada no conflito entre Irã e Israel, com possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos, provocou um forte abalo no mercado de criptomoedas. O Bitcoin sofreu uma queda significativa, rompendo a barreira dos US$ 100 mil. Outras moedas digitais importantes, como Ethereum e XRP, também registraram perdas expressivas. Em menos de 24 horas, o valor de mercado do setor encolheu em cerca de US$ 250 bilhões.

Incerteza geopolítica e volatilidade no mercado

Apesar da resistência inicial do Bitcoin e da expectativa de que ultrapasse o ouro em 2025, a escalada da crise no Oriente Médio fez os investidores recuarem. O Bitcoin caiu abaixo dos US$ 100 mil, enquanto outras criptomoedas importantes, como Ethereum e XRP, também tiveram quedas fortes. Como resultado, em menos de 24 horas, o mercado perdeu cerca de US$ 250 bilhões em valor.

O cenário se agravou após rumores de que o Irã estaria próximo de bloquear o Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo comercializado mundialmente. A medida, caso confirmada, poderia desencadear um aumento nos preços da energia e alimentar ainda mais a instabilidade nos mercados financeiros.


O bloqueio do Estreito de Ormuz aumenta as tensões no Oriente Médio e impacta o mercado global (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)


Os riscos de um bloqueio do Estreito

De acordo com informações divulgadas pela France24, que citou a rede estatal iraniana Press TV, o Parlamento do Irã já teria aprovado o fechamento do Estreito de Ormuz. A decisão final, no entanto, ainda está nas mãos do Conselho Supremo de Segurança Nacional, a mais alta instância de defesa do país. Em entrevista ao Young Journalist Club, o comandante da Guarda Revolucionária, Esmail Kosari, declarou que a medida segue em pauta e será executada “sempre que for necessário”, alimentando o medo de represálias.

Especialistas alertam que, mesmo diante de um eventual bloqueio, o impacto nos mercados pode não se estender por muito tempo. No entanto, somente o risco envolvendo o petróleo já é suficiente para deixar os investidores preocupados. Quando isso acontece, muitos preferem não correr riscos e acabam tirando dinheiro de investimentos mais instáveis, como o Bitcoin.

Alex Kuptsikevich, analista-chefe da FxPro, ressaltou que uma escalada envolvendo outros países e o possível bloqueio do Estreito de Ormuz pelo Irã podem reduzir ainda mais o apetite global por risco e reverter a tendência de alta do Bitcoin. Ele afirmou que, por isso, os próximos movimentos da criptomoeda dependerão diretamente do desenrolar dos conflitos na região.

JP Morgan prevê valorização do Bitcoin e vê criptomoeda superando o ouro em 2025

Banco de investimento acredita em um segundo semestre positivo para o mercado cripto, diante de um cenário de apoio político nos EUA, maior clareza regulatória e crescente interesse institucional. Após meses de volatilidade, o Bitcoin volta a atrair a atenção de investidores e promete disputar com o ouro o posto de principal reserva de valor.

Bitcoin retoma força e supera expectativas

O Bitcoin (BTC) voltou a ultrapassar os US$ 100 mil (cerca de R$ 566 mil) e a ganhar destaque neste ano após fortes oscilações no preço. A instabilidade foi causada, em parte, pelas ações do presidente dos EUA, Donald Trump, que aumentaram as tensões comerciais no cenário global.

A nova projeção do JP Morgan marca uma mudança importante na visão de uma das maiores instituições financeiras do mundo sobre o mercado de criptomoedas. Segundo o banco, o Bitcoin deve superar o ouro em desempenho durante 2025, favorecido por condições regulatórias e políticas mais favoráveis.

O relatório aponta que, entre fevereiro e abril, o ouro teve alta enquanto o Bitcoin caiu. Porém, nas últimas semanas, a tendência se inverteu, com o Bitcoin ganhando força e o ouro perdendo valor. O JP Morgan acredita que esse movimento continuará ao longo do ano, com o Bitcoin se destacando cada vez mais.

Fatores políticos e institucionais impulsionam criptomoeda

A análise do banco identifica como principais motores da valorização do Bitcoin a maior aceitação institucional das criptomoedas, o avanço de regulamentações mais claras nos Estados Unidos e o apoio de Donald Trump ao setor.

O presidente, inclusive, já estabeleceu uma reserva monetária em Bitcoin, semelhante às existentes em dólar e ouro, com o objetivo de diversificar e proteger a economia do país.

Além disso, grandes empresas do setor financeiro e tecnológico vêm se posicionando discretamente para aproveitar a próxima onda de crescimento do mercado cripto. Esse movimento indica uma expectativa otimista por parte de players relevantes, que veem nas criptomoedas não apenas um ativo de risco, mas uma aposta estratégica de longo prazo.


Trump no Salão Oval da Casa Branca, em 6 de março de 2025, quando estabeleceu a Reserva Estratégica de Bitcoin (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


Volatilidade continua, mas otimismo prevalece

Em abril, analistas do JP Morgan disseram que a imagem do Bitcoin como “ouro digital” estava sendo questionada, já que a criptomoeda perdeu valor devido à volatilidade do mercado causada pela guerra comercial dos Estados Unidos.

A criptomoeda chegou a cair para cerca de US$ 75 mil (R$ 424,5 mil), uma queda de mais de 30% em relação ao seu recorde de quase US$ 110 mil (R$ 622,6 mil). A queda foi impulsionada pelo medo dos investidores diante das tarifas impostas por Donald Trump.

Apesar disso, a criptomoeda voltou a ser negociada em torno de US$ 100 mil (R$ 566 mil). Especialistas acreditam que o preço do bitcoin continuará subindo até ultrapassar os US$ 20 trilhões (R$ 113,2 trilhões) da capitalização de mercado do ouro. Eles também preveem que o BTC possa atingir US$ 1 milhão por unidade (R$ 5,66 milhões) no futuro.

Ouro e Bitcoin disputam papel de reserva de valor

A valorização do Bitcoin ocorre em paralelo ao bom desempenho do ouro, que também atingiu máximas históricas em 2025, impulsionado pela busca por segurança diante das incertezas geopolíticas. No entanto, enquanto o metal tem apresentado uma leve correção nas últimas semanas, o BTC parece consolidar seu papel como alternativa viável de proteção patrimonial.

Segundo Gadi Chait, diretor de investimentos do banco cripto Xapo Bank, os dois ativos ocupam posições semelhantes no imaginário dos investidores. Com capitalizações de mercado próximas, ambos se consolidam como opções sólidas diante de um cenário global volátil.