Trump nega retirada de material de instalações nucleares do Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou que tenha havido qualquer retirada de material radioativo das instalações nucleares do Irã antes dos ataques realizados recentemente por forças americanas e israelenses. Segundo Trump, ninguém conseguiu remover ou esconder o urânio dessas áreas, já que considerou o processo “muito difícil, perigoso e demorado”.

Em declaração pública, Trump também afirmou que veículos vistos nas redondezas das instalações estavam apenas realizando serviços técnicos, como cobertura de poços, e não tinham qualquer envolvimento com o transporte de urânio. Ele classificou como infundadas as especulações da imprensa sobre a possível evacuação de material nuclear antes dos bombardeios.

Trump critica a imprensa e elogia ação militar

Trump aproveitou a ocasião para atacar novamente a mídia tradicional, acusando jornalistas de espalharem desinformação sobre a operação. Ele exigiu que repórteres envolvidos em reportagens “falsas” pedissem desculpas aos militares envolvidos na ação, chamando-os de “heróis que merecem respeito, não calúnias”.


Postagem de desabafo do Trump na rede social X (Foto: reprodução/X/@BrasilCloser)


Além das críticas à imprensa, o ex-presidente fez elogios diretos aos comandantes militares e ao secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que confirmou o sucesso das investidas contra as instalações nucleares iranianas. Segundo Trump, os ataques foram “cirúrgicos, eficazes e absolutamente necessários” para conter ameaças à segurança internacional.

Especialistas pedem cautela ao avaliar danos

Apesar do entusiasmo de Trump, analistas internacionais recomendam cautela na avaliação dos resultados da ofensiva. Para especialistas, ainda não há evidências técnicas independentes. Até o momento, nenhum relatório confiável comprova a extensão dos danos às estruturas nucleares do Irã. Isso levanta dúvidas sobre a real efetividade da operação militar conduzida pelos Estados Unidos e Israel. A ausência de comprovação também abre espaço para interpretações distintas sobre o sucesso declarado por autoridades norte-americanas.

Relatórios preliminares, divulgados por fontes ligadas à inteligência ocidental, indicam que os ataques atingiram áreas periféricas das instalações nucleares. No entanto, segundo os documentos, o núcleo técnico pode ter permanecido intacto. Esse núcleo é fundamental para o funcionamento do programa atômico iraniano. Se confirmado, esse detalhe reduz o impacto prático da ofensiva. Por isso, a comunidade internacional continua monitorando os desdobramentos com atenção. Especialistas esperam uma resposta oficial do governo iraniano. Há receio de que o episódio eleve as tensões diplomáticas e afete a estabilidade do Oriente Médio.

Presidente dos EUA admite que guerra entre Israel e Irã pode reincidir em breve

Ao participar de uma coletiva de imprensa em Haia, na Holanda, após cúpula da OTAN nesta quarta-feira (25), o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que o conflito entre Israel e Irã pode ter novo início em breve.

De acordo com Donald Trump, os dois estão cansados, mas que acha que pode acontecer novamente, e que pode ser em breve. Chegou ao fim na terça-feira (24), o combate entre os dois países que aceitaram a proposta de cessar-fogo pelos Estados Unidos. Em seguida à trégua ter seu início, os dois países trocaram acusações de violação de acordo.


Governo de Donald Trump promove acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


“Duas crianças que brigam no pátio da escola”

Também nesta quarta-feira (25), em breve entrevista, Donald Trump comentou com os repórteres em Haia, Holanda, que Israel e Irã brigaram como “duas crianças no pátio da escola. Trump viajou para a Holanda a fim de participar da cúpula da OTAN.

O presidente americano acredita que, deixando-os brigar por uns dois ou três minutos, fica mais fácil de pará-los. Trump disse ainda que eles não vão brigar entre si. Para o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, o presidente americano precisa utilizar palavras mais fortes como se fosse um pai a brigar com os filhos.


O primeiro ministro de Israel aceitou por intermédio do governo americano cessar-fogo junto ao Irã (Foto: reprodução/Instagram/@b.netanyahu)


O que se sabe sobre os danos às instalações nucleares iranianas?

