Fraude na Itália: brasileiros usavam casas falsas para cidadania

A polícia italiana revelou um esquema que usava endereços falsos para ajudar brasileiros a conseguir cidadania. A investigação ganhou força quando agentes públicos notaram um aumento incomum de registros ligados a imóveis pequenos, onde moravam poucas pessoas, mas que apareciam como residência oficial de muitos brasileiros que nunca tinham passado por ali.

A operação chamou a atenção por envolver dezenas de brasileiros que acreditavam estar seguindo os trâmites legais. Muitos buscaram empresas que prometiam facilitar todo o processo de reconhecimento, mas acabaram enganados por grupos que fabricavam documentos, manipulavam registros e criavam residências que não existiam de verdade.

O caso expôs uma prática que vinha crescendo de forma silenciosa e alertou as autoridades para a necessidade de reforçar a checagem das solicitações.

Como funcionava o esquema

A polícia explicou que os golpistas vendiam pacotes que prometiam registrar brasileiros como moradores de cidades da Itália. Esses registros seriam usados como comprovantes oficiais no processo de cidadania. Mas quando as autoridades começaram a conferir os endereços, perceberam que havia algo errado. Alguns imóveis tinham dezenas de pessoas registradas no mesmo local, enquanto outros estavam vazios ou nem tinham condições de moradia.

Muitas vítimas pagaram caro acreditando que estavam contratando uma assessoria séria. Elas só descobriram o golpe quando os pedidos de cidadania foram recusados ou quando agentes visitaram os endereços e viram que ninguém conhecia as pessoas registradas ali. Foi nesse momento que muitos perceberam que haviam sido enganados.

A polícia italiana também descobriu que moradores locais participavam do esquema ao aceitar incluir nomes de estrangeiros em seus endereços em troca de dinheiro. Além deles, havia intermediários que cuidavam da documentação e das instruções para tentar dar aparência de legalidade ao processo. A intenção era fazer parecer que as pessoas realmente viviam no país, algo essencial para pedir a cidadania.

O Ministério Público informou que os envolvidos podem responder por falsidade ideológica e outros crimes ligados ao uso de documentos irregulares. A operação ainda está em andamento e deve ter novos desdobramentos. A polícia disse que continuará verificando registros de residência em várias cidades para impedir que golpes parecidos se repitam.

Especialistas em imigração afirmam que fraudes assim acontecem porque muita gente tem dificuldade de entender as regras e procura soluções rápidas. Eles recomendam que todo processo seja feito pelos canais oficiais e alertam que qualquer oferta que prometa agilidade demais deve levantar suspeita. Também orientam que interessados busquem ajuda em consulados e sempre verifiquem a reputação de quem oferece serviços de assessoria.


Passaporte e dinheiro europeu (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Dr T J Martin)

Consequências para brasileiros envolvidos

A operação na Itália atingiu diretamente muitos brasileiros que estavam no meio do processo de cidadania. Quem teve o nome ligado aos endereços falsos agora precisa provar que não participou do esquema de forma consciente. Mesmo as pessoas que foram enganadas podem enfrentar atrasos, novas entrevistas e até a suspensão do pedido, dependendo da análise das autoridades.

O prejuízo financeiro também preocupa. Muitas famílias juntaram dinheiro por anos para pagar taxas, viajar e contratar serviços. Agora, além de estarem com o processo parado, ainda precisam procurar advogados e tentar recuperar o valor que gastaram. Esse tipo de ação costuma ser longo e nem sempre garante o reembolso.

Advogados lembram que a cidadania italiana continua garantida para quem segue todas as regras, mas reforçam que é importante ter cuidado. Eles orientam que ninguém aceite ofertas de facilidade sem checar a procedência. A recomendação é sempre pedir contrato, verificar o registro profissional da assessoria e guardar todos os comprovantes, incluindo recibos e conversas de orientação.

