Gaza: Relatórios palestinos indicam que número de mortos supera 70 mil

Neste sábado (29), o número de mortos na Faixa de Gaza superou 70 mil, conforme dados das autoridades palestinas. Ao mesmo tempo, equipes de emergência continuam removendo destroços acumulados após meses de ofensivas contínuas. Além disso, representantes locais afirmam que muitos corpos ainda não foram localizados nem registrados oficialmente.

Desde a implementação do cessar-fogo, há aproximadamente seis semanas, equipes de resgate localizaram mais de 600 corpos. Entretanto, profissionais envolvidos nas buscas relatam entraves operacionais que dificultam a retirada integral dos escombros. Por esse motivo, analistas avaliam que o total de vítimas ainda deve aumentar de maneira significativa.

Resgates continuam e desaparecidos preocupam autoridades

No cenário atual, a Defesa Civil de Gaza estima que cerca de dez mil pessoas permanecem soterradas no território. Ainda segundo o órgão, essas vítimas morreram durante bombardeios realizados ao longo do conflito. Diante disso, equipes mantêm buscas mesmo diante da falta de maquinário e combustível.


Ataque retaliatório de Israel a Gaza (Foto: reprodução/Omar AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)


Além disso, o Ministério da Saúde informou a morte de mais de 350 palestinos após o início da trégua. De acordo com o comunicado, os óbitos ocorreram durante ações das forças israelenses. Ainda assim, o cessar-fogo segue oficialmente válido, apesar das denúncias frequentes.

Mortes de civis alimentam divergências e críticas

As autoridades da Faixa de Gaza divulgam os dados sem separar civis de integrantes do Hamas. Ainda assim, o Ministério da Saúde local sustenta que mulheres e crianças formam a maior parte das vítimas. Conforme o levantamento, mais de dez mil mulheres e aproximadamente 20 mil crianças morreram ao longo de dois anos de conflito.

Assim também, Israel reconhece a morte de civis palestinos durante o conflito armado. Porém, o governo israelense questiona a confiabilidade dos números apresentados pelo ministério local. Além disso, acusa o Hamas de operar em áreas civis e usar moradores como proteção estratégica.

Acordos recentes ampliam expectativas e tensões

No início de outubro, o Hamas libertou os últimos 20 reféns israelenses que permaneciam em poder do grupo. A medida integrou o acordo de cessar-fogo firmado com mediação internacional. Durante as negociações, o presidente dos Estados Unidos classificou o gesto como um marco simbólico. Paralelamente, Israel deu início à liberação de cerca de 1.968 prisioneiros palestinos, o que renovou expectativas de redução das tensões na região.


Israel anunciou ataques aéreos após o cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Posteriormente, Hamas e Israel anunciaram um acordo de paz referente à primeira fase da trégua. Dias depois, Trump alertou que Israel poderá retomar a região se houver descumprimento do acordo. Segundo ele, a Casa Branca apoiará ações severas diante de novas mortes em Gaza. Por fim, o presidente reforçou a exigência de cumprimento rigoroso dos termos acertados.

Trump ameaça Hamas após retomada violenta de Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje, através da rede social Truth Social, que, caso o Hamas continue a matar pessoas em Gaza, a Casa Branca permitirá que Israel reocupe a região e aniquile os membros do grupo. Um dos negociadores da paz temporária no Oriente Médio, Trump advertiu os terroristas acerca do estrito cumprimento do acordo, na busca pela manutenção da trégua.

Hamas mata 33 pessoas em Gaza

À medida que libertava os últimos reféns vivos, na segunda-feira (13), o Hamas retomou de forma violenta o controle sobre a Faixa de Gaza. Supostos colaboradores das forças israelenses foram assassinados nas ruas.

Uma fonte anônima disse à CNN que, desde a interrupção do conflito, 32 membros de “uma gangue ligada a uma família na Cidade de Gaza” foram mortos, assim como seis integrantes dessa mesma família. Mais tarde, vídeos de execuções públicas no que parece ser a localidade puderam ser vistas nas redes sociais, embora não se saiba a data e local exatos da produção do conteúdo.


Guerra em Gaza deixou brutal destruição (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Abdolrahman Rashad/)


A situação não é nova. Historicamente, os vários recuos de tropas israelenses em Gaza, após brutal destruição promovida pelo Estado vizinho, foram acompanhados de repressão àqueles que facilitaram ou lucraram com sua ocupação, o que configura uma afronta aos termos da negociação de paz.

