PF encontra em carro de Bolsonaro notas sobre delação de Mauro Cid

Durante uma operação da Polícia Federal realizada em 18 de julho, agentes encontraram anotações feitas à mão no porta-luvas de um carro utilizado por Jair Bolsonaro (PL). Os escritos citavam trechos ligados à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente.

Apesar de terem sido localizados, os papéis não foram incluídos no inquérito sobre coação — investigação na qual Bolsonaro já foi indiciado — porque não tinham relevância direta para esse processo.

Notas sobre delação foram feitas durante falas de Cid

De acordo com os investigadores, os registros parecem ter sido produzidos durante ou logo após o depoimento de Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF), em junho. Os rabiscos formam algo parecido com uma linha do tempo, misturando possíveis estratégias de defesa e observações sobre falas do ex-ajudante.

Nos papéis, Bolsonaro escreveu que não havia “grupos organizados, apenas indivíduos”, citando duas ou três reuniões em que se discutiram temas como defesa, intervenção em propriedades e prisão de autoridades, além da previsão de uma nova comissão eleitoral para possíveis eleições. Em outro trecho, o ex-presidente registrou que teria recebido valores de Braga Netto e repassado ao major de Oliveira, segundo ele, menos de R$ 100 mil, mencionando ainda uma pressão para que a Presidência assinasse um decreto relacionado à defesa ou à intervenção, mas acrescentando que “nada iria acontecer”.


Anotações encontradas no carro de Bolsonaro (Foto: reprodução/PF)


O papel também continha outras menções: “Min Fux”, “Estava com a filha em Itatiba/SP”, “Preocupação em não parar o Brasil” e “Das 8, fiquei 4 semanas fora da Presidência”.

Anotações negando as falas de Mauro

Em outro trecho, o ex-presidente rebateu a ideia de um golpe, escrevendo: “Nem cogitação houve. Decreto de golpe??? Golpe não é legal, constituição, golpe é conspiração.” Em seguida, aparece a data “29/nov”, riscada, junto à frase: “Plano de fuga — do GSI caso a Presidência fosse sitiada.”

Para a PF, os escritos parecem reunir comentários e lembranças de pontos tratados na delação de Cid. Os investigadores destacam ainda que, durante o próprio interrogatório, Bolsonaro costumava anotar observações em folhas de papel.

Polícia Federal prepara cela especial para possível prisão de Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) estruturou uma cela especial para uma possível prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O espaço fica no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, em Brasília, e foi montado para detenções provisórias.

A princípio, a sala improvisada conta com cama, banheiro privativo, mesa de trabalho, cadeira e televisão. A estrutura segue o mesmo modelo adotado quando Luiz Inácio Lula da Silva, na época ex-presidente, cumpriu pena em Curitiba, entre 2018 e 2019.

Estrutura e alternativas de custódia

Todavia, o espaço pode receber outras autoridades em eventual necessidade. Agentes da Polícia Federal informaram que a cela foi preparada há mais de três meses, sem indicação específica ao ex-presidente. Apesar do foco em Bolsonaro, juristas lembram que ex-presidentes possuem prerrogativas em caso de prisão. Fernando Collor de Mello, detido em uma cela especial na capital alagoana, passou por caso idêntico.

Por outro lado, o STF avalia diferentes opções para cumprimento de uma eventual ordem judicial. Assim, entre elas estão a custódia em unidade militar, em batalhão da Polícia Militar do DF ou na própria sede da PF. Caso esta última seja confirmada, a cela já está pronta para receber Bolsonaro.

Avanço das investigações e julgamento

Anteriormente, a PF indiciou Bolsonaro por coação no curso do processo e por tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. O relatório também citou Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. Ele ocultou transferências financeiras com ajuda da esposa, Heloísa. Além disso, os investigadores mencionaram a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.


Enquanto isso, surgem novas provas contra Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/Uol)

O ministro Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente preste esclarecimentos em até 48 horas sobre descumprimento de medidas cautelares e risco de fuga. O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe está marcado para 2 de setembro, na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Enquanto isso, Bolsonaro recebeu autorização para realizar exames médicos em Brasília. Os médicos diagnosticaram esofagite e gastrite, condições que exigem acompanhamento especializado. O caso do ex-presidente segue em andamento.

