Emmanuel Macron viaja a Pequim e costura acordos comerciais 

Na quarta-feira (3), o presidente da França, Emmanuel Macron, chegou a Pequim, na China. Durante sua quarta visita oficial ao Estado Chinês, Macron encontrou-se com o líder chinês, Xi Jinping, ocasião em que abordou diversos assuntos comerciais e econômicos.

O presidente francês quer intensificar a cooperação em assuntos geopolíticos por parte da China; ele também busca manter empregos industriais no país para fortalecer o seu legado com o povo francês. Entretanto, busca não criar uma rivalidade direta com a segunda maior economia do mundo.

Ao mesmo tempo, a União Europeia busca a ajuda da China para pôr fim à guerra na Ucrânia. Por outro lado, Pequim busca amenizar as fricções comerciais com a União Europeia, que tem uma composição de 27 membros. A China busca se consolidar ainda mais no mercado europeu, após as tarifas dos Estados Unidos a esses países.

Conversa entre Emmanuel Macron e Xi Jinping

Nesta quinta-feira (4), Emmanuel Macron se reuniu com Xi Jinping no Grande Salão do Povo, em Pequim. No local, eles discutiram sobre, na visão do presidente francês, os desequilíbrios no mercado não serem sustentáveis, o que representaria um grande risco de desencadear uma crise financeira mundial e, assim, ameaçaria a boa relação entre os países. Além disso, o presidente da França cita que existem soluções para essa diferença — defendendo regras mais justas e rigorosas, em vez de regras baseadas na força dos EUA e da China.


Post do presidente da França, Emmanuel Macron, na chegada a China (Vídeo: reprodução/Instagram/@emmanuelmacron)


Já o líder da China, Xi Jinping, disse ao presidente francês que seus países deveriam seguir seus próprios caminhos geopolíticos. Ou seja, que a China manteria sua posição de grande força comercial, ao mesmo tempo em que buscaria a parceria com esses países da União Europeia.

Após as conversas, os dois líderes assinaram 12 acordos de cooperação que abrangem muitos temas, como, por exemplo, envelhecimento populacional, energia nuclear e conservação de pandas, mas sem especificar o valor monetário total.

Guerra na Ucrânia

O presidente da França, Emmanuel Macron, nesse encontro, reforçou o pedido da União Europeia para que a China pressionasse Moscou a pôr fim à guerra na Ucrânia; porém, aparentemente, mais um pedido em vão ao líder de Pequim. O país comandado por Xi Jinping ofereceu garantias à Rússia de que continuará apoiando-a. Essa conversa ocorreu em um encontro no mês de novembro, na Rússia.

Nesse encontro, Rússia e China conversaram sobre defesa antimísseis e estabilidade estratégica, e concordaram em fortalecer sua cooperação nessas áreas, isto é, por conta da retomada do programa nuclear dos Estados Unidos.


Encontro dos representates da França e China (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ludovic Marin)


Em contrapartida, o líder chinês diz permanecer comprometido com a busca pela paz na Ucrânia. Em conclusão, o chefe de Estado da França permanecerá na China até sexta-feira (5) e procura firmar novos tratados entre seu país, a União Europeia e a China. Como, por exemplo, o pacote de encomendas da Airbus (AIR.PA); espera-se que a China encomende 500 jatos da Airbus, porém nenhum acordo foi assinado ainda. 

 

Trump planeja se reunir com Putin e Zelensky nos próximos dias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou nesta quarta-feira (6), o representante especial Steve Witkoff para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin. Embora os detalhes da conversa ainda não estejam claros, a iniciativa pode representar mais uma tentativa de negociação por um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

A guerra entre os dois países começou em 2022, e Putin e Zelensky não mantêm diálogo direto desde o início dos combates, há cerca de três anos e meio.

Guerra na Ucrânia perdura há mais de três anos

O conflito entre Rússia e Ucrânia começou a se intensificar em 2013, com protestos populares na Ucrânia, após o então presidente ucraniano Viktor Yanukovych recusar um acordo de entrada do país ucraniano na União Europeia optando por se manter isolado, assim como a Rússia. A pressão popular levou à queda de Yanukovych em 2014, gerando instabilidade política no país. No mesmo ano, a Rússia anexou a região da Crimeia e passou a apoiar separatistas pró Rússia.