A investigação também movimentou prefeituras italianas. A grande quantidade de registros falsos sobrecarregou os serviços locais e fez com que as autoridades anunciassem novas verificações presenciais para confirmar quem realmente vive nos endereços informados pelos estrangeiros. A expectativa é que essas ações deixem o processo mais seguro e evitem novas fraudes.

Mesmo assim, as autoridades italianas afirmam que os brasileiros que estiverem com a documentação correta não serão prejudicados. O objetivo é punir quem organizou a fraude e proteger quem foi enganado. A orientação geral é revisar os próprios documentos com atenção e procurar ajuda especializada sempre que houver dúvidas.

A operação segue em andamento e novas medidas podem ser anunciadas nos próximos dias. Para especialistas, o caso serve como alerta. Quanto mais as pessoas buscarem orientação segura e seguirem apenas os caminhos oficiais, menores serão as chances de cair em golpes como este no futuro.

Fim da imigração: Trump trava entrada de países mais pobres

A decisão do presidente Donald Trump de impedir a entrada de imigrantes de países mais pobres chamou atenção no mundo inteiro. O anúncio surpreendeu governos, especialistas e organizações que defendem direitos humanos. Segundo Trump, a medida é necessária para proteger os Estados Unidos e controlar melhor quem entra no país.

Durante o pronunciamento, Trump disse que os Estados Unidos precisam limitar a chegada de pessoas que vêm do que ele chamou de “Terceiro Mundo”. Ele declarou: “Vou pausar permanentemente a imigração de todos os países do terceiro mundo para permitir que o sistema dos Estados Unidos se recupere totalmente”. A fala gerou críticas de autoridades internacionais, que consideram o termo inadequado e ofensivo.

Impactos na vida de quem tenta entrar nos EUA

A decisão afeta diretamente milhares de pessoas que planejavam viver nos Estados Unidos em busca de segurança, trabalho e melhores condições de vida. Muitas já tinham processos de visto em andamento e esperavam mudar com suas famílias. Agora, esses pedidos estão suspensos e podem até ser negados, deixando muita gente sem saber como agir.

Dentro do país, organizações que apoiam imigrantes afirmam que a procura por ajuda aumentou. Muitas pessoas estão com medo do que pode acontecer e buscam orientação sobre como ficar em situação regular. Para essas entidades, a medida cria um clima de insegurança, incentiva atitudes preconceituosas e não resolve problemas internos dos Estados Unidos.

A decisão também recebeu críticas de vários políticos norte americanos. Eles lembram que setores como agricultura, construção civil e serviços dependem da mão de obra imigrante. Para esses parlamentares, bloquear a entrada de pessoas pode causar prejuízos para estados que precisam desses trabalhadores para manter a economia funcionando.

Especialistas em relações internacionais avaliam que a medida pode prejudicar a imagem dos Estados Unidos no mundo. Governos de vários países divulgaram notas afirmando que a decisão vai contra princípios de cooperação e respeito. Segundo diplomatas, esse tipo de atitude pode dificultar acordos futuros e gerar conflitos políticos.

Muitos especialistas também dizem que regras tão duras podem afastar pessoas que querem estudar, trabalhar ou construir uma nova vida nos Estados Unidos. Eles lembram que o país sempre atraiu estudantes, profissionais qualificados e trabalhadores essenciais de várias áreas. Com a nova política, esse fluxo pode diminuir, fazendo os Estados Unidos perder talentos importantes e oportunidades de inovação. Para esses analistas, fechar as portas agora pode afetar o desenvolvimento do país no futuro e reduzir a diversidade que sempre marcou a sociedade americana.


Donald Trump em discurso (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)


Reações políticas e preocupações humanitárias

A nova regra também tem impacto político. Analistas afirmam que a decisão agrada parte dos apoiadores de Trump, que defendem controle rígido das fronteiras. Por outro lado, aumenta a rejeição entre grupos que veem a medida como injusta e contrária aos valores do país.

A suspensão também afeta famílias que vivem nos Estados Unidos e têm parentes no exterior. Muitos reencontros, antes esperados para breve, agora não têm previsão para acontecer, o que pode causar sofrimento emocional, principalmente entre crianças que aguardam liberação para viajar.