Investigação da PF indica ocultação de valores por Eduardo e Jair Bolsonaro em contas das esposas

O relatório final da Polícia Federal (PF), concluído em 15 de agosto de 2025 e disponibilizado ontem, quarta-feira (20) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que há indícios de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro teria usado a conta bancária da esposa, Heloísa, como estratégia para ocultar transferências recebidas de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de movimentações semelhantes envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

Segundo a PF, tais ações teriam o objetivo de driblar eventuais bloqueios judiciais e dificultar o rastreamento dos recursos. Para a Polícia Federal, as movimentações financeiras de Eduardo e Jair Bolsonaro buscavam interferir no andamento da Ação Penal 2668, que investiga a tentativa de golpe de Estado no STF. 

Valores transferidos

O relatório foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes para análise. Em decisão na data de ontem, quarta-feira (20), Moraes deu 48 horas para que a defesa do ex-presidente esclareça “possíveis violações de medidas cautelares”, “repetição de condutas ilegais” e “risco de fuga”.

No corpo do relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF aponta que Jair Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para Eduardo em maio de 2025. Esse valor, o ex-presidente confirmou ter enviado para o filho “não passar necessidade”. No entanto, a investigação realizada pela PF destaca que os registros financeiros indicam “repasses adicionais”, fracionados em “seis transações ao longo deste ano” de 2025, totalizando cerca de R$ 111 mil, os quais foram omitidos, segundo a investigação, no depoimento à polícia. 


Publicação do STF sobre o relatório final da Polícia Federal enviado a PGR (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

A PF também ressaltou que, logo após receber os valores de Jair Bolsonaro, Eduardo teria realizado duas transferências para a conta bancária de Heloísa Bolsonaro, sua esposa. Conforme declararam os investigadores, houve duas transferências, uma no valor de R$ 50 mil e outra, no valor de R$ 150 mil, em 19 de maio e em 5 de junho, deste ano, respectivamente. Para os investigadores, essas transferências configuram um “artifício para dissimular a origem e evitar bloqueios” na conta do deputado federal.

A investigação da PF também detectou uma movimentação semelhante envolvendo a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Na véspera de seu depoimento à PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro, de acordo com a investigação, transferiu R$ 2 milhões para a conta de sua esposa, Michele. Essa operação foi considerada sem justificativa adequada pelos policiais, que a entenderam como uma “manobra” para se livrar de recursos em posse imediata, dificultando o bloqueio dos valores.  

O relatório

Além dessas transações financeiras entre familiares, a PF também levantou registros de operações de câmbio realizadas por Jair Bolsonaro. De acordo com as investigações, cerca de R$ 105 mil foram trocados em dólar, além de saques em espécie, totalizando mais de R$ 130 mil. Para os investigadores, as ações reforçam o cenário de tentativas de evitar rastreamento financeiro. 

O relatório final possui cerca de 170 páginas e documenta o suposto uso de contas das esposas de ambos para ocultar e direcionar recursos financeiros que apoiariam, segundo a PF, as “atividades ilícitas” do deputado federal no exterior. Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, foram indiciados por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito no contexto da ação penal que investiga os “atos antidemocráticos” de 08 de janeiro de 2023.


Publicação do STF que impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)


A defesa de Eduardo Bolsonaro nega qualquer intenção de interferência no andamento do processo no STF ou tentativa de obstruir investigações. O deputado federal afirma que sua atuação nos Estados Unidos destinou-se apenas à promoção de liberdades individuais, por meio de canais institucionais. A PF, porém, conclui que os indícios evidenciam planejamento e operação consciente por parte de Eduardo e Jair Bolsonaro, para ocultar recursos com ”fins ilegítimos”, segundo investigação.

Silas Malafaia orientou Jair Bolsonaro a descumprir ordem do STF, segundo investigações da Polícia Federal

De acordo com a apuração da Polícia Federal (PF), divulgada nesta quarta-feira (20), o pastor Silas Malafaia estimulou o ex-presidente Jair Bolsonaro a descumprir ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).  A investigação em curso indica que Malafaia teve papel ativo na articulação de publicações em redes sociais, mesmo após Bolsonaro ser proibido de utilizá-las por decisão judicial. 

