Recurso contra a liberdade condicional de Daniel Alves é negado pela justiça

Hoje, foi anunciada pela Justiça catalã, na Espanha, a decisão de negar os recursos que contestavam a concessão de liberdade condicional a Daniel Alves, ex-jogador, que deixou a prisão após completar 14 meses de uma sentença de quatro anos e meio por estupro.

Um comunicado do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha declarou a rejeição dos recursos contra a decisão que autorizou a liberdade sob fiança ao condenado Daniel Alves. Alves, que tem 40 anos, saiu da prisão em 25 de março, após pagar uma fiança de um milhão de euros (equivalente a 5,4 milhões de reais), enquanto os recursos contra sua condenação estão pendentes de julgamento.

Contestação da liberdade de Daniel Alves


Daniel Alves ao deixar a prisão (Foto: reprodução/ David Zorrakino/Europa Press)

Tanto o Ministério Público quanto a defesa da vítima levantaram objeções à sua liberdade, alegando risco de fuga. Contudo, os magistrados não compartilharam dessa visão, confiscando o passaporte de Alves e determinando que ele se apresentasse semanalmente ao tribunal.

Em fevereiro, o ex-jogador do Barcelona, PSG e da Seleção foi sentenciado a quatro anos e meio de prisão por ter cometido estupro contra uma mulher em uma boate em Barcelona no final de 2022, após a Copa do Mundo do Catar.

Além da pena de prisão, ele foi submetido a um período de cinco anos de liberdade condicional, ficou proibido de se aproximar da vítima por nove anos e meio e foi condenado a pagar uma indenização de 150 mil euros (aproximadamente 815 mil reais).

Impasse judicial do ex-jogador

Tanto a defesa de Alves, que pleiteou sua inocência durante o julgamento, quanto o Ministério Público, que busca uma punição mais severa, interpuseram recursos contra a decisão. A resolução desses recursos pode se estender por meses.

Após sua detenção em janeiro de 2023, o clube de Alves na época, o Pumas do México, rescindiu seu contrato, e seu retorno ao mundo do futebol permanece em suspenso.

A previsão é que os recursos contra a condenação de Daniel Alves sejam examinados nos próximos meses pela sala de apelação do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

Todas as partes apelaram da sentença: a defesa de Daniel Alves pleiteia a absolvição; o Ministério Público e os representantes legais da vítima insistem na aplicação da pena máxima de 12 anos. O caso ainda poderá ser levado ao Tribunal Supremo, a instância jurídica mais alta na Espanha.

Procuradoria-Geral da República rejeita pedido de soltura de Robinho

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou nesta segunda-feira (8) contra o pedido de soltura do ex-jogador de futebol Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália.

No parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que não existem ilegalidades na prisão de Robinho e que a pena deve ser cumprida no Brasil.

Ele enfatizou que a prisão do ex-jogador foi “definitivamente legal”, decorrente da homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) da sentença condenatória italiana, cujo trânsito em julgado ocorreu em 2022, autorizando sua prisão imediata.

A PGR rebateu a alegação da defesa de Robinho de que ele não teve direito à ampla defesa no processo italiano, afirmando que ele foi considerado definitivamente culpado com direito a todos os recursos cabíveis.

Defesa de Robinho

No mês passado, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o primeiro habeas corpus protocolado pela defesa para evitar a prisão. Agora, os advogados pedem que a decisão seja analisada pelo plenário do Supremo, pois consideram o caso inédito e relevante.


Robinho jogando no AC Milan em 2014. (Foto: reprodução/Marco Luzzani/Getty Images Embed)

De acordo com os advogados do ex-jogador, ele deve permanecer em liberdade enquanto aguarda o julgamento do recurso protocolado para anular a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa argumenta que o regramento não permite a transferência da execução da pena, mas sim a possibilidade de o réu ser julgado em seu país de origem, em conformidade com o princípio da extraterritorialidade da lei penal.

Detalhes do caso

Robinho foi preso em 21 de março após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar que ele cumpra no Brasil uma pena de nove anos de prisão, pela condenação por estupro na Itália, ocorrida em 2013.

Desde então, ele está detido em Santos, no litoral de São Paulo, no presídio de Tremembé, conhecido como a “penitenciária dos famosos”, cumprindo pena no regime fechado.

