INPE: Brasil teve mais de 278 mil focos de incêndio em 2024

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil registrou 278.299 focos de incêndios florestais em 2024, o que representa um aumento de 46,5% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 189.901 incêndios. O número de ocorrências de 2024 fica abaixo do recorde registrado em 2010, com 319.383 focos, mas ainda distante do pico histórico de 2007, quando o país enfrentou 393.915 queimadas, o maior número desde o início da série histórica em 1998.

Focos de incêndio por bioma

Na divisão por biomas, a maioria dos incêndios ocorreu na Amazônia (140.346). Em seguida estão Cerrado (81.468), Mata Atlântica (21.328), Caatinga (20.235) e Pampa (424). A análise dos dados também aponta que janeiro e fevereiro de 2024 apresentaram os maiores registros de focos de incêndio desde o início da série histórica, com 4.566 e 5.448 ocorrências, respectivamente. Em setembro de 2024, foi registrado o pico do ano, com 83.154 focos de incêndio.


Gráfico sobre os focos de incêndio durante os anos no Brasil (Reprodução/INPE/CNN Brasil)


O Ministério do Meio Ambiente anunciou que, a partir de 2025, a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo estará em operação. A pasta destacou que a implementação da política visa fortalecer a coordenação com estados e municípios, o que é considerado essencial para respostas mais rápidas no combate aos incêndios.

Em 2024, o Fundo Amazônia aprovou a destinação de aproximadamente R$ 280 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros de sete dos nove estados da Amazônia Legal.

A neblina de fumaça nas cidades

Em 2024, o Brasil vivenciou um ano alarmante de incêndios florestais, com grande parte do impacto concentrado em biomas como a Amazônia e o Cerrado. Em Brasília, a situação foi alarmante, especialmente durante o incêndio no Parque Nacional de Brasília, que, além de devastar uma vasta área de cerrado, provocou uma densa neblina de fumaça que cobriu a cidade por vários dias.


Brasília coberta por fumaça (Foto: reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)


Mas a capital federal não foi a única a sofrer com a fumaça. Em outras cidades do Centro-Oeste e Norte do Brasil, a qualidade do ar também se deteriorou drasticamente. Goiânia, por exemplo, foi fortemente impactada pelos incêndios no entorno, principalmente no Cerrado e em áreas do Parque Nacional de Emas. A fumaça chegou a encobrir a cidade, criando uma nuvem espessa que afetou a visibilidade e a saúde dos moradores.


Incêndio de grandes proporções atinge o Parque Nacional das Emas, em Goiás (Foto: reprodução/Divulgação/Parque Nacional das Emas)


Da mesma forma, Cuiabá e Porto Velho enfrentaram dias de poluição extrema, com a fumaça proveniente dos incêndios em Mato Grosso e Rondônia, prejudicando a qualidade do ar e aumentando a preocupação com os efeitos na saúde pública, especialmente entre crianças e idosos.


Cuiabá foi ofuscada pela fumaça (Foto: reprodução/Adriana Furtado)


Além do Centro-Oeste, o Norte do Brasil também foi severamente afetado. Em Belém, no Pará, a fumaça de incêndios na Amazônia invadiu a cidade. O município, com outros da região, como Manaus e Rio Branco, enfrentou uma situação similar, com o ar carregado de partículas tóxicas proveniente dos focos de incêndio que devastavam a vegetação amazônica. A situação gerou um alerta geral sobre o impacto ambiental das queimadas e sobre a necessidade de medidas mais eficazes de combate ao fogo.

Lula aponta queimadas como “provocação” e alerta sobre falta de preparo do Brasil para eventos extremos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (17) que o Brasil “não está 100% preparado” para lidar com eventos climáticos extremos, como as queimadas e a seca, que têm afetado várias regiões do país. Durante reunião com ministros e representantes dos Poderes no Palácio do Planalto, Lula destacou que, além da falta de estrutura, as queimadas parecem ser uma “provocação” em certas áreas.


