UNEF inicia operações em Portugal; Consulado brasileiro emite orientações a imigrantes

A nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF), subordinada à Polícia de Segurança Pública de Portugal, começou a atuar nas ruas e nos aeroportos do país na quinta-feira, 21 de agosto, após a aprovação das alterações às Leis da Nacionalidade e da Imigração, em 16 de julho. O Consulado do Brasil em Portugal emitiu alerta à comunidade e pede colaboração em eventuais abordagens.

Alerta do consulado

Na tarde desta segunda-feira (25), o Consulado do Brasil em Lisboa compartilhou uma série de informações sobre a atuação da UNEF. Entre as orientações estão: portar sempre os documentos originais que comprovem tanto a identificação civil quanto a situação legal no país, podendo esse ser foto dos originais, como contratos de trabalho, autorização de residência, recibos verdes, entre outros. Ainda segundo a publicação, em caso de abordagem, o imigrante deve colaborar e, por lei, os agentes são obrigados a se identificar. Caso ocorra detenção, o indivíduo tem direito a solicitar defensor público ou pedir a dispensa de custos junto aos órgãos responsáveis.

O Consulado ressalta ainda que a UNEF possui competência legal para controlar a entrada, a permanência e os vistos de estrangeiros no país, cabendo ao Consulado apenas prestar auxílio e oferecer o suporte possível. Por fim, o Consulado do Brasil disponibilizou um endereço de e-mail para contato em caso de dúvidas ou necessidades adicionais.


Publicação do consulado com orientações para imigrantes brasileiros (Foto: reprodução/Instagram/@cgbrasilemlisboa)


Mudanças nas Leis

No dia 16 de julho, foram aprovadas alterações importantes nas Leis da Nacionalidade e da Imigração, que afetam diretamente milhares de imigrantes, especialmente a comunidade brasileira em Portugal. As mudanças incluem maiores exigências para obter vistos de trabalho, casamento, turismo, reagrupamento familiar e também para a solicitação da cidadania portuguesa

Estima-se que o número inicial de policiais e agentes atuando pela UNEF seja de aproximadamente 1.200, podendo chegar a 2.000, incluindo efetivos da polícia especializada e alguns prestadores de serviço voluntário.

Recorde de imigrantes presos nos EUA é ultrapassado

Nesta segunda-feira (11), o número de imigrantes nas prisões do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) bateu seu recorde, segundo o “The New York Times”. Os dados dos imigrantes presos nos Estados Unidos foram obtidos através de documentos internos do ICE.

Imigrantes presos nos EUA

O aumento ocorreu pela ordem de Donald Trump, presidente dos EUA, que intensificou a busca por imigrantes, por meio de uma agenda anti-imigração que prometeu ser a maior deportação da história do país.

Em janeiro, as prisões para imigrantes continham cerca de 39 mil pessoas, e agora passou dos 60 mil. Foi excedido não somente o número inicial desse ano, mas também do primeiro mandato de Trump, quando 55.654 imigrantes foram presos em agosto de 2019, segundo o jornal.

O ICE foi fundado em 2003, e conseguia manter 7 mil imigrantes presos ao mesmo tempo. Com o desejo de Trump, a meta é que 300 imigrantes sejam presos diariamente; um número alto para especialistas e para os agentes, que estão com dificuldade para cumprir a meta.

O desejo de Trump contra os imigrantes

Inicialmente, foi dito que apenas imigrantes que cometeram crimes seriam deportados. Contudo, para atingir o objetivo, qualquer imigrante ilegal está sendo levado por agentes do ICE, e às vezes, até mesmo pessoas que não estão no país ilegalmente.


Os Departamentos de Imigração da Flórida e do Texas são os que mais realizaram prisões (Foto: Reprodução/X/@Metropoles)

Inclusive, cidades-santuários, conhecidas por suas políticas a favor de imigrantes, além de terem sido reprovadas pelo presidente dos Estados Unidos, estão sofrendo batidas de imigração, para que o propósito de Donald Trump seja realizado.

Tom Homan, czar da fronteira, alegou nos últimos meses que as prisões dessas pessoas são viáveis, pois elas cometeram o crime de ter entrado ilegalmente no país.