A guerra da Ucrânia e seus impactos (vídeo: reprodução\Youtube\CNN Brasil)


A guerra começou em 2022, com um ataque surpresa por parte da Rússia ao território ucraniano. Desde então, o confronto já causou milhares de mortes, milhões de feridos e destruição generalizada, sem previsão de cessar-fogo.


O “tarifaço” e seus impactos para Rússia e Ucrânia


Desde o início de seu segundo mandato, Donald Trump tem retomado sua política econômica protecionista, com tarifas elevadas sobre importações, o chamado “tarifaço”. A medida pode endurecer ainda mais a escassa relação econômica da Rússia, já afetada por sanções internacionais, e dificultar o apoio financeiro à Ucrânia, que depende de ajuda externa para se manter na guerra.

O envio de um representante de Trump para se reunir com Vladimir Putin ocorre às vésperas da entrada em vigor de um novo pacote de tarifas, previsto para esta sexta-feira (8). A expectativa é que Trump se encontre pessoalmente com Putin na próxima semana e, posteriormente, com Zelensky, na tentativa de intermediar um cessar-fogo.

Trump pressiona Rússia e ameaça tarifas caso cessar-fogo não avance em até 50 dias

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (14) que poderá impor tarifas de até 100% sobre produtos russos caso a Rússia não avance em um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia nos próximos 50 dias.

A medida busca pressionar o governo russo a encerrar o conflito, que já dura mais de dois anos, e a negociar uma solução diplomática imediata.

Trump quer acelerar negociações e ameaça guerra comercial com a Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom ao falar sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Ele afirmou que poderá impor “tarifas secundárias” contra produtos russos se o governo de Vladimir Putin não avançar nas negociações para um cessar-fogo nos próximos 50 dias. Segundo Trump, essas tarifas seriam “em torno de 100%”, um valor considerado extremo até mesmo para padrões de sanções econômicas.

“Tarifas em torno de 100%, você as chamaria de tarifas secundárias. Você sabe o que isso significa”, declarou Trump durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14). A estratégia do líder americano visa pressionar Moscou a buscar uma solução diplomática para o conflito, que já dura mais de dois anos e causa instabilidade global.

Após a ameaça, Trump também afirmou que acredita no poder do comércio como instrumento de paz. “O comércio é ótimo para resolver guerras”, comentou, sinalizando que uma possível retomada de relações econômicas poderia ser usada como incentivo para um acordo entre as partes.


Sem acordo de paz na Ucrânia, Trump promete sanções contra a Rússia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Prazo de 50 dias aumenta tensão e pressiona Rússia por trégua imediata

O prazo de 50 dias dado por Donald Trump para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia intensificou o clima de pressão internacional sobre o Goverso Russo. A declaração do presidente americano foi interpretada como um ultimato diplomático, que pode desencadear uma nova rodada de sanções econômicas, com impacto direto nas exportações russas para o Ocidente.

A ameaça de tarifas de até 100% é vista por analistas como um movimento estratégico para forçar o governo russo a recuar e negociar com Kiev. Embora Trump não tenha detalhado quais setores seriam afetados, fontes próximas à Casa Branca indicam que produtos de energia, metais e tecnologia estão entre os alvos possíveis.

Essa postura mais agressiva marca uma virada no discurso da Casa Branca, que vinha adotando uma abordagem mais cautelosa em relação ao conflito. Com a escalada das tensões, Trump busca retomar o protagonismo geopolítico dos Estados Unidos e pressionar por um desfecho favorável à Ucrânia, mesmo que, para isso, precise abrir uma frente de guerra comercial com Moscou.

Enquanto o governo russo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o prazo de 50 dias dado por Trump, a comunidade internacional acompanha com preocupação o possível impacto econômico e diplomático dessa medida. A estratégia do presidente americano reforça o uso de sanções como ferramenta para pressionar por um cessar-fogo na Ucrânia e reacende o debate sobre o papel do comércio global na resolução de conflitos.