Lula diz que Brasil não está preparado para extremos climáticos (Vídeo: Reprodução/YouTube/Uol

O encontro, que contou com a presença de autoridades como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teve como objetivo coordenar ações para enfrentar as crises ambientais e discutir o impacto das mudanças climáticas no país.

Brasil enfrenta queimadas devastadoras e seca histórica

Durante o encontro, Lula ressaltou que o Brasil vive um dos momentos mais críticos em relação à seca e às queimadas, com biomas essenciais como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal sendo severamente afetados. Até 9 de setembro, 18 milhões de hectares já haviam sido consumidos pelas chamas, área equivalente ao tamanho do estado do Paraná. O presidente destacou que, embora o país tenha leis florestais e um agronegócio eficiente, a falta de preparo para lidar com desastres ambientais se agrava.

Para responder à crise, o governo anunciou a liberação de R$ 514 milhões para ações emergenciais de combate a incêndios e seca na Amazônia, conforme informou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Crise climática exige resposta coordenada

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou que, a pedido de Lula, o governo está considerando a criação de um Conselho Nacional de Segurança Climática, com o objetivo de unificar representantes do governo, do Congresso e da sociedade civil para elaborar recomendações sobre como mitigar os impactos das mudanças climáticas.


Lula e Marina discutem emergência climática (Vídeo: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF), representado pelo ministro Luís Roberto Barroso, comprometeu-se a dar prioridade a processos envolvendo crimes ambientais. Barroso afirmou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendará que todos os juízes deem atenção especial a esses casos, incluindo inquéritos criminais e ações cíveis relacionadas a infrações ambientais.


Luis Roberto Barroso (Foto: Reprodução/Agencia Brasil)

Enquanto isso, Lula sugeriu que as Forças Armadas treinem recrutas para atuar no combate às queimadas, principalmente em biomas sensíveis como a Amazônia. O presidente ainda expressou preocupação com o impacto das queimadas na imagem internacional do Brasil, destacando que as ações criminosas não representam a totalidade da população e que o país possui leis ambientais rigorosas.

Ação criminosa ou tragédia natural?

O presidente Lula reforçou a suspeita de que muitos incêndios são criminosos e mencionou casos em que os focos de queimadas pareciam intencionais, como uma forma de provocação.

“Há muita suspeita de que muitos incêndios são criminosos”, Disse ele, relatando um episódio em que encontrou focos de incêndio após uma visita a uma comunidade na Amazônia.

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, também demonstrou preocupação com a repercussão internacional dessas queimadas, ressaltando que o Brasil precisa deixar claro que as práticas ilegais são marginais e não refletem a atuação geral do país no combate às mudanças climáticas.

Em meio às tensões e desafios, o governo segue buscando soluções integradas para enfrentar uma das crises ambientais mais graves da história recente, com a expectativa de que novas medidas sejam implementadas nos próximos meses para fortalecer o combate aos incêndios e proteger os biomas ameaçados.

Cenário alarmante: queimadas na Amazônia tem aumento de 132%

Em agosto de 2024, a área de floresta nativa queimada da Amazônia teve um aumento alarmante de 132%, comparado ao mesmo mês no ano passado. O relatório mais recente publicado nesta quinta-feira (12), pelo Monitor do Fogo junto ao Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e da rede MapBiomas, indicou que 685.829 hectares de vegetação já foram consumidos pelas chamas este mês.

O número é expansivamente superior ao registrado em agosto de 2023 e 2019, com 295.777 e 207.259 hectares, respectivamente.

A diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar, destacou que a intensificação das queimadas pode ser relacionada às mudanças climáticas com o clima seco, deixando florestas mais inflamáveis e suscetíveis a queimadas.

Essa crescente vulnerabilidade nas florestas nativas pode ser observada pelo percentual destoante: em 2019, apenas 12% da área queimada era composta por vegetação nativa, enquanto em 2024 esse número saltou para 34%.


