Fortes tempestades atingem 42 cidades do Rio Grande do Sul e deixam centenas de moradores desalojados

O número de cidades atingidas pelos temporais no Rio Grande do Sul chegou a 42, segundo balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual neste domingo (24). As chuvas fortes vêm causando estragos desde a última sexta-feira (22). Ao todo, cerca de 640 pessoas tiveram que deixar suas casas, sendo que 39 estão em abrigos públicos. Entre os principais problemas estão quedas de árvores, falta de energia, ruas alagadas, deslizamentos de terra e bloqueios em estradas e pontes.

Estragos se espalham por diferentes cidades gaúchas

A cidade mais prejudicada foi São Lourenço do Sul, onde 500 moradores ficaram desalojados, 23 perderam suas casas e mais de 2 mil residências foram danificadas pelo transbordamento de um arroio. Em Alegrete, o temporal arrancou o telhado da Escola Municipal Princesa Isabel. Em Barra do Ribeiro, 60 moradores precisaram deixar suas casas, enquanto em Encruzilhada do Sul várias residências perderam parte dos telhados e o transbordamento de um córrego alagou ruas e casas. Já em São José do Norte, a BR-101 ficou tomada pela água no km 350, na região de Capão do Meio.

As fortes tempestades atingiram várias cidades do estado, provocando prejuízos. Em Alegrete, o telhado da Escola Municipal Princesa Isabel foi danificado e houve queda de árvores nas ruas. Em Alvorada, algumas áreas ficaram alagadas, enquanto em Amaral Ferrador e Arambaré as pontes e bueiros foram atingidos, além de ruas urbanas e rurais que ficaram cobertas pela água.


Vídeo das ruas alagadas em São Lourenço do Sul (Vídeo: reprodução/X/@OSul_noticias)

Bagé enfrentou ruas alagadas e árvores caídas; já em Barra do Ribeiro o arroio Ribeiro transbordou e forçou 60 pessoas a saírem de casa. Em Barros Cassal, casas tiveram os telhados danificados, já em Caçapava do Sul e Cacequi foram registrados alagamentos e duas residências destelhadas.

Bloqueios em rodovias e casas danificadas em várias regiões

A BR-153 ficou bloqueada em Cachoeira do Sul, e em Cachoeirinha uma árvore desabou, atingindo a via ao lado da calçada. Camaquã precisou abrir um trecho da ERS-350 para escoar a água, e em Canguçu algumas casas perderam parte dos telhados, ruas ficaram alagadas e quatro pessoas ficaram desalojadas.

Canoas também teve quedas de árvores e danos em telhados, enquanto em Canudos do Vale o nível do Arroio Forquetinha subiu, dificultando a passagem em comunidades. Os temporais em Cerro Grande do Sul e Chuvisca danificaram pontes, bueiros e estradas, deixando ruas alagadas e causando queda de energia.


Cidades alagadas no Rio Grande de Sul (Foto: reprodução/X/@metsul)

Cristal registrou retirada de moradores, deixando 12 desabrigados e 8 desalojados, além de estradas e casas atingidas. Em Dom Feliciano, rios transbordaram, alagando estradas e deixando quatro pessoas sem casa. Em Encruzilhada do Sul, as chuvas fortes causaram alagamentos em ruas e residências, danificaram telhados, derrubaram árvores e até bloquearam a BR-471.

Em Estância Velha, 27 casas tiveram os telhados danificados, e em Faxinal do Soturno houve deslizamento de terra. Horizontina, Jaguari e Porto Lucena também registraram residências destelhadas, sendo que em Lindolfo Collor cerca de 30 casas foram atingidas pelo granizo.

Enchentes e estragos se espalham da capital ao interior

Pinheiro Machado teve estradas interrompidas e uma ponte submersa, enquanto em Portão várias residências perderam parte dos telhados. Em Porto Alegre houve desabamentos, destelhamentos e queda de árvores. No interior, cidades como Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e São Gabriel registraram danos em casas, muros e quedas de árvores. Em São José do Hortêncio também houve estragos em telhados. Já em São José do Norte, famílias ficaram desalojadas e a BR-101 foi tomada pela água, deixando 24 pessoas fora de suas casas.