Tropas israelenses também foram acusadas, pela Organização das Nações Unidas, nos últimos dias, de desrespeitar o acordo, ao atirar contra civis palestinos que se aproximaram quando elas se retiravam da região. 

Cessar-fogo é anunciado

A partir da liderança dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, foi divulgado na segunda-feira (13) um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, após 2 anos de conflito. 

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou uma festa isarelense na fronteira com Gaza, deixando 1.200 mortos e 251 sequestrados. Israel revidou com brutalidade, fazendo cerca de 67 vítimas palestinas fatais e desencadeando uma crise humanitária na região, que sofre com o precário abastecimento de comida e água.

As recentes negociações possibilitaram o imediato retorno dos reféns mantidos pelo grupo terrorista a suas famílias. Contaram ainda com planos de desarmamento do Hamas e de um futuro sem que esse comande a região, no que poderia culminar com o feito inédito da criação do Estado da Palestina, uma reivindicação histórica da ONU e do mundo árabe.

É ela, a história, no entanto que provê argumentos contrários à esperança de novos tempos: entre diversos cessar-fogo, o conflito já dura quase 80 anos, contando com inúmeros conflitos e tréguas nesse meio tempo.

Reconhecimento diplomático: Israel anuncia maior honraria civil a Donald Trump

O cenário político e diplomático internacional ganhou destaque nesta segunda-feira (13), com o anúncio de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será agraciado com a Medalha de Honra Presidencial Israelense, a maior honraria civil concedida pelo Estado judeu. O reconhecimento, oficializado pelo presidente de Israel, Isaac Herzog, é uma resposta direta à atuação de Trump na mediação que culminou no atual acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e na iminente libertação dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza por mais de dois anos.

A notícia foi divulgada em paralelo à chegada de Trump a Israel na manhã desta segunda-feira, marcando o início de uma breve, mas intensa, visita ao país. A Medalha de Honra Presidencial, que já foi concedida a figuras de destaque internacional como o ex-presidente dos EUA Barack Obama em 2013, é reservada a indivíduos que demonstraram uma “contribuição extraordinária ao Estado de Israel ou à humanidade”.

Trump será homenageado por papel decisivo em acordo de cessar-fogo

Em um comunicado oficial, o presidente Herzog enfatizou a relevância dos esforços do líder americano: “Por meio de seus esforços incansáveis, o presidente Trump não apenas ajudou a trazer nossos entes queridos para casa, mas também lançou as bases para uma nova era no Oriente Médio, construída com base na segurança, cooperação e esperança genuína por um futuro pacífico”. Herzog classificou como uma “grande honra” a futura entrega da comenda.

O papel de Donald Trump foi classificado como “central nas negociações” que garantiram o acordo de cessar-fogo e a prometida libertação dos reféns israelenses. Contudo, apesar do peso do anúncio, a cerimônia de entrega da medalha não ocorrerá de imediato. O presidente Herzog informou que Trump será notificado sobre a premiação durante sua visita e a receberá formalmente “nos próximos meses“.


Donald Trump no Knesset, o Parlamento de Israel (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Agenda internacional e clima de incerteza

A agenda do Trump em Israel inclui um discurso no Parlamento (Knesset) e encontros com familiares dos reféns, antes de seguir viagem para o balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito. Lá, ele participará de uma cúpula com mais de 20 líderes internacionais, onde está prevista uma declaração formal sobre o fim da guerra em Gaza.

Apesar do otimismo de Trump, que no domingo, ao embarcar na Base Aérea de Andrews, declarou que “a guerra terminou“, a afirmação ainda paira sob o signo da incerteza. Segundo fontes próximas às negociações, Israel e Hamas continuam a ter divergências em relação aos termos finais do conflito, sugerindo que o fim das hostilidades, embora iminente, ainda não está totalmente consolidado. A condecoração, portanto, celebra uma etapa crucial de um processo de paz ainda em curso.

Acordo de cessar-fogo é selado sem Israel nem Hamas

Uma cúpula de paz histórica foi realizada na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh nesta segunda-feira (13), onde dezenas de líderes globais assinaram um acordo para oficializar o cessar-fogo na guerra em Gaza. O fato curioso é que Israel e o Hamas não participaram do evento, apesar de serem as partes centrais do conflito.