A qualidade do ar com a baixa umidade tem afetado diversos estados do Brasil, como a métropole São Paulo (Foto: Reprodução/Fabio Vieira/NurPhoto/Getty Images Embed)


Impacto na agropecuária, terras indígenas e florestas

Além do aumento expressivo em florestas nativas, áreas agropecuárias estão sofrendo um crescimento nas queimadas. No mês passado, aproximadamente 1.1 milhão de hectares foram queimados. Isso significa um aumento de 38% em relação ao mesmo período no ano anterior. A tendência tem preocupado especialistas por conta da expansão das queimadas para áreas não costumeiras. 

O relatório também trouxe dados de terras indígenas (TIs) e Florestas públicas não destinadas (FPNDs), que foram impactadas severamente pelo fogo. As TIs concentraram 24% de área queimada com aumento de 39%, enquanto as FFNDs aumentaram dramaticamente em 175%, passando de 308.570 hectares em 2023 para 849.521 hectares esse ano.

“O aumento da área queimada em terras indígenas, nas florestas públicas não destinadas revela uma dificuldade de combater o fogo em áreas onde a infraestrutura e o acesso são difíceis, ainda mais quando várias estão queimando ao mesmo tempo. Para reduzir os incêndios nestas áreas é fundamental reduzir o uso do fogo nos imóveis rurais privados, que também têm uma abrangência grande de área queimada, e combater o uso criminoso do fogo em terras públicas”, afirmou Ane Alencar.

Ações emergenciais

Em resposta à crescente crise, o Ministério da Justiça e Segurança Pública designou, sob a orientação do STF, mais de 150 bombeiros militares da Força Nacional para dar apoio no combate aos incêndios. Foram enviados 162 bombeiros durante os meses de junho, julho e agosto para uma força tarefa contra as queimadas.

Além disso, ofícios foram enviados a estados para solicitar a presença voluntária de bombeiros militares, com objetivo de diminuir os impactos causados até o momento. 

A combinação de fatores climáticos tem intensificado as queimadas e chamado atenção para proteger o ecossistema vital da Amazônia e mitigar a devastação causada pelo fogo.

Pesquisador alerta sobre risco de “nova pandemia”

O biólogo e pesquisador Lucas Ferrante, vinculado à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), fez um alerta significativo durante uma entrevista à CNN Brasil, apontando os perigos de uma possível “nova pandemia”. Ele enfatizou que a abertura do reservatório zoonótico da Amazônia representa um risco iminente à saúde pública.

De acordo com Lucas, a combinação de queimadas e o avanço de projetos de infraestrutura na região podem desencadear consequências devastadoras, não apenas para o ecossistema local, mas também para a saúde global. O pesquisador destaca a urgência de medidas preventivas para evitar que a degradação ambiental contribua para o surgimento de novos patógenos.


Imagem da BR-319 (Reprodução/Rede Amazônica)

Conforme o pesquisador, um estudo recente veiculado na revista The Lancet revela que a vasta área da floresta amazônica é o maior reservatório zoonótico do mundo. “Caso essa área seja explorada, estaremos expostos a uma imensa variedade de patógenos, como bactérias, fungos e príons. Isso pode resultar não apenas em uma nova pandemia, mas também em uma sucessão de pandemias globais”, advertiu Lucas.

Consequências BR-319

O pesquisador também discutiu os efeitos da rodovia BR-319, que interliga as cidades de Manaus e Porto Velho. Lucas detalhou que, após a implementação de um programa de manutenção da estrada em 2015, observou-se um aumento significativo e alarmante no desmatamento. Ele enfatizou que uma série de estudos científicos, em ampla concordância, indica que o bloco de floresta precisa ser mantido intacto, uma vez que a sua exploração acarreta consequências devastadoras para o meio ambiente e para a biodiversidade local. A preservação dessa área é crucial para evitar impactos irreversíveis na fauna, na flora e nas comunidades que dependem dessa rica biodiversidade.

