Ministro diz que Hungria não teve intoxicação; equipe do cantor rebate e pede laudos

Após o ministro da Saúde negar intoxicação por metanol, equipe de Hungria diz que ainda não teve acesso aos laudos e aguarda confirmação oficial. A equipe do cantor Hungria contestou, nesta segunda-feira (06), a declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que afirmou que os exames realizados no artista não apontaram presença de metanol nem de substâncias derivadas.

Em entrevista, Padilha disse que o resultado foi obtido após o Ministério da Saúde encaminhar as amostras para um centro de referência em toxicologia do SUS. O ministro explicou ainda que os testes analisaram possíveis derivados tóxicos, como o ácido fórmico, e todos deram negativo.

Assessoria aguarda resultados oficiais

 

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Hungria afirmou que ainda não teve acesso aos laudos oficiais e, portanto, não confirma o resultado divulgado pelo ministro.


“Até o momento, não recebemos o laudo conclusivo dos exames laboratoriais e seguimos aguardando o retorno oficial para esclarecer o caso”, diz o comunicado.

 

Internação e tratamento

 

Hungria foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após apresentar sintomas como fortes dores de cabeça, visão turva e vômitos. Os médicos chegaram a suspeitar de intoxicação por metanol, substância tóxica presente em bebidas adulteradas.
O artista recebeu alta no domingo (5) e segue em acompanhamento médico, durante a internação, o cantor recebeu tratamento com etanol  antídoto usado nesses casos e foi submetido a sessões de hemodiálise.


Hungria recebe alta após internação por intoxicação (Foto: reprodução/Instagram/@hungriaoficial)

Casos em investigação

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 200 casos suspeitos de intoxicação por metanol estão sendo investigados em todo o país. Parte deles já foi confirmada, e o governo mantém ações de monitoramento e alerta às autoridades locais.

Padilha aproveitou para reforçar o alerta à população sobre o consumo de bebidas de origem desconhecida. Assim, o ministro da saúde destacou que bebidas sem procedência representam um risco grave à saúde. Portanto, a recomendação segue sendo evitar qualquer produto sem selo de fiscalização oficial. 

 

Após internação às pressas, Hungria publica foto no hospital e agradece apoio

Nesta quinta-feira (02), o cantor Hungria deu entrada na UTI do hospital DF Star, em Brasília, após suspeita de ter ingerido bebida alcoólica adulterada. Na tarde desta sexta-feira, o artista compartilhou fotos no hospital ao lado da família para tranquilizar o público. Em tom de brincadeira, mas também como alerta, afirmou: “Caso sinta uma sede estranha, arrume um lugar seguro pra tomar uma”.

Sintomas e como ocorreu

Gustavo da Hungria Neves de 34 anos, conhecido como Hungria Hip-Hop, foi internado às pressas após beber vodca na casa de um amigo localizada a 20 km do centro da capital de Brasília. Poucas horas depois, ele apresentou sintomas de visão turva, náuseas, vômitos e dor de cabeça e seguiu para o hospital DF Star. O depósito onde as bebidas foram compradas foi interditado pela Polícia Civil.

A assessoria do cantor informou nas redes sociais que Hungria foi submetido a uma hemodiálise. Segundo o comunicado, ele está livre dos sintomas e seu estado de saúde é estável.


Nota oficial da assessoria de Hungria sobre estado de saúde do artista (Foto: reprodução/Instagram/@hungria_oficial)


Recuperação e alertas

Nesta sexta-feira, já com acesso às suas redes sociais, Hungria compartilhou fotos no hospital com as filhas e escreveu: “Sou profundamente grato à minha família, que não soltou a minha mão nem por um segundo, e a cada amigo e fã que dedicou uma oração, uma palavra de apoio e de carinho”.

O cantor também comentou sobre a recuperação: “Estou me recuperando da melhor maneira possível e logo estarei de volta em casa, mais forte e com a fé renovada. Obrigado por fazerem parte dessa caminhada comigo”.

Para encerrar, reforçou o alerta em tom de humor, após os recentes casos de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo: “Obs: a sexta-feira tem uma energia diferente. Caso sinta uma sede estranha, arrume um lugar seguro pra tomar uma”.


