Na última quarta-feira (23), o Departamento de Justiça da Casa Branca, órgão subordinado a Donald Trump, divulgou a formação de uma força-tarefa a fim de investigar supostas acusações infundadas de Barack Obama contra o atual presidente americano.
De acordo com a corporação, Obama e seus assessores ordenaram uma investigação sobre as conexões da campanha de Trump com a Rússia em 2016, a fim de destruir a candidatura do republicano.
O Departamento de Justiça dos EUA, sob Trump, investigou Obama por suposto envolvimento com a Rússia nas eleições de 2016 (Foto: reprodução/Roberto Schidt/AFP via Getty Images Embed)
A investigação
Nesta quarta-feira (23), o Departamento de Justiça americano, similar ao Ministério da Justiça no Brasil, anunciou em seu site oficial o início das investigações contra Barack Obama, ex-presidente dos EUA. O anúncio veio após a diretora da Inteligência Nacional americana, Tulsi Gabbard, promover ataques contra o ex-chefe da Casa Branca que, de acordo com ela, manipulava os órgãos de inteligência a fim de criar uma narrativa que conectasse Donald Trump com a Rússia durante a campanha eleitoral de 2016.
Segundo Gabbard, após a primeira eleição de Trump, Obama determinou o início de uma investigação de “diretrizes incomuns”. Isso porque, o ex-presidente criou essa narrativa se utilizando de fontes obscuras ou desconhecidas.
“As evidências que encontramos e divulgamos apontam diretamente para o presidente Obama como líder na elaboração dessa avaliação de Inteligência(…) Existem várias evidências e informações de Inteligência que confirmam esse fato”, declarou a diretora da Inteligência Nacional americana, Tulsi Gabbard.
Para os especialistas políticos, o departamento fez essa notificação na tentativa de abafar comentários sobre o suposto envolvimento de Trump com o caso de Jeffrey Epstein.
Entenda o caso Jeffrey Epstein
Jeffrey Epstein ficou conhecido pelas festas que organizava entre os anos 1990 e 2000, os eventos contavam com a presença de pessoas da alta sociedade americana, como políticos e celebridades. Em 2005, após uma denúncia, a polícia passou a investigar o empresário e concluíram que mais de 30 meninas haviam sido abusadas sexualmente por Epstein.
Em 2008, ele foi condenado e cumpriu 13 meses de detenção por prostituição. Nove anos depois, em 2019, o empresário foi preso novamente, dessa vez, por abuso sexual de menores. Meses após a detenção, Jeffrey Epstein foi encontrado morto em sua cela e, segundo a autópsia, ele teria cometido suicídio.
Daí em diante, membros dos partidos Republicano e Democrata passaram a cobrar a Justiça americana para mais investigações sobre o caso, visando maiores esclarecimentos sobre o possível envolvimento de pessoas públicas no processo. No entanto, em julho deste ano, o FBI, em conjunto com o Departamento de Justiça do governo Trump, informou que não havia evidências da participação de outros suspeitos e não seria aberto ao público nenhum arquivo sobre a condenação de Epstein.
A partir daí, apoiadores do presidente americano passaram a pressioná-lo para a ampla divulgação do processo. Assim, após a publicação do Wall Street Journal sobre as supostas menções de Trump nos arquivos do caso, o presidente dos EUA solicitou publicamente que todos os documentos ligados à condenação de Epstein fossem abertos ao público. Pedido no qual não foi concedido pela Justiça americana.