São Lourenço do Sul foi uma das cidades mais afetadas, com enchentes que destruíram casas, estradas e prédios públicos, deixando 23 pessoas sem abrigo e 500 fora de suas residências. Em Sapucaia do Sul, uma árvore caiu sobre um carro, e em Sinimbu houve atraso no transporte escolar.

Em Tunas, estradas vicinais ficaram danificadas, e em Turuçu o transbordamento de um arroio deixou quatro pessoas fora de casa. Venâncio Aires e Vera Cruz tiveram quedas de árvores e casas destelhadas, enquanto em Vila Nova do Sul o nível do Arroio Vossoroca subiu, forçando a interdição de uma ponte na BR-290.

Estudante de 16 anos invade escola no RS, mata colega e fere quatro pessoas

Na manhã desta terça-feira (8/7), uma escola municipal da cidade de Estação, no norte do Rio Grande do Sul, foi invadida por um adolescente de 16 anos. Segundo informações da Prefeitura de Estação, o jovem atacou com uma faca três crianças e uma professora. Uma das vítimas, Vitor André Kungel Gambirazi, de 9 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso ocorreu na Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, por volta das 9h, e teria sido motivado por um surto de agressividade ainda sem explicação. O agressor foi imobilizado por moradores e apreendido pela polícia.

O ataque foi iniciado quando o jovem, que era ex-aluno da instituição, teria entrado no colégio sob o pretexto de entregar um currículo. Em seguida, bombinhas foram lançadas para distrair professores e estudantes, possibilitando a ação violenta. O adolescente portava uma faca e feriu os colegas dentro de uma sala de aula do 3º ano do ensino fundamental.

População age para conter suspeito após ataque em escola

Após o crime, diversos moradores que estavam nas proximidades conseguiram imobilizar o agressor até a chegada da Brigada Militar. A cidade de Estação, que tem aproximadamente 6 mil habitantes, ficou em choque com a tragédia. De acordo com o prefeito Geverson Zimmermann, o suspeito era conhecido da comunidade e passava por acompanhamento psicológico.


Vídeo mostra alunos desesperados entrando na casa ao lado da escola (Vídeo: reprodução/YouTube/itatiaia)

As demais vítimas foram socorridas com vida e as crianças feridas foram encaminhadas ao Hospital São Roque, em Getúlio Vargas. Assim, a professora foi levada ao Hospital Santa Terezinha, em Erechim. Ademais, o estado de saúde delas não havia sido atualizado até a última divulgação feita pela prefeitura.

Em nota publicada nas redes sociais, a administração municipal informou que todas as escolas da rede foram fechadas por tempo indeterminado. Equipes de assistência psicológica e social foram mobilizadas para acolher as famílias e profissionais da educação.

Comunidade se mobiliza e aulas são suspensas

Durante o tumulto, muitos pais se dirigiram até a escola para buscar informações sobre seus filhos. Algumas crianças fugiram do colégio e buscaram abrigo em casas de vizinhos. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a correria dos alunos em meio ao desespero.

Ainda não foi informada a motivação oficial do ataque, que será investigado pela Polícia Civil. Além disso, a Secretaria da Educação do município e o Ministério Público acompanham o caso. Ataques em escolas, infelizmente, têm se tornado mais frequentes no Brasil. Por isso, o caso reacende o debate sobre segurança no ambiente escolar e a importância do acompanhamento psicológico de jovens em situação de vulnerabilidade emocional.

Chuvas fortes voltam ao RS e elevam risco de novas enchentes

O Rio Grande do Sul enfrenta mais uma preocupação devido à previsão de chuvas intensas, agravada pela formação de um ciclone extratropical. As condições climáticas elevaram imediatamente o risco de novas enchentes em diversas regiões do estado gaúcho.

Assim como o Rio Jacuí encontra-se acima da cota de inundação, o Rio Guaíba permanece da mesma forma e está sob alerta de nova alta, fazendo o governo do RS reforçar a atuação preventiva. A Defesa Civil mantém atenção redobrada e pede que moradores de áreas de risco saiam de casa.

Chuvas contínuas e regiões críticas

A Defesa Civil afirmou que mais de 6 mil moradores precisaram abandonar suas residências devido às enchentes e das tempestades, afetando 98 municípios e alocando cerca de 2 mil pessoas em abrigos públicos. 