Cantor Hungria em hospital com presença da família (Foto: reprodução/Instagram/@hungria_oficial)


Hungria permanece internado no hospital sob observação e tratamento. Segundo os médicos, a previsão de alta é para o início da próxima semana. Todos os shows da agenda do cantor neste fim de semana foram cancelados ou remarcados.

Amigo de Hungria descreve momentos antes da internação do rapper

Após apresentar sintomas de intoxicação por possível ingestão de bebida alcoólica contaminada com metanol, o rapper Hungria, de 34 anos, segue internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília. O artista já iniciou sessões de hemodiálise e continua recebendo atendimento médico.

O cantor e compositor Dalmi Júnior, amigo que esteve com Hungria durante toda a madrugada antes da internação, relatou que não havia sinais de que algo estivesse errado com o rapper. “Cheguei lá por volta de 23h, meia-noite. Estávamos eu, Hungria e um casal de amigos, donos da casa. Foi uma noite normal. Eu não bebi. Eles beberam vodca, mas nada que fosse demais. Bem de boa mesmo. Ficamos nessa cantoria até às 5h, 6h… E fomos para casa do Hungria”, contou.

Às 3h19 Dalmi compartilhou em suas redes sociais um vídeo em que aparece cantando ao lado do rapper. Algumas horas depois, quando o cantor teve que deixar a casa de Hungria para resolver questões pessoais, recebeu uma ligação da mãe do artista, Raquel, informando que o filho havia passado mal e sido levado ao hospital.


Hungria cantando na resenha com amigos, horas antes de ser internado (Foto: reprodução/Instagram/@dalmijunioroficial)


“O mais maluco disso tudo é que ele não teve nenhuma reação, nenhum sintoma enquanto estávamos juntos. ”, disse Dalmi. Outro amigo, que também estava presente na reunião, consumiu a mesma vodca e procurou atendimento médico após sentir tontura, mas não precisou de internação.

Compras em distribuidora

Pouco antes do encontro com os amigos, Hungria foi visto acompanhado de um colega entrando em uma distribuidora de bebidas no Distrito Federal. Imagens mostram o artista sendo recebido por funcionários e realizando compras no local. A assessoria do rapper confirmou ainda que ele bebeu a vodca em uma casa em Vicente Pires, região a cerca de 20 km do centro de Brasília.

De acordo com o boletim médico, o rapper deu entrada no hospital sentindo fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, com visão turva e quadro de acidose metabólica, condição em que o sangue fica excessivamente ácido.

Estado de saúde e agenda

A equipe informou que os shows do cantor agendados para este fim de semana foram adiados e reiterou que Hungria segue sendo acompanhado pelo médico Leandro Machado.

“O artista permanece sob cuidados médicos e já está fora de risco iminente. Agradecemos a compreensão dos fãs, imprensa e parceiros neste momento”, declarou a assessoria.

O irmão do rapper, Leandro Hungria, também se pronunciou em vídeo publicado nas redes sociais, relatando o tratamento iniciado desde a manhã desta quinta-feira (2).

 

Hungria: manifestante marcham contra lei que proíbe Parada LGBTQ+

Manifestantes tomam as ruas de Budapeste contra as medidas do governo; especialistas falam em riscos às liberdades democráticas. Milhares de pessoas foram às ruas de Budapeste, nesta terça-feira (25), para protestar contra uma nova norma que quer proibir a tradicional parada do orgulho LGBTQ+ e para a polícia utilizar reconhecimento facial para identificar os manifestantes.

A rápida tramitação da proposta na Assembleia húngara, dominada pelo partido de governo Fidesz, aumentou a preocupação em torno dos direitos fundamentais no país.

O governo afirma que a proibição pode servir para proteção das crianças. Mas os opositores da norma atacam-na como uma tentativa de criminalizar a manifestação e silenciar a comunidade LGBTQ+.