Segundo a análise do “The New York Times”, os registros do ICE contam que 1.100 pessoas foram detidas desde sexta-feira, seguindo uma média de 380 pessoas por dia.

“The Pitt”: Segunda temporada do seriado da HBO Max pretende retratar novas medidas do governo Trump

O roteiro da segunda temporada da série, “The Pitt”, pretende abordar as consequências dos decretos implantados pelo governo Trump. De acordo com a PapelPop, o roteirista e produtor, Noah Wyle, concedeu à Variety seu ponto de vista sobre a importância de retratar a realidade do sistema de saúde dos Estados Unidos. Assim, ao lado dos criadores John Wells e R. Scott Gemill, a equipe do seriado, esclareceu que pretende honrar o compromisso que criou com o telespectador.

Ou seja, eles pretendem incluir na narrativa os efeitos das decisões tomadas pelo líder norte-americano em relação à imigrantes e pessoas sem documentação. Segundo o grupo entrevistado pela Variety, essas medidas trarão sequelas que devem ser trazidas no seriado de modo que soe fiel com a realidade do dia a dia de um hospital.

“The Pitt” reforça o desejo de retratar a realidade dos EUA

Além disso, Gemmill reforçou a responsabilidade da série com a tentativa de oferecer uma narrativa mais realista possível. Assim, ele deixou claro que leva sua plataforma muito a sério em conjunto com os demais colaboradores e explicou que quando conforme eles conseguiram alcançar 10 milhões de pessoas, a equipe tomou a decisão de ser mais responsável com o que divulga para os ouvintes. Por esse motivo, a nova estrutura promete introduzir o tratamento para com famílias de imigrantes em meio às políticas anti-imigratórias de Donald Trump. Ademais, os responsáveis também acrescentaram a vontade de se desdobrar sobre o corte de 12% nos gastos com o programa de saúde social Medicaid.


Trailer oficial da primeira temporada de “The Pitt” (Vídeo: reprodução/YouTube/HBO Max Brasil)

“The Pitt” afirma compromisso em representar sistema de saúde dos Estados Unidos

Ademais, a segunda temporada de “The Pitt” contará com os impactos reais e significativos das decisões do presidente dos Estados Unidos. Segundo o trio encarregado pelo seriado de medicina, esses avanços na obra não são sobre assumir uma posição política para dizer o que o congresso faz de apropriado ou não. No entanto, eles enxergam significância em transmitir a essência das consequências que irão se desenrolar no pronto-socorro.

Consequentemente, os idealizadores pretendem não deixar que a premissa inicial não se perca. Sendo assim, o telespectador ainda terá aquele gostinho de uma análise realista dos desafios, avanços e retrocessos enfrentados por profissionais da área da saúde. Desse modo, os heróis da linha de frente do hospital em Pittsburgh, Pensilvânia, continuarão no elenco interpretados por: Noah Wylie (Dr. Michael Roby), Patrick Ball (Dr. Langdon, Supriya Ganesh (Dr. Mohan) e Fiona Dourif (Dr. Mckay).

Imigrantes desembarcam na Praia de Sotillo, em Castell de Ferro, e são detidos

Na tarde do último domingo (3), por volta das 14h (horário local), banhistas registraram o momento em que uma lancha se aproximou da Praia de Sotillo, em Castell de Ferro, na região costeira da Andaluzia, sul da Espanha. O vídeo mostra dez imigrantes saltando da embarcação ainda no mar e nadando até a areia, em uma cena que causou surpresa e preocupação entre os frequentadores do local.

Segundo informações da polícia, o grupo teria partido do Marrocos, no norte da África. Logo após o desembarque, os três indivíduos responsáveis pela condução da lancha fugiram rapidamente. De acordo com testemunhas, eles usavam peças de roupa sobre o rosto para não serem identificados pelas autoridades ou câmeras.

Imigrantes fugiram pelas ruas e invadiram casas para escapar da polícia

A presença do grupo gerou grande movimentação na praia e nas áreas vizinhas. A Guarda Civil foi acionada com urgência e deu início a uma operação para capturar os envolvidos. Alguns dos imigrantes conseguiram se deslocar rapidamente até o centro de Castell de Ferro, enquanto outros seguiram em direção à cidade vizinha de Granada.

