Rússia acusa Europa de estar impedindo acordo de paz com Ucrânia

Nesta quinta-feira (02), o porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, junto ao Presidente Vladimir Putin, entregaram um press briefing em Moscou. Nela, Dmitry Peskov falou que a histeria dos governantes europeus atrapalha as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Do mesmo modo, o presidente Vladimir Putin informou que essa histeria levava a acreditar que a Rússia pretende atacar a Otan, mas que não constava nos planos de Moscou.

Entretanto, Putin afirmou que está observando as movimentações militares da Otan e dos países europeus, e responderá a qualquer provocação à soberania da Rússia. 

Guerra entre Rússia e Ucrânia, situação atual

Após um mês e meio das negociações entre o presidente da Rússia e o presidente dos EUA no Alaska, segue um caminho longe do fim da guerra entre Ucrânia e Rússia. Ao afirmar o porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, que os países europeus estimulam a Ucrânia a não negociar a paz e sim continuar a guerra. Além disso, Peslov falou sobre os EUA entregarem informações à Ucrânia sobre locais de alvos de infraestrutura energética de longo alcance na Rússia. Ele minimizou, falando que não é a primeira vez que isso acontece.


Porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Contributor) 

Ademais, Dmitry Peskov comentou que a Rússia analisa o pedido da Ucrânia e é financiada por países da Europa para receber mísseis Tomahawk dos EUA. Esses mísseis têm um longo alcance, eles chegam a atacar alvos a 2.500 km. Desse modo, podem chegar os ataques no interior da Rússia. O presidente dos EUA, Donald Trump, recusou enviar esses mísseis no passado, porém, com as últimas falas, onde ele cita que a Rússia não queria um acordo de paz e que era um tigre de papel, é possível que ele envie atualmente. O porta-voz da Rússia falou que, caso isso realmente ocorra, seu país irá responder à altura aos atos.

Mais informações sobre a guerra 

Em resumo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mantém a narrativa de que a Rússia não vai recuar. O país afirma que havia uma crescente propaganda do nazismo e neonazismo na Ucrânia, e a Rússia estaria combatendo isso. E que ela quer o reconhecimento de parte do território ucraniano como parte da Rússia e que a Ucrânia não entre para a Otan. Também, a Rússia quer manter um certo domínio tanto linguístico quanto cultural sobre a Ucrânia, quase transformando o país em uma nova Rússia, ou melhor, uma antiga União Soviética. 


 Kyiv destruída por ataques russos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Global Images Ukraine) 

No entanto, a Ucrânia solicita que as tropas da Rússia saiam do seu território e devolvam os territórios que já foram atribuídos à Rússia. A Ucrânia, também, quer uma comprovação de que a Rússia não voltaria a atacá-la, e uma compensação econômica para reconstrução do país, com líderes da Rússia assumindo a culpa da guerra e pelas mortes dos cidadãos ucranianos, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, com países europeus e os EUA, tentam não ceder territórios a Rússia em um possível acordo de paz, porém os russos acreditam que a única forma é parte do território ucraniano se torne parte da Rússia.

Polônia reforça defesa aérea após ataques na fronteira

A Polônia mobilizou aeronaves para proteger o seu espaço aéreo nesta quarta-feira (09), essa mobilização do Comando Operacional das Forças Armadas veio após uma série de ataques da Rússia contra a parte oeste da Ucrânia, que fica perto da fronteira com a Polônia.

Os ataques contra a Ucrânia

Na madrugada do dia 09, às 2h15 pelo horário local, a Ucrânia estava sofrendo uma série de ataques da Rússia por mísseis e drones, ficando sob alerta por 3 horas. 

Os ataques russos intensificaram-se nas últimas semanas, sendo a maior ofensiva desde o começo da guerra em fevereiro de 2022, há 3 anos. Além dos espaços aéreos, a Rússia também está fazendo uma grande operação rural, perto das regiões de Pokrovsk e Kostiantynivka – pontos esses escolhidos de forma estratégica, as duas cidades conectam centros urbanos maiores à linha de frente em áreas controladas pela Ucrânia.

Avanços Russos

A série de ataques promovidos pela Rússia aumentou nas últimas semanas, em consequência do aumento do uso de drones e mísseis. A capital ucraniana de Kiev e demais regiões foram afetadas. 


