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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) solicitou que o Ministério Público investigue Ana Paula Minerato por injúria racial. A ex-panicat proferiu ataques contra Hilton durante um programa de rádio, provocando repúdio nas redes sociais e reacendendo o debate sobre discursos de ódio.
Minerato, que posteriormente negou ser racista, afirmou que a vereadora “não representa as mulheres”. O caso se soma a outros episódios recentes que destacam a importância do combate ao racismo no Brasil.
Após polêmica, Ana Paula é desligada da Gaviões da fiel — (Vídeo: Reprodução / YouTube / Splash)
Denúncia formalizada e reações públicas
Erika Hilton encaminhou uma representação ao Ministério Público de São Paulo após receber ataques considerados racistas de Ana Paula Minerato. Durante o programa, Minerato fez declarações que, segundo Hilton, ofenderam diretamente sua identidade e trajetória como mulher trans e negra. A vereadora afirmou que atitudes como essa reforçam o racismo estrutural e a transfobia presentes na sociedade.
Organizações e ativistas dos direitos humanos também manifestaram apoio à deputada, destacando a necessidade de responsabilizar autores de atos discriminatórios. Em suas redes sociais, Hilton reafirmou que discursos de ódio não serão tolerados e que “racismo é crime e deve ser tratado como tal”.
Racismo no debate público
Casos como este ilustram a crescente exposição de figuras públicas a ataques discriminatórios e a importância de responsabilização. O Ministério Público foi acionado para investigar possíveis violações das leis de combate ao racismo e injúria racial, que podem resultar em penalidades severas, incluindo prisão e multas.
Erika Hilton tem sido conhecida como um dos principais nomes na luta pelos direitos de minorias no Brasil, usando sua posição para exigir mudanças e justiça. Enquanto isso, Minerato tem enfrentado críticas e pressão para se retratar publicamente.
A judicialização do caso reforça a relevância de se tratar o racismo como questão prioritária na sociedade brasileira, promovendo a conscientização e a adoção de políticas públicas para combater preconceitos de todas as formas.
APaula Minerato decidiu romper o silêncio e se manifestou pela primeira vez sobre o polêmico vazamento de áudios em que faz comentários racistas direcionados à cantora Ananda. Em um vídeo emocionante publicado em suas redes sociais nesta terça-feira (26), a influenciadora não conseguiu conter as lágrimas e expressou suas sinceras desculpas pela situação delicada, que gerou indelicadezas e repercussões negativas.
Durante o desabafo, a ex-participante do reality show A Fazenda também falou sobre seu relacionamento tumultuado com KT, revelando que vivia uma relação marcada pela toxicidade e abusos, um aspecto que a atormentava profundamente.
Declaração de Ana Paula (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)
Pronunciamento
“Quero muito falar com vocês, estou devendo isso. Eu tô muito mal… Quero pedir desculpas para todo mundo que se sentiu ofendido, realmente foi uma ofensa a uma pessoa que eu nem conheço. Quero pedir desculpas pra todo mundo, pra Ananda… Quero deixar aqui registrado,” começou Ana Paula.
Ela continuou, explicando que o que realmente queria era compartilhar com todos o que havia vivido nos últimos meses dentro de um relacionamento muito tóxico e abusivo. Nesse relacionamento, foi maltratada, manipulada e sofreu agressões psicológicas por parte de alguém que, em busca de fama, queria tirar tudo dela. Ele afirmava querer três coisas dela: que a indicasse para um reality show, que a música dele tocasse na Band e que ela o divulgasse nas redes sociais. “Eu escutei isso várias vezes,” relatou.
Ana Paula falou sobre como essa pessoa entrou e saiu da sua vida repetidamente, exercendo pressão psicológica e expressando o desejo de ter filhos. Isso a levou até a se consultar sobre sua saúde. Apesar de querer terminar o relacionamento, ela temia as consequências de se afastar, o que a fez permanecer próxima na tentativa de se proteger.
Com o tempo, Ana Paula percebeu que a situação estava se tornando insuportável e, na última sexta-feira (22), conseguiu finalmente colocar um ponto final na relação, reconhecendo que estava sendo abusada. Ela também mencionou que o ex-parceiro gravava vídeos íntimos do casal, o que gerou receio de que esses registros fossem divulgados. Embora o recente episódio de racismo tenha ganhado destaque, ela enfatizou que seu sofrimento como mulher nesse relacionamento foi igualmente significativo, destacando que a pessoa envolvida estava apenas em busca de fama.