O presidente americano disse ainda que, os danos causados pelos ataques com mísseis às instalações nucleares iranianas no fim de semana foram graves, porém afirmou que as informações disponíveis foram inconclusivas. Para o presidente Donald Trump, os ataques ao Irã podem apenas ter atrasado o programa nuclear em alguns meses. Donald Trump sentou-se ao lado do Secretário de Estado Marc Rubio e do Secretário de Defesa Pete Hegseth.

Israel e Irã afirmam o cessar-fogo organizado por Trump

Nesta segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um anúncio em suas redes sociais, declarando que negociou com Israel e Irã uma proposta de cessar-fogo. O mandatário afirmou que eles haviam chegado a um acordo e a paz entraria em vigor pouco tempo após os ataques já programados por ambos os lados.

Ainda na presente data, os próprios governos em conflito confirmaram a assinatura de um tratado de cessar-fogo, mas alertaram para a vigilância diante de possíveis novos ataques.

O cessar-fogo entre Israel e Irã

Na madrugada desta terça-feira (24), em horário de Brasília, foi confirmado pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o cessar-fogo entre Israel e Irã havia entrado em vigor. Em seguida, a imprensa iraniana declarou que o país fez seus últimos ataques, que já estavam programados, e agora seguiriam para uma solução mais pacífica.


Iraniano comemorando o cessar-fogo entre seu país e Israel (Foto: reprodução/Nikoubazl/NurPhoto/Getty Images Embed)


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou o acordo de trégua e afirmou que Israel já havia concluído seus objetivos de eliminar os armamentos nucleares iranianos, que apresentavam uma ameaça. Ele também foi firme em declarar que, se houvesse alguma violação nos acordos de cessar-fogo, Israel iria responder fortemente a qualquer atitude.

Apesar de já ter sido afirmado o acordo de paz, ainda há risco, devido aos ataques já planejados. No anúncio de Donald Trump, ele explicou que as interrupções nos ataques ocorreriam em cerca de seis horas, no momento, até ambos os países concluírem suas missões em andamento. Em alguns dos ataques mais recentes do Irã a Israel, quatro pessoas morreram e pelo menos 12 ficaram feridas.

O conflito Israel x Irã

Os ataques começaram no dia 13 de junho, quando Israel, sob a justificativa de que o Irã estava produzindo armamentos nucleares, lançou uma operação para conter o avanço do seu programa nuclear. Durante os últimos dez dias, as forças armadas israelenses vêm bombardeando regiões militares e nucleares no Irã. Isso despertou revolta no governo iraniano, que também iniciou ataques militares ao território de Israel.


Destroços em cidade destruída em Israel (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)


Os Estados Unidos também participaram dos ataques, lançando bombas ao território iraniano, em localizações que possuíam armamentos nucleares. O principal alvo foi a usina de Fordow, que fica a 80 metros da superfície.

Em retaliação, o Irã bombardeou uma base militar americana no Catar, porém, todos os mísseis foram interceptados, causando dano mínimo e sem fatalidades. Ao longo de todo esse período, dezenas de pessoas acabaram morrendo e milhares foram feridas. A maioria das vítimas foi de civis, de acordo com as autoridades de ambos Israel e Irã.

Violação de cessar-fogo reacende tensão entre Irã e Israel

Um cessar-fogo arquitetado com a ajuda direta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre Irã e Israel, foi comprometido poucas horas após entrar em vigor. O acordo previa a suspensão das hostilidades a partir das 7h da manhã (horário local), mas o clima de trégua foi quebrado por novos disparos de mísseis, acusações cruzadas e respostas militares que elevaram a tensão na região.

Israel denuncia ataque iraniano após início da trégua

De acordo com o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Irã teria lançado um míssil contra o território israelense às 7h06 — apenas seis minutos após o horário combinado para o cessar-fogo — e outros dois às 10h25. “Os mísseis foram interceptados ou caíram em áreas abertas, sem causar vítimas ou danos”, informou a nota oficial. Ainda assim, os primeiros socorristas israelenses confirmaram que um dos projéteis atingiu a cidade de Beersheba, matando quatro pessoas e ferindo cerca de 20.

Como resposta, Israel realizou bombardeios contra instalações militares próximas a Teerã. Segundo o comunicado do governo israelense, os ataques mataram centenas de membros das forças de segurança iranianas e da milícia Basij. Apesar da escalada, Netanyahu afirmou que, após conversa com Donald Trump, o país decidiu não intensificar os ataques.

