AIDS registra queda de mortes de 13% no Brasil

Nesta segunda-feira (1), foi publicado no site oficial do governo: gov.br, na seção Boletim Epidemiológico. Esse boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, mostrou que o Brasil registrou uma queda nos números de mortes por AIDS de 13% entre os anos de 2023 e 2024, o que resultou no menor número dos últimos 30 anos.

Esses números são um reflexo dos avanços tecnológicos e dos cuidados adotados nos últimos anos. Analisando os dados, as mortes por AIDS passaram de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024, representando o menor registro das últimas três décadas. Outra queda importante foi nos diagnósticos de AIDS, que, no mesmo período, reduziram 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil em 2024,  o que tem uma ótima repercussão, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Motivos da queda de mortes por AIDS nos últimos anos

O ministro da Saúde afirmou que esses números de queda divulgados neste mês são significativos — dezembro é o mês oficial da luta contra o HIV e a AIDS, e 1° de dezembro é o Dia Mundial de Combate à AIDS. Padilha afirma que esses dados são muito importantes para demonstrar que este é o caminho indicado para manter e alcançar o menor número de mortes por AIDS dos últimos 32 anos, o que é extremamente relevante.


Post sobre a importância dos cuidados a Aids e celebração de conquistas históricas (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Alexandre Padilha afirma que esses números demonstram o trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem oferecido gratuitamente alta tecnologia, utilizando o que há de mais moderno na prevenção, diagnóstico e tratamento. O ministro da Saúde também destacou que os avanços tecnológicos permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical, ou seja, quando se impede que uma doença seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação, o que era um grande problema de saúde pública.

Uma diminuição significativa dos casos materno-infantil

Quando é analisado o componente materno-infantil, o país registrou uma queda significativa de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). Esses dados reafirmam o que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou sobre como os avanços tecnológicos, aliados ao SUS, impactaram na diminuição desses casos.

O início tardio da profilaxia neonatal — ou seja, iniciar o tratamento preventivo do recém-nascido somente depois do tempo ideal, geralmente nas primeiras horas ou dias de vida, quando o ideal seria iniciar imediatamente após o nascimento — caiu 54% dos casos, demonstrando melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas maternidades.


Post sobre o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


O Brasil atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, um número significativo. Além disso, Padilha afirma que todas as gestantes recebem testes para HIV e que também é oferecido tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Assim, como consequência, houve a eliminação da transmissão vertical, que era um grande problema de saúde pública — ou seja, quando se impede que a AIDS seja transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. Em território nacional, a taxa se manteve abaixo de 2%, e a incidência da infecção em crianças ficou abaixo de 0,5 casos por mil nascidos vivos.

Para concluir, em 2024 foram contabilizadas no Brasil 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou AIDS. É muito importante adotar todos os cuidados possíveis e buscar ajuda médica sempre que necessário.

Ministério da Saúde lança nova campanha nacional contra o Aedes aegypti

Nesta segunda-feira (3), o Ministério da Saúde anunciou uma nova campanha nacional de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de várias arboviroses  Intitulada “Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya”, a ação faz parte do plano federal de prevenção às arboviroses, com investimento aproximado de R$183,5 milhões.

Durante o evento, o ministro da Saúde Alexandre Padilha destacou que as ações de combate acontecem durante todo o ano, mas reforçou que o período atual exige atenção redobrada. “Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e identificar os pontos estratégicos”, afirmou.

Dados preocupantes

De acordo com o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 3.223 municípios entre agosto e outubro, 30% das cidades brasileiras estão em situação de alerta para dengue, chikungunya e Zika. Apesar disso, houve uma redução de 75% nos casos em comparação com 2024, segundo dados do ministério.

Atualmente, o Brasil contabiliza cerca de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, sendo São Paulo o estado mais afetado, concentrando 55% dos casos e 64% dos óbitos. O ministro reforçou que a dengue continua sendo a principal endemia do país, e que as mudanças climáticas podem ampliar o risco de transmissão, inclusive em regiões que antes não registravam o mosquito.

