Felca protagoniza nova campanha da Vans

O influenciador Felca é o novo rosto da Vans em sua mais recente campanha. A marca anunciou a parceria na última quinta-feira (6), reforçando sua conexão com a cultura jovem e o espírito criativo que a acompanha há mais de seis décadas. A ação destaca valores como autenticidade, liberdade e expressão individual, pilares que têm guiado a trajetória da Vans desde sua criação.

A nova campanha, intitulada “Continue Sendo Esquisito”, celebra a originalidade e a liberdade de viver sem rótulos. A proposta convida o público a abraçar suas particularidades e enxergar o diferente como algo autêntico, em um mundo que ainda tende a padronizar comportamentos.

Por que Felca foi escolhido para estampar a nova campanha

A escolha de Felca para liderar a nova campanha da Vans reflete a busca da marca por vozes autênticas e conectadas com a cultura digital contemporânea. Conhecido por seu humor peculiar e por transformar o “estranho” em linguagem criativa, o influenciador representa o espírito irreverente que a Vans carrega há décadas. Sua presença reforça a ideia de que ser diferente é, na verdade, o que torna cada um verdadeiramente original.

Segundo Filipe Matiazi, vice-presidente de Criação da agência F.biz, responsável pela campanha, a conexão entre Felca e a marca surgiu de forma natural. “A escolha do Felca foi inevitável. Ele traduz com verdade a estranheza que move a criatividade e a coragem de ser quem se é, mesmo quando isso desafia o senso comum. ‘Continue sendo esquisito’ extrapola seu papel como assinatura. É uma verdade da marca e de quem veste Vans”, explica o criativo.


Felca usa Vans em nova campanha da marca (Foto: Reprodução/Instagram/@nfwmagazine)


A campanha celebra o ato de ser esquisito

No vídeo principal da campanha, Felca é apresentado em meio a cenas que traduzem o espírito da Vans, transitando entre universos que vão dos esportes à música. Com uma estética vibrante e linguagem próxima do público jovem, o influenciador reflete sobre a importância de permanecer autêntico mesmo diante das pressões por conformidade. A narrativa propõe um olhar sensível sobre o que significa ser diferente e como essa diferença pode se transformar em força criativa.


Vídeo da nova campanha estrelada por Felca (Vídeo: Reprodução/Instagram/@vansbrasil)


Entre takes dinâmicos e momentos de introspecção, o filme reforça o manifesto “Continue Sendo Esquisito” como um convite à autoexpressão. A produção valoriza o estilo de vida que sempre guiou a Vans: o de quem não tem medo de desafiar padrões e construir sua própria identidade. Com Felca no centro dessa mensagem, a marca reafirma seu compromisso com a liberdade, a autenticidade e a celebração das individualidades.

A Vans reúne um time de personalidades para divulgar a nova campanha, explorando diferentes formas de autenticidade e o significado de ser “esquisito” na sociedade atual.

Lula sanciona lei para proteger crianças da ‘adultização’ nas redes sociais

Nesta quarta-feira (17), uma nova lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o objetivo de proteger crianças e adolescentes do fenômeno conhecido como “adultização” nas redes sociais. A medida, que estabelece uma série de novas obrigações para as plataformas digitais, representa um marco importante na regulamentação da internet no Brasil.

A lei foi criada para combater a exposição de menores a conteúdos inapropriados e para garantir um ambiente online mais seguro. Ela exige que os provedores de serviços digitais vinculem as contas de crianças e adolescentes a um responsável legal, assegurando maior controle e supervisão sobre a atividade online desse público. Além disso, as empresas agora têm a obrigação de remover qualquer conteúdo que seja considerado abusivo ou prejudicial a menores, reforçando a proteção contra exploração e assédio.

Legislação ganha força após denúncia viral

A necessidade de uma legislação como essa ganhou destaque após um vídeo do influenciador Felca viralizar, expondo a maneira como algumas plataformas incentivam a monetização de conteúdo criado por crianças de forma controversa. A grande repercussão do caso chamou a atenção do público e de legisladores, levando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a priorizar a votação da proposta. O projeto foi rapidamente aprovado tanto na Câmara quanto no Senado, demonstrando o amplo consenso sobre a urgência do tema.


