Comissão da Câmara aprova selo obrigatório de origem para produtos exportados

Na última quinta-feira (4) a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1272/25, que torna obrigatória a aplicação de um selo oficial de origem em todos os produtos brasileiros para exportação. A medida agora deve seguir para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e em seguida para a Câmara e o Senado.

Projeto de Lei

O texto aprovado determina que o selo de origem seja aplicado de forma clara e visível nas embalagens ou rótulos dos produtos exportados, visando que o cliente saiba a origem. A regra, segundo a proposta, fortalece a identidade nacional e promove a valorização de produtos exportados pelo Brasil no mercado internacional.

O autor do projeto, Prof. Reginaldo Veras, afirma que a medida facilita o reconhecimento da origem do produto, solidificando a qualidade e procedência dos produtos brasileiros. Para ele, ao agregar o selo ao produto, a iniciativa reforça a reputação brasileira no mercado exterior e impulsiona a competitividade no mesmo. De acordo com o deputado, a lei atual (Lei 5.700/71) restringe o uso da bandeira nacional em rótulos de produtos, mas o novo PL pode surgir como uma alternativa viável para promover a produção brasileira no cenário global.


Texto busca aplicar obrigatoriedade de selos em produtos brasileiros exportados (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)


Agora, a proposta deve seguir para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Após a análise, o PL deve passar então pela Câmara e pelo Senado, devendo ser aprovado para que se torne lei.

Exceções na regra

No texto apresentado são excluídos alguns produtos da obrigatoriedade do selo. São eles: produtos que não permitem a identificação da origem de forma clara e viável por características técnicas ou formato; produtos sujeitos a restrição no país de destino acerca da origem do fabricante; e produtos exportados a granel ou sem embalagem final.

Contudo, mesmo nesses casos em que o selo não é obrigatório, o fabricante ainda deve procurar outras medidas para identificar a origem do produto, sinalizando que foi exportada do Brasil. Podem ser alternativas para os fabricantes o selo de origem em documentos comerciais ou de transporte.

Empresas projetam mais de US$ 35 bilhões em custos com tarifas dos EUA

As corporações internacionais contabilizaram um impacto significativo devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, com a projeção ultrapassando a casa dos US$ 35 bilhões. Entretanto, apesar da expectativa do mercado internacional, os acordos feitos entre os EUA e demais países têm dado uma visão mais ampla de possível estabilidade. 

De acordo com levantamento feito pela Reuters a partir de declarações corporativas, registros regulatórios e teleconferências, as empresas esperavam que o impacto financeiro fosse entre US$ 21 bilhões a US$ 22 bilhões, ainda neste ano. Apesar das tensões comerciais entre o país norte-americano e outros países – o que levou os Estados Unidos a atingirem os níveis mais altos de tarifas desde 1930 -, o mercado vem mostrando sinais de estabilização, à medida que novos acordos são feitos. 

Impacto Financeiro

As empresas multinacionais vêem o reflexo das tarifas norte-americanas de forma concreta em seus resultados financeiros. O valor de US$ 35 milhões supera a expectativa inicial registrada em maio de US$ 34 bilhões. Para 2025 a expectativa do efeito financeiro era de até US$ 22 bilhões; já para 2026, o teto beira os US$ 15 bilhões. Esses valores são baseados nas análises de maio, que foram feitas após as tarifas impostas em abril pelo governo dos EUA, com o dia sendo apelidado de “Dia da Libertação”.

Os custos elevam as pressões sobre o mercado internacional. A Stellantis, por exemplo, declarou um prejuízo de 1,5 bilhões de euros em julho, causado pelas tarifas dos EUA. Outros setores, contudo, foram beneficiados, como o setor de bebidas. A Remy Cointreau e a Pernod Ricard, ambas fabricantes de bebidas da França, diminuíram suas expectativas de impacto após o acordo entre a UE (União Europeia) e os EUA. 

Mas o cenário que fez com que as expectativas das companhias globais mudassem foi o acordo por taxas menores entre os EUA e o Japão, com as tarifas sendo de 15%. A Toyota, empresa japonesa do setor automobilístico, realizou uma projeção de US$ 9,5 bilhões, mostrando um impacto claro da desigualdade nos efeitos causados em diferentes empresas. 


Acordo entre EUA e Japão abaixou as tarifas comerciais (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Expectativas de estabilidade

Apesar dos valores elevados, existem sinais de que o mercado possa entrar em uma fase de maior previsibilidade, graças aos acordos feitos pelos EUA com a UE e o Japão, que levaram as muitas empresas a reduzirem suas estimativas iniciais para um pior cenário no mercado.