Moradores relataram que, durante a fuga, os homens correram entre carros, cruzaram vias movimentadas e chegaram a invadir quintais e terrenos privados para tentar despistar os policiais. A perseguição durou cerca de uma hora, segundo relatos locais.


Imigrantes são deixados por lancha em praia na Espanha (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)


Detidos foram levados a centro em Motril e passam bem, segundo autoridades

Ao todo, nove imigrantes foram capturados. Eles foram levados à delegacia e, posteriormente, entregues à Polícia Nacional, que os encaminhou ao Centro de Acolhimento Temporário de Migrantes (CATE), situado no Porto de Motril.

A Cruz Vermelha, que coordena o centro junto ao Ministério do Interior da Espanha, informou que todos os detidos receberam atendimento médico, estão em boas condições de saúde e permanecem sob monitoramento. A chegada dos imigrantes reacende o debate sobre o controle das fronteiras marítimas na região.
Autoridades espanholas afirmaram que as investigações continuam para localizar o décimo integrante do grupo.

Imigrantes retidos sofrem maus-tratos nos EUA

Centros de detenção para imigrantes no sul da Flórida estão no centro de novas denúncias feitas pela Human Rights Watch (HRW). Em relatório divulgado na terça-feira (22), a organização aponta violações graves de direitos humanos, incluindo maus-tratos, insalubridade e falta de assistência médica.

Os relatos vieram de detentos, ex-detentos, familiares e advogados, e foram confirmados por documentos oficiais do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE). Os abusos ocorrem em três unidades: Krome, BTC e Centro de Detenção de Miami.

Refeições com algemas

Um dos episódios mais chocantes relatados envolve homens obrigados a comer com as mãos algemadas para trás. “Tivemos que nos curvar e comer com a boca, como cães”, relatou Harpinder Chauhan, detido durante uma checagem migratória.


Matéria do Jovem Pan News (Vídeo: reprodução/Youtube/JP News)

Além disso, mulheres foram mantidas em alas masculinas, com banheiros visíveis a outros presos. A superlotação obriga detentos a dormirem no chão, próximos a vasos sanitários, sob luz constante.

Falta de higiene e punições

Os entrevistados denunciam celas lotadas, ausência de sabão, colchões ou roupas de cama. Muitos dormem sobre o cimento frio. Doentes crônicos, como diabéticos e portadores de HIV, dizem não receber cuidados adequados.

Pedidos de ajuda médica, segundo o relatório, muitas vezes resultam em isolamento. “Se você chora ou reclama, eles te punem”, contou uma mulher detida.

Detenções aumentam com política de Trump

O número de imigrantes presos na região cresceu 111% desde janeiro. A HRW alerta que a política de “deportações em massa” do governo Trump tem pressionado ainda mais o sistema, agravando as violações.

Segundo o relatório, muitos dos detidos não possuem antecedentes criminais graves e foram presos durante fiscalizações rotineiras. A falta de estrutura e pessoal nos centros contribui para o caos nas unidades.

Além disso, a recente inauguração de um novo presídio migratório na região dos Everglades, apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”, gerou críticas por parte de organizações de direitos humanos, que apontam o local como mais um símbolo do endurecimento das políticas migratórias nos EUA.


Governo Trump defende ações de expulsão de imigrantes e contesta decisão judicial

Autoridades dos Estados Unidos defenderam neste domingo (13), as ações do presidente Donald Trump para deportar imigrantes ilegais do país. Uma dessas operações aconteceu em uma fazenda na Califórnia e terminou com a morte de um trabalhador. Trump prometeu expulsar milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e tem feito fiscalizações em locais de trabalho, como fazendas, que antes eram pouco afetadas durante seu primeiro mandato.

Contestação à decisão judicial

Kristi Noem, chefe do Departamento de Segurança Interna, e Tom Homan, responsável pela política de fronteiras de Trump, disseram que o governo vai contestar a decisão de um juiz federal tomada na sexta-feira (11). O juiz proibiu que o governo prenda imigrantes apenas por causa da aparência ou origem e que negue a eles o direito de falar com um advogado.