Por conta dos ataques, muitos ucranianos tiveram que procurar abrigo para se protegerem (Foto: reprodução/Alina Smutko/Reuters).

A Rússia conquistou novas regiões no território ucraniano, como Luhansk, que fica no leste do país. É a primeira vez desde a anexação da Crimeia em 2024, que uma parte do território ucraniano é totalmente tomada pelos russos. Em 2022, Vladimir Putin havia anunciado que essa região e outras estavam sendo anexadas como território russo, algo que foi declarado como ilegal por estados da Europa Ocidental, na época.

Essa ofensiva por parte da Rússia veio após sinais de enfraquecimento do apoio dos Estados Unidos, após tentativas frustradas de Donald Trump para a finalização do conflito, onde tentou negociar o fim do conflito com o presidente russo Vladimir Putin. O mesmo comportamento foi adotado por Trump na guerra entre Irã e Israel nas últimas semanas. 

Rússia causa o maior ataque de drones à Ucrânia

Na madrugada desta terça-feira (10), a Rússia lançou o maior ataque de drones, até então, à Ucrânia. Foram utilizados ao todo 315 drones no bombardeio da capital Kiev. Os ataques danificaram vários prédios e estruturas, especialmente uma maternidade. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que esse foi o maior ataque à Ucrânia e que a força militar russa supera qualquer esforço para acabar com a guerra.

O ataque russo

A Rússia lançou, na madrugada desta terça-feira (10), um ataque de drones à capital da Ucrânia, Kiev, que foi considerado o maior até o momento. Foram usados 315 drones no ataque que destruiu vários edifícios e estabelecimentos da capital. Segundo o chefe da administração militar de Kiev, Tymur Tkachenko, sete distritos da cidade foram afetados, sendo que vários prédios, casas, armazéns e carros foram explodidos e incendiados. Ele afirmou que foi uma noite difícil para o povo ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez posts em seu X (antigo Twitter), relatando os ataques russos que incidiram sobre Kiev. Ele afirmou como os esforços para resolver a guerra e manter a paz são ínfimas, perto da intensidade da opressão russa.


Post de Volodymyr Zelensky sobre os ataque de drones russos (Foto: reprodução/X/@ZelenskyyUa)

Na cidade de Odessa, os ataques foram bastante intensos. De acordo com o Ministério Público da região, pelo menos dois homens morreram e outros nove ficaram feridos. O ataque à cidade causou destruição em vários locais, como uma maternidade.

Relatos do ataque

O bombardeio à Ucrânia gerou relatos de vítimas que estavam presentes na região. Uma mulher, que se identificou apenas como Violeta, que é uma moradora de Odessa, relatou como a noite que passou foi terrível.

Minha garagem com meu carro está destruída… Passamos por momentos terríveis. Graças a Deus não me machuquei. Ouvi a sirene a tempo e corri para o corredor para me esconder. Foi bem a tempo, porque o teto do meu apartamento desabou. Ouvi outras explosões em Odessa, mas nada se compara a esta, é tão perto. Meu vizinho, um menino, ficou ferido, teve o ombro cortado por estilhaços de vidro, e ontem à noite o levaram para receber pontos.”, declarou Violeta.


Prédio ucraniano devastado após ataque da Rússia (Foto: reprodução/Ukrinform/NurPhoto/Getty Images Embed)


Outra mulher, chamada Lyudmila contou como foi a situação, tudo que viu e ouviu. Ela descreveu como foram assustadores os barulhos e os drones passando por toda a região. Ela declarou, também, que essa é a primeira vez em quatro anos que foram atingidos.

Macron afirma acreditar que Trump está duvidando de Putin

Em meio às discussões e acordos sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Emmanuel Macron, presidente da França, disse crer que Donald Trump está começando a perceber a falsidade de Vladimir Putin, presidente Russo. Macron diz que percebe isso após Trump postar em suas redes sociais que Putin tinha ficado louco.

A declaração de Macron

Nesta segunda-feira (26), o presidente da França, Emmanuel Macron, fez declarações à jornalistas, em Hanói, no Vietnã, sobre o novo posicionamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre Vladimir Putin, presidente da Rússia. De acordo com Macron, Trump está começando a enxergar as mentiras proferidas por Putin, em relação à Guerra da Ucrânia, destacando como o americano fez posts, criticando o russo, em suas redes sociais.