Segundo o relatório, o pastor sugeriu os melhores horários para as postagens, indicou canais para amplificação das mensagens e ajudou a formular discursos com o objetivo de pressionar a opinião pública contra o STF, em uma possível tentativa de obstruir a Justiça e coagir autoridades.

A investigação 

A PET 14305 / DF, assinada em 18 de agosto (2025), pelo ministro Alexandre de Moraes indica que o pastor Malafaia atuou “de maneira deliberada e consciente, em alinhamento com os demais investigados”, em menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro. 

Para a PF, foram “estratégias voltadas à intimidação e à propagação de informações falsas”, inclusive, participando do “planejamento de ações coordenadas“, a fim de “pressionar membros do alto escalão do Poder Judiciário”, para “impedir que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF)” contrariassem os interesses dos investigados.


Parte integrante da PETIÇÃO 14.305/DF, em curso no STF (Fotos: reprodução/STF)


Segundo a Polícia Federal, a atuação do pastor Silas foi além de conselhos. Em conversas analisadas pelos investigadores, o pastor orientou o ex-presidente sobre “o que dizer, como dizer e quando publicar”, demonstrando planejamento e intencionalidade. Para a PF, Malafaia aderiu a uma estratégia que violava decisões do ministro Alexandre de Moraes. 

A investigação concluiu que havia uma atuação conjunta, com ações deliberadas para manipular a opinião pública e fragilizar o sistema judiciário brasileiro, especialmente nas redes sociais, onde Bolsonaro, ainda, tinha grande influência.


Parte integrante da PETIÇÃO 14.305/DF, em curso no STF (Fotos: reprodução/STF)


Um dos episódios apontados pela PF envolve uma mensagem enviada por Silas Malafaia orientando Bolsonaro sobre como transformar o tema das tarifas impostas pelos EUA ao Brasil em uma bandeira política contra a Suprema Corte brasileira. Na mensagem, o pastor sugere que o ex-presidente use o discurso da “justiça e liberdade”, e declara que os ministros do STF se intimidariam com possíveis sanções a eles e suas famílias.

Inclusão no processo

Na data de ontem, quarta-feira (20), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou busca, apreensão e imposição de medidas restritivas contra o pastor Silas Malafaia. A decisão foi tomada com base em representação da Polícia Federal (PF) e com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Uma das medidas adotadas em desfavor do pastor Silas é a proibição de deixar o país, além de manter contato com Jair e Eduardo Bolsonaro. Houve, também, a apreensão do celular de Malafaia e de seus passaportes. 


Publicação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre medidas cautelares contra o pastor Silas Malafaia (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

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Conforme relatos, as investigações apontam que Malafaia teria agido como “orientador e auxiliar” nas ações de coação e obstrução promovidas por Jair e Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de influenciar o andamento da Ação Penal 2668, referente aos “atos antidemocráticos”, que acusa o ex-presidente de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 

Na decisão, o ministro Moraes, ressaltou que os diálogos entre Malafaia e Bolsonaro evidenciam “atos executórios claros” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de organização criminosa, configurando uma campanha criminosa orquestrada com ampla produção e divulgação de ataques ao Poder Judiciário 

Alerta de bomba desvia voo da Azul para Brasília

Após suspeita de que havia uma bomba a bordo de uma aeronave, um voo comercial da companhia aérea Azul, que partiu de São Luís (MA) com destino a Campinas (SP), precisou realizar um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Brasília, na noite desta quinta-feira (7). A operação preventiva seguiu os protocolos de segurança, garantindo a integridade de todos a bordo.

Todos os 170 passageiros e tripulantes desembarcaram de forma segura e sem incidentes. Conforme declarou a companhia, as prioridades foram proteger a vida dos ocupantes do voo e colaborar com as autoridades durante toda a operação. O atendimento foi prestado ainda no terminal de Brasília, enquanto as investigações estavam em andamento.