Anteriormente, na quarta-feira (19), o Rio Guaíba atingiu a cota de alerta de 3,15 metros e continuou até 3,21 metros, afetando bairros da Zona Norte. Enquanto isso, na região dos Vales o nível do Rio Jacuí baixou e permanece 4 metros acima da cota de segurança. 

Apesar de ter recuado nessa semana, o Guaíba tem projeção de uma nova elevação até quinta-feira (3), podendo ultrapassar os 3,60 metros.


Guaíba atinge nível crítico e provoca alerta de enchentes no RS (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)

Como resultado, o governo do RS disponibilizou uma aeronave de resgate e preparou abrigos, bem como ativar gabinetes de crise em cidades estratégicas como Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre. Eduardo Leite, governador do estado, enfatizou a importância da colaboração da população diante do cenário crítico.

Alerta e orientação à população

Até o momento, o estado registra 9,6 mil desabrigados, cinco mortes e uma pessoa desaparecida. A Defesa Civil orienta que moradores procurem abrigos ou casas de parentes fora das áreas de risco.

A recomendação é acionar o 190 (Brigada Militar) ou o 193 (Corpo de Bombeiros) em casos de emergência. O governo destaca que o momento é de total vigilância, e a população deve agir com rapidez e responsabilidade.

Países retiram restrição à carne de frango do Brasil após caso de gripe aviária

Após o fim do período de espera, se encerrando na última quarta-feira (18), alguns dos países que bloquearam a importação de carne de frango brasileira, devido ao recente caso de gripe aviária, retiraram o embargo e agora já estão aptos a comercializar o produto com o Brasil novamente, conforme informou o Ministério da Agricultura, nesta terça-feira (24). Isso causará um impacto muito positivo em nossa nação, que é a maior produtora e exportadora de carne de aves do mundo.

A retirada do bloqueio

O Ministério da Agricultura confirmou, nesta terça-feira (24), que o bloqueio imposto à venda internacional de carne de frango, por conta de um caso de gripe aviária registrado em uma granja em Montenegro (RS), no mês passado, foi retirado por 17 nações.

Os países que voltaram a comercializar com o Brasil são: Argélia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Egito, El Salvador, Iraque, Japão, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mianmar, Montenegro, Paraguai, República Dominicana, Sri Lanka, Vanuatu e Vietnã.

O Brasil se declarou livre da doença na última quarta-feira (18), após o cumprimento de um prazo de 28 dias sem nenhum outro caso da doença em aves comerciais. Era esperado que depois desse período alguns países começassem a liberar a barreira sobre as vendas da carne de frango.


Granja em que ocorreu o caso de gripe aviária em Montenegro, Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/SILVIO AVILA/AFP/Getty Images Embed)


O bloqueio, apesar de ser feito para evitar a transmissão da doença, ocasionando na contaminação de granjas no exterior, não deveria impactar a venda dos produtos, visto que a gripe aviária não é transmitida por meio de alimentos.

O impacto dos bloqueios

Apesar de algumas nações, como o Japão, que é o terceiro maior comprador do Brasil, o Iraque e a Coreia do Sul já terem derrubado o embargo sobre a importação da carne de aves vinda de território brasileiro, ainda há países que mantém a barreira.


Carnes de frango à venda em mercado (Foto: reprodução/Cris Faga/NurPhoto/Getty Images Embed)


A China, que é o maior comprador, continua com o bloqueio para todos os estados. A União Europeia, o sétimo maior cliente do Brasil, juntamente com outros 14 países, também mantém o embargo sobre todo o país. Em mais 19 países, o bloqueio é sobre todo o Rio Grande do Sul, enquanto que em outros 3, a imobilização diz respeito somente à região de Montenegro.

Enchentes avançam no RS e colocam milhares em situação de risco

Desde o começo da semana, o Rio Grande do Sul tem enfrentado chuvas intensas que já afetaram diretamente a vida de muitas pessoas. Conforme dados atualizados pela Defesa Civil nesta sexta-feira (19), mais de 6 mil moradores precisaram deixar suas residências por causa das enchentes e dos transtornos causados pelas tempestades. Ao todo, 98 municípios registraram problemas variados, que vão desde inundações e quedas de barreiras até prejuízos em casas, pontes e estradas.

Entre essas pessoas, cerca de 2 mil estão em abrigos públicos, enquanto outras 4 mil estão desalojadas, tendo que buscar ajuda junto a parentes e amigos. Até agora, 276 cidadãos foram retirados de áreas de risco pelos órgãos de resgate. Três mortes foram confirmadas e um desaparecimento ainda é investigado.