Avanços na vacina e expectativas pra 2026

Em outubro, Padilha visitou a China para fortalecer a parceria entre o governo brasileiro e a empresa WuXi Biologics, que colabora com o Instituto Butantan na produção de uma vacina nacional contra a dengue. A expectativa é que o imunizante seja registrado pela Anvisa até o final de 2025, permitindo o início da campanha de vacinação em todo o país.


Ministros Alexandre Padilha e Simone Tebet (Vídeo: reprodução/Instagram/@padilhando)


Segundo o ministro, os estudos clínicos estão progredindo bem, e a farmacêutica chinesa deve produzir 40 milhões de doses destinadas ao Brasil. Após a aprovação, o Comitê Técnico do Programa Nacional de Imunização definirá a melhor estratégia para distribuição.

Por fim, Padilha reforçou que o sucesso do combate depende também da população. Ele lembrou a importância de eliminar criadouros, usar telas e repelentes, limpar calhas e reservatórios e participar das ações promovidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e seus profissionais.

Intoxicação por Metanol: Ministério da Saúde registra 43 casos suspeitos, 39 em SP

O Ministério da Saúde (MS), na data de ontem, quarta-feira (01), informou que foram registradas 43 notificações de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, nos estados de São Paulo e de Pernambuco, desses, quatro são do estado nordestino e 39 concentram-se na região paulista. Há, pelo menos, um óbito confirmado e sete seguem sob investigação entre todas as situações apresentadas. Inicialmente tratados como suspeitos, estão confirmados que 10 casos em SP referem-se a bebidas contaminadas pelo produto químico.  Esses dados foram apresentados na manhã desta quinta-feira (02), podendo aumentar no decorrer do dia.

Ainda, de acordo com o Ministério, a suspeita de intoxicação por metanol ocorre quando, em um período de 12h a 24h após o consumo da bebida alcoólica, a pessoa começa a apresentar sintomas anormais ou persistentes. Entre eles destacam-se: visão turva, mal-estar gástrico, forte dor de cabeça, tontura, fraqueza e sinais de embriaguez prolongada. 

Busca por tratamento imediato

Conforme declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a notificação imediata desses casos é fundamental não apenas para garantir o atendimento adequado aos pacientes, mas também para viabilizar as investigações dos responsáveis pela contaminação. O tratamento envolve o uso de etanol farmacêutico, com pureza apropriada para fins médicos, administrado de forma controlada, via oral ou intravenosa, após avaliação clínica. 

Esse tipo de intervenção é coordenada pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ou pelas secretarias estaduais de saúde, que podem solicitar a manipulação do antídoto quando necessário. No Brasil, existem 32 unidades do CIATox especializadas no atendimento e orientação de casos de intoxicação, sendo nove delas em funcionamento no estado de São Paulo.


 

Informações do Ministério da Saúde sobre sintomas por intoxicação de metanol e locais para tratamento (Foto: reprodução/Instagram/@minsaude)

Padilha reforçou que a notificação imediata permite não só o atendimento de urgência às pessoas contaminadas pelo produto químico como, também, autoriza os órgãos de segurança a bloquearem rapidamente produtos suspeitos e traçarem o caminho percorrido na distribuição das bebidas adulteradas. O ministro destacou, ainda, que essas ações são decisivas para identificar possível envolvimento de organizações criminosas.

Ações coordenadas pelas autoridades

O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), órgão responsável por receber denúncias, coordenar, investigar e adotar medidas para estes casos, concentraram as ações em quatro distribuidoras de bebidas Nesta quarta-feira (01) foi realizada uma força tarefa a qual interditou dois depósitos na Bela Vista, região central paulistana, e recolheu caixas de destilados em Barueri, na grande São Paulo.  Há indícios de que bebidas contaminadas podem ter passado por esses locais.


Alexandre Padilha, ministro da Saúde, explicando sobre intoxicação por metanol (Vídeo: reprodução/X/@padilhando)

A interdição ocorreu após uma vítima ter ficado cega devido à ingestão de bebida adulterada e adquirida no local, notificando às autoridades. O proprietário do estabelecimento apresentou notas fiscais garantindo ter comprado seus destilados de duas distribuidoras e se defendeu, afirmando que jamais arriscaria a segurança dos clientes. Disse, ainda, esperar que os laudos possam comprovar que o erro não partiu do seu estabelecimento. 