Matéria sobre a sansação do projeto chamado ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente Digital) (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Gazeta)

As novas regras se aplicam a todos os produtos e serviços de tecnologia da informação que possam ser utilizados por crianças e adolescentes, independentemente de sua natureza ou tamanho. Isso significa que a lei impacta desde as maiores redes sociais até aplicativos e jogos que permitam a interação de menores.

Sanções severas reforçam compromisso com a proteção infantil

O descumprimento das normas estabelecidas acarreta punições rigorosas. As multas podem variar de R$ 10 por usuário cadastrado na plataforma até um teto de R$ 50 milhões, dependendo da gravidade da infração. A lei também prevê a possibilidade de suspensão temporária ou até mesmo definitiva das atividades das empresas que persistirem no descumprimento das regras.

Essas sanções financeiras e operacionais têm o objetivo de garantir que as plataformas levem a sério a responsabilidade de proteger seus usuários mais jovens. A nova lei busca equilibrar a liberdade de expressão e a inovação tecnológica com a necessidade de salvaguardar a saúde mental e o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes na era digital.

Dois jovens são presos em Pernambuco por ameaças ao influenciador Felca

Dois jovens foram presos em Pernambuco após suspeitas de ameaças contra o influenciador digital Felca e a psicóloga Ana Beatriz Chamati, que participou do vídeo “Adultização”, publicado no YouTube, denunciando a exposição de crianças e adolescentes na internet. Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 21 anos, foi preso em flagrante nesta segunda-feira (25), junto com Paulo Vinicios Oliveira Barbosa, também de 21 anos, apontado como cúmplice.

Os crimes

A Polícia Civil de Pernambuco informou que Cayo Lucas já era investigado há quase um ano, suspeito de ameaças virtuais, comércio de informações e invasão de bancos de dados da polícia. Ele foi preso em flagrante enquanto acessava o Sistema de Segurança Pública de Pernambuco em busca de credenciais.

Segundo as investigações, Cayo era considerado o líder do esquema e poderia lucrar até R$ 30 mil por semana com a venda de informações sigilosas. O delegado Eronides Meneses afirmou que o jovem confessou os crimes e admitiu ter acessado sistemas do Poder Judiciário.

Ele confessou, inclusive, que tinha acesso a todos os sistemas das polícias do Brasil, sistemas do Poder Judiciário, sistemas de mandados de prisão, conseguindo inserir informações de prisão contra qualquer indivíduo, qualquer inimigo, pessoa que fosse inimiga do grupo”, declarou o delegado

Ameaças

As ameaças contra Felca e Ana Beatriz começaram após a publicação do vídeo “Adultização”, no YouTube, que já ultrapassa 50 milhões de visualizações. Em vídeo, Felca denuncia a exploração da imagem de crianças e adolescentes na internet, enquanto a psicóloga relata os impactos dessa exposição no desenvolvimento dos jovens. Segundo a Polícia Civil, Cayo chantageava jovens e os submetia a tortura virtual. Há relatos de vítimas com menos de oito anos de idade. Além disso, ele intimidava aqueles que ameaçavam denunciar os abusos.


Felca em corte do vídeo ”Adultização” (Reprodução/Instagram/@adultizacaofelca)


Cayo Lucas e Paulo Vinicios seguem presos e já foram designados a defensores públicos para os representar diante das acusações. A polícia continua as investigações em busca de outros suspeitos e de mais provas nos equipamentos apreendidos que os jovens utilizavam.

Hytalo Santos e marido planejavam fuga, segundo polícia

Após as acusações do youtuber Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca, feitas em 6 de agosto, contra Hytalo Santos e seu marido, Israel Vicente, por exploração sexual de menores, um plano de fuga elaborado pelos dois foi descoberto pelas autoridades da Paraíba, resultando em prisão e transferência para um presídio especializado. O casal teria planejado uma fuga 2 dias após as denúncias do youtuber em seu vídeo intitulado “Adultização”.

Investigação e plano de fuga

Segundo o delegado Carlos Othon, da Polícia Civil da Paraíba, o casal deixou o estado apenas dois dias após as denúncias e agiu com rapidez: “os moradores tinham saído poucos minutos antes de realizada a busca, uma vez que alguns eletrônicos e eletrodomésticos estavam ainda em funcionamento”, o que levantou suspeitas imediatas. Imagens de câmeras de segurança mostram Israel em uma loja de conveniência durante o trajeto por terra até São Paulo, enquanto Hytalo embarcou, na madrugada do dia 8, num voo partindo de Recife para Guarulhos, acompanhado de várias pessoas — mas sem Israel.