Daniel Alves teria pressionado a esposa a postar foto de mãos dadas, diz jornal

De acordo com o jornal espanhol “20minutos”, Joana Sanz teria sido pressionada por Daniel Alves para postar uma foto na qual os dois estão de mãos dadas. A imagem foi publicada uma semana após o ex-jogador ter recebido liberdade provisória e, nesta terça-feira (2), foi assunto na imprensa espanhola.

A modelo apoiou Alves, que foi condenado por estupro, durante todo o processo, apesar de ter declarado que não continuaria com o casamento. Em suas redes sociais, a modelo publicou mensagens de força ao marido, com quem se casou em 2017, dois anos após terem se conhecido.


Mãos de Joana e Daniel unidas, a esquerda, e Joana Sanz e Daniel Alves a direita (Foto: reprodução/Instagram/@joanasanz/@danialves/f5.Folha)

Pedido de apoio

Segundo a revista Istoé, Daniel Alves, teria pedido à Joana que fizesse a postagem da foto para refutar as especulações de crise em seu relacionamento. Para o veículo, a imagem seria uma demonstração de apoio público ao ex-jogador e serviria para finalizar os rumores sobre seu casamento.

Joana, logo após o ex-atleta ter sido preso por estupro, informou que terminaria seu relacionamento, mas reatou com Alves em março de 2023. De acordo com a modelo, ela não poderia deixar o marido “de lado nessa situação tão difícil”; a declaração fez com que várias críticas lhe fossem dirigidas nas redes sociais.


Daniel Alves e Joana Sanz (Foto: reprodução/Instagram/@danialves)

Condenado por estupro em liberdade provisória

Daniel Alves foi condenado a quatro anos de prisão por estuprar uma mulher em uma boate de Barcelona, na Espanha. Após pagar a fiança no valor de 1 milhão de euros (aproximadamente, 5,5 milhões de reais), o ex-jogador teve a liberdade provisória concedida pela Justiça Espanhola, em 25 de março de 2024.

Além do pagamento, ele não deve deixar o território espanhol, tendo entregado seus passaportes à Justiça e deve se apresentar à instituição sempre que lhe for solicitado. Não é permitido, também, que Alves se aproxime da vítima ou faça qualquer tipo de contato.

Primeira foto de Robinho na penitenciária de Tremembé é divulgada

Ex-jogador de futebol foi fotografado pela primeira vez na penitenciária de Tremembé nesta quarta-feira (27). Robinho cumpre pena de 9 anos por estupro coletivo de jovem albanesa ocorrido em 2013. A imagem foi obtida pelo portal de notícias g1.

O ex-atleta foi condenado pelo crime na Itália, mas cumpre sentença no Brasil, conforme decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Robinho permanece em regime fechado na cidade localizada a 130 km de São Paulo, segundo o Bom Dia Brasil, ele ficará em uma cela separada e tomará banho de sol em horário diferente dos demais detentos durante os primeiros 20 dias.


Robinho ao entrar no sistema prisional (Foto: reprodução/Folha de São Paulo)

Relembre o crime

Em 2013, durante uma noitada em uma boate italiana, Robinho e um grupo de amigos estupraram coletivamente uma jovem. Na época, o ex-jogador fazia parte do time de futebol Milan e alegou, em sua defesa, que a relação que teve foi consensual, mas foi provado que a jovem estava inconsciente durante a violência.

As provas que resultaram na condenação de Robinho consistiram em conversas do próprio ex-jogador com os demais envolvidos, nas quais ele detalha o crime praticado. Em 2022, 9 anos depois do ocorrido, o agora detento foi condenado em última instância, mas não foi preso pois estava em território brasileiro.

Apesar de a Constituição Brasileira não permitir extradição de cidadãos natos, é possível que os brasileiros condenados em outras nações (como é o caso de Robinho) cumpram a pena em seu país. Dois anos depois da decisão da justiça italiana, o ex-jogador foi preso, na última quinta-feira (21), após veredito do STJ.


Ex-jogador Robinho na seleção brasileira (Foto: reprodução/Evelson de Freitas/Estadão/CNN)

Confiança no feriado

Segundo a Folha de São Paulo, Robinho está confiante de que passará a Páscoa do lado de fora da cela, em sua casa. Os funcionário da penitenciária de Tremembé relataram ao jornal que o ex-jogador está sorridente e convicto de que receberá uma notícia favorável nos próximos dias.