Em paralelo às ações dos órgãos competentes, clubes e bares do estado de São Paulo decidiram suspender voluntariamente a venda de destilados até que as autoridades esclareçam a origem e o risco das bebidas. Também foi instalada uma Sala de Situação no Ministério da Saúde para monitorar os casos suspeitos e adotar medidas cabíveis. Todos os estados brasileiros receberam orientações técnicas para fortalecer a vigilância, devendo notificar imediatamente às autoridades em casos envolvendo suspeita por intoxicação de metanol.

 

Novas diretrizes reformulam ensino de medicina no Brasil

Na segunda-feira (29), o Ministério da Educação (MEC) oficializou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Medicina. Elaborado pelo Conselho Nacional de Educação e aprovado em agosto, o texto redefine os parâmetros da graduação médica no Brasil, substituindo as orientações que estavam em vigor há quase uma década.

Formação integrada ao SUS e prática desde o início

As novas diretrizes destacam a aproximação com o SUS (Sistema Único de Saúde) e determinam que os alunos tenham contato com a prática médica desde o início da graduação, passando da atenção primária até contextos mais complexos, como unidades de terapia intensiva. A proposta busca formar profissionais capazes de atuar em todas as etapas do cuidado, abrangendo desde ações preventivas até processos de reabilitação.

“Esse é mais um passo importante garantir a qualidade da formação em medicina. As diretrizes olham para a saúde mental, a tecnologia e as questões de inclusão, com base na realidade que estamos vivendo”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana.

Criação do Enamed

Outra medida prevista é a implementação do Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica), que deverá ser aplicado no quarto ano da graduação, antes do início do internato. A avaliação terá como objetivo unificar parâmetros de aprendizagem, identificar possíveis defasagens e permitir ajustes no processo formativo. Instituições com resultados insatisfatórios poderão passar por monitoramento específico e receber visitas presenciais de acompanhamento.

Estrutura do exame

De acordo com o MEC, o exame seguirá diretrizes semelhantes às do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), levando em conta as DCNs, normas complementares e legislações relacionadas ao exercício da medicina.

A estrutura da prova será inspirada na matriz de referência do Enare (Exame Nacional de Residência) e contará com 100 questões de múltipla escolha. O conteúdo irá contemplar conhecimentos, habilidades e competências distribuídos entre diferentes áreas da prática médica, como clínica geral, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria, além de saúde mental e coletiva.

Exigências de infraestrutura e inclusão

Além disso, as novas regras estabelecem padrões mais rigorosos de estrutura e funcionamento para os cursos de medicina. As instituições deverão contar com laboratórios modernos de simulação clínica, investir de forma contínua na formação de seus professores e manter programas permanentes de capacitação. Outro ponto de destaque é a promoção da diversidade e do cuidado integral aos estudantes, com a exigência de políticas de inclusão, oferta de núcleos de apoio psicossocial e implementação de iniciativas de mentoria e acompanhamento em saúde mental.


O documento surge a partir de um amplo processo de diálogo com a sociedade e marca um novo capítulo na formação médica no Brasil (Foto: reprodução/MEC)

Temas contemporâneos na formação médica

O documento também incorpora pautas emergentes no cenário global, incluindo o uso de inteligência artificial na saúde, a análise de grandes volumes de dados, o impacto das mudanças climáticas e a busca por práticas sustentáveis. Para o ministro da Educação, Camilo Santana, a intenção é alinhar a formação médica “às transformações da sociedade e às demandas atuais da saúde”.

“A atualização das diretrizes é uma iniciativa necessária para acompanhar as transformações da sociedade; é mais um passo importante para garantir a qualidade da formação em medicina. As diretrizes olham para a saúde mental, a tecnologia e as questões de inclusão, com base na realidade que estamos vivendo”, disse Santana.

Participação social no processo

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a homologação representa “um grande salto” para a área médica e lembrou que o processo de atualização das diretrizes foi construído de forma participativa, a partir de consultas públicas, audiências e encontros com universidades, entidades da categoria e representantes da sociedade civil.

“A aprovação das novas diretrizes permite alinhar a educação médica às necessidades sociais de saúde, ao fortalecimento do SUS e aos desafios contemporâneos ao incorporarem temas como inteligência artificial, análise de dados em larga escala, mudanças climáticas e sustentabilidade”, acrescentou Padilha.