Sentença judicial e direitos dos povos indígenas

Lucas destacou uma recente decisão judicial que anulou a licença prévia da rodovia BR-319, citando a inadequação dos estudos ambientais, a falta de análise de viabilidade econômica e a ausência de consulta aos povos indígenas impactados.

O biólogo destacou a necessidade de preservar a região, afirmando que a rodovia agravaria os problemas ambientais e de saúde pública. Ele alertou que a destruição desse trecho florestal pode causar danos significativos à biodiversidade, à economia local e à saúde do planeta.

Queimadas, tempo seco e fortes ondas de calor trazem consequências graves para SP

Com os altos níveis de clima e ar seco em todo o estado, tendo 10 pontos de focos ativos de incêndios, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, afirma nunca ter vivenciado tais condições meteorológicas desde 1985, quando se iniciaram as medições na região.

Com as altas temperaturas, as queimadas se intensificaram no estado. A capital pode chegar a 34º ainda hoje conforme a previsão do Climatempo. Na capital paulista a situação é ainda mais preocupante, pois de acordo com a IQAir, uma agência suíça, São Paulo possui o ar mais poluído do mundo desde segunda-feira (9), comparado a mais de 100 metrópoles do mundo. 

Atualizações desta quarta-feira em SP

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alertou a onda de calor como a de “Grande Perigo”, que é quando as temperaturas marcam 5ºC acima da média mais de cinco dias consecutivos. 

Quase metade do estado também está em “Grande Perigo” em relação a umidade do ar, que de acordo com o Inmet está abaixo de 12%. O que pode aumentar ainda mais o risco para mais queimadas florestais e a saúde dos habitantes. 

Os incêndios que se acentuaram no fim do último mês, destruíram milhares de hectares de matas do estado. 

Através das redes sociais, a defesa civil de São Paulo, publicou na última terça-feira (10) deu dicas de amenizar os desconfortos respiratórios: 

Defesa Civil do Estado de São Paulo, dá dicas para evitar desconfortos respiratórios e também disponibiliza os números do disque denúncia 181 ou 190 da polícia militar para denúncias, caso presencie alguém provocando incêndios (Vídeo: reprodução/Instagram/@CETESBSP)


Produção de resíduos tóxicos

A Cetesb realiza operações anualmente visando pela disseminação inadequada dos gases nocivos que podem afetar ainda mais a qualidade do ar. 

Com esta ação, no dia 3 de setembro cerca de 38 mil veículos movidos a diesel foram supervisionados e outros 457 foram multados por emissão excessiva de fumaça preta. 

Na primeira operação, que ocorreu em junho, cerca de 445 carros foram multados, dos 35 mil que já estavam sendo supervisionados. No mês passado, 26 mil passaram por vias de monitoramento e 257 foram penalizados. 

A multa para os motoristas que emitem fumaça preta infringindo a legislação ambiental, estando acima do permitido, é de R$2.121,60. Se comprovado a reparação posterior do veículo, a multa pode ser minimizada em 70%. 

Desde junho, já foram realizadas 3 operações no estado. As vistorias aumentaram principalmente em indústrias, principais fontes fixas poluidoras, cujo objetivo principal é a saúde da população e a preservação do meio ambiente. 

Entenda a situação dos incêndios que estão afetando o Brasil

Com ênfase na região da Amazônia, além de diversas outras áreas do Brasil, o céu está coberto por fumaça, resultante de um número de queimadas recorde no país, que podem afetar inclusive, outros países da América do Sul. A nascente das fumaças são os estados de Amazonas, Pará e Mato Grosso, chegando ao interior de Goiás e São Paulo.