Post de Donald Trump criticando Putin e Zelensky (Foto: reprodução/X/@bennyjohnson)

Trump descreveu como, apesar de sempre ter tido um bom relacionamento com Vladimir Putin, ele está completamente louco, ceifando as vidas de pessoas sem sentido. Ele também teceu críticas a Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, dizendo como não gosta da maneira que se comunica, dizendo que tudo que sai de sua boca causa problemas.

Outras declarações

Emmanuel Macron também afirmou que Trump teve uma boa conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre as tarifas que o americano impôs sobre outros países do mundo.

As discussões estão avançando. Houve uma boa conversa entre o presidente Trump e a presidente Von der Leyen e espero que possamos continuar nesse caminho e voltar às tarifas mais baixas possíveis que permitirão trocas frutíferas”, declarou Macron.


Macron discursando em evento no Vietnã (Foto: reprodução/ LUDOVIC MARIN/AFP/Getty Images Embed)


Ele ainda disse que as tarifas não são a forma correta de resolver os desequilíbrios comerciais, dizendo também que espera que os dois possam chegar a um acordo para reduzir as tarifas o máximo possível.

Estados Unidos avança na aprovação de um pacote de ajuda para Ucrânia e Israel

Nesta sexta-feira (19), a Câmara dos Estados Unidos avançou o projeto de ajuda externa para Ucrânia e Israel. Com valor elevado, o assunto vem há tempo sido debatido entre Democratas e Republicanos, e deve ter a votação de um pacote nesse sábado (20).

Sabemos que o mundo está nos observando para ver como reagimos”, disse Mike Johnson, o presidente republicano da Câmara. “Eles estão nos observando para ver se os Estados Unidos defenderão seus aliados e nossos próprios interesses em todo o mundo. E nós o faremos.

O pacote de ajuda externa a ser entregue teria o valor de US$ 61 bilhões (R$ 305 bilhões), e entrou em consideração após um voto que teve a aprovação de 165 Democratas e 151 Republicanos. Somado com outros projetos de lei a serem avaliados no sábado, o montante final pode ser de até US$ 95 bilhões (R$ 475 bilhões).


Cartaz político do Irã (Foto:Reprodução/Anadolu/Getty Images)

Israel e Irã

A votação final deve ocorreu no “início de sábado”, avaliando três projetos de assistência econômica aos países aliados dos Estados Unidos, e mais um que deve determinar sanções econômicas sobre o Irã, o novo inimigo que Israel trouxe ao conflito após o bombardeio do consulado israelense na Síria.

No entanto, ao que tudo indica, o conflito entre os dois países deve recuar, com uma desescalada causada pela pressão internacional – o aumento da guerra poderia envolver todo o Oriente Médio, causando uma crise de proporções globais, o que os aliados de Israel estão pressionando para que seja evitada.

Ucrânia e Rússia

Já a Ucrânia, que esteve em conflito aberto por ainda mais tempo, continua com a requisição de sistemas de defesa aérea para poder interceptar mísseis russos – bem como o Domo de Ferro atua em Israel.

Ainda continua a forte discussão na União Europeia sobre a questão do apoio à Ucrânia, devido a sentimentos nacionalistas priorizando os próprios fazendeiros, que sofrem da competição mais barata dos ucranianos. Em grande parte, as eleições europeias de junho devem estabelecer a posição da Europa nesse conflito.

Ucrânia derruba avião russo bombardeiro pela primeira vez na guerra

Nesta sexta-feira (19), a Ucrânia derrubou uma aeronave bombardeira russa, marcando a primeira vez na guerra que um armamento desse tipo é repelido de forma bem-sucedida. De acordo com as autoridades da Rússia, dos quatro pilotos, um foi confirmado morto, e outro está desaparecido.

Pela primeira vez, unidades de mísseis antiaéreos da Força Aérea, em cooperação com a Inteligência de Defesa da Ucrânia, destruíram um bombardeiro estratégico de longo alcance Tu-22M3“, afirmou a Força Aérea da Ucrânia em um comunicado.

A aeronave, que segundo o comandante Mykola Oleshchuk estava sendo utilizada como porta-mísseis supersônico de longo alcance para atacar cidades ucranianas, foi abatida na região de Stavropol, no sul do país. Embora as autoridades russas tenham afirmado que o avião militar caiu devido a um problema técnico, a Ucrânia posteriormente tomou crédito pelo abatimento da nave.