A investigação contou com apoio do DEIC de São Paulo, que ajudou a montar um quebra-cabeça geográfico para localizar o casal. Com base em dados de voo, veículo e aluguel de imóvel, a polícia encontrou a casa alugada em Carapicuíba, onde o casal estava escondido. O local servia apenas como base temporária — a ausência de pertences pessoais reforçou essa avaliação.

Prisão, transferência e acusações em andamento

A Justiça decretou a prisão preventiva do casal em 13 de agosto, e Hytalo e Israel foram localizados e detidos dois dias depois em Carapicuíba. Ambos são investigados por crimes graves como exploração sexual de menores, trabalho infantil e tráfico humano. No dia 28 de agosto, o casal foi transferido para a Paraíba, com escolta policial até o aeroporto de Guarulhos, de onde seguiram para João Pessoa. Lá, permaneceram em uma ala destinada ao público LGBTQIAPN+ na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega.


O youtuber Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca, responsável pela denúncia contra o casal Hytalo Santos e Israel Vicente (Foto: reprodução/Instagram/@felca0)


Desde 2024, Hytalo já era alvo de investigação pelo Ministério Público da Paraíba por exposição inadequada de adolescentes nas redes sociais, e as denúncias de Felca deram novo impulso às apurações. Felca, em seu vídeo “Adultização”, de 6 de agosto, viralizou com dezenas de milhões de visualizações, levou não apenas à queda da conta de Hytalo (20 milhões de seguidores), mas também a mobilizações judiciais e legislativas sobre proteção de menores nas redes. Mesmo sob investigação, o casal nega as acusações, e o caso segue em tramitação, com possíveis agravantes legais ainda por definir.

Senado aprova PL da Adultização e empresas de tecnologia terão novas responsabilidades

A internet se tornou um ambiente onipresente na vida de crianças e adolescentes, mas, junto com as oportunidades de conexão e aprendizado, surgem perigos significativos. Pensando em ampliar a proteção de menores nesse espaço, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (27), o Projeto de Lei nº 2.628, apelidado de “ECA Digital” ou PL da Adultização. A proposta visa estender as proteções do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para o ambiente digital, responsabilizando as plataformas por garantir a segurança de seus jovens usuários.

O debate sobre a proteção de crianças na internet ganhou urgência após a denúncia de casos de adultização, como o do influenciador que explorava a imagem de menores em conteúdos sexualizados, revelado pelo youtuber Felca. Essa discussão impulsionou a aprovação do projeto de lei que visa proteger os menores no ambiente digital.

O que muda com o “ECA Digital”?

O projeto de lei não apenas proíbe, mas exige uma postura proativa das empresas de tecnologia. Hoje, a responsabilidade pela segurança online dos jovens recai principalmente sobre os pais. Com a aprovação do projeto de lei, a responsabilidade pela segurança de crianças e adolescentes passa para as plataformas digitais, que serão legalmente obrigadas a implementar medidas de proteção rigorosas

O doutor em direito digital, Lucas Ruiz Balconi, descreve essa mudança como a passagem de uma postura reativa para uma proativa. A segurança não será mais vista como um “problema do usuário”, mas como uma responsabilidade de engenharia da própria plataforma. Isso significa que, antes de lançar novos produtos ou alterar seus algoritmos, as empresas deverão avaliar e mitigar riscos como vício em telas, exposição a conteúdos nocivos (como pornografia, bullying, incentivo ao suicídio) e jogos de azar.


Além de prevenir o acesso a conteúdos prejudiciais, o “ECA Digital” impõe uma série de novas obrigações às empresas de tecnologia. (Vídeo: reprodução/X/@psbnosenado40)

Novas responsabilidades e fiscalização

O “ECA Digital” vai além da prevenção de conteúdos nocivos, estabelecendo novas responsabilidades para as empresas de tecnologia. O advogado especialista em direito público, André Dantas, explica que as plataformas serão obrigadas a:

  • Verificar a idade de quem acessa seus serviços;
  • Vincular contas de menores a um responsável;
  • Restringir publicidade direcionada a crianças e adolescentes;
  • Oferecer ferramentas de controle parental ativadas por padrão.