Guerra na Ucrânia: príncipe Harry visita vítimas do conflito

O príncipe britânico Harry (40), visitou nessa quinta-feira (10), as vítimas do conflito na Ucrânia. Essa visita faz parte de seu trabalho com veteranos feridos, explicou o porta-voz.

O Duque de Sussex, que atuou por 10 anos no Exército britânico, esteve no Superhumans Center, uma clínica especializada em ortopedia, a qual oferece cuidados e reabilitação para civis e militares feridos em decorrência da guerra.

Veterano de duas missões no Afeganistão, Harry esteve em Lviv acompanhado por ex-combatentes ligados à Invictus Games Foundation — instituição beneficente responsável pelo evento esportivo internacional criado por ele para apoiar militares lesionados em combate.


Durante a passagem, ele também conversou com profissionais da saúde e pacientes do Superhumans Center, além de se reunir com a ministra dos Assuntos de Veteranos da Ucrânia, Natalia Kalmykova.

Afastado da realeza britânica

Abdicado das funções como membro ativo da monarquia desde 2020,
Harry, que mora na Califórnia com a esposa Meghan e os dois filhos do casal, Archie Harrison Mountbatten-Windsor e Lilibet Diana Mountbatten-Windsor, retornou a Londres nesta semana para tratar de uma ação judicial relacionada a mudanças em seu sistema de segurança no Reino Unido.

Harry, filho caçula do rei Charles, busca reverter uma decisão do Home Office — órgão responsável pela segurança pública — o qual, em fevereiro de 2020, determinou que ele não teria direito automático à proteção policial durante suas visitas ao Reino Unido.

Em 2023, o Tribunal Superior de Londres considerou a decisão legítima, negou o recurso apresentado por Harry e não autorizou que ele levasse o caso a uma instância superior.


Príncipe Harry em visita ao centro de reabilitação da Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/NBCnews)


Guerra na Ucrânia

O conflito na Ucrânia, que já se estende por três anos, causou a morte de 12,3 mil civis, além de ter forçado 3,7 milhões de pessoas a deixarem suas casas no território ucraniano e feito outros 6,8 milhões procurarem refúgio fora do país, em busca de proteção internacional.

A passagem do príncipe Harry pela Ucrânia evidencia seu compromisso com a causa dos veteranos de guerra, mesmo após deixar suas funções na família real. Criador da Invictus Games Foundation e ex-militar com experiência em missões no Afeganistão, ele tem se dedicado a apoiar a recuperação física e emocional de combatentes feridos.

Ao visitar o Superhumans Center e se reunir com autoridades locais, Harry reforça seu papel como porta-voz dos que sofrem com os impactos dos conflitos armados, utilizando sua posição para promover acolhimento e visibilidade a essas histórias.

Ucrânia: País enfrenta mais 50 mil soldados em Kursk

Segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou nesta segunda-feira (11) que aproximadamente 50 mil soldados russos estão mobilizados na região de Kursk, na Rússia, próxima à fronteira com a Ucrânia. Essa informação foi compartilhada em um momento de intensificação das operações de combate nas áreas fronteiriças, onde as forças ucranianas têm tentado repelir as forças russas. Além de Kursk, outras regiões como Belgorod e Briansk também têm recebido forças significativas da Rússia.

Esse movimento militar na região de Kursk reflete a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, que continua com operações de ambos os lados nas fronteiras e nas regiões ocupadas.

Primeira invasão por terra

Segundo o site CNN, Kiev lançou sua incursão na região de Kursk, na Rússia, em agosto, pegando de surpresa não apenas Moscou, mas como também seus aliados. E relatou que a operação era necessária porque a Rússia planejava lançar um novo ataque à Ucrânia a partir da região. Esta ofensiva de Kursk, foi a primeira invasão por terra na Rússia por uma potência estrangeira desde a Segunda Guerra Mundial e pegou Moscou despreparada.

Ainda segundo o site, os ucranianos avançaram rapidamente para o interior do território russo e, a partir daí, mantiveram o controle sobre parte do território russo. Enquanto isso, a Rússia recuperou alguns assentamentos, a linha de controle mal mudou nos últimos meses. Um dos oficiais dos EUA informou ao site CNN, no domingo (10) que a Rússia reuniu uma grande força de dezenas de milhares, incluindo as tropas norte-coreanas recém-chegadas, para realizar um ataque às posições ucranianas em Kursk. Relatou ainda que a ofensiva era esperada.