O caso
Ana Paula Minerato fez comentários desrespeitosos sobre Ananda durante uma conversa, chamando-a de “empregada” e “mina do cabelo duro”. Apesar das tentativas do rapper KT de interromper e defender Ananda, Minerato continuou ofendendo-a, questionando por que KT demonstrava tanto cuidado com a moça. KT tentou explicar que se preocupa com todos, mas Ana Paula, tomada pelo ciúmes, insistiu nas ofensas.
No final, ela fez mais comentários preconceituosos, debochando da aparência de Ananda e insinuando que ela não era atraente. A situação expôs a hostilidade e o preconceito da ex-participante de reality show.
Nesta terça-feira (26), a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca, agradeceu o apoio que vem recebendo. Em suas redes sociais, a cantora agradeceu ao público e garantiu que falará mais sobre o caso. Na última segunda-feira (26), vazaram áudios onde a influenciadora Ana Paula Minerato profere ofensas racistas contra Ananda.
Ananda revelou que precisou digerir a situação no primeiro momento, mas falará sobre a situação. “Tirei o dia de ontem pra digerir tudo que tá acontecendo, mas já já vou aparecer aqui para falarmos sobre o caso e vocês entenderem o que aconteceu”. Escreveu Ananda.
Ananda agradece o apoio do público (Foto: reprodução/Instagram/@anandacantora)
Ananda
Fernanda Lins adotou o nome artístico de Ananda, ela tem 26 anos e é natural de Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Atualmente, ela é uma das cantoras do grupo Melanina Carioca, conhecido pela música “Deixa envolver”, no grupo também estão os ex-BBBs Lucas Pizane e Raquele.
Ananda começou a cantar ainda na infância, ela se apresentava na igreja e em eventos escolares. Antes de entrar no grupo, Ananda já havia alcançado sucesso nacional com a música “Quero Que Tu Vá”, lançada em 2018 em parceria com MC Koringa. A música tem mais de 95 milhões de visualizações no YouTube e inclusive foi elogiada por Marilia Mendonça.
Caso de racismo
Na última segunda-feira, vazaram áudios no qual a ex-fazenda Ana Paula Minerato profere ofensas raciais contra Ananda. Em uma conversa com o rapper KT Gomez, seu ex-namorado, Ana Paula, utilizou termos como “cabelo duro” e “neguinha” ao se referir à cantora.
Após toda a repercussão do caso, Ana Paula foi demitida da rádio Band FM, onde apresentava um programa voltado para o entretenimento. A escola de samba Gaviões da fiel, anunciou o desligamento da influenciadora, que era musa da escola. O caso gerou grandes repercussões e chegou até as autoridades. A secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo abriu um procedimento para apurar o conteúdo dos áudios.
Ana Paula Minerato se pronunciou após vazamento de áudios. Nos áudios vazados, a influenciadora profere ofensas racistas contra Ananda, integrante do grupo Melanina Carioca. Ao ser procurada pelo jornalista Lucas Pasin, Ana Paula foi questionada sobre como estava após o vazamento. A influenciadora se limitou a dizer que estava “Péssima”.
Foi o único pronunciamento feito por Ana Paula após a polêmica. Sua mãe, Sylvia Regina Minerato, publicou uma foto da filha no hospital e justificou a falta de pronunciamento da influenciadora. “Sei que todos estão aguardando um pronunciamento, mas minha filha está sem condições de falar qualquer coisa nesse momento. Amanhã ela vai se pronunciar e esclarecer tudo. A verdade vai aparecer e faremos justiça. Internet não é terra sem lei”, escreveu Regina Minerato.
Ana Paula Minerato no hospital (Foto: reprodução/X/@plocsocial)
Perda de contratos
Horas após o vazamento de áudios em que prefere falas racistas, Ana Paula foi desligada da escola de samba Gaviões da Fiel. A influenciadora era musa da agremiação. No comunicado, a Gaviões ressaltou que a ex-fazenda teve “Condutas incompatíveis com os valores e princípios” da escola.
Band FM também decidiu demitir a influenciadora. Ana Paula, que estava na rádio desde 2015, foi demitida na última segunda-feira (25). Ana apresentava um programa voltado para o entretenimento. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Band FM.