Trump critica ambos os lados e exige fim imediato dos ataques

O presidente Donald Trump, que atuou como mediador do cessar-fogo, demonstrou frustração com a violação do acordo. Em declaração à imprensa antes de partir para a cúpula da OTAN, Trump afirmou que tanto Irã quanto Israel desrespeitaram o tratado, ainda que “não intencionalmente”.

“Irã fez. Israel também fez. Não estou satisfeito com Israel. Não estou satisfeito com o Irã”, disse Trump. “Eles estão lutando há tanto tempo que já não sabem o que estão fazendo.” O ex-presidente exigiu a interrupção imediata dos ataques por ambas as nações.


O presidente estadunidense Donald Trump reforça o compromisso de Israel em cumprir acordo de cessar-fogo em sua rede social (reprodução/Truth Social/@realDonaldTrump)


Irã se diz alvo de agressão e nega existência formal de acordo

Pelo lado iraniano, o posicionamento foi de negação de um acordo definitivo. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que Teerã não reconhece nenhum tratado formal de cessar-fogo, embora tenha sinalizado que cessaria os ataques caso Israel encerrasse sua ofensiva até as 4h da manhã, no horário local.

Antes mesmo da entrada oficial do cessar-fogo, Israel já havia atacado dezenas de alvos militares iranianos, segundo um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF). O Irã, por sua vez, teria disparado cerca de 20 mísseis em resposta, ainda na madrugada.

Conflito segue indefinido após tentativa de mediação

A tentativa de conter o conflito entre Irã e Israel segue indefinida poucas horas após a implementação de um cessar-fogo. Apesar dos esforços de Donald Trump, as acusações mútuas e os ataques contínuos indicam que a trégua não foi respeitada de forma concreta por nenhum dos lados. Com vítimas civis já contabilizadas e novas ameaças em curso, a estabilidade na região segue incerta, e o risco de uma nova escalada permanece no horizonte.

Trump anuncia que Israel e Irã chegam a acordo por cessar-fogo

Nesta segunda-feira (23), foi comunicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, através de suas redes sociais que Israel e Irã chegaram a um acordo para cessar-fogo “completo e total” entre os países, para encerrar de vez o conflito que vem causando mortes e destruição nos últimos dias. O cessar-fogo está previsto para iniciar cerca de 6h após o horário atual (cerca de 1h da manhã pelo horário de Brasília).

O presidente americano comentou em suas redes sociais que o cessar-fogo deve ser completo e total, com duração de cerca de 12h. O primeiro país a iniciar o cessar-fogo será o Irã, e após 12h, Israel também entrará com as medidas. Passadas 24 horas, o conflito será considerado encerrado.

O anúncio

Trump chamou o conflito como “a guerra dos 12 dias”, e comentou que o conflito poderia ter se prolongado por meses, ou até mesmo por anos, mas não durou, nem vai durar. O presidente fez o anúncio através de suas redes sociais no mesmo dia em que a base americana instalada em Doha, no Catar, sofreu ataques de mísseis balísticos vindos do Irã. No entanto, a defesa aérea do Catar confirmou que os mísseis foram interceptados, sem que houvesse vítimas.

Embora Trump tenha dito que os países chegaram a um acordo, nenhum deles se manifestou de maneira oficial para confirmar a informação.


Comunicado de Donald Trump sobre o cessar-fogo através do Truth Social (Foto: reprodução/X/@hoje_no)

Início do conflito

O conflito se iniciou no dia 12 de junho, quando os primeiros ataques partiram de Israel, com a premissa de que o Irã estaria desenvolvendo uma arma nuclear, algo que nenhum país poderia possuir. Desde então, ataques a bases militares, instalações nucleares e até mesmo uma emissora de TV foi alvo do conflito.

Em meio ao caos que se instalava no Oriente Médio, os Estados Unidos intervieram no conflito, quando no domingo (22) foi iniciada a operação “martelo da meia-noite”. Segundo o governo americano, foram utilizadas cerca de 75 armas guiadas de precisão e mais de 125 aeronaves americanas. 