Expansão dos cursos e fiscalização

A revisão das regras ocorre em meio à expansão acelerada dos cursos de medicina nos últimos anos, muitos deles com avaliações insatisfatórias. Tanto o MEC quanto o Ministério da Saúde anunciaram medidas conjuntas para elevar o padrão de qualidade da formação médica, em resposta ao expressivo crescimento do número de graduações entre 2017 e 2022. A preocupação é que essa oferta ampliada seja acompanhada por mecanismos eficazes de fiscalização e garantia de excelência.

Penalidades a partir do ano que vem

A partir de 2026, instituições com desempenho insuficiente que não atenderem às novas exigências estarão sujeitas a sanções que vão desde acompanhamento especial até o fechamento do curso, caso persistam os problemas.

Ministro da Saúde atende emergência em voo comercial

O ministro da Saúde Alexandre Padilha prestou assistência médica a uma passageira em um avião neste sábado (27). O socorro aconteceu antes da decolagem de um voo do aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, com destino ao Rio de Janeiro.

Em uma postagem em sua rede social pessoal no fim do dia, o ministro compartilhou o fato e a importância dos profissionais de saúde estarem junto às pessoas para prestarem assistência sempre que necessário, a serviço da população.

Intercorrência médica

Antes da decolagem, uma mulher passou mal e perdeu os sentidos. Ao ouvir os pedidos de ajuda do marido da passageira, Padilha se prontificou para fazer o primeiro atendimento e prosseguiu monitorando a senhora ao longo de todo o voo até o destino final. 


Padilha compartilha a experiência no voo e confirma sua vocação (Vídeo: reprodução/Instagram/@padilhando)


Ministro da Saúde, mas, sempre acima de tudo, médico.

Alexandre Padilha

De acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, a intercorrência foi resultado de um quadro de hipoglicemia, queda do nível de açúcar no sangue, que foi revertido com a ajuda de uma bala fornecida por outra passageira. 


Houve grande repercussão do caso das redes sociais (Vídeo: reprodução/X/@AlencarBraga13)

O caso imediatamente viralizou nas redes sociais e rendeu elogios da parte de passageiros que também estavam no voo, como a cantora Mari Jasca, que disse: “Nosso ministro da Saúde é o máximo. Padilha socorreu uma passageira com o maior amor do mundo”.

Compromissos no Rio de Janeiro

Padilha estava no voo deste sábado para cumprir uma agenda oficial do Ministério da Saúde na cidade do Rio e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O ministro participou da entrega do novo Centro de Tratamento de Queimados, do serviço de ortopedia e da cozinha do Hospital Federal do Andaraí (HFA), que estavam fechados há mais de dez anos. 

Além disso, Padilha visitou a nova emergência, enfermaria e ambulatório, bem como outros espaços em obras que fazem parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais, com vistas à ampliação do atendimento especializado e redução do tempo na fila de espera para cirurgias na rede federal de saúde, em parceria com o programa Agora Tem Especialistas. 


Algumas horas após a visita do ministro da Saúde, aconteceu um tiroteio ao lado do Hospital do Andaraí (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

O ministro da Saúde também anunciou novos investimentos no Hospital da Posse (Hospital Geral de Nova Iguaçu), visitou o Instituto Estadual de Oncologia da Baixada Fluminense e o Centro de Diagnóstico Rio Imagem Baixada. 

SUS antecipa exames de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos

O Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira (23), uma mudança importante na política de rastreamento do câncer de mama no Brasil. Agora, mulheres entre 40 e 49 anos poderão realizar mamografia pelo SUS mesmo sem sintomas aparentes. A medida responde à alta incidência da doença nessa faixa etária e visa ampliar o diagnóstico precoce, essencial para aumentar as chances de cura.

Antes, a recomendação era restrita a mulheres de 50 a 69 anos. A nova diretriz surge após estudos mostrarem que 23% dos casos estão entre os 40 e 49 anos. A decisão sobre realizar o exame, no entanto, deve ser tomada em conjunto com o profissional de saúde, que vai orientar sobre os prós e contras do rastreamento precoce.