O que diz a Azul 

A Azul informou que a decisão de desviar o voo foi tomada com base em uma possível ameaça de artefato explosivo. De acordo com informações, um bilhete escrito à mão foi deixado no banheiro da aeronave, informando sobre a existência de uma bomba no avião. Segundo declaração, as investigações sobre a autoria deste possível atentado seguem em andamento pela Polícia Federal (PF).

Após o pouso, o avião foi isolado e passou por uma varredura conduzida por equipes especializadas da PF. O procedimento de segurança durou algumas horas, e somente por volta das 2h45 da madrugada, horário de Brasília, desta sexta-feira (8), foi possível confirmar que não havia nenhum explosivo no interior da aeronave.


Publicação sobre a movimentação no aeroporto de Brasília após suspeita de bomba em voo comercial (Vídeo: reprodução/Instagram/@metropoles)


Com o encerramento da inspeção, a PF divulgou uma nota informando que a suspeita de bomba havia sido descartada. Dessa forma, a aeronave foi liberada para retomar suas atividades normais. O episódio reforça a importância dos protocolos de segurança em voos comerciais e a pronta resposta das autoridades em situações de risco.

O incidente

Imagens da plataforma “FlightRadar24” revelaram que a aeronave fez uma curva rápida no ar para se dirigir a Brasília, denotando o caráter emergencial da situação. A Azul ressaltou que prestou todo o suporte necessário aos passageiros após a liberação das autoridades e reiterou que a segurança é prioridade em suas operações. 


Publicação sobre o desvio do voo para o aeroporto de Brasília (Foto: reprodução/X/@flightradar24)


Enquanto a inspeção era conduzida, os passageiros permaneceram em uma sala de segurança no aeroporto, prestando depoimentos à Polícia Federal (PF). A concessionária Inframérica, responsável pela administração do terminal, informou que o plano de contingência foi imediatamente acionado. Mesmo com a operação especial, as demais atividades do aeroporto seguiram normalmente, sem impacto em pousos ou decolagens.

Ao cumprir primeiro dia de prisão domiciliar, Ciro Nogueira visita Bolsonaro sob rígidas regras

O ex-presidente Jair Bolsonaro completou seu primeiro dia em prisão domiciliar, seguindo também outras restrições impostas por Alexandre de Moraes. O ex-presidente está Brasília e tem seus passos monitorados por tornozeleira eletrônica. As redes sociais de Jair Bolsonaro estão sob monitoramento da Polícia Federal.

No meio desta tarde de terça-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu a visita do senador Ciro Nogueira, do Progressistas. O senador disse ter sido autorizado pelo relator, ministro Alexandre de Moraes e ter seguido todas as normas, que como a imprensa podia ver, estava saindo.

Outros pedidos de visita

Já existe uma lista de pedidos para serem analisados pelo relator, Alexandre de Moraes. São pedidos de visita dos deputados Marcelo Moraes, Sóstenes Cavalcante, Eros Ferreira Biondini, Luciano Zucco e Junio Amaral, todos do PL. Na lista de pedidos de visita também está o nome do empresário e amigo pessoal Renato de Araújo Corrêa.


Ex-presidente Jair Bolsonaro cumpriu seu primeiro dia de prisão domiciliar (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Na decisão a qual determinou a prisão domiciliar, Moraes informou que apenas os advogados e pessoas autorizadas pelo Supremo podem visitar o ex-presidente Bolsonaro, sendo todos informados que não poderão utilizar celular, tirar fotos ou gravar imagens. O ex-presidente não pode usar o celular, seja o dele ou de outra pessoa.

Restrições

A orientação do ministro Alexandre de Moraes é a de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não deve entrar em contato com autoridades estrangeiras em geral.


Ciro Nogueira visitou Jair Bolsonaro em sua casa, onde cumpre prisão domiciliar determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Instagram/@cironogueira)


Entretanto, tais restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, não visam atingir os outros moradores da casa – a mulher, Michelle, a filha e os empregados de Bolsonaro. Todas essas pessoas podem entrar e sair quando quiser, não sendo vedada a utilização do celular e suas respectivas redes sociais.

Os advogados do ex-presidente não informaram quando vão recorrer da ordem de prisão domiciliar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro responde por cinco crimes:

  • Abolição violenta do estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • E deterioração de patrimônio tombado.