Em entrevistas à Fox News e à NBC, Noem criticou o juiz, que foi indicado pelo ex-presidente democrata Joe Biden, e negou que o governo tenha usado essas práticas.

No programa “State of the Union” da CNN, Homan explicou que a aparência da pessoa pode ajudar a formar uma suspeita, junto com outros fatores, de que ela está no país sem autorização. Com base nisso, os policiais federais podem parar essa pessoa para investigação.


Prisão de mais de 300 imigrantes ilegais em fazendas de maconha na Califórnia (Vídeo: reprodução/X/@DiretoDaAmerica)

Debate sobre perfil racial

Durante uma operação em uma fazenda de cannabis no sul da Califórnia na sexta-feira (11), 319 pessoas que estavam ilegalmente nos Estados Unidos foram detidas, e os agentes federais encontraram 14 menores imigrantes, segundo Kristi Noem. Um trabalhador morreu durante a ação. De acordo com a United Farm Workers, vários trabalhadores ficaram feridos na batida, e um deles morreu por causa dos ferimentos.

Homan disse à CNN que a morte do trabalhador rural foi uma tragédia, mas que os agentes do ICE estavam cumprindo seu dever ao executar mandados de busca criminal.

O senador americano Alex Padilla afirmou na CNN que os agentes federais estão usando perfil racial para prender pessoas. Padilla, democrata da Califórnia e filho de imigrantes mexicanos, foi retirado à força de uma coletiva de imprensa de Kristi Noem em Los Angeles, em junho, e algemado depois de tentar fazer uma pergunta.

O político disse que conversou com a United Farm Workers (UFW) sobre a morte do trabalhador rural durante a operação do ICE. Segundo ele, uma meta maior de detenções, estabelecida pelo governo Trump no fim de maio, levou a fiscalizações mais duras e arriscadas.

Prefeita de Los Angeles declara resistência à ação de Trump contra proteção à imigrantes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, moveu um processo contra as autoridades de Los Angeles por conta das políticas adotadas de proteção aos imigrantes. A prefeita Karen Bass disse que a cidade californiana não cederá à intimidação do republicano. A declaração ocorreu nesta terça-feira (1).

Este é essencialmente um ataque total contra Los Angeles. O processo é uma tentativa de anular a vontade da cidade, exigindo a suspensão de uma política de longa data para proteger os imigrantes de Los Angeles“, afirmou a prefeita de Los Angeles em uma coletiva na Prefeitura. Bass ainda reiterou que não se intimidar com as táticas do presidente e disse que sempre protegerá os habitantes da cidade contra atos “injustificados” e “cruéis” do governo Trump.

A ação movida

A declaração da prefeita aconteceu ao passo que o governo Trump tenta aumentar o ritmo das operações de deportação na Califórnia, estado de maioria democrata, que define Los Angeles como uma “cidade-santuário” para os imigrantes.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Reprodução/Saul Loeb/AFP/Getty Images Embed)


O Departamento de Justiça dos Estados Unidos moveu uma ação no tribunal federal de Los Angeles em que alega violação da lei federal. A acusação tem como base as políticas do estado da Califórnia, que impedem a utilização de recursos da cidade para ajudar em processos de fiscalização da imigração ou na coleta de dados que informam a situação de cidadania dos habitantes. As políticas, segundo o Departamento de Justiça, “interferem com a aplicação das leis de imigração do governo federal”.

Manifestações em Los Angeles

A ação foi movida semanas depois do presidente Trump enviar tropas da Guarda Nacional da Califórnia para cercear protestantes em Los Angeles que reivindicavam o fim dos processos de deportação.


Cenas de um protesto contra operações de imigração que aconteceu em Los Angeles no começo do mês de junho (Foto: reprodução/X/@nypost)

Os protestos aconteceram em uma parte pequena da cidade. Apesar disso, foram registrados alguns casos de saques, destruição de propriedades e agressões contra autoridades.

Repórter é atingida em protesto na cidade de Los Angeles nos EUA

A repórter australiana, Lauren Tomasi, foi atingida por uma bala de borracha, a repórter cobria os protestos em Los Angeles, nos Estados Unidos. Na transmissão ao vivo para o canal “9news” no domingo (8), ela estava de costas para uma linha de policiais quando um deles apontou sua arma e disparou, atingindo-a na perna. Os protestos, que ocorrem há dias, são uma reação às políticas do presidente Trump, que busca expulsar imigrantes. A cidade de Los Angeles, que abriga uma significativa comunidade latina, tem visto manifestações intensas.