A assinatura e os protagonistas da trégua

No encontro internacional, mais de 20 chefes de Estado e governo se reuniram para formalizar a trégua proposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que já havia sido negociada por representantes de Israel e do Hamas na fase anterior do conflito. A cerimônia teve contornos simbólicos e diplomáticos: embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha sido convidado, ele acabou recusando o convite, alegando que o evento coincidia com um feriado judaico.

Entre os presentes estavam Trump; o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani; os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, do Egito, Abdul Fatah Al Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; além de líderes europeus como Keir Starmer (Reino Unido) e Emmanuel Macron (França. A ausência de Israel e Hamas marcou o caráter externo da articulação, impressa como mediação internacional para cessar hostilidades.


Momentos de celebração por cessar-fogo (Foto: Reprodução/Abir Sultan/EPA)


A cúpula propôs ainda a criação de um “conselho supervisor” para Gaza, destinado a monitorar o cumprimento do acordo na fase inicial do pós-guerra. O trabalho desse órgão, no entanto, ainda carece de definições, especialmente quanto ao seu poder de intervenção e composição.

Recompensas, liberação de reféns e desafios futuros

A formalização do cessar-fogo ocorreu poucas horas após o Hamas ter liberado os 20 últimos reféns que permaneciam sob seu controle em Gaza. Como parte do acordo, Israel também iniciou a soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua por crimes contra israelenses. Os libertados foram encaminhados pela Cruz Vermelha a Gaza, à Cisjordânia ou outros destinos.

Apesar desse avanço simbólico, diversos pontos críticos do plano ainda são nebulosos, sobretudo a questão do desarmamento do Hamas, a retirada futura das tropas israelenses e a estrutura de governança emergente para Gaza. O acordo mostra que há disposição diplomática global para uma trégua formal, mas a sustentabilidade do cessar-fogo dependerá do engajamento das partes centrais e da capacidade de monitoramento internacional.

Hamas libera últimos reféns vivos e acordo de cessar-fogo marca virada na guerra

Em um dia histórico e simbólico, o grupo Hamas libertou nesta segunda-feira (13) os últimos 20 reféns israelenses vivos que estavam em cativeiro há mais de dois anos, como parte do acordo de cessar-fogo com Israel. Donald Trump, presente às negociações, definiu o momento como “o fim de uma era de mortes e terror”. Israel também iniciou a soltura de cerca de 1.968 prisioneiros palestinos, numa troca que reacende esperanças de estabilidade na Faixa de Gaza.

Os reféns, em sua maioria jovens homens, foram recebidos em Israel sob forte comoção. Multidões celebraram o retorno com abraços, lágrimas e agradecimentos enquanto o Presidente Trump discursava no Parlamento israelense. Ele recebeu aplausos por parte dos deputados e foi ovacionado ao afirmar que o Oriente Médio “entra em tempos de paz”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também declarou que a guerra passou e que Israel adentra uma nova fase. O cessar-fogo foi assinado em Sharm el-Sheikh, no Egito, durante cúpula que reuniu mais de 20 líderes mundiais.

Troca de prisioneiros do Hamas e impacto humanitário

Simultaneamente à libertação dos reféns, cerca de 1.968 prisioneiros palestinos foram soltos por Israel. Esses prisioneiros chegaram à Faixa de Gaza e à Cisjordânia em ônibus sob forte escolta, onde foram recebidos por milhares de pessoas.

A tensão no conflito entre Israel e Hamas deixou mais de 67 mil palestinos mortos e provocou um desastre humanitário na região — com deslocamentos em massa e infraestrutura destruída. Com os acordos em curso, espera-se que o fluxo de ajuda humanitária para Gaza aumente significativamente. Trump afirmou que Hamas teria autorização temporária para realizar operações de segurança interna em Gaza, com o objetivo de evitar o vácuo de poder e conter saques e caos nas ruas.

Desafios para uma paz duradoura

Embora o cessar-fogo pareça colocar fim aos confrontos mais intensos, muitos pontos do acordo ainda carecem de definição. O plano negociado propõe que o Hamas devolva armas, que Israel retire tropas progressivamente e que seja criado um conselho para supervisionar Gaza no pós-guerra — none desses elementos foi confirmado plenamente até o momento.