Para o g1, José Eduardo Alckmin, advogado de Robinho, confirmou que seu cliente permanecerá na prisão durante o feriado, mas que possui confiança de que o Supremo Tribunal de Justiça conceda o liminar para que o ex-jogador responda ao processo em liberdade.

Daniel Alves teria oferecido mansão como garantia do pagamento da fiança, afirma jornal espanhol

O ex-jogador do Barcelona Daniel Alves foi solto, nesta segunda-feira (25), após pagar fiança de R$ 5,4 milhões à Justiça espanhola para conseguir liberdade provisória. Segundo o colunista Thiago Arantes, do site Uol, o brasileiro teria dado como garantia uma mansão na Espanha. As informações são da imprensa espanhola.

Informações iniciais

Daniel Alves estava preso preventivamente em Barcelona há 14 meses, desde 20 de janeiro de 2023. No entanto, ele conseguiu sair da prisão Brians 2 depois de supostamente oferecer uma mansão avaliada em 5 milhões de euros, cerca de R$ 26,9 milhões, de acordo com o jornal espanhol Mundo Deportivo. Recentemente, o jogador foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estupro, mas, mediante o pagamento de 1 milhão de euros, Alves poderia ter sua liberdade.

Por outro lado, segundo o site Metrópoles, quem pagou a fiança de Daniel foi o ex-jogador do Barcelona Memphis Depay. A informação foi dada na imprensa internacional pelo jornalista catari Mabkhout Al Marri. Em seu Instagram, Al Marri afirmou: “Exclusivo e antes de todos os outros: Memphis Depay foi quem pagou uma fiança de 1 milhão de euros para Daniel Alves sair da prisão”.

Memphis já ajudou outros ex-colegas de trabalho com problemas na justiça, como o lateral francês Benjamin Mendy e o atacante holandês Quincy Promes. Mendy foi preso por estupro, mas se inocentou, e Promes foi preso por relação com tráfico de drogas.

Condições para a liberdade provisória do jogador


Daniel Alves e sua advogada Inés Guardiola deixam a penitenciária em Barcelona (foto: reprodução/ Nacho Doce/Reuters/GE)

Além do pagamento da fiança de 1 milhão de euros, Daniel Alves vai precisar seguir algumas condições impostas pela Justiça espanhola para continuar em liberdade. O ex-jogador do Barcelona teve que entregar seus passaportes (brasileiro e espanhol) e precisa manter uma distância de no mínimo um quilômetro da vítima, além de estar proibido de se comunicar com ela por nove anos e seis meses.

Alves também não pode deixar a Espanha enquanto estiver em liberdade provisória. Por fim, o jogador tem o dever de se apresentar semanalmente no tribunal de Barcelona.

Daniel Alves não cumpre prazo da fiança e deve ficar preso ao menos até a próxima segunda-feira

Nesta última quarta-feira (20), a Justiça espanhola garantiu ao jogador de futebol brasileiro Daniel Alves a liberdade provisória caso seja paga uma fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões). No entanto, por causa da demora no pagamento – cujo prazo já havia sido estendido, e ainda assim não foi pago nesta sexta-feira (22) – o jogador deve permanecer na prisão ao menos até a próxima segunda-feira (25).

Desse modo, em vez de aguardar o resultado da sua sentença em liberdade, o jogador deve passar mais um fim de semana na prisão. O caso de Daniel Alves foi determinado definitivamente pela Justiça espanhola como agressão sexual mas ainda resta definir a sua pena.

Entre as especulações apontadas para a demora no pagamento da fiança que a defesa de Daniel conseguiu, é possível que tenham surgido complicações na transferência do dinheiro. Como o jogador está sem acesso aos seus bens desde janeiro de 2023, ele se apoiou em aliados para realizar pagamentos.

Pai de Neymar retira sua ajuda

Da última vez que a defesa de Daniel Alves realizou um pagamento para tentar anular as acusações da vítima e acabar com o julgamento, uma peça-chave foi o pai de Neymar, que lhe deu o dinheiro para financiar o pagamento, que então foi entendido como atenuante. Mas agora, o cenário parece ter mudado.