Vídeo sobre as queimadas na Amazônia (Vídeo: Reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Panorama para os próximos dias

Com a fumaça se espalhando desde agosto, é levada pelos ventos, se tornando mais intensas desde o fim de semana, com o cinza permanecendo no céu, nesta segunda-feira (9). Com a continuidade do fogo, a fumaça deve seguir nos céus, fazendo cada vez mais regiões a sofrerem com esta condição.

A projeção é que a pior situação seja no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além do interior dos estados de São Paulo e Goiás, o que pode levar a afetar os outros países, como Argentina e Uruguai, impactando as capitais destes países.

Como funciona a viagem da fumaça

O motivo é basicamente que o fogo está gerando uma grande fumaça que acaba ficando presa na atmosfera, podendo ser direcionado e carregada para qualquer lugar. O papel das correntes de vento, de acordo com um fluxo natural do oceano, faz o caminho do nordeste até o sul do país, passando pela Amazônia, onde a umidade aumenta.

Além de tudo, o ciclo de chuvas em todo o Brasil é interrompido, algo que é acarretado por um efeito cascata com a falta de umidade na Amazônia, o que causa essa interrupção dos ciclos.

A qualidade do ar também é afetada, dificultando a respiração das pessoas, com um clima de deserto, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com umidades até 20%, número baixo comparado com o ideal.

Qualidade do ar na capital São Paulo é o menos saudável do mundo

Nesta segunda-feira (9), de acordo com a agência suíça IQA, a cidade de São Paulo tem o título de ar mais poluído do mundo. Baseado no Índice de Qualidade do Ar, o ranking afere a qualidade do ar em 100 grandes cidades de todo o mundo em tempo real.

O processo baseia-se na média do indicador de todas as estações para um momento determinado naquela localidade. De hora em hora atualiza-se a lista. São Paulo está no topo das cidades avaliadas.

O resultado de ar mais poluído do mundo foi obtido nesta segunda-feira (9), às 12h20. São Paulo aparece em primeiro lugar, seguido por Lahore (Paquistão) Jakarta (Indonésia), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Kinshasa (República Democrática do Congo), Doha (Catar), Jerusalém (Israel), Pequim (China), Lima (Peru) e Santiago (Chile).

O instituto suíço divide a qualidade do ar em 6 níveis

A qualidade do ar é dividida pelo IQA em seis Níveis: Bom, Moderado, Não saudável para grupos sensíveis, Não saudável, Muito não saudável e Perigoso.

Mostrar um número instantâneo simples das situações da qualidade do ar das grandes cidades é o foco do ranking das principais cidades. São Paulo e Lahore são consideradas com um ar não saudável para seus moradores.


Vista parcial da Avenida Paulista na capital do estado de SP (Foto: reprodução/Johannes Mann/Getty Images embed)


A empresa de tecnologia suíça (IQA), através de informações e colaboração, capacita indivíduos, organizações e governos a cuidar do ar, melhorando sua qualidade.

As queimadas potencializaram a qualidade do ar de SP

A Defesa Civil Estadual de São Paulo informou, nesta segunda-feira (9), que todo o estado está em emergência para incêndios. “Não podemos mais tolerar práticas como queimar lixo, limpar terreno com fogo, jogar bituca de cigarro no mato”, afirmou em nota. Nove cidades estão com focos ativos de incêndio.

Cerca de 15 pessoas foram presas em virtude de queimadas em vegetação, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Em comparação com 2023, o número de focos de calor aumentou 386% no período de janeiro a agosto de 2024. Aproximadamente 8.049 propriedades rurais foram atingidas pelas queimadas em 317 municípios, desde o final de agosto.

Amazônia registra pior agosto para queimadas em 26 anos

O estado da Amazônia registrou o pior agosto em termos de queimadas dos últimos 26 anos. Os dados são do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e levam em consideração o monitoramento realizado desde 1998, quando a agência iniciou a série histórica.