Entenda o caso
Na última segunda-feira (25), áudios em que Ana Paula profere ofensas racistas se tornaram públicos. Ana estava conversando com o rapper KT Gomes, seu ex-namorado, quando fez comentários racistas, se referindo à cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca.
Em suas falas, a influenciadora fez comentários pejorativos sobre a pele e o cabelo da cantora. “Neguinha de cabelo duro” disse Ana Paula em um dos áudios. As falas da ex-fazenda causaram revolta no público, causando grandes consequências, como as recentes perdas de contrato.
Nesta terça-feira (26), Ananda usou as redes sociais para agradecer o carrinho que vem recebendo. A Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania de São Paulo abriu um procedimento para apurar o conteúdo dos áudios.
A apresentadora Giovanna Ewbank, 38, e o ator Bruno Gagliasso, 42, se pronunciaram publicamente após a Justiça de Portugal condenar Adélia Barros, 59, por cometer racismo contra Titi, 11, e Bless, 9, durante viagem da família ao país em 2022.
Reação de Giovanna e Bruno
A condenação da mulher responsável pelo ato de racismo contra a filha de Giovanna Ewbank, Titi, foi um marco importante, e o casal compartilhou suas impressões sobre o desfecho do caso.
“Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal.“, escreve a apresentadora no início de sua publicação.
Publicação de Giovanna Ewbank sobre a decisão da Justiça Portuguesa (Reprodução/Instagram/@gioewbank)
“Assim como já dissemos, mas precisamos repetir: sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude”, eles finalizam a mensagem.
Relembre o caso
Em 30 de julho de 2022, durante uma viagem de férias à Costa da Caparica, em Portugal, Titi e Bless, filhos de Giovanna Ewbank, viveram um episódio de racismo, em que uma mulher se aproximou e proferiu palavras ofensivas em relação às crianças, desrespeitando suas identidades raciais.
Adélia Barros, responsável pelos insultos racistas, foi identificada e, após investigação, foi condenada pela Justiça portuguesa. Ela foi processada por discriminação racial, uma vez que suas atitudes configuraram uma violação das leis locais contra crimes de ódio.
O tribunal de Almada determinou que Adélia Barros cumpra uma pena de oito meses de prisão, que pode ser cumprida em liberdade, com a condição de que não cometa outro crime durante os próximos quatro anos. Além disso, ela foi condenada a pagar uma indenização de 14 mil euros (aproximadamente R$ 85 mil) e a se submeter a tratamento para alcoolismo. Ela também deverá pagar 2.500 euros (cerca de R$ 15 mil) à associação SOS Racismo.
A situação gerou grande indignação e repercussão nas redes sociais, com a família Ewbank recebendo apoio de milhares de pessoas que se manifestaram contra o preconceito.
Nesta quarta-feira (30), a Polícia Civil anunciou oficialmente a abertura de uma investigação para apurar uma denúncia de racismo envolvendo torcedores do Internacional no clássico Gre-Nal, realizado em 19 de outubro, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais após a circulação de vídeos mostrando um torcedor colorado fazendo gestos que foram interpretados como insultos raciais. Até o momento, oito testemunhas prestaram depoimentos, e as autoridades seguem trabalhando na identificação dos possíveis responsáveis pelos atos de discriminação.
A Delegacia de Polícia do Combate à Intolerância (DPCI) está à frente das investigações, iniciadas após o registro de dois Boletins de Ocorrência sobre o caso. Conforme informações divulgadas pela Polícia, os depoimentos coletados até agora indicam a existência de gestos e ofensas de cunho racista direcionadas a torcedores do Grêmio. A partir da identificação dos envolvidos, eles serão formalmente intimados para prestar esclarecimentos.
Vídeo do suposto ato racista (Vídeo: reprodução/X/@rdgrenal)
Grêmio exige investigação dos fatos
No dia seguinte à partida, o Grêmio emitiu um comunicado oficial exigindo uma investigação rigorosa sobre o caso. Na nota, o clube expressou indignação diante do vídeo que circula nas redes, onde é possível ver um torcedor do Internacional passando a mão no braço em direção à torcida gremista – um gesto interpretado como insulto racial. O Grêmio reforçou que atitudes discriminatórias não têm lugar nos estádios e devem ser severamente punidas. Em apoio à investigação, o clube se colocou à disposição das autoridades para colaborar com o inquérito.