O principal alvo do governo eram as fontes do epicentro do programa nuclear iraniano, a principal delas localizada em Fordow, uma instalação de enriquecimento nuclear que fica enterrada sob uma montanha. Após a operação, foi confirmado pelo governo que a operação teria sido um sucesso, destruindo as instalações iranianas e freando o avanço nuclear do país.


Emissora de Rádio e TV Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB) destruída após ataque de Israel na última segunda-feira (16) (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Catar foi crucial nas negociações

De acordo com uma fonte envolvida nas negociações pelo cessar-fogo ouvida pela Reuters, Donald Trump e seu vice-presidente, JD Vance, discutiram a proposta juntamente com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani. De acordo com a fonte, Trump afirmou ao emir que Israel já havia concordado com o pedido de cessar-fogo, e pediu para Al-Thani ajudar a negociação com o Irã pelo fim da guerra.

Ainda de acordo com a Reuters, o primeiro-ministro do Catar teria realizado uma ligação com as autoridades iranianas na cidade de Teerã, o Irã concordou com a proposta apresentada pelos americanos, a fim de selar a paz.

Trump sugere mudança de regime no Irã após ataques dos EUA

No último fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar polêmica ao sugerir, por meio das redes sociais, uma possível mudança de regime no Irã. A declaração veio um dia após os EUA entrarem oficialmente em um conflito com o Irã, ao bombardearem três instalações nucleares no país, incluindo a central de Fordow, que sofreu danos estruturais significativos.

Publicação de Donald Trump

A fala de Trump foi publicada na rede Truth Social e chamou atenção pelo uso de um novo slogan: “MIGA” — Make Iran Great Again, ou “Tornar o Irã grande novamente”. A expressão remete ao famoso lema de campanha do presidente, “MAGA” — Make America Great Again. Em sua publicação, Trump declarou: “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano não é capaz de tornar o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime??? MIGA!!!”.

Apesar do tom provocativo do presidente, autoridades do governo norte-americano tentaram amenizar o impacto da declaração. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que os ataques realizados no sábado (21) não tinham como objetivo derrubar o governo iraniano, mas sim impedir o avanço do país no desenvolvimento de armas nucleares. “Esta missão não era e não tem sido sobre mudança de regime”, garantiu Hegseth em coletiva no Pentágono neste domingo (22).

O conflito é intensificado

A tensão entre Irã e Israel havia se intensificado desde o dia 13, quando militares israelenses lançaram uma ofensiva contra instalações nucleares iranianas. O Irã respondeu com ataques, e os EUA, aliados históricos de Israel, decidiram intervir diretamente. Trump já vinha sinalizando esse possível envolvimento, tendo declarado no último dia 17 que os EUA “já tinham o controle do céu do Irã”, indicando uma aliança estratégica com o governo israelense. Em outra declaração polêmica, mencionou saber o paradeiro do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, e ameaçou agir contra ele caso a situação se agravasse.


Base nuclear iraniana antes do bombardeio (reprodução/x/@g1)

Desde fevereiro, Trump retomou a política de “pressão máxima” contra o Irã, com o objetivo de forçar a retomada de negociações sobre o programa nuclear do país. Segundo analistas, a entrada dos EUA no conflito pode ampliar ainda mais as vulnerabilidades internas do regime iraniano. Para a doutora em Direito Internacional Priscila Caneparo, apenas os EUA têm poder militar suficiente para interromper o programa nuclear iraniano — algo que nem Israel conseguiria fazer sozinho.

Ataque certeiro de Israel sobre Irã atinge infraestrutura militar

Nesta segunda-feira (23), Israel lançou um novo ataque contra o Irã, atingindo o quartel-general da Guarda Revolucionária, a prisão de Evin e a central nuclear de Fordow, atingida no fim de semana. Em contrapartida, o Irã ameaçou os EUA sobre as graves consequências dos bombardeios às instalações militares, o que pode fazer a guerra se estender pelo Oriente Médio

Base nuclear era o alvo específico

Israelenses e iranianos confirmaram os ataques. A agência de notícias iraniana Tasnim citou um porta-voz da província de Qom — onde fica Fordow, uma base militar localizada em uma montanha — que confirmou as explosões no local. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que a central nuclear era um dos alvos do bombardeio, mas que havia outros na lista de objetivos.