Para assegurar o cumprimento da lei, o projeto estabelece a criação de uma autoridade nacional autônoma. Este novo órgão terá a função de fiscalizar e auditar as plataformas, podendo aplicar sanções severas, como multas de até R$ 50 milhões, em caso de descumprimento. Inspirada em modelos europeus como o Digital Services Act (DSA), a medida visa fortalecer o poder do Estado e garantir que o interesse público prevaleça sobre os interesses comerciais das empresas.

Após a aprovação simbólica no Senado, o texto agora avança para a sanção presidencial. A expectativa é que, ao entrar em vigor, o “ECA Digital” mude a maneira como a internet é utilizada por crianças e adolescentes, criando um ambiente mais seguro e protegido para o seu desenvolvimento.

Hytalo Santos e o marido chegam a presídio na Paraíba

O influenciador Hytalo Santos e o marido, Israel Vicente, conhecido como Euro, foram transferidos nesta quinta-feira (28) para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida como Presídio do Roger, em João Pessoa.

A decisão foi determinada pela Justiça na terça-feira (26). Antes da transferência, o casal estava em prisão preventiva no Centro de Detenção Provisória 1 (CDP-1), em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

Relembre o caso e a repercussão

Hytalo Santos e o marido já eram investigados pelo Ministério Público da Paraíba por exploração e tráfico de menores. O caso ganhou grande repercussão após o influenciador Felca divulgar um vídeo denunciando a adultização e a exploração explícita de menores nas redes sociais do casal.


Denúncia sobre a adultização e exploração de menores nas redes sociais (Vídeo: reprodução\YouTube\Felca)

Depois da repercussão, a Justiça decretou prisão preventiva para os influenciadores. Segundo a polícia, o casal planejava fugir do país após a divulgação do vídeo, que denunciava não apenas os dois, mas também outros influenciadores envolvidos na exploração da imagem de menores.

Os desdobramentos da prisão e a defesa do casal

A Justiça suspendeu as contas de Hytalo e Euro nas redes sociais e dos menores envolvidos no caso. Para o Ministério Público, o casal lucrava consideravelmente com o uso da imagem desses menores.

A defesa de ambos negou as acusações e alega que os investigados são inocentes. A Justiça negou o pedido de liberdade enquanto durarem as investigações. Houve ainda uma tentativa da defesa de solicitar a transferência para a penitenciária conhecida como “prisão das estrelas”, em Tremembé, no interior de São Paulo, alegando questões de segurança para os clientes devido à repercussão do caso.

Quando as prisões foram efetuadas, no pronunciamento do casal, os dois alegaram inocência e disseram não compreender o motivo de estarem sendo presos. Eles afirmaram que jamais tiveram a intenção de prejudicar menores de idade e destacaram que todas as atividades em suas redes sociais seriam supervisionadas.

Youtuber Felca revela ameaças após vídeo e recusa propagandas

No “Conversa com Bial”, na última terça (26) na Rede Globo, Felca contou que suas vivências na infância, com a sensação de ter sido deixado de lado, o motivaram a gravar o vídeo contra a exploração infantil. Ele também explicou detalhes sobre o mesmo em que fala de “adulteração”, envolvendo o influenciador Hytalo Santos, atualmente detido, e mencionou as intimidações que tem recebido desde que fez a denúncia. O youtuber ainda disse que optou por não aceitar nenhum tipo de propaganda, apesar de ser o que lhe traz dinheiro.

Motivos

Indagado por Pedro Bial a respeito da razão por trás da filmagem, o criador de conteúdo digital esclareceu que almejava abordar essa questão nas mídias sociais, justificando ter vivenciado o abandono ainda na infância.

Fui uma criança muito sozinha, abandonada. Que não tinha voz e, quando falava, não tinha ninguém para escutar. Você me deu um questionamento. Talvez, sim…Eu fiz pela criança que fui”, revelou o youtuber.

Ele expressou sua preocupação de que outras crianças pudessem enfrentar situações parecidas, explicando que agiu motivado pela existência de jovens e adultos que, durante a infância, se viram sozinhos e sem apoio, e que, caso não recebam essa ajuda, sentem-se desprotegidos e sem esperança.