Neste segundo momento, em uma situação diferente da anterior, em que a justiça espanhola já decidiu pela condenação, estão especulando e tentando associar o meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais,” disse o pai de Neymar nas redes sociais nesta quinta (21). “Espero que o Daniel encontre junto à sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós, para minha família, o assunto terminou.



Liberdade provisória

Embora o prazo para o pagamento tenha sido estendido duas vezes, Daniel Alves falhou em providenciar o valor requisitado, mas é provável que consiga o montante, uma vez que o jogador possui uma fortuna de 60 milhões de euros (R$ 324 milhões), e poderia futuramente pagar empréstimos de aliados.

Além de serem retirados seus passaportes brasileiro e espanhol, ele deverá ficar sempre a uma distância de ao menos um quilômetro da vítima e não se comunicar com ela. No caso do Tribunal de Barcelona requerer sua presença, ele deverá estar à disposição e comparecer à Audiência semanalmente.

Neymar Pai se pronuncia sobre suposta ajuda para pagar fiança de Daniel Alves

Nessa quinta-feira (21), o empresário Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar Jr., postou uma nota oficial sobre sua relação com o caso Daniel Alves. Por meio de sua conta no Instagram, Neymar Pai afirmou que, apesar da ajuda financeira inicial, ele e sua família não estão mais envolvidos no caso. “Para nós, para minha família, o assunto terminou. Agora ponto final!”, concluiu. O ex-lateral tem que pagar um milhão de euros como fiança.

Confira a nota oficial na íntegra

“Como é do conhecimento de todos, em um primeiro momento, ajudei Dani Alves, sem nenhum vínculo com qualquer processo. Neste segundo momento, em uma situação diferente da anterior, em que a justiça espanhola já decidiu pela condenação, estão especulando e tentando associar o meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais. Espero que o Daniel encontre junto à sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós, para minha família, o assunto terminou. Agora ponto final!”


Daniel no primeiro dia de julgamento (Reprodução/Alberto Estévez/EFE)

Entenda o caso

Em 22 de fevereiro, Daniel Alves foi condenado por estupro na Espanha. Enquanto a acusação pediu 12 anos de reclusão, o Ministério Público espanhol pediu nove anos, pena esta que foi acatada. Contudo, graças aos 150 mil euros (cerca de 900 mil reais) pagos à justiça, o ex-lateral da seleção teve sua pena reduzida pela metade, quatro anos e meio. O chamado “atenuante de reparação de dano causado” foi pago pela equipe jurídica do pai de Neymar.

O ex-jogador do Barcelona e do São Paulo está preso desde o dia 20 de janeiro de 2023. Sendo assim, restaria pouco mais de três anos de pena a ser cumprida por Daniel. Contudo, na quarta-feira (20), a Justiça de Barcelona acatou o pedido de liberdade provisória do ex-atleta. Daniel Alves deverá entregar todos seus passaportes, comparecer ao tribunal semanalmente, não se aproximar menos de 1km da vítima, que mora em Barcelona, nem buscar se comunicar com ela de qualquer maneira. Além de cumprir essas medidas, o condenado deverá pagar fiança no valor de um milhão de euros.

Advogados de Robinho recorrem ao STF para evitar prisão imediata por estupro

Hoje (21), a defesa de Robinho de Souza, ex-jogador, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando evitar sua prisão imediata no Brasil para cumprimento da pena de estupro. O crime, julgado e condenado na Itália, tem gerado intensos debates jurídicos quanto à sua execução no território nacional.

Após sorteio, o ministro Luiz Fux, designado como relator do caso, recebeu o pedido. Até agora, não foi emitida uma decisão formal pelo magistrado, deixando-se a expectativa em torno da resposta do STF.

Ontem (20), os advogados de Robinho solicitam a suspensão da execução da pena determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) até que se esgotem todas as possibilidades de recurso. Após a homologação da sentença italiana, a Corte Especial do STJ, por 9 votos a 2, validou o pedido de extradição da Itália e determinou que o jogador cumpra a pena no Brasil.

Argumentação da defesa



A defesa de Robinho afirma ao STF que o ex-jogador não representa ameaça à execução da decisão (Fotografia: Reprodução/Terra)

Os advogados, em comunicado ao STF, argumentam que Robinho não representa risco para o cumprimento da decisão, ressaltando a necessidade de aguardar o trânsito em julgado da discussão. Além disso, contestam a legalidade do pedido italiano, alegando contrariedade à Constituição brasileira.