O cenário preocupa ainda quem busca refúgio por causa de guerras, perseguições ou violência extrema. Com as portas mais fechadas, essas pessoas têm menos chances de conseguir proteção. Organizações internacionais pedem que os Estados Unidos revejam a decisão para evitar que grupos vulneráveis fiquem sem ajuda.

Especialistas dizem que a medida pode inspirar outros países a adotar políticas semelhantes, reduzindo opções para quem procura segurança fora de seu país de origem. Apesar das críticas, Trump reafirma que a prioridade é proteger o país. O tema deve gerar debates no Congresso e pode ser questionado na Justiça, e o futuro da regra vai depender dessas discussões e de negociações com outras nações.

Nova Lei dos Estrangeiros entra em vigor em Portugal

Nesta quinta-feira, dia 23 de outubro, a nova Lei dos Estrangeiros entrou em vigor em Portugal. A lei foi aprovada pelo Parlamento Português em setembro, promulgada no dia 16 de outubro e entrou no Diário da República (o Diário Oficial português) na última quarta-feira, dia 22 de outubro. A nova Lei dos Estrangeiros fará com que as regras de imigração se tornem mais rígidas, e poderá impactar de forma direta os brasileiros que estão em Portugal. 

O que muda

As principais mudanças na Lei dos Estrangeiros são em relação à entrada temporária, vistos para familiares e vistos de trabalho. Antes, era possível entrar em Portugal usando o visto de turista – isto é, o carimbo no passaporte dado quando se entra em um país do Espaço Schengen, que permite a estadia de até 90 dias (três meses) no território – e depois pedir a regularização de imigrante. Esse ato já tinha sido limitado em 2024; com a nova Lei dos Estrangeiros, ele foi proibido. 


 

Explicação da nova Lei dos Estrangeiros (Vídeo:reprodução/Instagram/@portalg1)

As normas para os vistos para familiares e os vistos de trabalho também receberam mudanças. Para as famílias, os pedidos de reunião familiar só poderão ser feitos após dois anos de habitação legal em Portugal; os casais em união estável que não possuem filhos poderão fazer o pedido de reunião depois de 15 meses em Portugal, mediante à comprovação de terem morado juntos por um ano e meio (18 meses) antes da entrada no país português. Os vistos de trabalho para a procura de trabalho em Portugal só poderão ser solicitados por pessoas que são muito qualificadas.

Os pedidos de cidadania

As regras para fazer o pedido de cidadania também irão mudar. O anúncio de mudança do período em que um imigrante deve viver, em situação regular, em Portugal já aconteceu, e as novas normas para o pedido da cidadania irão se tornar uma lei nova. O governo português anunciou que para imigrantes que são da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pedirem a cidadania, eles deverão morar sete anos em Portugal – um aumento de dois anos em relação à lei antiga. Para pessoas estrangeiras de outros países, o período é dez anos. 

Bad Bunny explica por que deixou os EUA de fora da turnê

O astro porto-riquenho Bad Bunny voltou a comentar sua opção de não incluir os Estados Unidos na turnê mundial “DeBÍ TiRAR MáS FOToS”, em entrevista publicada na nova edição da revista i-D, divulgada nesta quarta-feira (10). O artista vinculou sua decisão ao contexto político atual e à necessidade de valorizar suas raízes.

Decisão política: preocupação com o ambiente anti-imigração

Bad Bunny afirmou que a decisão não tinha nada a ver com desprezo, mas com preocupação real pelo ambiente político nos EUA. Em entrevista à i-D, ele relembrou o clima de deportações em massa de latino-americanos e o possível risco de agentes do ICE estarem presentes fora dos shows — algo que ele considerou “inesperado e desnecessário”. Ele confirmou: os fãs nos Estados Unidos já tiveram muitas oportunidades de vê-lo, e agora chegou a vez de dar atenção a outros públicos.