“De acordo com a orientação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e minha, as Forças de Defesa de Israel estão atacando neste momento, com intensidade sem precedentes, alvos do regime e órgãos de repressão governamental no coração de Teerã”, escreveu Katz em uma publicação na rede social X. “Entre eles: a sede da milícia Basij, a prisão de Evin — que abriga presos políticos e opositores do regime —, o relógio da ‘destruição de Israel’ na Praça Palestina, quarteis da segurança interna da Guarda Revolucionária, o quartel da ideologia e outros alvos do regime”.

Sobre o ataque a Fordow

O ataque a Fordow, segundo o Exército, teve como objetivo obstruir as rotas de acesso à instalação militar iraniana. A base foi construída no interior de uma montanha justamente para resistir a possíveis bombardeios. A central nuclear de Fordow é considerada por Israel um dos símbolos do programa nuclear iraniano, que o governo israelense acusa de ter fins militares — algo que Teerã nega. Quando os Estados Unidos bombardearam a base com bombas antibunker de 13,6 toneladas, os danos causados podem ter sido significativos.

Após uma reunião de emergência do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o chefe da agência nuclear da ONU, Rafael Grossi, comunicou nesta segunda-feira que há indícios de que as bombas lançadas pelos Estados Unidos causaram ‘danos muito significativos’ em áreas subterrâneas da usina iraniana.


Local atingido por ataque (Foto: Reprodução/Majid Saeedi/Getting Imagens Embed)

“Dada a carga explosiva utilizada e a natureza extremamente sensível à vibração das centrífugas, espera-se que tenham ocorrido danos muito significativos”, disse Grossi, citado no comunicado.

Ataques em Teerã

Autoridades do Crescente Vermelho (organização humanitária equivalente à Cruz Vermelha) afirmaram que bombas caíram próximas à sede da instituição. Uma densa fumaça preta tomou o céu da capital iraniana após os ataques realizados por Israel. Fontes tanto de Israel quanto do Irã confirmaram que alvos militares também foram atingidos.

O Nounews um jornal iraniano, divulgou imagens captadas pelas câmeras de segurança da entrada da prisão de Evin. Nesse cárcere estão detidas pessoas consideradas inimigas do regime. Segundo fontes oficiais, os presos não foram feridos e a situação está ‘sob controle’. “No último ataque do regime sionista a Teerã, projéteis infelizmente atingiram a Prisão de Evin, danificando partes da instalação”, relatou o site Mizan Online, que está vinculado ao judiciário do Irã.

O ministro das Relações Exteriores israelenses, Gideon Sa’ar, escreveu uma publicação nas redes sociais, referenciando o slogan do presidente da Argentina, Javier Milei, que foi marcado na postagem.

Nós alertamos o Irã uma vez após a outra: parem de mirar os civis! Eles continuaram, inclusive nesta manhã. Nossa resposta: Viva a liberdade, caral”

Gideon Sa’ar

Aliás, a prisão de Evin não é conhecida por tratar bem os presos políticos. Lá estão, inclusive, prisioneiros estrangeiros, como os franceses Cécile Kohler e Jacques Paris. Noémie Kohler, irmã de Cécile, detida em Evin desde 2022, classificou o bombardeio israelense como ‘completamente irresponsável’

O Exército israelense confirmou, em um comunicado mais detalhado, que bombardeou quartéis-generais iranianos — inclusive aquele que pode ser o principal quartel da Guarda Revolucionária na capital — além do Comando Geral de Segurança da Informação das Forças de Segurança Interna. Os danos causados por esse ataque ainda não foram avaliados.

Sobre o ataque do Irã a Israel

O Irã realizou ataques contra Israel nesta segunda-feira. Foram disparados mísseis em sequência, atingindo o país de norte a sul. Com a ofensiva, milhões de israelenses buscaram abrigo. As cidades afetadas foram Haifa, Tel Aviv e a região da fronteira com Gaza, no sul do país. O ataque prejudicou o fornecimento de energia durante a manhã e o início da tarde (madrugada e manhã em Brasília).

Irã solicita apoio da Rússia após bombardeios liderados pelos EUA

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, enviou seu ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, a Moscou nesta segunda-feira (23), buscando reforço político e militar do Kremlin. A iniciativa ocorre após A medida foi tomada após os Estados Unidos conduzirem sua mais intensa operação militar contra a República Islâmica desde a revolução de 1979. Segundo fontes iranianas citadas pela Reuters, Khamenei pretende obter maior comprometimento da Rússia diante das ameaças crescentes por parte dos EUA e de Israel.