Declaração da Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil forneceu mais detalhes sobre o caso investigado, relatando que alguns torcedores do Internacional teriam feito gestos considerados racistas e proferido ofensas homofóbicas durante a partida. Esses gestos incluíam passar a mão no braço, frequentemente interpretado como um insulto racial, enquanto apontavam para torcedores do Grêmio. As ações foram registradas tanto por uma das vítimas quanto por uma testemunha, resultando em dois Boletins de Ocorrência.
A delegada Tatiana Bastos, titular da DPCI e responsável pela investigação, instaurou o inquérito assim que teve conhecimento dos fatos. Até agora, oito pessoas já prestaram depoimento confirmando o ocorrido. Após a identificação dos envolvidos, eles serão convocados para esclarecimentos formais.
Nesta sexta-feira (24), a polícia espanhola confirmou a prisão de quatro torcedores do Atlético de Madrid. Os quatro homens têm entre 24 e 26 anos, eles foram acusados de iniciar uma campanha de ódio contra o jogador brasileiro às vésperas do clássico que aconteceu no dia 29 de setembro.
A polícia iniciou a investigação após três denúncias realizadas pela La Liga, essa não é a primeira vez que o brasileiro é alvo de ataques racistas vindo de torcidas rivais. Em junho desse ano, três torcedores do Valência foram condenados a oito meses de prisão por proferirem ofensas racistas contra Vinicius.
Vini Jr se emociona ao falar sobre racismo (Reprodução/Pierre-Philippe Marcou/Getty Images Embed)
Campanha de ódio
Segundo a polícia espanhola, os quatro incitaram torcedores do Atlético de Madrid a irem ao estádio de máscara de para proferir ofensas racistas contra Vinicius. O objetivo da máscara era dificultar o reconhecimento das câmeras de segurança do estádio.
A partida, que aconteceu no dia 29 de setembro, pela La Liga, terminou empatada e teve que ter uma interrupção temporária no segundo tempo devido ao lançamento de objetos no campo por torcedores do Atlético. Após o ocorrido, o clube recebeu uma multa no valor de 3 mil euros.
Outros casos de racismo contra Vini Jr.
Está não é a primeira vez que o atacante do Real Madrid é alvo de racismo na Espanha. Em 2021, em uma partida contra o Barcelona, o jogador foi substituído aos 87 minutos da partida. Ao caminhar na lateral em direção ao banco, ele foi alvo de ofensas raciais por parte dos torcedores do Barça. Na ocasião, a La Liga apresentou uma queixa aos advogados de crime de ódio. Entretanto, o caso foi encerrado porque a polícia não conseguiu identificar os autores.
Em outra ocasião, um manequim vestido com a camisa do jogador foi pendurado em uma ponte perto do centro de treinamento do Real em Valdebebas. Antes das quartas de final da Copa do Rei entre Atlético de Madrid e Real Madrid em 2023.
Ainda em 2023, em partida contra o Valencia os atos racistas voltaram a acontecer, dessa vez o árbitro Ricardo de Burgos precisou ativar o protocolo antirracista da liga. Os alto-falantes do estádio emitiram um aviso que, se o abuso continuasse, o jogo seria suspenso.
Na semana passada, os atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank compareceram ao Tribunal de Almada, em Portugal, onde ocorreu o julgamento de Adélia Barros, uma portuguesa acusada de injúrias agravadas e difamação contra os filhos do casal, Titi e Bless. O episódio de racismo aconteceu em julho de 2022, na Costa da Caparica. Em entrevista ao jornal português O Público, o casal comentou sobre o ocorrido e a importância de estarem presentes no julgamento.
Agindo contra o racismo
A portuguesa Adélia Barros enfrenta acusações de dois crimes de injúria e dois de difamação com publicidade, além de calúnia, todos motivados por racismo. O processo movido por Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank está sob supervisão do Ministério Público de Portugal. Além disso, há um processo adicional relacionado à discriminação. Apesar das acusações, o advogado do casal, Rui Patrício, informou que o caso ainda não teve uma conclusão.
Durante o julgamento, Adélia Barros declarou que não se lembra dos atos cometidos, justificando que estava sob efeito de álcool no momento. Ela admitiu que o consumo de bebidas alcoólicas a transforma em “um monstro, uma pessoa feia”. Barros também mencionou que já tentou buscar tratamento para o problema com o álcool, mas sofreu diversas recaídas, incluindo uma após o incidente com os filhos do casal.