A defesa sustenta, além disso, que à época do delito, não existiam leis no Brasil que autorizassem a transferência de penas definidas no exterior, questionando assim a retroatividade da legislação aplicada ao caso.

Decisão do STF

Assim que o processo de homologação se encerrar, a decisão da Corte Especial do STJ, proferida na quarta-feira, determina que Robinho seja preso em Santos, onde reside. No entanto, o ex-jogador ainda pode recorrer ao STF por meio de habeas corpus ou recurso extraordinário.

Justificou o relator do caso no STJ, ministro Francisco Falcão, a validade da extradição, apontando que a Constituição brasileira não permite a extradição de brasileiros natos, tornando a transferência de execução da pena a alternativa cabível. Também destacou a necessidade de evitar impunidade, em conformidade com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

STJ decide que Robinho deve cumprir pena de 9 anos por estupro

Nesta quarta (20), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), formou maioria a favor do cumprimento da pena de nove anos do ex-jogador, Robinho, no Brasil, após ser condenado por estupro na Itália. O ministro Francisco Falcão, relator do caso, foi o primeiro entre 15 ministros votantes e optou pela transferência de pena.

“Entendo que não há óbice constitucional ou legal para a homologação da transferência da homologação da pena solicitada pela Justiça da Itália”, afirmou Falcão. Segundo a constituição, um brasileiro nato nunca poderá ser extraditado, ou seja, ser entregue a outro país para que possa ser processado e julgado por um crime que tenha cometido.

O crime

O estupro ocorreu em uma boate em Milão no ano de 2013, enquanto Robinho era jogador do Milan. Ele e mais quatro brasileiros foram acusados de abusar sexualmente de uma mulher albanesa.

“Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina, a mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou” disse o ex-jogador, seguido de detalhes explícitos do ocorrido, em áudio utilizado para comprovar a veracidade do crime pelo Ministério Público Italiano. Robinho foi condenado em três instâncias no país.

A pena


(Foto/divulgação/Rafael Luz/STJ)

O STJ não julgou novamente o crime, apenas votou a favor do cumprimento da pena no Brasil, analisando o pedido de homologação da Itália e verificando se a sentença cumpre os requisitos formais previstos no Código de Processo Civil para homologação. Depois de de um debate acalorado, foi decidido que o cumprimento da pena de nove anos deve ser imediato.

Estratégia de defesa

Robinho utilizou argumentos como o racismo para alegar que não foi ouvido no julgamento na Itália e assumiu uma relação rápida com a vítima, admitindo apenas o erro de ter traído a esposa na época, tentando uma comoção da opinião pública.

Cuca faz discurso sobre condenação na Suíça

No último domingo (10), depois da vitória por 6 a 0 sobre o Londrina pela Campeonato Paranaense, o novo técnico da equipe, Cuca, fez um pronunciamento sobre o caso de coação e ato sexual com menor ocorrido na Suíça em 1987. Cuca foi condenado a 15 meses de prisão em 1989, pena que nunca cumpriu. O caso foi anulado em janeiro desse ano.


Foto: Pronunciamento marcou a estreia de Cuca (Reprodução/RPC)

Cuca abriu o pronunciamento afirmando que estava nervoso e que, “para não correr o risco de errar”, iria ler o que havia escrito previamente. Também afirmou que tomou a decisão de falar sobre o caso após conversar com sua esposa e filhas. “Escrevi esse texto com a ajuda delas”, disse o treinador. “Por elas e por todas eu escrevi e não quero errar”.

No discurso, Cuca fala sobre as mudanças no mundo do futebol e a cobrança sobre o chamado “Escândalo de Berna”. Vale lembrar que a condenação foi parcialmente esquecida depois de 1989 e apenas interferiu diretamente na sua carreira em 2023, quando o treinador pediu demissão do Corinthians após seis dias como técnico da equipe.

Sem quase nada falar sobre o ocorrido, Cuca dedicou a maior parte da fala para condenar a violência contra a mulher, além de afirmar que espera ver o mundo “um lugar mais seguro para as mulheres”. “Quero e me comprometo a fazer parte da transformação”, afirmou ele.