Resultados de bombardeio russo em área residencial na sexta (19) (Foto: reprodução/REUTERS/Mykola Synelnykov)

Bombardeios

O modelo Tu-22M3 é especificamente arquitetado para destruir alvos, tanto terrestres quanto marítimos, a partir de mísseis guiados e bombas aéreas. Trata-se do exato tipo de munição utilizada no ataque presenciado pelo território ucraniano pouco antes, na região de Dnipropetrovsk. Os mísseis, atingindo edifícios residenciais, deixaram 8 mortos e mais de 25 feridos.

A Rússia deve ser responsabilizada pelo seu terror e cada míssil, cada Shahed deve ser abatido,” disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “O mundo pode garantir isso e os nossos parceiros têm as capacidades necessárias.

Geopolítica

Com a continuidade do conflito, os ministros das Relações Exteriores do G7 concordaram em “reforçar os meios de defesa aérea da Ucrânia“. As autoridades do país esperam que isso seja a entrega de um sistema de defesa aérea, que vem sido requisitado já há muito tempo para derrubar as aeronaves da Rússia.

Entre outras medidas, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos também vai votar, nesse sábado (20), sobre a entrega de um pacote de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 305 bilhões), que vem sido bloqueado por congressistas republicanos. Caso Washington não envie mais ajuda militar, o diretor CIA, Bill Burns, já afirmou que a Ucrânia poderá perder a guerra até o final de 2024.

Presidente da França afirma que país tem “plano B” para abertura das Olimpíadas em caso de terrorismo

Nessa segunda-feira (15), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou em entrevista ao canal francês BFMTV que existem planos alternativos para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Caso algum ataque terrorista seja descoberto, o evento, que ocorrerá no Rio Sena, poderia ser transferido para o Trocadéro ou para o Stade de France.

As Olimpíadas de Paris ocorrem entre os dias 26 de julho e 11 de agosto. Faltando pouco mais de três meses para o evento do dia 26, a população francesa teme que o país seja alvo de algum atentado semelhante ao ocorrido na Rússia em 25 de março. Na ocasião, quatro homens armados invadiram a Câmara Municipal de Crocus, próximo a Moscou, durante um show da banda Picnic. 137 pessoas foram mortas e mais 182 ficaram feridas. Os terroristas também atearam fogo no local. O atentado foi reivindicado pelo Estado Islâmico.


Rio Sena, sede da abertura dos Jogos Olímpicos de 2024 (Reprodução/Florian Hulleu/Paris 2024/AFP)

Desde então, o governo francês tem se preparado para um possível cenário hostil durante as Olimpíadas, principalmente para a abertura dos jogos. “Temos cenários de recurso. Temos plano B e plano C. Para dizer a verdade, temos a opção de realizar uma cerimônia que seria limitada ao Trocadéro, mas que também poderia ser transferida para o Stade de France”, disse Macron à BFMTV.

Em meio a conflitos entre Rússia e Ucrânia, Israel e Palestina, Guerra Civil da Síria, ataques iranianos e golpes de Estado na região do Sahel, no norte da África, a França tem buscado alternativas para garantir a segurança dos Jogos Olímpicos. “É uma estreia mundial. Podemos fazê-lo e vamos fazê-lo”, afirmou Macron. “O perímetro de segurança será muito amplo, o tráfego será restringido e tudo será isolado uma semana antes. Será criado um sistema de venda de bilhetes para as plataformas superior e inferior. As forças da ordem serão mobilizadas a um nível excecional”, completou o presidente francês.

Emmanuel Macron pediu um cessar-fogo à Rússia durante os jogos. Apesar de temer um ataque russo, o próprio presidente francês afirmou que tropas europeias poderiam ir à Ucrânia semanas antes. Macron também citou o recente ataque do Irã à Israel e pediu que o governo israelense evitasse uma escalada no conflito. Vale destacar que a Rússia e a Bielorrússia não participarão das Olimpíadas de 2024. Israel estará presente nos jogos.

Investigação apura interferência russa nas eleições da União Europeia

Nesta sexta-feira (12), o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, anunciou que promotores federais iniciaram uma investigação para apurar a existência de “interferência” russa nas eleições para o Parlamento Europeu. Caso a acusação seja verdadeira, pode afetar o processo eleitoral em toda a União Europeia.