Em entrevista à Reuters, Antonio Filosa, presidente-executivo da Stellantis, afirmou que “as tarifas estão ficando cada vez mais claras”, indicando que os acordos estão possibilitando uma visão mais ampla do cenário e não o restringindo a resultados negativos. De acordo com ele, as tarifas serão consideradas variáveis a serem gerenciadas pelos negócios. Isso não significa que a incerteza do mercado desapareceu, devido à possibilidade de novas taxas impostas por Trump a qualquer momento, mas que talvez a fase atual seja de maior estabilidade do que o previsto. 

China reduz taxas sobre produtos dos EUA e impulsiona relação comercial

O Ministério das Finanças da China anunciou nesta terça-feira (13) que reduzirá as tarifas de importação sobre os produtos dos EUA de 34% para 10% a partir desta quarta-feira (14). Além disso, cancelará a taxa adicional de 91% que havia sido imposta em duas rodadas de medidas ao longo da guerra tarifária. 

O acordo que, a princípio, durará por um período de 90 dias foi anunciado na madrugada desta segunda-feira (12). A decisão é fruto das negociações comerciais que aconteceram no último fim de semana em Genebra, na Suíça, entre os representantes das duas maiores economias do mundo e levaram à trégua temporária da guerra comercial.  

Um comunicado oficial de Pequim diz que “a redução significativa das tarifas bilaterais entre a China e os EUA está alinhada com as expectativas dos produtores e consumidores de ambos os países e favorece as trocas econômicas e comerciais entre a China e os EUA e a economia global”


Representantes chineses e norte-americanos anunciam a trégua comercial de 90 dias (Reprodução/X/@jornal_cultura)

Os Estados Unidos reduzirão as tarifas extras impostas à China de 145% para 30%. 

Em entrevista concedida nesta terça-feira, o presidente Donald Trump disse que conseguia se ver negociando os detalhes finais de um acordo comercial entre os dois países diretamente com o presidente chinês Xi Jinping. 

Trump afirmou que as taxas de importação dos produtos chineses não devem retornar ao índice de 145% ao fim dos três meses de trégua. 

Análise do momento

Especialistas do mercado financeiro receberam muito bem o anúncio do hiato das tarifas recíprocas entre China e EUA. Contudo, economistas e analistas acreditam que o acordo deve ter efeitos ainda limitados para alavancar investimentos e o comércio internacional.

De acordo com o g1, especialistas dizem que a trégua não é uma questão definitiva e pode mudar ao fim dos 90 dias. 

Welber Barral, ex-secretário do comércio exterior e sócio-fundador da BMJ Consultores Associados, diz que “é um prazo relativamente curto”. Barral afirma que, por enquanto, não haverá grandes efeitos nos mercados ou nos negócios; é um período para que China e EUA tentem um acordo mais amplo, que envolva o acesso a mercados e outros temas, além da redução da tarifa propriamente dita. 

Para o diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, a trégua é um teste decisivo para o futuro das relações comerciais entre China e EUA, enquanto o mercado observa os efeitos da decisão na economia do mercado internacional. 

Parece que evitaram o pior cenário, de fracasso nas negociações. Com isso, abrem um caminho para tentar algo positivo.

Leonardo Monoli

Efeitos imediatos da trégua

O mercado financeiro reagiu positivamente ao acordo entre Pequim e Washington e o dólar voltou a ganhar força. Os riscos da economia reduziram após análise dos investidores. 

Os títulos públicos dos EUA, as Treasuries, subiram com otimismo e houve valorização das commodities nas bolsas de valores ao redor do mundo.

André Valério, economista sênior do Inter, avalia que “é um acordo ainda recheado de detalhes a serem explicados, mas já é um avanço considerável e os mercados se mostram bastante aliviados desde o anúncio”

Como a trégua diminui as incertezas acerca do crescimento da economia global, os riscos de uma recessão e de uma estagflação (inflação alta e crescimento econômico baixo) diminuíram bastante. Essa era uma das grandes preocupações do banco central dos EUA (Fed) na última decisão sobre os juros. 

Ao g1, a analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, afirma que “o movimento pode ser visto como uma correção do mercado, ajustando os excessos após reagir a uma desaceleração mais pronunciada do dólar”. Para ela, a recuperação da moeda ainda não significa uma retomada mais estrutural, o que leva à cautela dos investidores nas negociações. 

Os analistas ainda observam o desenrolar do acordo definitivo entre China e EUA. Qualquer desavença pode desestabilizar o mercado nos próximos três meses e provocar o aumento da volatilidade dos investimentos. 


Impacto da guerra comercial no mercado de exportação brasileiro (Reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Segundo Hudson Bessa, economista e professor da Fipecafi, o anúncio do acordo melhorou o humor dos empresários e do mercado, mas isso não significa um aumento dos investimentos ou de compras internacionais a longo prazo. 