Eu enxergava os problemas, mas me calei porque a sociedade permitia que eu, como homem, me calasse. Hoje entendo que o silêncio soa como covardia.

Cuca em entrevista coletiva

Entenda o “Escândalo de Berna”

Em 28 de julho de 1987, durante uma excursão do Grêmio à Suíça, quatro jogadores do clube foram acusados de estuprar uma garota de 13 anos. Os jogadores Alexi Stival (Cuca), Henrique Etges, Fernando Gaúcho e Eduardo Hamester foram acusados de violentar a menor Sandra Pfäffli.

De acordo com a vítima, ela e mais dois amigos foram ao quarto de hotel onde se encontravam os jogadores para receber autógrafos. Os brasileiros teriam expulsado os amigos da garota e abusado sexualmente dela. Os quatro atletas foram presos no dia 30 de julho e soltos 28 dias depois, após pagamento de fiança.


Foto: Henrique, Fernando, Eduardo e Cuca (Reprodução/Placar)

Em 1989, o julgamento foi concluído. Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados por ato sexual com menor e por coação, resultando em pena de 15 meses de prisão e pagamento de 8 mil dólares de multa. Fernando foi condenado apenas por coação, com três meses de prisão. De acordo com a legislação suíça, o crime de estupro ocorre apenas com o coito, a penetração. Já a coação seria o uso de violência física ou ameaça para fazer com que a vítima tolere atos sexuais. De acordo com a lei brasileira, ambas as práticas são consideradas estupro.

Narrativas e evidências

Os jogadores gremistas sempre negaram as acusações. Contudo, considerando diferentes entrevistas, matérias e o conteúdo do processo judicial, é possível notar a mudança de narrativa sobre o ocorrido. Cuca, por exemplo, afirmou em 2023 que não havia sido reconhecido pela vítima. Porém, no mesmo ano, o advogado da menor, Willi Egloff, afirmou que os quatro condenados foram reconhecidos dentre 17 atletas analisados.

Barbara Studer, diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna, capital da Suíça, afirma que, além de ter sido reconhecido, o sêmen de Alexi Stival, o Cuca, foi aferido por meio de exame de DNA. O processo está sob sigilo de 110 anos, porém Barbara permitiu que O Globo tivesse acesso a uma das páginas, na qual é possível confirmar o nome dos quatro acusados.


Foto: Barbara Studer com o processo dos jogadores brasileiros (Reprodução/ge.globo)

Cacalo, o advogado do caso

O caso foi recentemente anulado após os advogados de Cuca alegarem “julgamento à revelia”. Isso porque nenhum dos quatro atletas esteve presente no julgamento sumário, em Berna em 1989. Contudo, durante todo o processo, o Grêmio garantiu que o advogado Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, mais conhecido como Cacalo, representasse a defesa dos jogadores.

Cacalo esteve no julgamento, assim como proferiu algumas declarações que destoam da narrativa de inocência proferida por Cuca. Ao jornal Zero Hora, Cacalo disse que “um dos jogadores manteve relação sexual completa, outro apenas sexo oral, enquanto um terceiro fez carícias e o quarto foi um “voyeur” conivente: apenas olhou”.  Ao Pioneiro, em 1987, Cuca disse: “Não fiz nada. Paguei 28 dias por ter visto”.

Já em 2023, Cacalo relembrou que a condenação foi considerada como uma vitória por parte da defesa. “Felizmente nós tivemos um resultado favorável, porque o pedido da Procuradoria foi uma pena muito maior. Eles foram condenados não por estupro”, disse o advogado à Folha de São Paulo. Ao Globo, Cacalo afirmou que houve ato sexual com a Sandra Pfäffli.

“Houve relação com a menina. Mas não houve estupro. Houve contato. E eles não foram condenados por estupro. Os elementos para a condenação foram: botaram uma menina para dentro do quarto. Um manteve relação, o outro não manteve, e a informação que obtive na época foi de que foi consensual. Mas depois a menina quis sair. E aí não saiu. Porque eu não sei”, disse o advogado.

Sandra Pfäffli faleuceu em 2002, aos 28 anos de idade. Não se sabe a causa da morte. Seu advogado na época, Willi Egloff, confirma que, pouco após o estupro coletivo, Sandra tentou suicídio.