Nos tumultos, homens encapuzados incendiariam veículos, e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha, resultando em pelo menos 27 prisões, conforme relatado pelo Los Angeles Times. Trump, em uma rede social, afirmou que “multidões violentas” estariam atacando agentes federais e prometeu restaurar a ordem, reafirmando sua intenção de expulsar imigrantes ilegais. Gavin Newsom, governador do estado da Califórnia, localizado nos Estados Unidos criticou a presença das tropas federais, na opinião de Gavin isso seria abuso de poder.

A chegada da força nacional aumentou a tensão

As tensões aumentaram após a chegada da Força Nacional, o que levou a novos confrontos no centro de Los Angeles, onde manifestantes se reuniram em apoio aos imigrantes. Segundo a polícia americana esses protestos são “reuniões ilegais”, eles informaram que foram atacados com pedras e garrafas. A situação ficou mais tensa quando centenas de pessoas se reuniram em frente a uma prisão, o que gerou confronto.


Lauren Tomasi antes de ser atingida no protesto em Los Angeles (Foto: reprodução/X/@g1)

Trump, que não invocou a Lei de Insurreição de 1807, ele apenas utilizou uma legislação federal que permite a federalização da Guarda Nacional em algumas situações específicas. Essa mobilização é controversa, pois, em geral, forças militares não deveriam atuar em segurança pública contra cidadãos americanos, exceto em emergências. A Guarda Nacional, uma força híbrida que pode operar sob comando estadual ou federal, é agora vista como uma ferramenta para enfrentar a “ilegalidade”.

Mais sobre a história do conflito

Històricamente, a mobilização de tropas nos EUA ocorreu em momentos de crise, como durante a luta pelos direitos civis e em resposta a distúrbios. Embora tenha sido usada em situações de emergência, geralmente ocorreu com o consentimento dos governadores estaduais. A posição de Trump sobre o uso de forças militares para controlar protestos e sua intenção de reforçar políticas de imigração têm gerado discussões acaloradas sobre a legalidade e a ética dessas ações.

Suprema Corte dos EUA autoriza Trump a retirar visto de 500 mil imigrantes

A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou, nesta sexta-feira (30), que a administração do presidente Donald Trump suspenda a condição de proteção temporária concedido a aproximadamente 532 mil imigrantes. A medida abre espaço para que essas pessoas percam o direito de permanecer legalmente no país, ficando suscetíveis à deportação.

Fim da proteção migratória

Entre os afetados estão cidadãos da Venezuela, Cuba, Haiti e Nicarágua, que haviam recebido a permissão especial de entrada nos Estados Unidos durante o governo do ex-presidente Joe Biden.

Essa proteção, implementada em 2022, foi criada como alternativa para reduzir as travessias ilegais na fronteira, oferecendo vistos de dois anos mediante o apoio de patrocinadores norte-americanos que arcassem com os custos da chegada desses estrangeiros.

A liberdade condicional de imigração, conforme previsto na legislação dos Estados Unidos, é uma autorização provisória que permite a permanência de estrangeiros no país em situações de “urgência humanitária” ou quando há “interesse público relevante”.

Essa medida possibilita que os beneficiados residam e exerçam atividades profissionais em território americano.

O julgamento da Suprema Corte ocorreu sem a divulgação do placar da votação, mas duas magistradas manifestaram oposição à decisão.

A maioria dos juízes optou por não divulgar argumentos públicos sobre o veredito. Atualmente, a Corte é composta por nove ministros.


Suprema Corte dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Mike Kline/Getty Images Embed)


Imigrantes relatam riscos da deportação

No processo que chegou ao mais alto tribunal dos EUA, o Departamento de Justiça defendeu a medida alegando que a suspensão do programa comprometia políticas migratórias importantes.

Segundo o governo Trump, a manutenção das proteções temporárias enfraqueceria medidas legais adotadas para coibir a imigração irregular — propostas que, inclusive, teriam sido amplamente apoiadas nas urnas durante sua reeleição.