Rios ultrapassam níveis de alerta e geram preocupação

Na noite de quinta-feira, o Serviço Geológico do Brasil e a Defesa Civil do estado apontaram que cinco rios importantes ultrapassaram suas margens de segurança, causando inundações e agravando a situação. O Rio Taquari, em Lajeado, atingiu 22,23 metros, acima dos 19 metros considerados seguro. O Rio Caí, em São Sebastião do Caí, subiu para 12,64 metros, passando dos 10,5 metros de alerta. Outros rios que também transbordaram são o Ibirapuitã, em Alegrete; o Ibicuí, em Manoel Viana; e o Jacuí, em Dona Francisca.

Esses níveis altos dos rios aumentam o risco de novos alagamentos e complicam o trabalho das equipes responsáveis pela proteção da população.

Casos com vítimas fatais durante as chuvas

Entre os acidentes registrados, uma mulher de 54 anos perdeu a vida em Candelária depois que o veículo em que estava foi levado pela correnteza. Ela foi identificada pelas autoridades como Geneci da Rosa. O marido dela, de 65 anos, segue desaparecido, e as buscas para encontrá-lo continuam com o auxílio dos bombeiros.


Chuvas causam estragos no RS e deixam milhares fora de casa (Foto: Reprodução/AFPNELSON ALMEIDA/Getty Images Embed)


Outro episódio trágico ocorreu na região entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, quando a cabeceira de uma ponte cedeu e um carro caiu no rio. O jovem motorista, de 21 anos, identificado como Mario César Trielweiler Gonçalves, não resistiu ao acidente.

A terceira fatalidade aconteceu em Sapucaia do Sul, na área metropolitana de Porto Alegre. Um idoso de 72 anos morreu após uma árvore cair sobre o carro em que ele estava.

Orientações e acompanhamento da situação

A Defesa Civil permanece atenta, acompanhando as condições do tempo e dos rios para prevenir novos desastres. As autoridades reforçam o pedido para que moradores de locais com risco fiquem em alerta e sigam as recomendações dos órgãos responsáveis para garantir a segurança de todos.

Equipes de resgate e apoio seguem atuando em diversas regiões para atender as demandas urgentes causadas pelas fortes chuvas.

Brasil se declara livre da gripe aviária após 28 dias sem novos casos em granjas

Nesta quarta-feira (18), o Brasil deve se declarar oficialmente livre da gripe aviária em granjas comerciais, segundo informou o Ministério da Agricultura. A decisão será tomada após o país completar 28 dias sem registrar novos focos da doença em produções comerciais, contados desde a desinfecção da granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde foi identificado o primeiro caso em maio deste ano. A medida visa restabelecer a confiança sanitária e retomar gradualmente as exportações de carne de frango, atualmente limitadas por bloqueios impostos por dezenas de países.

O reconhecimento do status sanitário será comunicado à Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) e também aos países importadores. De acordo com o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, o objetivo é retomar a classificação de país livre da gripe aviária e, com isso, reduzir as restrições comerciais que ainda afetam o setor avícola brasileiro.

Ministério descarta novos casos e reforça segurança sanitária

Desde a confirmação do caso em Montenegro (RS), em 15 de maio, seis suspeitas foram investigadas em granjas comerciais nos estados de Santa Catarina, Tocantins, Minas Gerais e outras regiões do Rio Grande do Sul. Todas foram descartadas após análises técnicas. O último caso suspeito, em Teutônia (RS), chegou a preocupar o setor, mas também foi encerrado sem confirmação da doença.


Granja de galinhas (Foto: reprodução/Ben Moreland/unsplash)

Ao longo do período, o chamado “vazio sanitário” foi respeitado, garantindo a ausência de vestígios do vírus no ambiente. Segundo o Ministério da Agricultura, esse intervalo é essencial para assegurar que a granja esteja livre do vírus H5N1, agente causador da gripe aviária.

Ainda que o Brasil continue registrando casos em aves silvestres e criações de subsistência — o que não interfere nas exportações, segundo a OMSA —, apenas um foco em granja comercial foi confirmado desde a chegada do vírus ao país em 2023.