Segundo o Inpe, de 1º a 31 de agosto, o Amazonas registrou 10.328 focos de incêndio. Antes, o recorde havia sido registrado em agosto de 2021, quando o estado atingiu 8,5 mil focos de queimadas na região. O número de incêndios em agosto deste ano é quase o dobro em comparação ao mês de agosto no ano passado: 5.474. O problema que já era grave em 2023, agravou-se este ano.

Com base nesse recorde de 26 anos, o governo do estado declarou estado de emergência na última quarta-feira (28). A medida foi tomada em reunião do Comitê de Enfrentamento à Estiagem, devido à pior seca em 44 anos. O decreto de emergência abrange todos os 62 municípios do Amazonas.

Onda de fumaça em Manaus

Com o avanço no número de queimadas no Amazonas, ocorreu mais uma vez uma “onda” de fumaça na capital do estado na semana passada. Este foi o segundo registro do fenômeno durante o ano em Manaus. O problema voltou na segunda-feira (26), e já na terça-feira (27), a fumaça invadiu completamente a cidade, causando má qualidade do ar na maioria das áreas da capital, segundo o Sistema Eletrônico de Monitoramento Ambiental (Selva). A situação também afetou o interior do estado.


Fumaça em Manaus (Foto: reprodução/Instagram/@redeamazonicaoficial)

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas (Sema), uma enorme massa de ar vinda do sudoeste do Brasil chegou a Manaus, trazendo material particulado das queimadas do sul da Amazônia, de estados vizinhos e também de partes da Bolívia.

Seca severa

A Amazônia também vive uma seca severa. Dados da Defesa Civil do estado mostram que o Rio Negro, rio que banha Manaus, atingiu 19 metros neste domingo (1), em Tabatinga, região do Alto Solimões. O rio Solimões está no nível mais baixo da história.

Com essa crise, o governador do Amazonas, Wilson Lima, planejou a integração de mais 85 bombeiros no Corpo de Bombeiros e a partir desta segunda-feira (2), já será iniciada o trabalho da nova equipe.

Pará publica decreto para combater queimadas no estado

Nesta terça-feira (27), o Diário Oficial do Estado do Pará publicou um decreto que proíbe o uso de fogo para a limpeza de áreas de manejo em todo o estado. A decisão foi tomada pelo governador Helder Barbalho (MDB), em resposta à crescente onda de queimadas que tem devastado grandes áreas de floresta no estado. A medida visa combater os incêndios que, além de destruírem a vegetação nativa, prejudicam a qualidade do ar e ameaçam a saúde da população local.

Estado de Emergência e Restrição Rigorosa

O decreto assinado pelo governador estabelece a proibição da “permissão, autorização e utilização de fogo, inclusive para limpeza e manejo de áreas, em todo o estado do Pará”. O estado de emergência declarado acompanha essa proibição e tem como objetivo mobilizar recursos e ações imediatas para enfrentar as queimadas. A proibição estará em vigor por um período inicial de 180 dias úteis, com possibilidade de prorrogação por mais 180 dias, caso a situação não apresente sinais significativos de melhora.

A decisão do governo estadual surge em um momento crítico, com o aumento significativo dos focos de incêndio nas últimas semanas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pará é um dos estados mais afetados, com mais de 67% dos focos de incêndio registrados na região Amazônica desde o início de julho. As áreas mais afetadas incluem o sul e sudeste do estado, regiões historicamente mais vulneráveis devido à prática de queimadas para preparo do solo agrícola.


Vista aérea de uma área de floresta amazônica devastada (Reprodução/Evaristo Sá/AFP/Getty Images)

Impacto Direto nas Comunidades Locais

A situação das queimadas no Pará não só afeta o meio ambiente, mas também tem um impacto direto nas comunidades locais, principalmente nas áreas rurais. A fumaça proveniente das queimadas tem causado problemas respiratórios na população, levando a um aumento na procura por atendimentos médicos e sobrecarregando o sistema de saúde local. Além disso, o avanço do fogo ameaça a subsistência de famílias que dependem da floresta para a agricultura e outros meios de vida.