Prédio atingido por ataque ucraniano na região russa de Kursk ( Foto: reprodução/ Tatyana Makeyeva/AFP/ site O Globo)

Rússia e Coreia do Norte juntas no conflito

A Coreia do Norte tem apoiado a Rússia na guerra contra a Ucrânia, esse apoio envolve principalmente o envio de armamentos e munições, além de outros recursos militares, já que ambos os países possuem uma relação próxima devido a interesses geopolíticos em comum. Essa colaboração se fortaleceu em 2023, com relatórios de que a Coreia do Norte estaria enviando munições de artilharia para ajudar a suprir a demanda russa no conflito.

Essas trocas e o apoio da Coreia do Norte à Rússia preocupam o Ocidente, pois representam uma ameaça à estabilidade na Ásia e contribuem para o prolongamento da guerra na Ucrânia.

Putin culpa Ucrânia e acusa país por tentativa de bombardeio em Kursk

Vladimir Putin, presidente da Rússia, acusou o governo ucraniano de ameaça à segurança ao tentar bombardear a usina nuclear de Kursk, no dia 6 de agosto em uma ofensiva da capital ucraniana, Kiev. 

Durante uma reunião transmitida por uma emissora estatal russa, o presidente Putin aparece ao lado de membros governamentais e afirma, sem provas, que “a nação inimiga tentou atacar” a região durante a noite. 

Ataque à usina

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ela “teria sido informada” e prometeu enviar especialistas para avaliar a situação. O local do suposto ataque fica a 50km dos combates entre as tropas militares russas e ucranianas e, receberá a visita na próxima semana de Rafael Grossi, diretor da AIEA.


Foto destaque: Presidente da Rússia, Vladmir Putin (Reprodução/Mikhail Svetlov/Getty Images)

Em contrapartida, a Ucrânia nega totalmente a suposta tentativa de ataque à usina. O chefe do departamento de combate à desinformação dentro do Conselho de Segurança Nacional e Defesa do país, Andrii Kovalenko, declarou que “o cenário que a o governo quer, onde forças militares ucranianas atam a usina de Kursk e são acusadas de terrorismo nuclear, não ocorreu” e sugeriu, ainda, que a própria Rússia poderia ter inventado essa provocação para chamar atenção em nível internacional, mas não apresentou provas.

Conflito nuclear

Desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, ambas as nações tem se acusado mutuamente de ameaçar a segurança nuclear e nacional. Em seus primeiros dias de ofensiva militar, o governo russo tomou uma base de energia abandonada em Chernobyl, no norte ucraniano e também a usina de Zaporíjia.

E, no início de agosto, foi registrado um incêndio em uma das torres de resfriamento na usina de Zaporíjia e, embora autoridades locais e a agência nuclear da ONU tenham afirmado que não houve ou há risco de acidente, as capitais Moscou e Kiev trocaram suposições sobre quem estaria responsável pelo incêndio. 

Em contraste com as acusações, Putin sofre críticas pela falta de transparência em suas declarações ao público sobre a gravidade da ofensiva ucraniana, uma vez que o governador de Kursk afirmou que 133 mil pessoas precisaram fugir ou serem retiradas dos distritos fronteiriços desde que a Ucrânia iniciou sua ofensiva. 

Kremlin avalia cortar relações diplomáticas com o Ocidente

Segundo um pronunciamento do Kremlin, nesta quinta-feira (27), a Rússia estaria considerando diminuir suas relações diplomáticas com o Ocidente, uma vez que cada vez mais o envolvimento dos Estados Unidos e seus aliados, é mais profundo na guerra da Ucrânia. Importante ressaltar que apesar de estar sendo considerado, nenhuma decisão foi tomada. 


Ameaças russas contra Estados Unidos (Vídeo: reprodução/Youtube/O Liberal)

Declarações do Kremlin

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse em resposta aos jornalistas sobre a possibilidade de tomar essa nova medida: “Reduzir o nível de relações diplomáticas é uma prática comum entre Estados que se encontram em meio a manifestações hostis”.