Diagnóstico precoce ganha força na saúde pública

Segundo dados do próprio ministério, cerca de 30% das mamografias feitas na rede pública em 2024 já foram em mulheres com menos de 50 anos, totalizando mais de 1 milhão de exames. No entanto, esse número ainda esbarra em dificuldades de acesso, especialmente para aquelas sem histórico familiar da doença ou sintomas visíveis.


Publicação do Ministério da Saúde (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Ao ampliar o protocolo, o governo busca tornar o sistema mais eficiente e equitativo. “Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama“, afirmou o ministro Alexandre Padilha, em nota oficial. A mudança também fortalece as ações preventivas previstas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.

Faixa etária final também sobe e reforça cobertura

Além de iniciar o rastreamento mais cedo, o Ministério também estendeu a idade final para o exame preventivo. Mulheres poderão seguir fazendo mamografias pelo SUS até os 74 anos, cinco a mais que o limite anterior. Essa decisão acompanha o aumento da expectativa de vida e reconhece o envelhecimento como fator de risco.

Hoje, entre 50 e 74 anos, concentra-se cerca de 60% dos diagnósticos. Em 2024, o SUS realizou cerca de 4 milhões de mamografias e 376,7 mil exames diagnósticos. Os números reforçam a importância de políticas públicas voltadas à prevenção e ao acesso universal à saúde da mulher.

Comissão vinculada ao Ministério da Saúde veta Wegovy, Saxenda e similares no SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), entidade vinculada ao Ministério da Saúde que avalia a inclusão de tratamentos no sistema público do país, se disse contrária à incorporação de medicações à base de semaglutida e liraglutida ao SUS. A decisão foi embasada no alto custo dos fármacos.

A medida afeta diretamente o fornecimento público de remédios como Wegovy e Saxenda, destinados, respectivamente, ao tratamento de obesidade grau II e III e diabete tipo 2, que só poderão ser acessados através da rede privada.

Justificativa foi o alto preço dos medicamentos

A Conitec explicou sua decisão através de, entre outros argumentos, cálculos de impacto financeiro da adoção da medida. Nesse sentido, relatórios do Ministério da Saúde apontam que o custo total da adoção do tratamento variaria de 4,1 a 6 bilhões de reais para os cofres públicos nos próximos 5 anos, levando em conta que certos casos exigem tratamento contínuo e cada caneta aplicadora tem o preço de mil reais. 

A Comissão também destacou que o SUS já oferece a cirurgia bariátrica como alternativa às canetas no combate à obesidade. 



Repórter Victória Melo, do SBT Brasil, traz informações sobre a não inclusão do Wegovy e Saxenda na lista de remédios oferecidos pelo SUS (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)


O Ministério da Saúde, por sua vez, declarou que “as decisões da Conitec sobre a incorporação de medicamentos no SUS consideram as melhores evidências científicas disponíveis, abrangendo eficácia, segurança e análises de custo-efetividade”. 

Para contornar a problemática do alto preço do tratamento, a pasta comandada por Alexandre Padilha aposta no desenvolvimento de uma caneta própria a partir de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica nacional EMS, anunciado há duas semanas. 

“Cabe ressaltar ainda a importância estratégica da ampliação da oferta de medicamentos genéricos. Essa medida estratégica estimula a concorrência, contribui para a redução de preços, amplia o acesso da população a tratamentos de qualidade e fortalece as condições para a incorporação de novas tecnologias ao SUS”, finalizou a nota do ministério.

Entidades do setor médico e farmacêutico criticam medida

A não incorporação de tais medicações ao SUS gerou a discordância de parte do setor médico, para o qual a decisão impede o acesso da população mais pobre a tratamentos considerados eficazes. 

Para a endocrinologista Maria Fernanda Barca, doutora pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o efeito da liraglutida (Saxenda) e semaglutida (Wegovy) na saúde do paciente abrange muito mais do que a perda de peso.

“(Esses medicamentos) reduzem a inflamação dos tecidos e têm efeitos positivos em condições como gordura no fígado e até na cognição de pacientes com Alzheimer. Ignorar esses resultados pode gerar custos ainda maiores no futuro com complicações mais graves, como cirrose, câncer hepático e necessidade de transplante”, alertou ela ao G1, nesta sexta-feira.