Por outro lado, os imigrantes que ingressaram com ação contra o fim da medida afirmam que perder a permissão de permanência representaria a ruptura de famílias e a volta a países onde a instabilidade, a violência e a perseguição política ameaçam suas vidas.

Com o processamento de pedidos de asilo e outras solicitações suspenso, muitos relatam que ficariam desamparados e sujeitos a deportações imediatas.

Funcionários venezuelanos são suspensos pela Disney após decisão da Suprema Corte

A Disney World Company, na última terça-feira (20), enviou um comunicado aos seus funcionários de nacionalidade venezuelana, sediados na Flórida, de que perderão seus empregos caso não comprovem o status de permanência legal no país. A ação é baseada na decisão da Suprema Corte dos EUA que permitiu a revogação de 350 mil vistos destes imigrantes. 

No comunicado, a empresa informa que tais funcionários cumprirão licença não remunerada  por 30 dias, a partir do recebimento do comunicado e, caso não apresentem uma nova autorização de permanência legal, serão demitidos. 

Conforme informou um funcionário sob condição de anonimato, ele foi impedido de assumir seu posto de trabalho em um Resort da Companhia no estado da Flórida, nos EUA, devido às medidas adotadas pela Disney. O impedimento abrange cidadãos venezuelanos que possuem “Status de Proteção Temporária” (TPS).

Status de Proteção Temporária

O TPS, ou Status de Proteção Temporária, foi criado pelo Congresso dos EUA na década de 1990. Este programa de ajuda humanitária, concede autorização de trabalho a imigrantes de países que enfrentam epidemias, desastres naturais ou conflitos armados, por exemplo.  

Apesar de “temporária”, a autorização pode ser prorrogável, com muitos desses imigrantes vivendo nesta condição por décadas, no país. Estima-se que, atualmente, mais de meio milhão de pessoas vivem nos EUA  com o TPS. 


Publicação sobre o programa “Status de Proteção Temporária’ (Foto: reprodução/Instagram/@entrefronteirasusa)


Em seu primeiro mandato, o presidente Donald Trump pretendeu acabar com o Status de Proteção Temporária, sem sucesso. Enquanto o seu sucessor, Joe Biden, estendeu o programa a outras nacionalidades, além de propor leis para que muitos desses imigrantes conseguissem cidadania americana. 

Agora, em seu segundo mandato, Trump conseguiu autorização da Suprema Corte dos EUA para a deportação de 350 mil venezuelanos. Gerando debates na comunidade internacional, uma vez que, segundo especialistas, a Venezuela permanece como um país inseguro para se viver. 

Decisão da Suprema Corte

A autorização, que ocorreu na última segunda-feira (19), concedida a Donald Trump pela Suprema Corte do país, permite que o presidente americano deporte 350 mil venezuelanos, avaliados por seu governo como “estereótipos negativos”. 

Ao tomar posse, em janeiro (2025), Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA, havia revogado a permanência desses imigrantes no país. Decisão barrada, anteriormente, pelo juiz distrital Edward Chen. No entanto, o caso teve uma reviravolta quando a Suprema Corte decidiu a favor de Noem esta semana.

A FDW.us, uma organização não governamental voltada para assuntos relacionados a imigração, sediada em Washington, nos EUA, declarou em carta aberta preocupação com a decisão da Suprema Corte. Segundo a organização, tanto o presidente Donald Trump, quanto o Secretário de Estado Marco Rubio, classificam a Venezuela como um país sem condições humanitárias para se viver.


Carta aberta da FDW.us sobre desisão da Suprema Corte dos EUA (Foto: reprodução/X/@FWDus)

Conforme a FDW.us, ao revogar o Status de Proteção Temporária de imigrantes venezuelanos, a decisão “desestabilizará famílias, empregadores e comunidades americanas em todo o país”. Uma vez que, esses trabalhadores realizam funções em “setores essenciais que sustentam a economia dos EUA”. 

A decisão da Disney World Company, além de fomentar debates sobre direitos humanos, imigração e trabalho legal, acentua a polarização política no país entre apoiadores das políticas adotadas pelo governo Trump e opositores a essas medidas.