Giovanna Ewbank destacou que o racismo é uma forma de violência que não pode ser ignorada ou minimizada. Ela ressaltou que, como pais, ela e Bruno se sentiriam falhos se não agissem contra essa agressão dirigida aos seus filhos e a outras pessoas. Além disso, ela mencionou que permitir que o racismo passe sem punição seria também uma falha em termos de responsabilidade humana. Para Giovanna, combater o racismo não é apenas uma obrigação familiar, mas um dever de todos os cidadãos, reforçando a importância de agir contra esse tipo de violência.
A atriz também revelou que os filhos ficaram receosos de voltar a Portugal após os ataques racistas. “Eles se sentiram muito inseguros e retraídos. Minha filha, que sempre foi muito alegre e comunicativa, só agora, este ano, começou a se abrir novamente. Ambos precisaram fazer terapia”, contou Giovanna, destacando o impacto emocional profundo que o incidente teve nas crianças.
Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank chegando no tribunal (Foto: reprodução/Jornal O Público)
A família Ewbank Gagliasso pediu uma indenização de 35 mil euros a Adélia Barros, conforme sugestão da equipe jurídica do casal. Essa medida foi tomada porque, além da questão criminal, os danos causados também precisam ser reconhecidos e compensados de acordo com a lei. No entanto, os advogados esclareceram que o valor da indenização não será destinado nem às crianças, nem aos pais, mas sim para uma doação.
“Qualquer indenização que o Tribunal determinar será doada à associação portuguesa SOS Racismo, que luta por essa causa tão relevante”, declararam os advogados ao jornal.
Tratando assunto de forma séria
A decisão de comparecer pessoalmente ao tribunal foi uma forma de demonstrar a seriedade com que eles encaram o caso e o compromisso de lutar por justiça não apenas para seus filhos, mas para qualquer pessoa que sofra esse tipo de agressão. Segundo Giovanna, a presença no julgamento também reflete os valores em que o casal acredita: a luta contra o racismo e a busca por um mundo mais justo, onde crimes de ódio sejam devidamente punidos.
O caso teve grande repercussão tanto no Brasil quanto em Portugal, evidenciando o quanto o racismo ainda é uma questão social a ser combatida em diferentes partes do mundo. A postura de Giovanna e Bruno ao buscar justiça para seus filhos reforça a importância de não deixar impunes atos de violência e preconceito, mostrando que é possível enfrentar essas situações com coragem e determinação.
No próximo domingo, durante o clássico entre Atlético de Madrid e Real Madrid no Estádio Metropolitano, a La Liga promete “tolerância zero” contra qualquer ato de racismo direcionado a Vinicius Junior. A medida é uma resposta aos frequentes crimes de discriminação enfrentados pelo jogador brasileiro nos últimos anos, especialmente por parte da torcida do Atlético.
De acordo com entrevista concedida ao portal GE, a La Liga anunciou que terá profissionais dedicados exclusivamente ao monitoramento de possíveis crimes racistas, dentro e fora do estádio. A casa do Atlético de Madrid, o Estádio Metropolitano, contará com câmeras estrategicamente posicionadas para cobrir toda a área, além de equipes espalhadas pelo local.
Em seu Instagram, Vinicius Junior denuncia a La Liga por sua neutralidade em casos racistas (Reprodução/Instagram/@vinijr)
Apesar de não revelar o número exato de dispositivos e pessoas envolvidas na operação, a liga garantiu que todos os crimes serão reportados às autoridades competentes.
“A La Liga não permitirá esse tipo de comportamento sob nenhuma circunstância. Tais ações não apenas mancham a imagem do esporte e do país, mas também representam uma ameaça direta à segurança e ao bem-estar de todos os torcedores.”
A La Liga se comprometeu a denunciar formalmente e pedir a detenção dos responsáveis pela campanha de ódio contra Vinícius. A liga classifica essas ações como incitação ao ódio, crime previsto no Código Penal espanhol, e afirma que não tolerará comportamentos que prejudiquem a imagem do esporte e coloquem em risco a integridade dos jogadores e torcedores.
“Tolerância zero” e medidas já tomadas
No ano passado, a liga lançou uma plataforma dedicada a denúncias de discriminação racial, incentivando a participação ativa de todos na luta contra o preconceito. A medida mais recente foi a introdução do gesto “Não ao racismo”, idealizado pela Fifa e adotado pelos árbitros para sinalizar qualquer ato racista em campo ou nas arquibancadas.