Hamas, por sua vez, declarou ter recebido garantias de mediadores internacionais para retomar certa autoridade de segurança local, cumprindo parte de seu próprio papel no governo local, apesar de ainda resistir ao desarmamento total.


Plantão da TV Globo anuncia a liberação dos reféns do Hamas durante a madrugada (Vídeo: reprodução/X/@forumeplay)

Críticos alertam que o acordo parece tratar apenas da “primeira fase” de uma paz instável. A troca de reféns e prisioneiros é um passo simbólico, mas as disputas sobre arrecadação, reconstrução, controle territorial e governança de Gaza ainda são batalhas que permanecem abertas.

Apesar da celebração pública e do simbolismo da libertação, analistas avaliam que o acordo representa mais uma trégua tática do que o início de uma paz duradoura. A presença de Donald Trump como mediador reacendeu debates sobre o papel dos Estados Unidos no Oriente Médio — e sobre o quanto o novo pacto favorece politicamente tanto Washington quanto Tel Aviv.

Fontes diplomáticas ligadas à ONU afirmam que a reconstrução de Gaza ainda enfrenta obstáculos logísticos e políticos. Israel exige supervisão internacional rigorosa para entrada de recursos, enquanto o Hamas tenta garantir espaço político interno, resistindo à perda de autoridade. A União Europeia e o Egito pressionam por um corredor humanitário permanente, mas temem que as disputas internas entre facções palestinas atrasem o processo.

Em Tel Aviv, o clima é de cautela. Mesmo com o retorno dos reféns, parte da população teme que o cessar-fogo seja apenas uma pausa temporária antes de novos bombardeios. Em Gaza, a população celebra o fim imediato da violência, mas vive sob ruínas e escassez — com energia racionada, hospitais colapsados e milhares de desabrigados.

Mais do que um tratado, o acordo marca o início de uma disputa silenciosa por controle e legitimidade. Se a libertação dos reféns encerra um capítulo da guerra, o próximo — o da reconstrução e da governança — pode ser ainda mais decisivo para o futuro do Oriente Médio.

Família reencontra refém israelense libertado pelo Hamas

Omri Miran, cidadão israelense mantido refém pelo Hamas por mais de dois anos, foi libertado nesta segunda-feira (13), durante o mais recente cessar-fogo na Faixa de Gaza. O vídeo de seu reencontro com a esposa e o pai, divulgado nas redes sociais e por veículos internacionais, mostra abraços emocionados e lágrimas após mais de 700 dias de incerteza.

A libertação faz parte de uma nova etapa nas negociações entre Israel e o grupo palestino, que também prevê a troca de prisioneiros e assistência médica aos libertados.

Emoção marca o retorno dos reféns a Israel

O retorno de Omri Miran e de outros reféns libertados pelo Hamas provocou grande comoção em Israel. Imagens divulgadas pelo Exército israelense mostram familiares aguardando em bases militares e hospitais preparados especialmente para receber os libertos. Psicólogos, médicos e agentes de segurança acompanharam todo o processo de acolhimento, oferecendo suporte físico e emocional após o longo período de cativeiro.

Autoridades israelenses classificaram as libertações como um avanço humanitário significativo, embora reforcem que ainda há dezenas de pessoas mantidas em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradeceu o trabalho das forças de resgate e destacou que está comprometido com a paz. O caso reacendeu o debate sobre os impactos humanitários do conflito e sobre as condições dos prisioneiros em meio às negociações em curso.


Vídeo mostra família reencontrando refém israelense libertado pelo Hamas (Vídeo: reprodução/Youtube/@New York Post)

Reencontros renovam esperança em meio ao conflito

As cenas de alegria e alívio contrastaram com o cenário de destruição em Gaza e a tensão que ainda domina a região. Para muitas famílias, o reencontro representa um raro momento de esperança em meio à guerra, reacendendo o desejo por uma solução duradoura. Especialistas em relações internacionais destacam que libertações como essa têm peso simbólico, pois reforçam a importância de canais diplomáticos mesmo em contextos de hostilidade.

Nas redes sociais, milhares de mensagens celebraram o retorno dos reféns, enquanto grupos humanitários pediram a continuidade dos esforços para garantir a libertação de todos os sequestrados. O caso de Omri Miran tornou-se símbolo da resistência e da dor compartilhada por famílias que seguem aguardando notícias de seus entes queridos, lembrando que cada vida recuperada é um passo em direção à paz.

