O empresário de Marília Mendonça e dono da empresa Workshow, Wander Oliveira, revelou em uma entrevista para o portal G1, divulgada nesta terça-feira (19), que a cantora possui um acervo musical inédito, com volume suficiente para o lançamento de novas músicas por até 20 anos.
Marília Mendonça se tornou referência na música brasileira com centenas de sucessos e um estilo de composição marcante, e continua impactando fãs e o mercado mesmo após sua morte. Com o lançamento de “Leão”, em 2022, a cantora fortaleceu o seu legado como um dos grandes nomes do sertanejo, pois a música se tornou uma das mais ouvidas por brasileiros nas plataformas digitais.
Gestão compartilhada e decisões delicadas
O legado de Marília está sendo administrado por três partes: a família, composta pela mãe Ruth Dias e pelo filho Léo, de cinco anos; a gravadora Som Livre, que possui direitos comerciais da obra desde 2019; e a Workshow, que cuida da gestão da carreira da artista. Essas entidades precisam trabalhar em conjunto para proteger o catálogo existente, preservar a imagem da cantora e decidir sobre lançamentos póstumos.
Nem todas as decisões são unânimes. No início de 2025, a família concordou em compartilhar uma composição digital em parceria com o cantor Cristiano Araújo, que faleceu em 2015, na música “De Quem É a Culpa?”, sem a aprovação de Wander. Além disso, dentro do acervo estão gravações caseiras, rascunhos escritos por Marília em celular e lives produzidas na época da pandemia, que serviram como base para novos projetos como o álbum póstumo “Decretos Reais”, do qual “Leão” faz parte.
Um outro ponto de disputa envolve um pen drive compilado por Juliano Soares, parceiro de composição e amigo próximo da artista. Dentro do dispositivo, há canções idealizadas, gravações de voz da cantora e entre 100 e até 110 arquivos guardados com músicas inéditas. Wander afirmou que entregou sua parte dos direitos ao espólio para Léo cuidar quando alcançar a maioridade, mas aconteceram negociações paralelas entre os familiares e a gravadora.
Contratos e estratégias definem futuro do legado de Marília Mendonça
Especialistas em contratos artísticos explicam que é possível trabalhar tanto com cessão de direitos, que transfere a obra à gravadora, quanto com licenciamento, em que o uso é temporário. Oliveira defende o licenciamento para que, futuramente, Léo possa decidir sobre a gestão das músicas do pen drive, preservando o legado de sua mãe.
Esses especialistas argumentam que os próximos passos da obra de Marília Mendonça ainda é motivo de interesse, mas afirmam que é preciso achar um caminho para encontrar equilíbrio entre os interesses comerciais e afetivos. Dessa forma, fica garantido que a voz da artista continuará presente em todos os cantos, junto com todo o seu legado no mundo da música.