Orbán radicaliza seu discurso conservador

O primeiro-ministro Viktor Orbán, no poder na Hungria desde 2010, radicalizou sua agenda conservadora cristã. Nas últimas semanas, além de atacar os direitos LGBTQ+, ele também ameaçou cortar o financiamento estrangeiro para ONGs e para a mídia independente. O endurecimento do seu discurso coincide com o fortalecimento de uma nova oposição, que pode se constituir em um desafio à permanência dele no poder nas eleições de 2026.

Akos Hadhazy, parlamentar independente e organizador do protesto, criticou duramente a nova legislação: “A vil lei aprovada na última terça-feira não se trata apenas de proibir o Orgulho, ela efetivamente permite a supressão de qualquer forma de protesto no futuro”, declarou em uma postagem no Facebook.


Bolsa com a imagem do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban na marcha do Orgulho de Belgrado, em 18 de setembro de 2021 (Foto: reprodução/Andrej Isakovic/Getty Images Embed)


Protestos tomam as ruas de Budapeste

De acordo com estimativas de repórteres da Reuters, cerca de 2.000 pessoas participaram do protesto. Entre elas estava Zsuzsa Szabo, de 72 anos, que viajou da cidade de Kecskemet para se manifestar. “Não se trata do Orgulho, trata-se de liberdade de reunião. Eles estão tentando restringir o direito de reunião, talvez acabar com ele completamente”, afirmou.

Manifestantes gritaram palavras de ordem como “Europa!” e “Fidesz imundo!” enquanto bloqueavam uma das principais pontes da capital. O partido de oposição Momentum também participou ativamente, com seus membros acendendo sinalizadores de fumaça em protesto durante a votação no Parlamento.

Na semana anterior, uma mobilização similar já havia interrompido o trânsito na região central da cidade. O prefeito liberal de Budapeste, Gergely Karacsony, também se manifestou contra a nova legislação.


Protesto contra a nova legislação da Hungria que proíbe paradas do Orgulho (Foto: reprodução/Thomas Traasdahl/Getty Images Embed)


Organizadores prometem manter o evento

Os organizadores da Parada do Orgulho asseguram que a marcha será realizada apesar da proibição. Eles rebatem as acusações do governo e sustentam que o evento não ameaça as crianças.

A nova lei coloca a Hungria em conflito direto com a União Europeia, que já criticou outras medidas contra os direitos civis feitas pelo governo Orbán. Especialistas dizem que a restrição da liberdade de reunião poderá atingir não somente as manifestações LGBTQ+, mas também qualquer movimento de oposição no futuro.

Defesa de Bolsonaro responde Alexandre de Moraes após imagens na embaixada da Hungria

Nesta quarta-feira (27), A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro respondeu sobre a estadia do político na embaixada da Hungria por duas noites, apenas quatro dias depois de ter seu passaporte confiscado por medida cautelar devido a investigação que ocorre na Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

Mesmo que a embaixada seja no território brasileiro, cria-se uma certa imunidade contra a justiça brasileira. Por reciprocidade, os países mantém os prédios como representação do Estado em território internacional, podendo ser utilizado para proteção do povo nativo do país no território que compete a embaixada. Tendo isso em vista, a atitude de Bolsonaro criou interpretações como a busca de Asilo Político.

O que diz a defesa?

A defesa afirma que “é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga”, já que o ex-presidente nunca esteve com medo da prisão, e a decretação de uma medida mais severa, como a prisão preventiva, não estava iminente pois medidas como a apreensão de passaporte e proibição de sair do Brasil já haviam sido tomadas.

Os advogados focam na relação de Bolsonaro com o governo Húngaro, justificando assim, que a estadia na embaixada foi apenas para reforçar o alinhamento com o governo do país.

“Nesse contexto, o peticionário [Bolsonaro] mantém a agenda política com o governo da Hungria, com quem tem notório alinhamento, razão porque sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”, disse a defesa, reiterando o discurso de Bolsonaro, em um evento do Partido Liberal (PL) em São Paulo onde declarou que mantém boas relações internacionais.

Segundo o advogado Fábio Wajngarten, o desejo era “de despachar pessoalmente com o Ministro (Alexandre de Moraes) a fim de elucidar por completo toda e qualquer especulação fantasiosa sobre o tema”, mas em razão do recesso da Suprema Corte, a resposta precisou ser protocolada por meio eletrônico.