O objetivo [da Rússia] é ajudar a eleger candidatos mais pró-russos para o Parlamento Europeu e reforçar uma certa narrativa pró-russa nessa instituição,” disse De Croo. “O enfraquecido apoio europeu à Ucrânia serve a Rússia no campo de batalha.

Uma das características principais de candidatos “pró-russos“, seria o discurso para reduzir ou eliminar o suporte dado à Ucrânia, país ainda não-pertencente à União Europeia, e cujo território continua sendo invadido pela Rússia. De acordo com o primeiro-ministro belga, foi detectada a interferência em seu território nacional, mas não os supostos pagamentos com os quais foi financiada tal rede de influência.

Beneficitários da Rússia

Entre os principais partidos políticos que podem ter sido impulsionados pela interferência russa, estão o francês Rassemblement National, o austríaco Freedom Party e o alemão AfD, entre outros. Em comum, todos criticaram o apoio da União Europeia à Ucrânia, e estão projetados para ganhar mais votos nessa eleição.

De modo a remediar a situação antes de junho, data das eleições, as investigações pediram uma reunião urgente para a Cooperação Criminal e Justiça (Eurojust) discutir o caso, que deve ser tratado na próxima quarta-feira (17) em Bruxelas.

A Bélgica é a sede das instituições europeias, temos uma responsabilidade e nossa responsabilidade é defender que o direito de todos os cidadãos a um voto livre e seguro possa ser mantido,” afirmou o primeiro-ministro belga.


Protestos nos Estados Unidos, em 2017, contra a interferência da Rússia nas eleições (Foto: reprodução/Eduardo Munoz Alvarez/AFP)

Influência Russa

Neste mesmo ano, em março, a República Tcheca também denunciou uma rede de influência que havia sido financiada pela Rússia no seu território, e que então foi desmantelada. Mas até mesmo esse incidente não foi o primeiro de um país acusar a Rússia de interferir com o processo eleitoral internacional.

Já faz tempo que nações ocidentais tem acusado a Rússia de interferir com as suas eleições. Desde às eleições estadunidenses de 2016, quando investigações posteriores revelaram que a agência Glavset, em Saint Petersburg (Rússia), havia criado milhares de contas em redes sociais e atingido milhões de usuários de modo a espalhar a desinformação em favor de Donald Trump.

Em todos os casos, a Rússia negou as acusações.

Rússia aumenta tensões em Kiev com o acionamento de mísseis balísticos

Nesta quinta-feira (28), a autoridade ucraniana local afirmou que o governo de Kiev (capital da Ucrânia) vai reforçar a sua segurança após nova onda de ataques russos utilizando mísseis balísticos. A ofensiva tem como alvo o sistema de energia do país, desde a semana passada, e parece representar uma “vingança” contra bombardeios que Kiev promoveu nas regiões russas.

Peço aos moradores de Kiev que permaneçam calmos. Não entrem em pânico. Estamos usando medidas preventivas para que Kiev e seus residentes sejam defendidos de forma confiável,” afirmou Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.

Além disso, também foi confirmado que o conselho de defesa da cidade vai aumentar a segurança em torno de reuniões e avaliar o risco de eventos públicos. Outra preocupação é a de que agentes russos e “outros elementos inimigos” possam estar tentando infiltrar na cidade.


Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto:Reprodução/AFP/Folha)

Geopolítica

Devido à ameaça russa, a Ucrânia logo está novamente requisitando o apoio de países aliados do Ocidente, principalmente no fornecimento de sistemas de defesa e munições que poderiam interceptar os mísseis balísticos da Rússia. No entanto, tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia estão limitados por fatores importantes: as suas próprias economias, e o ano de eleição.

Nos EUA, a disputa política pode ser observada até mesmo em casos como o do conflito de Israel e Hamas, que levou o país a ser acusado de abusar de seus poderes no Conselho de Segurança da ONU para favorecer seus próprio interesses em vez da resolução do conflito. Já na Europa, a questão do fornecimento de armas à Ucrânia chegou a ser frustrado por causa do mercado de grãos.

De fato, uma das pautas dos fazendeiros europeus que recentemente se manifestaram pelo bloco, além de irem contra às regulações de sustentabilidade da União, também reclamaram da invasão de produtos ucranianos em seus países. Estes grãos e cereais, precarizados, baratos, e desregulados, facilmente superavam a competição europeia, atrapalhando a produção nacional de países como a Polônia, que parou de fornecer armamentos à Ucrânia.