Os agentes de Imigração podiam estar do lado de fora do estádio”

Bad Bunny

Álbum e raízes: um mergulho na identidade porto-riquenha de Bad Bunny

No mesmo bate-papo com a revista i-D, Bad Bunny comentou sobre o álbum “DeBÍ TiRAR MáS FOToS”, destacando seu caráter pessoal e cultural. O disco resgata tradições de Porto Rico, misturando reggaeton com gêneros como salsa, plena e jíbaro, e carrega letras que abordam identidade, orgulho e história da ilha. Para ele, esse projeto reflete de forma autêntica sua herança e solidariedade com seu povo.


Bad Bunny na capa da revista i-D (Foto: reprodução/Instagram/@i_d)


Residência histórica em Porto Rico excita fãs e antecipa a turnê

Antes da turnê mundial, Bad Bunny realizou uma residência de 30 shows em San Juan, chamada “No Me Quiero Ir de Aquí”, entre julho e setembro. A série de apresentações lotou estádios e atraiu atenção nacional e internacional, fortalecendo ainda mais seu vínculo com Puerto Rico. Essa experiência no palco local tem deixado os fãs ainda mais empolgados pela turnê global, que passará por América Latina, Europa, Ásia e Austrália a partir de novembro de 2025.

Governo dos EUA estuda restringir vistos de estudantes e profissionais de imprensa

O governo norte-americano publicou nesta quarta-feira (27) uma proposta de regulamentação que visa limitar a duração dos vistos para estudantes e profissionais da imprensa que desejam entrar nos Estados Unidos. Essa proposta tem sido acompanhada da pressão que o governo de Donald Trump tem feito contra os imigrantes, limitando e revogando vistos e pedidos de green card. 

Proposta de regulamentação

A proposta enviada pelo governo dos Estados Unidos pretende limitar e restringir ainda mais o acesso de estrangeiros ao país, algo que Donald Trump tem investido desde sua reeleição. 

Estudantes, trabalhadores de intercâmbio e jornalistas estrangeiros terão mais limitações para estender o prazo do visto no país. No texto da proposta, propõe-se a criação de períodos fixos para vistos. Sendo eles: visto F para estudantes internacionais; visto J para intercambistas que desejam trabalhar no país e visto I para profissionais de imprensa.


Estudantes e pais de uma escola de imigrantes se reúnem no primeiro dia de aula em Washington (Foto: reprodução/ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images Embed)


Atualmente, esses tipos de visto estão disponíveis pelo programa de duração ou de emprego norte-americano. O governo norte-americano apresentou a proposta afirmando que ela era importante monitorar e supervisionar os portadores de visto que estiverem no país. O público tem 30 dias para opinar sobre a proposta.

Histórico de vistos

Segundo o governo dos Estados Unidos, apenas em 2024, mais de 1,6 milhão de vistos do tipo F, para estudantes estrangeiros, estavam ativos. No ano fiscal de 2024, que se iniciou em 1 de outubro de 2023, o país havia concedido mais de 355 mil vistos para estudantes e mais de 13 mil vistos para jornalistas. 

Em 2020, foi apresentada uma proposta semelhante, que foi recusada por mais de 4 mil instituições educacionais ao redor do mundo e pediu para que Donald Trump descartasse essa nova proposta. A primeira proposta relacionada à restrição de vistos foi derrubada pelo ex-presidente Joe Biden, do partido Democrata, em 2021.

EUA diz que negará visto às brasileiras que forem ao país para dar à luz

Usando a rede social X (antigo Twitter), a embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou um vídeo que diz que não será permitido que mulheres grávidas vão ao país com objetivo de dar à luz e conseguir a cidadania para os filhos, a prática não é ilegal e o direito a cidadania por nascimento faz parte da constituição do país desde o século XIX

Turismo de nascimento

Essa prática conhecida por “turismo de nascimento” consiste em que a então gestante perto de dar à luz, viaja até o outro país, apenas para que o filho nasça com outra cidadania, a prática é impulsionada pela lei de jus soli (direito do solo), que garante o visto a qualquer um nascido no território do país.