Brasil elogia cessar-fogo entre Israel e Hamas e destaca papel dos EUA

Nesta quinta-feira (09), o governo federal, por meio do Itamaraty, divulgou uma nota exaltando a trégua na Faixa de Gaza e ressaltando a importância dos esforços diplomáticos que resultaram no acordo entre Israel e Hamas.

No comunicado, o Itamaraty também reforçou o compromisso do Brasil com a diplomacia internacional e a busca por soluções pacíficas para conflitos. A nota destacou ainda a importância de preservar a segurança e os direitos da população civil na região, ressaltando o papel das negociações multilaterais para a estabilidade do Oriente Médio.

O que diz a nota oficial do Itamaraty

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, saudou o anúncio de um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, ressaltando que a primeira fase do plano para encerrar o conflito surge após dois anos de confrontos.

A nota destaca a urgência de interromper os ataques que já causaram mais de 67 mil mortes e deslocaram quase dois milhões de pessoas, além de provocar ampla destruição da infraestrutura civil. O comunicado também enfatiza que o acordo prevê a libertação de reféns, a troca de prisioneiros palestinos, a entrada irrestrita de ajuda humanitária e a retirada das tropas israelenses até os pontos previamente acordados.

O Itamaraty reforça ainda o caráter humanitário do cessar-fogo, defendendo que ele deve proporcionar alívio imediato à população civil e garantir acesso seguro à assistência internacional, incluindo equipes das Nações Unidas. O Brasil exorta todas as partes a cumprirem integralmente os termos do acordo, engajarem-se de boa-fé nas negociações e darem início à reconstrução da Faixa de Gaza sob supervisão palestina.


Detalhes sobre o pronunciamento do Itamaraty (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Itamaraty defende solução de dois Estados para o conflito

O Itamaraty reforçou a posição histórica do Brasil em favor da solução de dois Estados como caminho para a paz no Oriente Médio. De acordo com a nota oficial, a criação de um Estado palestino independente e viável deve permitir que Palestina e Israel coexistam em segurança e paz, respeitando as fronteiras de 1967 e garantindo Jerusalém Oriental como capital do novo Estado palestino.

O governo brasileiro ressalta que essa abordagem é essencial para a estabilidade da região, defendendo negociações multilaterais que respeitem o direito à autodeterminação do povo palestino. A nota enfatiza ainda que a implementação da solução de dois Estados deve vir acompanhada de esforços humanitários e diplomáticos, incluindo a reconstrução da Faixa de Gaza e a proteção da população civil.

O pronunciamento do Itamaraty reforça o compromisso do Brasil com a diplomacia e a busca por soluções pacíficas no Oriente Médio. Ao destacar a importância da trégua, da reconstrução humanitária e da criação de um Estado palestino viável, o país reafirma sua posição histórica de apoio à paz, à segurança da população civil e à coexistência pacífica entre Israel e Palestina.




Ministro da Defesa de Israel elogia Trump e Netanyahu por firmarem acordo

Nesta quinta-feira (9), Israel Katz, Ministro da Defesa de Israel, parabenizou o presidente americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por firmarem a  primeira fase do acordo de paz na Faixa de Gaza. O novo tratado prevê a liberação de reféns que estão sob domínio do Hamas. 

“Agradeço ao Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e ao presidente dos EUA, Donald Trump, pela liderança que levou ao acordo — e aos heróicos soldados das Forças de Defesa de Israel, cuja coragem, determinação e imenso sacrifício nos trouxeram a este grande momento”, escreveu o ministro no aplicativo Telegram. 

Além disso, Katz também escreveu uma mensagem às famílias dos reféns mantidos pelo Hamas desde o início da guerra e, também, saudou as tropas das Forças de Defesa de Israel, incluindo os mortos. 

A primeira parte do acordo

Na última quarta-feira (8), Israel e Hamas anunciaram que chegaram a um acordo para implementar a primeira parte do plano de cessar-fogo no território da Faixa de Gaza. Esse acordo, apresentado em setembro pelos Estados Unidos, teve negociação mediada pelo Egito, Turquia e Catar. 