Em coletiva pela seleção brasileira, Vini Jr. chora ao comentar sobre o racismo (Foto: Reprodução/EFE/Kiko Huesca)
Todos os casos reportados são encaminhados para a Real Federação de Futebol da Espanha (RFEF), a Comissão Estatal contra Violência, Racismo e Xenofobia do Ministério do Esporte e ao Ministério Público das províncias espanholas.
Alguns protocolos em caso de racismo em campo são:
Paralisação do jogo por alguns minutos, seguida de anúncios para erradicar com o comportamento discriminatório;
Suspensão temporária do jogo, caso o cenário continue o mesmo, e os jogadores são retirados do campo;
O último recurso, caso o cenário não mude, é a suspensão definitiva da partida.
Três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão por insultos racistas contra Vinicius Junior durante uma partida no estádio Mestalla, em maio de 2023. Mais recentemente, um torcedor do Mallorca recebeu uma sentença de um ano de detenção após proferir injúrias racistas ao jogador brasileiro. Esses casos evidenciam um esforço das autoridades espanholas em punir atos de racismo no futebol, reforçando a necessidade de ações rigorosas para coibir esse tipo de comportamento nos estádios.
Casos de racismo por parte do Atlético de Madrid
O Atlético de Madrid, infelizmente, possui um longo histórico de episódios racistas envolvendo Vinicius Junior e é por esta razão que a La Liga busca reforçar suas medidas para a partida de domingo, receosos de que os casos possam voltar a ocorrer.
O primeiro caso registrado ocorreu em setembro de 2022, quando torcedores do clube proferiram insultos racistas dentro e fora do Estádio Metropolitano, chamando o jogador brasileiro de “macaco” durante o clássico. Embora o crime tenha sido denunciado, o caso foi arquivado pela Promotoria de Delitos de Ódio.
Em janeiro de 2023, antes de um confronto entre Atlético e Real Madrid pela Copa do Rei, um boneco com a camisa de Vinicius Junior foi pendurado em uma ponte em Valdebebas, simulando um enforcamento. A mensagem “Madrid odeia o Real” acompanhava o ato deplorável. Este caso ainda está sob investigação.
No mesmo mês, a La Liga apresentou uma denúncia à Promotoria de Delitos de Ódio de Madri após novos insultos racistas dirigidos a Vinicius nas proximidades do Estádio Metropolitano.
Já em setembro do ano passado, uma menina que usava uma camiseta com o nome do jogador foi ofendida por um torcedor do Atlético. O suspeito foi identificado e recentemente prestou depoimento.
Em janeiro deste ano, no Estádio Metropolitano, foram ouvidas canções de torcidas racistas para provocar o jogador. “É um macaco, Vinicius Junior é um macaco” , dizia os torcedores do Atlético de Madrid, em coro.
Longo histórico de racismo contra Vinícius Júnior
O jogador Vinicius Junior tem enfrentado, desde sua chegada à Europa, uma série de casos de crimes raciais de torcedores de clubes espanhóis. Antes que as denúncias judiciais ganhassem corpo e que a mobilização em torno dessa questão crítica se intensificasse, o brasileiro teve que lidar com diversas situações de discriminação:
Barcelona x Real Madrid (outubro de 2021): Durante o clássico no Camp Nou, torcedores do Barcelona proferiram insultos racistas, chamando Vinicius de “macaco”. A La Liga denunciou o caso à Procuradoria de Ódio de Barcelona, mas os responsáveis pelos ataques não foram identificados e a investigação foi arquivada.
Mallorca x Real Madrid (março de 2022): A emissora Gol flagrou a torcida do Mallorca fazendo imitações de macacos e lançando ofensas, como sugerir que o jogador “pegasse bananas”. Novamente, a LaLiga apresentou uma denúncia, que também foi arquivada pela Procuradoria de Ódio local.
Em vídeo publicado no Instagram, Vinicius JR. denuncia os atos de racismo (Reprodução/Instagram/@vinijr)
Controvérsia sobre as comemorações (setembro de 2022): Após um jogo contra o Mallorca, as danças de Vinicius em suas comemorações geraram debates na mídia. O capitão do Atlético de Madrid, Koke, sugeriu que uma reação hostil da torcida seria compreensível.