No caso dos Estados Unidos, o direito à cidadania por nascimento faz parte da constituição dos Estados Unidos, desde a Guerra Civil (1865). A cidadania inclusive é concedida a crianças nascidas de mães ilegais no país, porém desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, Trump vem aplicando severas medidas anti-imigração no país.

A publicação da embaixada na rede social diz “Viajar para os EUA com o principal objetivo de dar à luz para que seu filho obtenha cidadania americana não é permitido. Oficiais consulares vão negar o seu pedido de visto caso haja indícios de que essa é a sua intenção”.


Postagem da Embaixada dos Estados Unidos no X (Foto: Reprodução/X@EmabaixadaEUA)


Complicações na cidadania

Apesar da prática não ser ilegal e até mesmo comum, tanto que diversas famosas brasileiras como, Claudia Leite, Simone Mendes e mais recentemente Ludmila fizeram isso, mas o que pouca gente sabe é os problemas fiscais que isso pode causar futuramente na criança.

Diferentemente do Brasil e alguns outros países, os Estados Unidos exige que seus cidadãos e até green card holders, paguem impostos sobre sua renda global, independentemente de onde vivem ou trabalhem.

Isso pode gerar problemas como dupla taxação, ou seja, a pessoa pagaria o imposto de renda nos dois países, a IRS (Internal Revenue Service), uma espécie de receita federal dos Estados Unidos, possui um sistema para rastrear seus cidadãos e no caso do não pagamento das taxas, uma multa e juros de até 25% sobre o valor devido, podem ser aplicados.

Para a regularização do imposto de renda, muitas vezes é necessário a contratação de um profissional qualificado para o serviço, o que geralmente custa caro. É compreensível que mães querem o melhor para os filhos, mas às vezes por questões técnicas podem gerar prejuízos futuros.

Justiça dos EUA barra ordem de Trump que restringia cidadania por nascimento

Nesta quarta-feira (23), a Justiça dos Estados Unidos suspendeu a ordem executiva do presidente Donald Trump. A ordem limitava o direito de cidadania automática para crianças nascidas em solo americano. A medida foi tomada por um tribunal federal de apelações, que considerou a ordem inconstitucional e determinou que ela não pode ser aplicada no território americano.

A norma aplicada por Trump entraria em vigor no próximo dia 27. Tal medida não só afetaria filhos de imigrantes indocumentados ou com vistos temporários. Além disso, aproximadamente 150 mil recém-nascidos por ano perderiam o direito à cidadania caso a regra fosse mantida.

O que é a 14ª Emenda e os impactos imediatos

Desde o fim da Guerra Civil, a 14ª Emenda da Constituição garante o direito de cidadania por nascimento em território dos EUA. Contudo, há exceções apenas para filhos de diplomatas, inimigos hostis, tripulantes de navios estrangeiros e membros de tribos nativas soberanas, conforme estabeleceu a Suprema Corte dos EUA em 1898.

Em contrapartida, Donald Trump argumenta que os EUA são o único país a conceder cidadania a qualquer criança nascida em seu território, independentemente da origem dos pais do recém-nascido. 

Ainda assim, Trump traz em seu governo a proposta “Protegendo o Significado e o Valor da Cidadania Americana”, que toma medidas anti-imigração durante o seu mandato.


Venda da cidadania americana ajudará dívidas dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)

Relação política e estratégias de Trump

Apesar de a Suprema Corte ter suspendido a medida de Trump, seu governo ainda busca alternativas para reforçar as políticas migratórias no país. Donald Trump também lançou o “Golden Card”, um programa que concede cidadania a empresários mediante investimento de US$5 milhões (aproximadamente 27,6 milhões de reais). O governo apresentou a proposta em abril deste ano e visa atrair capital estrangeiro. A medida já gerou críticas por criar um privilégio seletivo.

A decisão judicial que barrou a medida do presidente dos EUA mostra um cenário incerto sobre os limites do poder presidencial e a interpretação da Constituição. Associações civis e estados governados por democratas comemoraram o bloqueio, enquanto aliados de Trump pretendem recorrer à Suprema Corte para restabelecer a medida.