O processo avança pela fase das alegações finais da defesa, sendo essa a última etapa, anterior ao julgamento, que deve ocorrer em setembro.

Medidas restritivas a Bolsonaro: entenda o porquê

O ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, explicou que as medidas restritivas sofridas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira se deveram à tentativa de extorsão contra Justiça brasileira.

Segundo Moraes, ao vincular o fim do tarifaço de Trump à anistia da suposta tentativa de golpe de Estado da qual é acusado, o antigo governante tentou “interferir no curso de processos judiciais, desestabilizar a economia do Brasil e pressionar o Poder Judiciário”.

A fala ocorreu depois que a Procuradoria Geral da República analisou que havia “concreta possibilidade de fuga” de Bolsonaro e recomendou ao STF a adoção de medidas cautelares, autorizadas por Moraes.

Ex-presidente se pronuncia

Bolsonaro falou com a imprensa por cerca de 10 minutos ao deixar a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, onde colocou tornozeleira eletrônica. Na ocasião, ele negou a suposta tentativa de golpe de Estado de que é acusado e disse que nunca cogitou sair do Brasil.


Jair Bolsonaro concede entrevista após ação da Polícia Federal (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)


O inquérito do golpe é um inquérito político. Nada de concreto existe ali”, afirmou o acusado. “Não tem prova de nada. Um golpe sem forças armadas, um golpe de festim. Eu espero que o julgamento seja técnico e não político. No mais, nunca pensei em sair do Brasil. O objetivo é a suprema humilhação. É esse o objetivo”, complementou.

PF realiza operação na casa de Bolsonaro

A Polícia Federal executou na manhã desta sexta-feira um mandado de busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro e na sede do Partido Liberal, ambos em Brasília. Na moradia do ex-presidente, foram apreendidos um pendrive escondido em seu banheiro, 14 mil dólares, um celular e a cópia de uma ação da plataforma de vídeos Rumble contra Moraes nos EUA.

Além disso, houve a imposição de medidas restritivas como recolhimento domiciliar noturno, proibição de se aproximar de embaixadas e a imposição do uso de tornozeleira eletrônica.

Após operação da PF contra o pai, Eduardo Bolsonaro critica Moraes e defende tarifaço dos EUA

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro se pronunciou ao meio dia de hoje (18), diretamente dos Estados Unidos, através das redes sociais, sobre a imposição de medidas restritivas a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Há tempos denunciamos as ações do ditador Alexandre de Moraes — hoje, escancaradamente convertido em um gangster de toga, que usa o Supremo como arma pessoal para perseguições políticas”, publicou Eduardo Bolsonaro no X.

Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira em Brasília. Ele está proibido de usar redes sociais, de manter contato com diplomatas estrangeiros e de se aproximar de embaixadas, além de precisar usar tornozeleira eletrônica. Ele também deve permanecer em casa no período noturno, das 19h às 7h.

Legislador atribui ação do STF às tarifas de Trump

Na rede social X, Eduardo Bolsonaro disse que a ação da Polícia Federal se deu como uma forma de provocar o presidente americano, Donald Trump, após a imposição de tarifas de 50% a exportações brasileiras aos EUA. 


Eduardo Bolsonaro se manifesta no X diante da operação da PF contra o pai (Foto: reprodução/X/@BolsonaroSP)


Na ocasião, Trump afirmou que o tarifaço, como ficou conhecido, se devia a uma suposta perseguição ao ex-presidente brasileiro, embora especialistas apontem que a política externa de Lula baseada no fortalecimento dos BRICS e aproximação com a China possa ter influenciado a decisão.

A declaração do deputado federal brasileiro se dá em um contexto de crescentes tensões entre a diplomacia americana e brasileira.

Aumenta o cerco contra Jair Bolsonaro

O risco de deixar o país e o suposto atentado à soberania nacional, através de interferência judicial e apoio à sobretaxação americana, fizeram com que o STF autorizasse a operação da Polícia Federal desta sexta-feira. 

Jair Bolsonaro é investigado por tentativa de golpe de Estado. Na segunda-feira (14), a Procuradoria Geral da República apresentou as alegações finais no caso e pediu a condenação do ex-presidente por cinco crimes. O próximo passo é o julgamento pelo Superior Tribunal Federal.