Exportações de frango ainda sofrem restrições parciais

Mesmo com o avanço sanitário, as exportações brasileiras de carne de frango ainda enfrentam obstáculos. A União Europeia e outros 20 países mantêm o bloqueio total. Outros 19 impuseram restrições apenas ao estado do Rio Grande do Sul, enquanto quatro países optaram por limitar as compras apenas da região de Montenegro.

O ministro Carlos Fávaro afirmou que a expectativa é de que as restrições comecem a ser flexibilizadas nos próximos dias. Em entrevista à GloboNews, ele declarou que mercados como a China, maior compradora de carne de frango brasileira, devem reduzir gradualmente o embargo, limitando-o apenas às áreas afetadas.

Em maio, as exportações de carne de frango caíram 13% em relação ao mesmo mês de 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Apesar disso, a maior parte da produção segue sendo consumida internamente.

O Ministério da Agricultura reforça que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, e que o Brasil nunca registrou casos da doença em humanos.

Câmara acelera análise de projetos contra a gripe aviária

Nesta segunda-feira (26), a Câmara dos Deputados aprovou, por meio de votação simbólica, o regime de urgência para dois projetos de lei relacionados diretamente ao combate à gripe aviária. Com a aprovação, as propostas seguem diretamente para o plenário, sem a necessidade de análise prévia pelas comissões.

Esse avanço ocorre em um momento especialmente crítico: o Brasil confirmou o primeiro caso da doença em uma granja comercial no Rio Grande do Sul — um fato que já começa a impactar negativamente as exportações de carne de frango, uma das principais engrenagens da economia nacional e um dos pilares do agronegócio brasileiro.

Projeto cria fundo para indenizar produtores rurais

Entre os projetos com urgência aprovada, ganha destaque aquele que institui o Fundo Nacional de Defesa Agropecuária (Fundagro), de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS). O objetivo principal é oferecer compensação financeira a produtores que precisem eliminar animais ou cultivos em ações de controle sanitário.

Além disso, o Fundagro servirá como fonte de financiamento para ações preventivas e emergenciais em saúde animal e vegetal. O deputado Pezenti (MDB-SC), relator do projeto na Comissão de Agricultura, agora acompanha sua tramitação em ritmo acelerado no plenário.


Gripe aviária: Câmara dos Deputados aprova urgência para proteger agronegócio (Vídeo: reprodução/Youtube/Times Brasil)

Outro projeto garante bônus a fiscais em ação extra

Já o segundo projeto, apresentado pelo deputado Danilo Sávio (PL-MG), propõe indenizações para fiscais agropecuários que ultrapassarem a jornada regular durante inspeções em locais de produção animal. A proposta também inclui adicionais para auditores fiscais e auxiliares que atuem em regimes de inspeção permanente.

A deputada Daniele Reinehr (PL-SC) foi designada como relatora do texto. Com essa iniciativa, o Congresso busca valorizar os profissionais que atuam na linha de frente da vigilância sanitária, especialmente em tempos de crise sanitária no setor.

Ao acelerar a análise dessas medidas, a Câmara demonstra agilidade frente à ameaça da gripe aviária, reforçando seu compromisso com a proteção da produção agropecuária e a estabilidade da economia rural.

China, Europa, Argentina e Uruguai bloqueiam importações de carne de aves do Brasil

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, informou nesta sexta-feira (16) que China, União Europeia, Argentina e Uruguai suspenderam por 60 dias todas as importações de carnes de aves do Brasil após a confirmação, nesta quinta-feira (15), do primeiro registro de gripe aviária em granja comercial no Brasil, em Montenegro, no Rio Grande do Sul.

Imediatamente, o governo brasileiro notificou todos os importadores por meio de suas representações diplomáticas sobre a constatação da doença. 


Governo brasileiro cumpre protocolo pré-estabelecido pelos acordos comerciais com outros países (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

Rua disse que espera que haja em breve uma flexibilização dos embargos, à medida que o governo brasileiro evoluir com o plano de contenção do foco da contaminação. A equipe técnica responsável tem como base o desempenho positivo durante o caso da doença de Newcastle, em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, em julho de 2024. 

“Assim como ocorreu no caso da doença de Newcastle, o Brasil adotou todas as medidas preconizadas na Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e no Plano de Contingência brasileiro”, disse Luiz Rua ao Globo Rural. 