Portugal aprova lei anti-imigração que irá impactar imigrantes brasileiros

Nesta quarta-feira (16), o Parlamento Português aprovou um pacote de lei que promete endurecer a política migratória do país de forma significativa. Entre os imigrantes afetados, os brasileiros serão impactados com o pacote, mesmo representando a maior comunidade estrangeira em Portugal. 

A medida foi votada em um curto período, de somente 16 dias após a apresentação. A proposta do pacote de lei foi aprovado com apoio da coalizão de direita e do partido de extrema-direita Chega. Após a aprovação no parlamento, a medida seguirá para a aprovação do presidente Marcelo Rebelo de Sousa

O Pacote aprovado

Na medida aprovada no parlamento, incluem restrições relacionadas ao visto de trabalho e rigidez das regras de reagrupamento familiar. Além disso, o pacote também propõe a criação de uma unidade policial especial para combater a imigração ilegal e para executar deportações de imigrantes.


Parlamento português reunido para a aprovação do pacote nesta quarta-feira (16) (Foto: reprodução/Horacio Villalobos/Corbis/Getty Images Embed)

O visto de trabalho, será limitado somente para imigrantes com alta qualificação profissional, critério avaliado pelo governo português antes da liberação. 

A entrada de imigrantes como turistas e a solicitação de pedido de resistência seguida não será mais permitida. A solicitação de residência só poderá ser feita por quem já tiver um visto aprovado no país previamente. O reagrupamento familiar só será permitido para imigrantes com pelo menos dois anos de residência legal no país e os familiares terão que pedir a autorização de residência em seu país de origem. 

A aprovação do pacote gerou críticas de entidades civis e opositores, além de imigrantes e apoiadores, que realizaram um protesto no parlamento durante a votação do pacote. 

Apoio para aprovação

O apoio do partido de extrema-direita Chega foi primordial para a aprovação do pacote no parlamento português. O governo de Luís Montenegro está sendo o responsável por acelerar e animar uma política imigratória em Portugal. 

Portugal era considerado um dos países mais abertos para imigrantes e a mudança recente foi justificada pela deputada de extrema-direita, Vanessa Barata, como uma medida de controle, uma vez que o Partido Socialista promoveu uma política de “portas abertas”, sem critérios, segundo ela. O impacto dessa medida não só afeta a população em um quesito social e populacional, mas também no quesito econômico, principalmente em setores que dependem de imigrantes para realizar serviços. 

Para conseguir 60 votos, o governo aceitou alterações no texto da medida, mudanças essas que incluíram a comprovação de convivência prévia no exterior para casais em processo de reagrupamento familiar e a proibição de visto para pessoas que tiveram um histórico de situação irregular no país. 

Cubanos ultrapassam venezuelanos e lideram pedidos de refúgio no Brasil em 2025

Em 2025, os cubanos lideram os pedidos de refúgio no Brasil pela primeira vez em uma década. De janeiro a março, foram registradas 9.467 solicitações de cidadãos de Cuba, frente a 5.794 dos venezuelanos, conforme dados do Painel da Migração, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Desde 2015, os venezuelanos figuravam como maioria nos pedidos.

A entrada no território brasileiro ocorre principalmente pelas fronteiras ao Norte: Bonfim (RR), na divisa com a Guiana, e Oiapoque (AP), vizinha à Guiana Francesa. A crise econômica e social em Cuba, agravada por apagões e escassez de alimentos, impulsiona o êxodo. Em Roraima, foram 7.506 pedidos de refúgio só neste início de ano.

Refúgio, migração e novas rotas

Nem todos os cubanos chegam ao Brasil com intenção de permanência. Parte utiliza o país como rota de passagem para outros destinos como Uruguai e Estados Unidos. No entanto, as barreiras migratórias e as deportações em massa promovidas pelos norte-americanos alteraram os planos de muitos.