O porta-voz esclarece ainda que, com o envolvimento constante e cada vez mais profundo do Ocidente no conflito com a Ucrânia, a Rússia deve continuar considerando diversas possibilidades de resposta para tamanha hostilidade na intervenção Ocidental no conflito ucraniano.

Por fim, Peskov reafirmou que nenhuma decisão foi tomada sobre o assunto e outras alternativas estão sendo consideradas resposta ao Ocidente. 


Vida de ucranianos após anos de guerra (Vídeo: reprodução/Youtube/Estadão)

Guerra na Ucrânia

O conflito no leste da Europa iniciou-se em 24 de fevereiro de 2022 quando tropas russas invadiram o território ucraniano com ataques a cidades próximas a capital Kiev, isso levou a um acirramento das tensões entre a Rússia e Ucrânia.

Um dos principais motivos para Guerra é a possível entrada da Ucrânia para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma vez que a Rússia demonstrava profundo interesse em recuperar o território que, uma vez havia lhe pertencido.

O comandante da Ucrânia é seu presidente Volodymyr Zelensky, com o Reino Unido, França, Japão, EUA, Alemanha, Canadá e Itália como seus aliados. Enquanto a Rússia tem Vladimir Putin em sua presidência, com Venezuela, Belarus, Síria, Cuba, Nicarágua e Cazaquistão dando apoio. 

Embora tenham acontecido alguns contra-ataques da Ucrânia, é possível afirmar que o governo russo possui mais pontos de domínio mesmo após um ano e meio de guerra. Até agora, a Guerra deixa milhões de mortos, feridos e refugiados com impactos econômicos e políticos em escala global.

Ministro ucraniano acusa militares russos de impedirem saída de civis de Vovchansk

O ministro do Interior da Ucrânia comentou nesta quinta-feira (16), que os militares russos não estão permitindo que os civis saiam da cidade de Vovchansk. O município fica localizado na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

Segundo o CNN, Ihor Klymenko afirmou que a Polícia Nacional da região começou uma investigação criminal “sobre a violação das regras e costumes de guerra“. O ministro disse também que, apesar dos intensos combates na região, as equipes policiais continuam a trabalhar para garantir a desocupação das pessoas.

Cenário de guerra

Vovchansk fica a 60 km de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. A primeira, tem sido palco de intensas batalhas, principalmente em regiões próximas à fronteira. De acordo com o CNN, a Rússia tem investido em esforços para se aprofundar cada vez mais no território da Ucrânia.


Ataques russos em Kharkiv (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


O chef de patrulha do Departamento de Polícia de Vovchansk, Oleksii Kharkviskyi, publicou em seu Facebook, nesta quinta, que é perigoso permanecer na cidade e que a desocupação da região ainda está em andamento.

Oleh Syniehubov, chefe da administração militar regional de Kharkiv, reforçou que a remoção dos civis está sendo realizada, mas que cinco pessoas foram feridas após as forças militares russas utilizaram munições cluster para atacar uma aldeia em Vovchansk.

Interesse russo

Segundo Volodymyr Zelensky, Kharkiv é o segundo principal objetivo do exército russo, ficando atrás apenas da capital ucraniana, Kiev. De acordo com o CNN, esse interesse se deve ao fato da cidade ser um importante polo industrial para a região, abrigando fábricas de tanques, trens, máquinas industriais e outros produtos.


Kharkiv antes da guerra entre Ucrânia e Rússia (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


Além de ser um grande centro cultural, com mais de 60 universidades e 150 mil estudantes (antes da guerra), Kharkiv possuia uma instalação de pesquisa nuclear com um reator nuclear experimental utilizado para pesquisa e produção de isótopos para uso médico, de acordo com a Agência de Energia Nuclear da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Bombardeio russo na Ucrânia destrói “Castelo do Harry Potter”

Novos bombardeios russos na cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, causaram a morte de pelo menos quatro pessoas e feriram outras 27 nesta segunda-feira (29), de acordo com o governador regional Oleh Kiper. Mísseis atingiram edifícios residenciais e infraestrutura civil, entre os quais o “Castelo de Harry Potter”.