O que pode ser feito?

Caso o Ministro Alexandre de Moraes considere a ida de Bolsonaro à embaixada um pedido de fuga ou asilo político, medidas cautelares como a prisão preventiva ou prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica podem ser tomadas.


Advogado Augusto de Arruda Botelho via X (Reprodução/x/@augustodeAB)


O advogado Augusto de Arruda Botelho, ex Secretário Nacional de Justiça, supôs que Bolsonaro poderia ter “cavado a própria prisão” em post na rede social “X”. Mais tarde, em entrevista ao podcast “O assunto” o advogado discorreu sobre a postagem, explicando que a prisão preventiva não pode durar muito tempo no Brasil, e que se fosse preso neste momento, Bolsonaro poderia ser liberado na época das eleições municipais, trazendo um gás a mais para a votação. O advogado destacou que não é algo afirmado, mas sim uma visão política.

Alexandre de Moraes convoca Bolsonaro a se explicar sobre a ida à embaixada da Hungria

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até esta quarta-feira (27) para  explicar oficialmente o porquê  passou dois dias na embaixada da Hungria após ter tido seu passaporte confiscado pela Polícia Federal (PF). Nesta segunda-feira (25), após a divulgação das imagens das câmeras de segurança publicadas pelo jornal americano The New York Times, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu o prazo de 48 horas para que a defesa do ex-presidente apresente uma explicação oficial para o ocorrido. 

Até o fechamento desta reportagem, Bolsonaro ainda não concedeu explicações formais ao ministro Moares sobre o que o teria motivado a se hospedar por dois dias na embaixada da Hungria, localizada em Brasília, visto que o ex-presidente possui residência na cidade. 


Câmeras de segurança flagram Jair Bolsonaro na embaixada da Hungria, em Brasília, por dois dias consecutivos. (Foto: reprodução/NYT)

Bolsonaro não poderia ser preso na embaixada

De acordo como mostram as imagens divulgadas pelo The New York Times, Jair Bolsonaro deu entrada na embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro e saiu dia 14. Nesse sentido, a PF iniciou uma investigação sobre as motivações que levaram o ex-presidente a se hospedar no local logo após ter tido seu passaporte apreendido pela Operação Veritas, que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o fim do governo Bolsonaro. 

Especialistas políticos especulam a medida tomada pelo ex-presidente, visto que é estritamente proibida a entrada de policiamento dentro de embaixadas estrangeiras, isso porque tecnicamente missões diplomáticas de outros países não podem ser cobradas por não cumprirem as mesmas leis da nação em que a está localizada. Dessa forma, polícias apenas poderão cumprir mandatos nestes estabelecimentos mediante a autorização.

Nesse sentido, especula-se o porquê Jair Bolsonaro decidiu se hospedar na embaixada da Hungria logo após ter tido seu passaporte confiscado pela PF, que havia cumprido mandados de busca e apreensão, com autorização do ministro relator do caso, Alexandre de Moraes,  nas residências dos investigados pela tentativa de golpe de Estado. 

Explicação prévia da defesa de Bolsonaro

Horas depois da divulgação das imagens pelo The New York Times, Jair Bolsonaro explicou que costuma comparecer a embaixadas por todo país. Advogados que compõem a equipe de defesa do ex-presidente também se pronunciaram revelando que o comparecimento à embaixada foi para “manter contato com autoridades do país amigo”.

Bolsonaro é questionado sobre estadia na embaixada da Hungria

Jornalistas questionaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre possíveis infrações durante sua estadia de duas noites na Embaixada da Hungria em fevereiro, depois que seu passaporte foi confiscado. De acordo com o jornal americano “The New York Times”, as embaixadas são consideradas territórios invioláveis pelo direito internacional. Isso implica que, na prática, Bolsonaro só poderia ser abordado por autoridades brasileiras com a permissão do governo húngaro.

Após sair de uma cerimônia em honra à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, em São Paulo, Bolsonaro questionou de forma retórica se descansar na embaixada e trocar ideias com o embaixador constituíam alguma infração. Sua frustração com a pressão midiática foi manifestada, pedindo para mudarem de tema e relembrando o período em que foi injustamente acusado de ligação com o caso Marielle Franco.