Preocupações com mudança de regime

A ação diplomática evidencia o aumento das tensões no Oriente Médio. Pronunciamentos de Donald Trump e de líderes israelenses sobre uma possível eliminação de Khamenei e substituição do regime ampliaram a inquietação entre aliados. “O país não ficou impressionado com o apoio da Rússia até o momento”, afirmaram fontes ouvidas pela Reuters, que também disseram esperar ações mais concretas do Kremlin contra a pressão ocidental.

Apesar de manter relações próximas com Teerã, a Rússia tem demonstrado moderação. Com seu exército envolvido na guerra na Ucrânia, Putin resiste a qualquer confronto direto com Washington. O governo russo confirmou a recepção do chanceler iraniano, mas não revelou detalhes sobre os assuntos discutidos. Em entrevista à agência TASS, Araqchi afirmou que os dois países estavam “coordenando posições sobre a atual escalada no Oriente Médio”, sugerindo alinhamento tático, mas não necessariamente militar.


Pronunciamento de Donald Trump sobre ataques dos Eua (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)


Mediação e interesses nucleares

Putin já se ofereceu em outras ocasiões para mediar as tensões entre Teerã e Washington, propondo alternativas diplomáticas para garantir o acesso iraniano à energia nuclear civil. Conforme afirmou o presidente da Rússia, Israel garantiu a segurança dos especialistas russos envolvidos na construção de novos reatores em Bushehr. No entanto, o acordo de cooperação estratégica firmado no início do ano entre os dois países não prevê compromissos de defesa recíproca, o que reduz sua eficácia prática.

Em território russo, determinados grupos têm cobrado que o país adote uma atitude mais alinhada à dos Estados Unidos no caso ucraniano, oferecendo ao Irã armamentos, equipamentos de defesa aérea e suporte via satélite. No âmbito internacional, Rússia, China e Paquistão apresentaram uma proposta no Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato na região. Durante a sessão, o embaixador russo Vassily Nebenzia criticou os Estados Unidos: “Mais uma vez, somos solicitados a acreditar nos contos de fadas dos Estados Unidos”, declarou.


Putin se manifestou por meio de suas redes sociais (Foto: reprodução/x/@darthputinkgb)


Histórico de desconfiança e interesses mútuos

Apesar de manterem colaborações ocasionais, os laços entre Irã e Rússia são permeados por interesses divergentes e uma dose considerável de desconfiança. A compra de armamentos iranianos por Moscou e a assinatura de acordos bilaterais reforçam uma parceria pragmática, mas não necessariamente sólida. Enquanto o Irã pressiona por um engajamento mais firme, Moscou pondera com cautela os possíveis custos diplomáticos e militares de tal envolvimento. Diante de um cenário instável, ambos os países buscam garantir espaço de influência sem comprometer sua segurança nacional.

Israel bombardeia alvos estratégicos no Irã e intensifica tensão regional

Israel realizou, nesta segunda-feira (23), uma série de ataques direcionados contra estruturas simbólicas e estratégicas do regime iraniano. Segundo o ministro da Defesa, Israel Katz, as Forças de Defesa atuaram com “força sem precedentes” para atingir o que classificou como “entidades de opressão” ligadas ao governo do aiatolá Ali Khamenei. Entre os alvos, estão a prisão de Evin, a instalação nuclear de Fordow e um quartel da Guarda Revolucionária. Os bombardeios também afetaram o centro ideológico do regime em Teerã.

Prisão política e instalações militares atingidas

Durante a ofensiva, foram bombardeados locais associados à repressão interna e à estrutura de poder iraniana. “Estamos atacando com força sem precedentes alvos do regime no coração de Teerã, incluindo a sede da Basij, a prisão de Evin para presos políticos, o relógio ‘Destrua Israel’ na Praça da Palestina, entre outros”, declarou Katz. A prisão de Evin é conhecida por abrigar dissidentes, jornalistas e ativistas, além de seu histórico de violações aos direitos humanos. Um vídeo divulgado mostra explosões nas imediações da penitenciária.