Vítimas e impacto do ataque

Um dos alvos do bombardeio russo foi o “Castelo de Harry Potter”, uma construção gótica que faz parte da Academia de Direito de Odessa, foi completamente destruída. Imagens da Reuters Television mostram o teto ornamentado do edifício praticamente desintegrado após o bombardeio.


Ataque russo em Odessa atinge “Castelo do Harry Potter” (Vídeo: reprodução/X/ @AustenLennon)


O apelido do edifício é uma referência à sua semelhança com o Castelo de Hogwarts dos filmes. Anteriormente, o prédio à beira-mar abrigava a Faculdade de Direito de Odessa, onde o ex-parlamentar e reitor da universidade, Serhiy Kivalov, foi ferido por estiletes na coxa direita e está atualmente hospitalizado. Além dele, oito dos feridos estão em estado grave, incluindo uma criança de quatro anos.

O ataque foi realizado com um míssil balístico Iskander-M com ogiva de fragmentação, o que explica o alto número de vítimas, de acordo com o porta-voz da Marinha ucraniana, Dmytro Pletenchuk.

O prefeito de Odessa, Hennadii Trukhanov, expressou em um vídeo no Telegram sua indignação, descrevendo os responsáveis como: “Monstros. Bestas. Selvagens. Escória. Não sei mais o que dizer. As pessoas estão fazendo uma caminhada à beira-mar e eles estão atirando e matando.”

Situação atual e resistência ucraniana 

No campo de batalha, as tropas ucranianas continuam resistindo aos avanços das forças militares russas, mas se encontram em situação precária, com escassez de armamentos. O país aguarda com urgência a chegada de suprimentos militares prometidos pelos Estados Unidos e Europa. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, novos suprimentos ocidentais começaram a chegar, mas em ritmo lento.

Em meio à guerra, as tropas ucranianas foram obrigadas a recuar de três aldeias no Leste do país, enquanto os russos tomaram o controle da aldeia de Semenivka, conforme anunciou o ministério da Defesa da Rússia.

Rússia ameaça países do Ocidente com resposta severa caso bens russos sejam confiscados

Autoridades da Rússia ameaçaram o Ocidente com uma “resposta severa”, neste domingo (28). A intimidação prometeu batalhas legais “intermináveis” e medidas de retaliação se fundos russos congelados no exterior forem confiscados como meio de forçar o Kremlin a ceder parte do território ucraniano ocupado durante o conflito entre os países.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou, no aplicativo Telegram e compartilhado pela agência de notícias estatal russa Tass, que “os fundos russos devem permanecer intactos”.

Zakharova ainda defendeu que, caso ocorra de outra maneira, uma “resposta severa seguirá o roubo do Ocidente” e espera que todos os países ocidentais entendam o recado. Segundo a representante, a Rússia nunca negociaria territórios tomados da Ucrânia em troca da devolução de fundos congelados no exterior. 


A intenção dos países ocidentais é tentativa de negociação com Putin (Foto: reprodução/Getty images embed)


Bens russos no Ocidente

Aliados ocidentais de Kiev, capital da Ucrânia, discutem a possibilidade do confisco de bens russos congelados no exterior, que somam quase US$ 300 bilhões. A decisão arriscada é pensada por conta das dificuldades do financiamento da guerra na Ucrânia e na reconstrução do país futuramente. 

É estimado que US$ 282 bilhões em títulos e dinheiro vivo seguem armazenados por instituições de países do G7 (composto pelos EUA, Japão, Itália, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha), da Austrália e da União Europeia (EU), desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Só na União Europeia estão US$ 216 bilhões sob custódia na instituição belga Euroclear.

A ameaça do confisco seria uma maneira de pressionar o presidente da Rússia Vladimir Putin para que dê uma pausa na guerra e se reúna com outros países para negociar sobre a guerra.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou separadamente que a Rússia ainda possui muito dinheiro do Ocidente que poderia ser alvo das contramedidas de Moscou. Peskov afirmou que a contestação legal contra o confisco de bens russos estarão abertas e que a Rússia “defenderá incessantemente os seus interesses”.