Moradores de Gaza comemoram acordo de paz selado entre Israel e Hamas. (Vídeo/Instagram/@bbcbrasil)

De acordo com os pontos discutidos, esta primeira etapa consistirá na liberação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da guerra, em outubro de 2023. Além disso, tropas israelenses devem recuar de suas posições em Gaza. Por fim, o território palestino receberá mais caminhões de ajuda humanitária, com a entrega de comida, água e medicamentos. 

Os corpos dos reféns mortos

Apesar da primeira parte do plano de cessar-fogo incluir a devolução dos reféns e os corpos dos que já foram mortos, o Hamas alega que não sabe onde estão todos os corpos das vítimas. 

Nesse sentido, segundo a imprensa americana, o grupo teria pedido mais tempo para devolver os corpos dos israelenses mortos. Estima-se que dos 48 reféns que permaneciam sob domínio do Hamas, apenas 20 estejam vivos. 

De acordo com a primeira parte do plano, Israel também deve libertar quase 2 mil palestinos, incluindo os condenados à prisão perpétua.

Acordo de Paz entre Israel e Hamas é assinado

O grupo Hamas e o governo de Israel chegaram a um acordo de Paz na noite desta quarta-feira (8), marcando a primeira fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza, após semanas de intensas negociações. Anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em suas redes sociais, o compromisso foi mediado por potências internacionais, incluindo Catar, Egito e Turquia. Entre as medidas adotadas estão a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da escalada, em 07 de outubro de 2023.

Em seu comunicado, Trump destacou que este é um passo importante que pode abrir caminhos para uma paz duradoura na região. Contudo, muitos detalhes da tratativa continuam sendo discutidos, com a implementação de várias cláusulas que dependem de condições políticas complexas e futuras negociações entre as partes envolvidas.

Complexidade do acordo

Ainda em fase inicial, o acordo prevê que o grupo Hamas liberte todos os reféns em um prazo de 72 horas, com expectativa de que, até o próximo sábado (11), a libertação seja concluída. No entanto, o Hamas solicitou um prazo maior para devolver os corpos das vítimas, indicando a complexidade das questões humanitárias ainda em jogo nas negociações. Segundo informações, 48 reféns israelenses são mantidos em território palestino, destes 20 estariam vivos.


Publicação de Benjamin Netanyahu sobre libertação dos reféns israelenses (Foto: reprodução/X/@netanyahu)

Em contrapartida, Benjamin Netanyahu se comprometeu a libertar prisioneiros palestinos mantidos em território israelense, algo imposto pelo grupo Hamas desde o início das negociações. Além disso, o governo de Israel deve retirar suas tropas da Faixa de Gaza, sinalizando um recuo militar. No entanto, essa é uma questão ainda em aberto, já que os detalhes sobre onde as tropas se posicionarão permanecem incertos.

As negociações

As negociações para o cessar-fogo começaram logo após o ataque ocorrido há dois anos, ao sul da Faixa de Gaza, em Re’im, no deserto de Negev, durante um festival de música eletrônica, quando o grupo Hamas sequestrou 251 reféns e matou centenas de pessoas na ofensiva, de acordo com informações divulgadas à época. Porém, os vários acordos anteriores foram violados e a assinatura deste novo compromisso oferece esperança para a redução das hostilidades na região.

A proposta aceita foi apresentada pela Casa Branca em setembro deste ano, com uma série de medidas, incluindo uma zona de segurança para Israel e um governo de transição palestino sob supervisão internacional, sem intervenção, direta ou indireta, do grupo Hamas. Porém, conforme especialistas, a assinatura do acordo não significa o fim imediato das tensões entre as partes, uma vez que as divergências ideológicas e políticas permanecem.


 

Publicação da Casa Branca sobre o acordo assinado entre o grupo Hamas e o governo de Israel (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Desde o ataque, a Faixa de Gaza tem sido palco de um intenso conflito, com mais de 60 mil mortos palestinos, segundo estimativas divulgadas pelo Hamas. Embora o novo plano indique que um Estado independente da Palestina poderia ser uma possibilidade futura, ele está condicionado a uma série de reformas internas e à pacificação do território.

O futuro da Faixa de Gaza também envolve a reconstrução da infraestrutura devastada e a entrada de ajuda humanitária, o que exigirá um esforço internacional considerável. O “Conselho da Paz”, será liderado por Donald Trump, que supervisionará a reconstrução e os recursos destinados à população Palestina.