Atlético de Madrid x Real Madrid (setembro de 2022): Na partida no Estádio Metropolitano, Vinicius foi alvo de gritos racistas da torcida do Atlético, com um torcedor exibindo um macaco de pelúcia. A La Liga apresentou uma denúncia, mas o caso foi arquivado, sendo considerado que os insultos não configuraram crime.
Valladolid x Real Madrid (dezembro de 2022): Na partida, Vinicius foi chamado de “negro de merda” e “macaco”, com a torcida imitando sons de macaco ao ser substituído. O jogador fez uma cobrança pública à LaLiga, que foi respondida pelo presidente da entidade, Javier Tebas.
Real Madrid x Atlético de Madrid (janeiro de 2023): Antes de um clássico pela Copa do Rei, torcedores do Atlético simularam um enforcamento de Vinicius, pendurando um boneco com sua camisa em uma ponte. A LaLiga fez uma queixa ao Tribunal de Instrução de Madri, levando à prisão de quatro pessoas meses depois.
Vini Jr. comemora gol com ato antiracista (Foto: Reprodução/AP Foto/Jose Breton/Los Angeles Time)
Mallorca x Real Madrid (fevereiro de 2023): Durante a partida, Vinicius foi novamente atacado verbalmente, com um torcedor gritando “Vinicius, macaco!”. A LaLiga registrou a denúncia, e o autor foi identificado e punido.
Barcelona x Real Madrid (março de 2023): Novamente, na partida contra o Barcelona, Vinicius ouviu gritos de “macaco” e “morra”. O caso foi denunciado à Justiça, mas ainda não foi concluído.
Valencia x Real Madrid (maio de 2023): Desde a chegada ao estádio, Vinicius foi alvo de gritos de macaco por parte dos torcedores do Valencia. Durante o jogo, ele apontou dois torcedores que estavam imitando sons de macaco, registrando mais um triste episódio de racismo.
O atacante brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, foi alvo de ofensas por parte do ex-presidente do Valencia, Paco Roig, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (23) pelo portal Relevo. Roig, que esteve à frente do clube espanhol entre 1994 e 1997, usou palavras ofensivas ao se referir ao jogador, dizendo que o atleta seria “péssimo como pessoa” (originalmente usando linguagem imprópria).
O jogador tem se destacado por sua postura firme contra o racismo no futebol espanhol, especialmente após um episódio ocorrido em 2023, durante uma partida contra o Valencia. O incidente teve ampla repercussão e resultou na prisão de três torcedores, condenados a oito meses por crime contra a integridade moral, com o agravante de discriminação racial. Na ocasião, realizada no Estádio de Mestalla, em 21 de maio, Vinicius foi alvo de ofensas racistas, fato que gerou indignação e apoio ao atleta em todo o mundo.
Francisco Roig, ex-presidente do Valencia (reprodução/Miguel Lorenzo/Elconfidencial)
Roig estava presente no jogo em Mestalla
Durante a entrevista, Roig declarou estar no Mestalla no dia do incidente e afirmou que seu neto ouviu a torcida chamando o jogador de “tonto”, e não de “mono” (macaco, em espanhol). O ex-dirigente expressou insatisfação com as penalidades impostas ao Valencia, como o fechamento de setores do estádio, e criticou a anulação do cartão vermelho recebido por Vinicius na partida.
“Florentino é o chefe; alguém me explique por que tiraram o cartão vermelho de Vinicius no Mestalla e ninguém fala dos quatro torcedores do Real Madrid que transaram com quatro meninas nas Ilhas Canárias”, declarou Roig, em tom de provocação.
Outras declarações polêmicas
Questionado sobre as mudanças na linguagem e o racismo no futebol, Roig declarou que “antes não existiam tais problemas ou eu não os notava”, e citou o exemplo de Romário, afirmando que o jogador brasileiro, que atuou no Valencia na década de 1990, “também era meio negro” e nunca teve problemas.
O ex-dirigente ainda questionou a atual formação do Real Madrid, referindo-se ao clube como “Real Imigrante” por contar com, segundo ele, “oito jogadores negros, dois estrangeiros brancos e apenas um espanhol, o Carvajal”.
Em março deste ano, Vinicius Júnior voltou ao Mestalla para enfrentar o Valencia novamente. Na ocasião, marcou dois gols no empate por 2 a 2 e celebrou um dos tentos levantando o punho cerrado, gesto que simboliza resistência e luta contra a discriminação racial.