Eduardo Bolsonaro ignora PF e é investigado por tentar interferir em investigações do STF nos EUA

A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não respondeu aos primeiros contatos para prestar esclarecimentos em um inquérito que investiga suas ações nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Segundo a corporação, foram feitas várias tentativas de contato com o parlamentar, incluindo e-mails enviados ao seu endereço funcional e pessoal, mensagens enviadas por aplicativo no celular e até ligações para o telefone do gabinete dele em Brasília. Apesar disso, Eduardo não deu retorno por nenhum desses meios.

Informações do STF

De acordo com o relatório enviado ao STF, o sistema de correio eletrônico confirmou que os e-mails foram entregues com sucesso, o que indica que as mensagens chegaram aos seus destinos. No entanto, até o momento, o deputado não se manifestou nem respondeu aos pedidos de esclarecimento. A autorização para que Eduardo preste depoimento por escrito foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, considerando que ele está fora do país, residindo atualmente nos Estados Unidos.


Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro em reunião (reprodução/x/@g1)

O inquérito foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta possíveis crimes cometidos por Eduardo Bolsonaro em território estrangeiro. A investigação se baseia em declarações feitas por ele em entrevistas e postagens nas redes sociais. A PGR afirma que o deputado teria atuado junto ao governo do ex-presidente Donald Trump para tentar aplicar sanções contra ministros do STF, o que caracterizaria uma tentativa de interferência indevida nas instituições brasileiras.

Alegações da PGR

Ainda segundo a PGR, essa suposta atuação de Eduardo nos EUA tem como principal objetivo prejudicar as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado no Brasil, caso no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do deputado, é um dos réus. A conduta do parlamentar, diz a Procuradoria, pode ser enquadrada como coação, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Em meio a essa investigação, Jair Bolsonaro foi ouvido pela PF e revelou ter transferido R$ 2 milhões para o filho por meio do sistema Pix. Segundo o ex-presidente, o valor foi enviado para garantir que Eduardo não passasse necessidades enquanto estivesse nos Estados Unidos.

Bolsonaro presta depoimento à PF sobre pressão de Eduardo nos EUA contra STF

A Polícia Federal ouve nesta quinta (5) o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma apuração que envolve seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. O inquérito investiga se Eduardo articulou, nos Estados Unidos, ações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com possível apoio direto do pai.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer esclarecer se Bolsonaro incentivou as tentativas do filho de influenciar autoridades norte-americanas. Em especial, aliados de Donald Trump, para que adotassem sanções contra o STF. Bolsonaro chegou a afirmar publicamente que ajudaria a bancar a permanência de Eduardo no exterior.

Pressão internacional e possível obstrução

Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde fevereiro após anunciar licença do mandato. Segundo a PGR, ele passou a fazer declarações públicas atacando o STF e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes. Em entrevistas e redes sociais, o filho do ex-presidente pediu abertamente que o governo norte-americano adotasse medidas punitivas contra ministros da Corte brasileira.


Bolsonaro presta depoimento à PF. (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

A Procuradoria aponta que essas ações podem configurar crimes como coação no curso do processo, tentativa de abolição do Estado de Direito e obstrução de investigações sobre organização criminosa.

Depoimentos buscam rastrear articulações políticas

Além do ex-presidente, diplomatas brasileiros e parlamentares como Lindbergh Farias (PT-RJ) serão ouvidos. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou todos os depoimentos. A investigação quer determinar até que ponto Jair Bolsonaro teve envolvimento direto nas articulações do filho.

A PGR trata o caso como parte de um esforço mais amplo para enfraquecer instituições brasileiras a partir de influência externa, o que pode ter implicações criminais e diplomáticas.

Inquérito e pedido de cassação

A PGR abriu inquérito contra Eduardo Bolsonaro por atacar instituições democráticas em viagens aos EUA. O deputado é acusado de difundir desinformação sobre o sistema eleitoral e pressionar o Judiciário via articulações internacionais. O PT pediu sua cassação, alegando quebra de decoro. Documentos reunidos por Lindbergh Farias sustentam a denúncia e reforçam a ofensiva jurídica.