Bolsonaro sem passaporte

Desde que foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um golpe de estado, o ex-presidente estava desprovido de passaporte. A permanência na embaixada surgiu poucos dias após essa operação, e o respaldo público do primeiro-ministro húngaro Orbán a Bolsonaro originou discussões diplomáticas adicionais.

Ministério das Relações Exteriores questiona embaixada húngara


Ministério das Relações Exteriores questiona embaixada húngara sobre estadia de Bolsonaro (Fotografia: reprodução/O GLOBO)

Depois da divulgação da permanência de Bolsonaro na embaixada, o Ministério das Relações Exteriores solicitou a presença do embaixador húngaro no Brasil para abordar o tema. A relevância diplomática desse ato varia de acordo com o contexto, porém demonstra o interesse do Brasil em buscar esclarecimentos sobre a visita de Bolsonaro.

O que declara a defesa do ex-presidente

A defesa de Bolsonaro confirmou sua permanência na embaixada “a convite”, justificando-a como uma oportunidade para estabelecer contatos com autoridades húngaras e discutir questões políticas bilaterais. As circunstâncias dessa visita serão investigadas pela Polícia Federal, levando em consideração a impossibilidade de detenção de Bolsonaro em território estrangeiro.

O “NYT” ressaltou a relação de amizade entre Bolsonaro e Orbán, mencionando encontros anteriores e eventos conjuntos. Durante sua estadia na embaixada húngara, Bolsonaro convocou seus apoiadores para um evento em sua defesa, possivelmente visando uma estratégia de mobilização política durante esse período.

Bolsonaro tem 48 horas para explicar ao STF por que pernoitou na embaixada da Hungria

O ex-presidente, Jair Bolsonaro, passou dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal em investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que Bolsonaro explique, dentro de 48 horas, o motivo de ter se hospedado no ambiente diplomático.

Entre os dias 12 e 14 de fevereiro, imagens do circuito interno de câmeras da embaixada divulgadas pelo jornal The New York Times, mostram o ex-presidente na embaixada húngara. A PF vai averiguar se houve alguma violação das leis neste ato.


https://www.youtube.com/watch?v=7aMSTJWx91o
Bolsonaro esteve por duas noites na embaixada da Hungria (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Bolsonaro se pronuncia sobre passagem pela embaixada da Hungria

Alexandre de Moraes é o relator do inquérito que investiga Jair Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. No dia 8 de fevereiro, o ministro determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente, para que Bolsonaro não deixasse o país. 

Os advogados de Bolsonaro confirmam que ele passou duas noites na embaixada da Hungria. Após o pedido de Moraes, Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre o que motivou essa ação. “Por ventura, dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso?”, questionou o ex-presidente.

Atualmente, Bolsonaro responde a mais quatro inquéritos no STF, entre eles, a falsificação do documento vacinal contra a Covid-19.

Embaixadas são áreas invioláveis

O que chama a atenção no fato de Bolsonaro ter passado dois dias na embaixada da Hungria é que, pelo direito internacional, ele só poderia ser preso por agentes brasileiros com o consentimento do governo húngaro. Segundo a Convenção de Viena (da qual o Brasil é signatário), as embaixadas e espaços consulares são invioláveis perante o Estado receptor.


Bolsonaro e Orbán durante visita a Hungria em fevereitro de 2022 (Foto: reprodução/Alan santos)

Bolsonaro já demonstrou publicamente sua proximidade com Viktor Orbán, o primeiro-ministro de extrema-direita da Hungria, chamando-o de “irmão” em certa ocasião, durante o período em que governou.

Se, eventualmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro se refugiasse no interior da embaixada da Hungria, no Brasil, de fato, não haveria a possibilidade de o STF, a Polícia Federal cumprir nenhum tipo de mandado naquele lugar, já que ele é inviolável”, explicou o advogado Rafael Paiva, ao portal Band News.

O advogado, também professor de direito penal, explica que Bolsonaro, assim como qualquer outro cidadão brasileiro, não poderia ser preso dentro de uma embaixada.