O Irã respondeu à ação com o lançamento de mísseis e drones “de norte a sul” contra o território israelense, conforme relatado pela Guarda Revolucionária. Apesar do ataque em larga escala, o Exército de Israel afirmou que até o momento não houve registro de vítimas ou danos significativos. As forças de defesa israelenses seguem mobilizadas para interceptar os projéteis e conter novas ofensivas. A situação elevou o grau de alerta nas principais cidades israelenses e reacendeu temores de um conflito direto e prolongado.


Imagens da prisão iraniana sendo explodida (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)


Fordow e o papel dos Estados Unidos

O bombardeio à instalação nuclear de Fordow ocorre dois dias após os Estados Unidos atacarem a mesma área com bombas antibunker, sinalizando uma atuação conjunta com Israel. Fordow, localizada em Qom, é uma das mais protegidas estruturas nucleares iranianas, construída dentro de uma montanha para resistir a ataques aéreos. De acordo com autoridades americanas, 14 bombas GBU-57 foram lançadas no local. “Os ataques destruíram completamente as capacidades nucleares do Irã”, afirmou o presidente Donald Trump.

Teerã reconheceu os danos nas instalações atingidas, mas afirmou que não há risco imediato à população local. O governo iraniano condenou os ataques e prometeu retaliações, embora até o momento não haja confirmação de novas ações militares. O bombardeio de estruturas nucleares reacendeu o debate internacional sobre os limites da contenção armada e o papel das potências no equilíbrio do Oriente Médio. Ainda é cedo para avaliar os impactos estratégicos da ofensiva, mas analistas apontam para um novo estágio de tensão no conflito Irã-Israel.


Trump diz que ataque destruiu instalações nucleares em Fordow (Foto: reprodução/x/@realdonaldtrump)

Alvos simbólicos e sinal político

Além dos danos materiais, os ataques visaram elementos de alto valor simbólico para o regime iraniano, como a sede de segurança interna da Guarda Revolucionária e o chamado relógio “Destrua Israel”. Esses alvos indicam um esforço claro de Israel para minar não apenas a estrutura bélica do Irã, mas também sua narrativa ideológica. A movimentação militar em Teerã e a resposta iraniana ampliam os riscos de confrontos diretos em uma região historicamente instável. A comunidade internacional observa com apreensão os desdobramentos desse novo capítulo da crise.

Trump usa slogan “MIGA” e confirma envolvimento dos EUA em conflito no Oriente Médio

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (22) nas redes sociais que pode haver uma mudança no governo do Irã. A fala veio um dia depois de os EUA entrarem na guerra e atacarem três instalações nucleares no país, no sábado (21).

O que significa MIGA?

No texto, Trump usou o slogan “MIGA” — Make Iran Great Again (“Tornar o Irã grande novamente”), fazendo referência ao seu lema de campanha MAGA, (Make America Great Again).

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que os ataques feitos pelos americanos às instalações do Irã tinham como objetivo evitar que o país construa uma arma nuclear, e não derrubar o governo iraniano.

Irã e Israel estão em guerra desde o último dia 13, quando as forças de Israel anunciaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos, o que levou o Irã a responder com ataques.

Donald Trump, que já havia mostrado intenção de apoiar Israel, confirmou esse apoio no sábado (21), quando os Estados Unidos entraram oficialmente no conflito, bombardeando instalações nucleares no Irã. A principal delas, em Fordow, teve danos visíveis na estrutura.

Dias antes, na terça-feira (17), Trump já havia dado sinais de envolvimento mais direto, dizendo que os EUA já tinham o controle do céu do Irã. Ele também declarou que sabia onde estava o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, e afirmou que não o mataria por enquanto, mas que sua paciência estava chegando ao fim.


Frase de Donald Trump sobre o slogan MIGA na rede social Truth Social (Foto: reprodução/X/@trump_repost)

Tensão entre EUA e Irã

Desde fevereiro, Trump voltou a adotar a política de pressão máxima contra o Irã, com a intenção de forçar o país a negociar um novo acordo que impeça a produção de armas nucleares.

Na quinta-feira (19), ele disse que levaria até duas semanas para decidir se os Estados Unidos entrariam na guerra, mas a decisão veio antes do esperado, e dois dias depois, no sábado (21), os EUA passaram a participar diretamente do conflito.