Enquanto isso, o Brasil se torna alternativa viável, ainda que temporária. Casos como os de Yanniuris Córdoba e Anireisy Calderon, migrantes que chegaram a Boa Vista em busca de trabalho. Ambas enfrentaram a dura realidade cubana e decidiram migrar para sustentar suas famílias.

No meu país, a situação é muito ruim. Lá não há água, não há trabalho. Às vezes acordo triste e tudo isso porque é difícil estar longe da minha filha, da minha mãe. Eu nunca tinha me separado, mas a situação do país me obrigou.

Yanniuris, de 26 anos.

Cubanos lidera pedidos de refúgio em território brasileiro (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Emprego e permanência no país

O mercado formal começa a absorver parte desses imigrantes. Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil contratou mais de 5 mil cubanos. Paraná, Santa Catarina e São Paulo lideraram as admissões. Em Roraima, o número de contratados saltou 1700% em comparação a 2022.

Mesmo com dificuldades, muitos buscam regularizar a documentação e seguir para outras regiões do país, como Curitiba, onde esperam novas oportunidades e o reencontro com familiares. O Brasil, nesse contexto, se consolida como ponto estratégico para os que fogem da crise cubana.

Cenários migratórios na Europa e América do Sul

Portugal e Argentina enfrentam debates sobre imigração. Em Portugal, o número de imigrantes triplicou na última década, atingindo 14% da população, o que intensificou o discurso anti-imigração. Já na Argentina, o presidente Javier Milei anunciou um decreto que deverá restringir a entrada e permanência de estrangeiros, além de cobrar pelo uso de serviços públicos por imigrantes em situação irregular, inclusive exigindo seguro saúde de turistas.

Donald Trump pretende oferecer dinheiro para imigrantes saírem dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em entrevista exibida na terça-feira (15) que pretende lançar programa para estimular imigrantes a voltarem para seus países de origem. A medida forneceria dinheiro e uma passagem de avião a qualquer pessoa que viva em situação ilegal nos EUA e que escolha se deportar “voluntariamente”.

O presidente americano afirmou que o “programa de autodeportação” que promete implementar fornece não só uma assistência financeira aos imigrantes, mas também a perspectiva de retornar legalmente ao país no futuro.

Vamos lhes dar algum dinheiro e uma passagem de avião, e depois vamos trabalhar com eles. Se forem bons, se os quisermos de volta, vamos trabalhar com eles para trazê-los de volta o mais rápido possível.”

Trump deu poucos detalhes sobre o plano e ainda não há data para implementação.

O republicano disse à Fox que o programa é destinado aos imigrantes ilegais “bons”. Segundo ele, o governo está focado em expulsar “assassinos” dos Estados Unidos.

CBP Home

Na segunda-feira (14), o governo Trump lançou o aplicativo “CBP Home”. A plataforma permite a “autodeportação” de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.


A Embaixada dos EUA recomendou através do Instagram que imigrantes baixem o CBP Home para “evitar as penalidades associadas à permanência ilegal no país.” (Vídeo: reprodução/Instagram/@embaixadaeua)


Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), o app possibilita que imigrantes comuniquem voluntariamente  ao governo a intenção de deixar o país.

A secretária do DHS, Kristi Noem, enfatizou que a plataforma é importante para estrangeiros que possuem o intuito de retornar de forma legal ao país futuramente. O DHS também informou que essa medida ajudará na economia 

Não só é mais seguro, como também economiza o dinheiro dos contribuintes americanos e valiosos recursos da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e da Imigração e Controle de Alfândega (ICE), permitindo que se concentrem em estrangeiros criminosos perigosos”

Pressão contra imigrantes

Donald Trump prometeu deportar um número recorde de imigrantes sem documentos que vivem nos Estados Unidos.


Imigrantes deportados dos Estados Unidos entram em avião (Foto: Karoline Leavitt/Casa Branca)

O presidente utilizou recursos presentes na legislação americana para aumentar o número de prisões e deportações. O governo também pressiona imigrantes a facilitarem suas próprias deportações.