As autoridades estaduais, em parceria com organizações de combate a incêndios, têm intensificado os esforços para controlar as chamas. A Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMAS) está coordenando operações em áreas críticas, utilizando brigadas especializadas e recursos aéreos para combater os focos de incêndio mais agressivos. No entanto, a extensão e a intensidade das queimadas tornam o controle um desafio contínuo, exigindo uma abordagem integrada que inclua fiscalização rigorosa e medidas preventivas.

Com a publicação do decreto, o governo do Pará espera reduzir drasticamente o número de queimadas ilegais e descontroladas no estado. A expectativa é que a proibição do uso de fogo ajude a conter a propagação dos incêndios e a proteger as áreas de floresta remanescente, essenciais para a manutenção do equilíbrio ecológico da região. No entanto, a eficácia da medida dependerá da capacidade de fiscalização e do engajamento das comunidades locais em adotar práticas de manejo sustentável.

Polícia Militar prende quarto suspeito de incêndio criminoso no interior de São Paulo

A Polícia Militar prendeu, na última segunda-feira, 26 de agosto, um homem de 27 anos suspeito de provocar um incêndio criminoso em Batatais, na região de Franca, interior de São Paulo. Com essa prisão, já são quatro os suspeitos detidos em menos de uma semana por atos de incêndio intencional em áreas de preservação do estado. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a ação rápida dos policiais evitou que o fogo se alastrasse, causando danos maiores.

Detido com material para provocar incêndios

O homem foi preso em flagrante por policiais do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) após denúncias de moradores que relataram que ele estava ateando fogo em uma pastagem próxima a uma Área de Preservação Permanente (APP) no bairro Jardim Aurora. Durante a abordagem, os policiais encontraram com o suspeito serras, um alicate, um isqueiro e uma caixa de fósforos, itens que indicam preparo para a prática de incêndio criminoso.

A SSP-SP informou que, após o fogo atingir a pastagem, as chamas rapidamente se espalharam para a cerca e o quintal de uma residência próxima. Graças à ação rápida do Corpo de Bombeiros e de uma equipe da Brigada de Incêndio da Prefeitura, o incêndio foi controlado sem que houvesse feridos. O suspeito foi levado à delegacia de Batatais, onde o caso foi registrado como incêndio.


Incêndios se espalhando em Ribeirão Preto (CBM-SP/Divulgação /Estadão)

Casos recorrentes de incêndios na região

O incidente em Batatais é apenas o mais recente de uma série de episódios semelhantes no interior de São Paulo. No domingo, 25 de agosto, um homem de 42 anos foi preso na mesma cidade por também atear fogo em uma área de mata. Ele alegou ser membro de uma facção criminosa e chegou a registrar um vídeo comemorando o ato. Este suspeito, com antecedentes por roubo, furto, homicídio e posse de drogas, foi levado para a Delegacia Seccional de Franca e responderá por provocar incêndio.

Além disso, em São José do Rio Preto, um idoso de 76 anos foi detido no sábado, 24 de agosto, após ser flagrado ateando fogo em lixo em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. Uma moradora, que testemunhou o incidente, conseguiu conter as chamas e denunciou o idoso. Questionado pela polícia, ele admitiu ter o hábito de queimar lixo no local e foi autuado por injúria e crime ambiental, mas acabou sendo liberado após prestar depoimento.

Os frequentes incêndios têm causado transtornos significativos no estado, como interrupções em estradas e operações de aeroportos. As autoridades reforçam o alerta para a população, destacando que atos de queimadas criminosas serão punidos com rigor. Atualmente, 48 municípios de São Paulo permanecem em estado de alerta máximo para queimadas. Em resposta à situação, a Polícia Federal abriu um novo inquérito para investigar e identificar os responsáveis pelos incêndios, visando intensificar a fiscalização e a aplicação de multas severas para infratores.