Trecho da entrevista de Felca no “Conversa com Bial” (Vídeo: reprodução/ X/ @ ALFINETEI )


Propostas de Publicidade

Em um curto período de duas semanas desde a publicação, Felca alcançou a marca de 50 milhões de visualizações. Em virtude de toda essa agitação, ele foi alvo de inúmeras ofertas de anúncios, contudo optou por recusar cada uma delas.

Eu declinei todas as publicidades, porque foi quase um minuto de silêncio. Nesse momento, a gente tem que falar sobre algo mais importante. Não quero chegar e falar, ‘compre tal coisa’, pegaria mal, eu iria me descredibilizar. Nesse momento, eu estou fazendo algo mais importante do que eu ou da minha renda. O meu silêncio é para focar nessa causa”, afirmou Felca.

No que diz respeito às intimidações, o produtor de conteúdo destacou que continua a receber ameaças após a divulgação do vídeo, inclusive de morte, porque, conforme ele próprio relatou, há indivíduos insatisfeitos com suas ações, sentindo-se “ofendidos”, e, por isso, desejam silenciá-lo permanentemente.

Projeto contra adultização de crianças e adolescentes será votado pelo Senado

O plenário Senado Federal deve votar nesta quarta-feira (27) o projeto de lei que cria medidas de combate à “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais. O ‘PL da Adultização’, Projeto de Lei 2.628/2022, passou pela Câmara e foi aprovado após concessões feitas entre o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e parlamentares da oposição. A relatoria do projeto será do senador Flavio Arns (PSB-PR) e a aprovação do texto deve ser feita sem dificuldades. 

O debate sobre o tema veio à tona após um vídeo do influenciador ‘Felca’ denunciar produtores de conteúdo que expõem e utilizam menores de idade de forma imprópria em suas redes. O texto original do projeto de lei é do senador Alessandro Vieira (MDB-ES) e foi aprovado pela Casa no fim do ano passado, mas por conta de alterações feitas na Câmara, passará pelo Senado novamente. Ele previa: regras de proteção à crianças e adolescentes no ambiente digital; responsabilização das plataformas; obrigação da retirada de conteúdos criminosos mesmo sem decisão judicial; e mecanismos nas redes que possibilitam controle parental.

Mudanças na Câmara 

O ‘PL da Adultização’ foi aprovado na última quarta-feira (27) com mudanças no texto original. O deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI), relator do projeto, afirmou que o projeto foi modificado com a intenção de assegurar às famílias o papel de defesa contra os conteúdos impróprios e não transferi-lo para as plataformas. 


Postagem do Governo Federal que anuncia e comemora a aprovação do PL 2628 na Câmara
(reprodução/x/govbr)


Parlamentares da oposição, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), foram contra trecho do projeto que determina a aplicação das medidas a todo conteúdo ou serviço que sejam de acesso provável a crianças ou adolescentes. Segundo a avaliação dos parlamentares, a norma era muito ampla e poderia atuar como forma censura. Após acordos com o presidente Hugo Motta, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) digital, forma que o projeto ficou conhecido,  foi aprovado. 

Reivindicações do projeto 

Os principais pontos do projeto, que será votado hoje (27), estão reivindicando às plataformas: 

  • proteção de dados dos menores;
  • sistemas de verificação de idade para o acesso de conteúdos adultos;
  • ferramentas que possibilitam maior controle parental; 
  • proibição de jogos de azar para o público infantojuvenil;
  • remoção imediata de conteúdos que se caracterizam como abuso infantil relatórios semestrais sobre denúncias e medidas de proteção;
  • multas que vão até R$ 50 milhões e possibilidade de suspensão das atividades no país;  

Após o vídeo de ‘Felca’ viralizar, houve uma mobilização da sociedade em torno do tema, incluindo atores políticos e personalidades famosas. O produtor de conteúdo Hytalo Santos, denunciado no vídeo, foi preso no dia 9 de agosto e está sendo investigado por abuso e exposição de menores pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB). Caso o projeto seja aprovado pelo Senado, ele deverá ser sancionado pelo presidente Lula para entrar em vigor. 

Homem que fez ameaças virtuais ao youtuber Felca é preso em Pernambuco

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (25), em Pernambuco, um homem acusado de ameaçar o youtuber e comediante Felca. De acordo com as investigações, o suspeito obtinha ganhos financeiros comercializando imagens e vídeos relacionados a casos de “estupro virtual” e, nesse contexto, teria dirigido intimidações contra o influenciador.