Já a empresa dinamarquesa Novo Nordisk, responsável pela produção do Wegovy, disse que “compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população ao nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas”.

Casos de hepatite A apresentam aumento no Brasil

Nesta terça-feira (8), o Ministério da Saúde divulgou dados que demonstram uma alta de 54,5% no número de casos de hepatite A no Brasil em 2024, em especial entre os adultos jovens. A comparação foi feita com os dados do ano anterior, sendo que a taxa passou de 1,1 para 1,7 casos a cada 100 mil habitantes. De acordo com o boletim, a alta deriva do aumento de relações sexuais realizadas sem proteção.

Paralelamente, isso tem alterado o perfil de contaminação da infecção no país. Normalmente, a hepatite A era associada a crianças e baixo acesso a boas condições de saneamento básico. A queda entre crianças de 0 a 9 anos representa um valor de 99,9%, no período de 2014 a 2024. Segundo a divulgação, o baixo número de casos é atribuída à vacinação infantil contra a doença. Incluída no calendário infantil do SUS desde 2014, a primeira dose é aplicada em crianças de um ano de idade e vem alcançado altos índices de adesão à vacina.

Hepatite A e perfil e quadro clínico no Brasil

A hepatite A é uma doença infecciosa, causada pelo vírus HAV da hepatite. Entre os sintomas, temos a inflamação no fígado, fraqueza e febre e em casos mais graves a presença de urina escura e olhos e peles com tons amarelados. 


A vacinação contra hepatite A é fornecidade gratuitamente pelo SUS. (Foto: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)


Transmitida por via-fecal-oral tradicionalmente, a doença vem tendo aumento em casos de transmissão por via sexual desprotegida. De acordo com Mario Gonzalez, coordenador-geral de Vigilância das Hepatites Virais, o contato não é mais restrito somente a crianças, já que atualmente a doença ocorre mais frequentemente através dessa prática. 

O perfil registrado agora são de adultos entre 29 a 39 anos, com destaque para os homens que representam 69,2% dos diagnósticos realizados. 

Dados da doença 

Entre 2000 e 2024, o Brasil já contabilizou mais de 174 casos registrados da doença. Em resposta, o Ministério da Saúde disponibiliza a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no SUS (Sistema Único de Saúde). Oferecida em unidades específicas, é indicada como estratégia para combater as IST’s (infecções sexualmente transmissíveis), como o HIV e as hepatites virais.

O Ministério da Saúde vem reforçando a iniciativa desde maio de 2025, como forma de combater o avanço da doença. Entre as capitais de maiores incidências, temos Curitiba (PR); Campo Grande (MS) e Florianópolis (SC).

SUS lança implante contraceptivo com eficácia de até três anos

O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira (4) a incorporação do implante anticoncepcional Implanon ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

O método tem duração de até três anos e alta eficácia na prevenção da gravidez, além de ser indicado como uma alternativa reversível e segura. Com isso, o sistema de saúde brasileiro amplia o acesso a um novo tratamento hormonal de longa duração.

O governo pretende iniciar a distribuição no segundo semestre e a expectativa é oferecer mais de 500 mil implantes ainda este ano, totalizando 1,8 milhão até 2026. Para isso, o investimento é estimado em torno de R$245 milhões.

Como funciona e quando estará disponível

Implanon é um bastão pequeno e flexível. Profissionais capacitados aplicarão o bastão sob a pele. O implante libera gradualmente o hormônio etonogestrel na corrente sanguínea, o que impede a ovulação e dificulta a entrada dos espermatozoides no útero.

O dispositivo tem eficácia comparável à pílula, mas com a vantagem de não depender do uso contínuo. Profissionais de saúde devem remover o implante três anos após a colocação, assim retornando a fertilidade. Uma equipe médica pode colocar um novo Implanon imediatamente, caso a mulher deseje, caso a mulher deseje.


SUS começa a oferecer novo método contracpetivo (vídeo: reprodução/YouTube/MetrópolesTV)

Segundo o Ministério, o único método de longa duração atual do SUS é o DIU de cobre. Portanto, o Implanon vem como uma ampliação às opções para planejamento reprodutivo da rede pública. 