Expectativas internacionais

Em suas declarações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou a assinatura do acordo, ressaltando a importância da libertação dos reféns e o “grande dia” para o Estado de Israel. Se comprometendo a submeter o tratado à aprovação interna de seu governo e elogiando o trabalho das forças de defesa do país. “Graças à coragem e ao sacrifício dos nossos soldados, chegamos a este dia”, disse Netanyahu, referindo-se ao esforço militar israelense na região.

O grupo Hamas, por sua vez, expressou gratidão aos mediadores, mas reforçou a necessidade de garantir que Israel cumpra todos os termos do acordo, especialmente no que diz respeito ao fim das agressões e à implementação das condições acordadas.


Publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o acordo de cessar-fogo (Foto: reprodução/X/@ONUNews)

Em contrapartida, a comunidade internacional observa de perto o desenvolvimento dos próximos passos, na esperança de que a primeira fase do cessar-fogo possa ser o início de uma negociação mais ampla e, eventualmente, de uma solução política para o impasse de décadas. Embora ambicioso, o compromisso enfrenta muitos obstáculos, desde a reconciliação interna da Palestina até a aceitação do governo de Netanyahu, que rejeita a criação de dois Estados.

 

 

Guerra em Gaza: Hamas pede por libertação de Marwan Barghouti em acordo com Israel

Marwan Barghouti, ex-líder do partido Fatah na Cisjordânia, tem grande prestígio entre os políticos palestinos. Atualmente, o político é prisioneiro palestino em cárcere israelense, cumprindo cinco penas de prisão perpétua.

Em 2002, foi preso durante a Segunda Intifada Palestina, acusado de planejar ataques que resultaram na morte de cinco civis israelenses. Quando foi acusado, ele negou os crimes e contestou a jurisdição e legitimidade do tribunal que o julgou. Aos 66 anos, o líder, que é ativista desde a adolescência, é visto por seus apoiadores como um “Nelson Mandela palestino, que é capaz de liderar seu povo à independência. Para Israel, no entanto, é considerado um dos terroristas mais perigosos.

Hamas faz proposta de cessar-fogo

Devido à grande popularidade de Barghouti, o Hamas passou a exigir sua libertação através de uma possível negociação de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O acordo, se for aceito, poderia reconfigurar o cenário político palestino.

Mesmo com toda a pressão internacional e as tentativas anteriores de negociação, Israel tem se recusado sistematicamente a considerar a libertação do líder. O filho de Marwan, Arab Barghouti, afirmou em entrevista à CNN que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não quer libertar seu pai porque “não deseja um parceiro para a paz”.

Popularidade intacta após duas décadas

Mesmo preso há mais de 20 anos, Marwan Barghouti ainda é visto como o único capaz de unir as facções palestinas e consolidar a independência do território. Sua popularidade supera a do atual presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que está cargo há duas décadas e é frequentemente acusado de falta de legitimidade democrática.

A Autoridade Palestina (AP) passa por crises financeiras graves e sofreu denúncias de corrupção que, unidas às restrições impostas por Israel, enfraqueceram o governo na Cisjordânia. Críticos analisaram que a libertação de Barghouti poderia fortalecer a AP, cenário que não é conveniente para Netanyahu, já que vai contra à criação de um Estado palestino independente.


Líder palestino (Foto: reprodução/Uriel Sinai /Getty images embed )


O histórico de Barghouti

Ingressante do Fatah aos 15 anos, quando o partido era proibido por Israel, Marwan passou quatro anos encarcerado. Após ganhar sua liberdade, se tornou estudante de História e Ciência Política e ocupou o cargo de secretário-geral do partido na Cisjordânia, além de ser eleito membro do Conselho Legislativo Palestino.

Com os Acordos de Oslo, selados em 1994, o líder pôde retornar a Ramallah, sua cidade natal. A detenção acabou aumentando sua popularidade, reforçando sua imagem de líder carismático disposto a dialogar com diferentes correntes políticas palestinas. A última vez que foi visto publicamente, foi em um vídeo divulgado pelo ministro israelense de extrema-direita Itamar Ben Gvir, que o filmou dentro da prisão. Com uma aparência debilitada, a filmagem causou preocupação entre os apoiadores e familiares. Atualmente, Barghouti vive em confinamento solitário desde o início da guerra em Gaza, segundo familiares e organizações de direitos humanos.