Terror

Do outro lado do conflito, a Rússia está novamente movimentada para escalar o conflito, e com sentimento elevado. Em grande parte, isso ocorre por causa do ataque terrorista que ocorreu em Moscou na outra sexta-feira (22), o qual embora tenha sido reivindicado pelo Estado Islâmico, foi cooptado por outras narrativas.

Pensamos que a ação foi preparada por islamistas radicais e que, claro, foi facilitada pelos serviços especiais ocidentais, e que os serviços especiais ucranianos estão diretamente envolvidos,” disse Alexander Bortnikov, chefe do serviço de segurança russo, e Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, concordou. “Obviamente foi a Ucrânia.

No total, 143 russos faleceram devido ao ataque terrorista. Nesta quarta-feira (27), ataques russos à Kharkiv deixaram quatro mortos e trinta feridos na região. Em resposta, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky requisitou caças F-16. Em resposta a isso, Vladimir Putin afirmou que vai abater os jatos caso sejam fornecidos pela Otan.

Nenhum dos dois países divulgou o número oficial de mortos, mas estimativas da inteligência dos Estados Unidos afirmam que pode ser até 700 mil perdas até o momento, somando os dois lados do conflito.

Ucrânia expõe descontentamento após fala do Papa Francisco

Após entrevista gravada no mês passado para a emissora suíça RSI, onde Papa Francisco alegou que a Ucrânia deveria ter “coragem da bandeira branca” e negociar o fim da guerra com a Rússia, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia intimou nesta segunda-feira (11) o representante da Santa Fé, cargo equivalente a um embaixador, qual representa o Líder Católico no exterior, para expressar insatisfação. 

Coragem da bandeira branca

Em entrevista concedida a RSI, que deve ser veiculada na íntegra em 20 de Março, o Papa Francisco foi questionado quanto sua posição em relação entre os dizeres da Ucrânia desistir do confronto já que não foi capaz de afugentar as forças russas, e aqueles que afirmam que agir assim iria legitimar o lado mais forte. 

“Essa é uma interpretação, e isso é verdade”, afirmou o líder da igreja católica, concordando com o termo “bandeira branca”, usado pelo entrevistador. 

“Mas penso que o melhor é aquele que olha para a situação, pensa no povo e tem a coragem da bandeira branca e negocia”, continuou o Papa, acrescentando que as conversas deveriam acontecer com a ajuda das grandes potências internacionais. 

Francisco ainda disse mais, acrescentando que negociar seria uma palavra corajosa, uma vez que se vê derrotado e que as coisas não vão bem. “É preciso ter coragem para negociar”, disse Francisco de acordo com transcrição de trechos da entrevista cedida pela Reuters no sábado passado.

Devolutiva

Descontente com a fala do pontifício, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou o embaixador do Vaticano na Ucrânia, o arcebispo Visvaldas Kulbokas, para expressar todo o descontentamento que a fala do Papa Francisco gerou. 

Visvaldas Kulbokas foi informado que o Papa Francisco deveria se manter longe de declarações que “legalizam o direito do poder e incentivam ainda mais desrespeitos às leis internacionais”, relata o comunicado no site do ministério. 

Ainda no comunicado, há que o ministério espera que Francisco “envie sinais à comunidade internacional sobre a necessidade de imediatamente unir forças para garantir a vitória do bem sobre o mal”, continua o escrito, evidenciando a insatisfação causada pelas últimas declarações do Papa. 

Ele prossegue, afirmando que a “Ucrânia busca paz como nenhum outro Estado. Essa paz, no entanto, precisa ser justa e baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas e a fórmula de paz proposta pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.”

Não muito longe da situação, Zelensky se pronunciou e mesmo sem citar nomes ou cargos, rebateu os comentários afirmando que figuras religiosas distantes não deveriam se envolver em “mediação virtual entre alguém que quer viver e alguém que quer destruí-lo”.


O líder da Ucrânia Volodymyr Zelensky se manifestou após fala do Papa Francisco (reprodução/Instagram/@zelensky.stan)

A entrevista completa com a fala do Papa Francisco que causou decepção a Ucrânia deve ir ao ar no dia 20 de Março, na emissora suíça RSI como parte de um novo calendário cultural.