Contracepção e saúde da mulher em debate

Além do implante, o SUS continuará oferecendo anticoncepcionais orais, injetáveis, DIU, preservativos, laqueadura e vasectomia. Contudo, a preocupação com a saúde reprodutiva cresce. Um estudo recente publicado na revista JAMA aponta que mulheres que usam DIUs hormonais têm risco 40% maior de desenvolver câncer de mama, ainda que o risco absoluto permaneça baixo.

Um agência reguladora do Reino Unido alerta sobre a possível redução da eficácia dos anticoncepcionais orais em mulheres que tomam remédios para emagrecer. Nessas situações, especialistas recomendam alternativas como preservativos, DIUs ou implantes hormonais.

O Ministério da Saúde publicará em breve a portaria que oficializa o Implanon no SUS e os órgãos terão 180 dias para efetivar a oferta.

Mortes por dengue ultrapassam a marca de mil casos no Brasil em 2025

De acordo com dados atualizados nesta sexta-feira (23) no Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.008 óbitos por dengue desde 1º de janeiro de 2025. Ainda há 817 casos de óbito suspeitos sob investigação. O coeficiente de incidência até o momento é de 647,3. 

Em todo o Brasil, foram mais de 1,3 milhão de casos prováveis de dengue. A taxa de letalidade informada no painel é de 0,07% e o índice de casos graves em todo o país chega a 4,07%. 

Apesar do alto número de registros, os gráficos no painel indicam uma redução significativa dos casos de dengue durante o mesmo período em comparação a 2024, se aproximando mais dos índices de 2023.


Casos prováveis de dengue por ano e semana epidemiológica 2023, 2024, 2025
(Foto: reprodução/Arboviroses/Ministério da Saúde)

Estados com mais registros

São Paulo registrou 770.339 casos prováveis, com o maior índice de mortes por dengue no Brasil, contabilizando 693 óbitos. A seguir, Paraná informou 84 óbitos e Minas Gerais, 73.

São Paulo tem 494 casos de óbito sob investigação e os índices de letalidade em casos prováveis e em casos graves estão em 0,09% e 4,70%, respectivamente.


Mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil indicam uma redução em relação a 2024 (Foto: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

São Paulo também lidera o ranking de casos graves e com sinais de alarme, com 14.737 registros. O índice de coeficiente de incidência é de 1.675 casos para cada 100 mil pessoas. 

Os estados que seguem São Paulo em casos prováveis são Minas Gerais (147.083 casos), Paraná (108.738 casos) e Rio Grande do Sul (70.991 casos).

Os coeficientes de incidência mais altos são de São Paulo (1675), Acre (939), Goiás (934) e Paraná (919). 

Dados complementares

De acordo com a Agência Brasil, a maior concentração de casos prováveis se encontra na faixa etária de 20 a 29 anos. Em sequência, estão os grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e, por último, de 50 a 59 anos. 

A concentração dos casos prováveis pela categoria sexo é de 55% para mulheres e 45% para homens. Na categoria de raça/cor, os índices correspondem a 50,3% branca, 30,2% parda, 4,9% preta, 1,2% amarela e 0,2% indígena. Em outros casos sem informação de raça/cor ou com a informação ignorada, o índice chegou a 13,1%.

Vigilância e prevenção

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) alerta que todos devem estar atentos para prevenir e responder rapidamente aos casos de dengue em todo o país. O acolhimento, diagnóstico precoce e manejo clínico adequados são fundamentais no combate à doença. 

Aos primeiros sintomas mais comuns, como febre alta, dores musculares, dor de cabeça, coceira, manchas vermelhas e mal-estar, a população deve buscar imediatamente a unidade de saúde mais próxima para uma avaliação médica. 

O agravamento da doença pode ser rápido e precisa de cuidados emergenciais e intensivos para evitar sangramentos, queda da pressão arterial e o comprometimento de órgãos vitais. 

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas e sinais de alerta para dengue grave são dor na barriga intensa, vômitos frequentes, tontura ou sensação de desmaio, dificuldade de respirar, sangramento no nariz, gengiva e fezes, cansaço e/ou irritabilidade.

A vigilância epidemiológica é feita por meio da notificação dos casos, o que ajuda no controle da doença e na consolidação da atuação das secretarias de saúde.