A detenção de Cayo Lucas ocorreu em cumprimento a uma ordem expedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, emergencialmente, no dia 17 de agosto. Felca havia solicitado ao Google Brasil a identificação dos dados de um endereço de e-mail usado para enviar as ameaças. 

Intimidações contra o influenciador

As mensagens de ameaça foram encaminhadas no sábado (16) e mencionavam o vídeo em que Felca expôs o influenciador digital Hytalo Santos, acusado de utilizar menores de idade em suas publicações nas redes sociais.

O processo que descreve em detalhes as ameaças dirigidas ao youtuber expõe um dos e-mails enviado por volta das 5h30 da manhã, o autor afirma que Felca não sairia ileso após ter denunciado Hytalo Santos. A mensagem segue dizendo que sua vida iria se complicar bastante, que ele deveria se preparar para morrer e que pagaria com a própria vida. Essas eram os tipos de mensagens que Felca recebeu. 


Cayo Lucas foi preso em sua residência na cidade de Olinda–PE (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Felca contou que, após publicar vídeos com denúncias, passou a circular pela cidade de São Paulo em carro blindado e acompanhado por seguranças. A medida foi adotada como forma de proteção diante das constantes ameaças que começou a receber. Ele já havia ganhado notoriedade por se posicionar contra a participação de influenciadores na promoção de apostas esportivas, criticando a maneira como essas plataformas são expostas ao público nas redes sociais.

Segundo Felca, as intimidações têm se tornado frequentes e tratam de assuntos sensíveis. Ele relatou que a pressão se intensificou especialmente após os vídeos em que questionou as bets.

Conheça Felca

Felca é de Londrina–PR, mas atualmente reside na cidade de São Paulo. Seu canal no YouTube reúne mais de 5,23 milhões de inscritos. No Instagram, ele também alcança grande popularidade, com uma base de 13,7 milhões de seguidores. O influenciador conquistou sucesso inicialmente com vídeos de reacts, formato de vídeo em que Felca registra e comenta suas próprias reações a outros vídeos da plataforma.

Atualizações nas redes sociais com o PL da adultização

Em caráter de urgência, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (20), o Projeto de Lei 2628/2022, conhecido como “PL da Adultização”, após a repercussão do vídeo postado pelo influenciador Felca a respeito da exploração e alienação de menores nas redes sociais.

“PL da Adultização”

Em seu comunicado, a Agência Brasil disse que, apesar do PL ter sido aprovada pelo Senado, será preciso que eles analisem novamente, considerando as mudanças realizadas na Câmara, como a necessidade de uma autoridade nacional autônoma, que será responsável por editar regulamentos e procedimentos, além de cuidar e vigiar para que a nova legislação seja respeitada e realizada.

A aprovação do PL se faz ainda mais necessária ao saber que 24,5 milhões de usuários de internet no Brasil possuem entre 9 e 17 anos, 93% da faixa etária, e 76% usam redes sociais, como WhatsApp, YouTube, Instagram e TikTok, segundo pesquisa da TIC Kids Online Brasil 2024.

Thais Dantas, presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB de São Paulo, reforçou a responsabilidade que as plataformas digitais devem ter, visto a limitação dos responsáveis de proteger seus menores nelas. Dantas também relembrou que, garantir os direitos das crianças e adolescentes é responsabilidade da sociedade como um todo, a fim de proteger a infância.


Câmara aprova a Proposta de Lei para modificar redes sociais a fim de proteger crianças e adolescentes (Foto: Reprodução/X/@Metropoles)

Mudanças para as redes sociais

A ordem do Projeto de Lei é que, desde sua criação, as plataformas proíbam o recolhimento em excesso de dados, publicidade específica e artifícios voltados ao uso obsessivo. Esta deverá ser uma configuração padrão, com o objetivo de garantir a segurança e a privacidade de crianças e adolescentes em redes sociais.

É descrito também que contas infantis sejam vinculadas com as contas de responsáveis, e a divulgação de relatórios semestrais indicando quais ações foram realizadas para reconhecer contas de menores e de atos ilegais. Caso a empresa descumpra quaisquer artigos do PL, poderá pagar multas de até R$ 50 milhões por infração cometida.