Do lado da China

De acordo com a InfoMoney, os futuros contratos de minério de ferro atingiram uma máxima em mais de cinco semanas nesta quarta-feira, graças ao acordo entre China e EUA para reduzir as tarifas. A ação aumentou as esperanças de uma solução mais definitiva para a disputa comercial. 

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China, fechou o dia com alta de 2,43%, a 737 iuanes (US$ 102,16) a tonelada, o maior valor desde 7 de abril. 

O minério de ferro de referência para junho na Bolsa de Singapura subiu 2,3% para US$101,8 a tonelada, o maior valor desde 3 de abril. 

Rony rejeita Fluminense e almeja mercado internacional

O atacante Rony, de 29 anos, que está no Palmeiras desde 2020, recusou a oferta que veio do Fluminense para jogar a próxima temporada no time carioca. Porém, o staff do jogador está aguardando propostas do mercado internacional e vê com bons olhos uma negociação ainda neste início de ano. 

O alviverde não irá se opor a liberação do jogador, mas quer uma compensação financeira para recuperar uma parte dos seis milhões de euros gastos na compra do atleta, junto ao Athletico Paranaense na época.

Sondagens por Rony

Além do Fluminense, Santos e Atlético-MG fizeram sondagens pelo atleta, mas os valores que envolvem a transferência e os salários barraram o acerto. Pessoas que assessoram Rony veem que a saída dele será para mercados como Arábia Saudita, Emirados Árabes, México e Estados Unidos; e aguardam a chegada de propostas nos próximos dias.

O contrato do atacante com o Palmeiras iria até o final de 2026, mas com as recentes contratações feitas por Leila Pereira, o atleta ficou fora dos planos da equipe. Mesmo sem uma definição sobre seu futuro, Rony se reapresentou na academia de futebol nesta segunda-feira (06), para iniciar sua pré-temporada. 

Trajetória no Palmeiras

Em cinco temporadas atuando pelo Palmeiras, o atacante que chegou com desconfiança; nas mãos de Abel Ferreira, conseguiu se firmar sendo protagonista em momentos importantes da história recente alviverde. No clube, ele participou de 283 partidas, marcou 70 gols e deu 32 assistências, conquistando 11 títulos e sendo o maior artilheiro do Palmeiras na Libertadores, com 23 gols feitos.


Clubes brasileiros querem o atacante do Palmeiras (Video: reprodução/Youtube/Os donos da bola)

O craque foi considerado, durante muito tempo, o motor do time; jogando em mais de uma posição para atender algumas carências que Abel tinha na equipe. Rony inclusive chegou a jogar até como centroavante, mesmo tendo apenas 1,66m de altura. Com isso, deixou um pouco para trás sua característica de atacante de beira de campo.

Brasileiros investiram mais de US$ 4 bilhões no mercado internacional em 2023

A busca por diversificação e retornos mais expressivos está impulsionando o investimento de brasileiros no exterior. Dados do Banco Central revelam um aumento significativo nesse tipo de aplicação, com investimentos internacionais direcionados por brasileiros alcançando US$ 4,4 bilhões em 2023, contra resgates líquidos de US$ 142 milhões em 2022.

O mercado americano se destaca como principal destino, atraindo os investidores pela amplitude de opções, com mais de 8 mil ativos listados em suas bolsas, contra cerca de 390 no Brasil. Essa variedade permite investir em empresas líderes em seus setores, como a Nvidia, cujo valor de mercado supera a soma de todas as empresas brasileiras listadas na bolsa.

Diversificar o patrimônio e reduzir os riscos são outros benefícios do investimento no exterior. Ao investir em mais de um país, o investidor diminui a exposição a riscos políticos, geográficos e socioeconômicos específicos de cada região.

A carteira internacional do C6 Bank ilustra bem essa vantagem, tendo apresentado uma valorização de 3,5% em fevereiro, similar ao S&P (6,7%), enquanto o Ibovespa subiu 22%. Ou seja, o investimento no exterior proporcionou retornos superiores ao principal índice da bolsa brasileira.

Novas fronteiras

Especialistas apontam oportunidades em outros mercados além do americano. A Europa, com seus mercados maduros e empresas como LVMH e Novo Nordisk, é um destino atraente. A Ásia, por sua vez, oferece grande potencial de crescimento em setores como tecnologia, manufatura, serviços financeiros e saúde, com destaque para China, Índia, Japão e Singapura.


Gráfico digital de investimentos (Foto: reprodução/Freepik)

A América Latina também apresenta oportunidades, embora ainda pouco exploradas. México, Chile e Colômbia são exemplos de países com potencial para investimentos.

Desafios e recomendações

Investir no exterior exige atenção aos desafios, como a maior exposição a eventos macroeconômicos, como recessões, crises financeiras e mudanças nas taxas de juros em diferentes países. Para navegar neste cenário, é fundamental ter uma visão de longo prazo e buscar orientação profissional.