De acordo com o secretário, todos os países foram comunicados com transparência e celeridade e a publicação do relatório no site da OMSA esclarece eventuais dúvidas sobre o caso. 

O governo agora aguarda a reação dos parceiros comerciais na próxima semana. Luis Rua afirmou que “cada país fará sua avaliação. A tendência desses casos é ter uma forma mais rígida de encarar a situação, mas, conforme o Brasil aporte dados e mostre a contenção do caso, há tendência de flexibilização, como ocorreu com o caso de Newcastle”

China

O governo brasileiro enviou nexta sexta-feira (16) informações ao governo chinês garantindo que atenderia ao protocolo com a autossuspensão das exportações de aves de todo o país, da mesma forma como foi feito no episódio de Anta Gorda. 

Na ocasião, o governo da China reduziu o bloqueio e restringiu embarques apenas do Rio Grande do Sul, cerca de três semanas após o embargo nas importações. 

O procedimento normal é aguardar para ver se o governo chinês solicitará mais informações sobre o caso ou já flexibilizará a compra do produto brasileiro. 

Europa

A União Europeia solicitou ao governo federal brasileiro que cumprisse o protocolo nesses casos e não emitisse mais certificado sanitário internacional. O acordo entre o Brasil e os países europeus dita que todas as exportações tenham origem em áreas livres de gripe aviária. 

A partir do momento em que o governo brasileiro notificou a OMSA, o Brasil deixou de atender a esta exigência e perdeu seu status.


Comentarista Miguel Daoud analisa o impacto do caso sobre a ampliação do mercado de proteína brasileira no mundo (Vídeo: reprodução/YouTube/Canal Rural)

Rua explica que, no caso de Newcastle em 2024, o embargo era localizado, em um raio de 10 quilômetros do foco. A partir do caso da gripe aviária em Montenegro, o embargo se estende para todo o território nacional. 

América Latina

Argentina e Uruguai também emitiram comunicados para o Ministério da Agricultura  sobre o bloqueio às exportaçoes de todo o Brasil. Luis Rua reitera que “em algum momento, os vizinhos deverão flexibilizar isso. Com pouco tempo, visto as ações que tomamos, os países tendem a rever”

É possível que o México também restrinja as importações de todo o Brasil, mas ainda não houve nenhuma confirmação. 

Expectativa brasileira

Levando em consideração que a gripe aviária está presente em outros países, é possível que seja mais fácil negociar pela regionalização dos embargos. O território brasileiro é vasto e não há justificativa em bloquear produtores que não estão no Rio Grande do Sul. 

Rua acrescenta que “os países irão agir com racionalidade”. O Brasil foi o último país produtor do mundo a detectar a gripe aviária, por isso “a transparência e a agilidade na notificação dá aval de que o país consegue cumprir o prometido”, garantiu o secretário. 

De acordo com o entrevistado, há consenso científico de que a flexibilização é possível, pois não tem lógica que uma exportação de Goiás sofra pelo episodio no Rio Grande do Sul. por exemplo.  

Luis Rua é otimista e esclarece que não há embargo generalizado aos produtos avícolas do Rio Grande do Sul. Ele acredita que os primeiros dias serão complicados, mas tem certeza de que tudo se normalizará com a maioria dos países em pouco tempo. 

Cidade do Rio Grande do Sul inaugura maior estátua de Cristo do Brasil

Neste domingo (6), a cidade de Encantado, localizada no interior do Rio Grande do Sul, comemorou a entrega oficial do Complexo do Cristo Protetor. O espaço reúne uma capela, áreas para contemplação, praça de alimentação e uma infraestrutura voltada para o turismo e à visitação.

Com uma população em torno de 22 mil pessoas, Encantado enfrentou duas enchentes devastadoras nos anos de 2023 e 2024. Ainda hoje, diversas famílias seguem abrigadas em moradias temporárias.

A grande estátua de braços estendidos observa uma cidade marcada pela destruição, mas empenhada em se reconstruir e seguir em frente.

Idealização do sonho

A inspiração para construir o monumento surgiu em 2015, a partir do desejo do padre João Granzotto de criar um símbolo da fé local que também impulsionasse o desenvolvimento da cidade. Em 2019, a proposta saiu do papel com a criação da Associação dos Amigos de Cristo de Encantado, entidade responsável por mobilizar recursos e viabilizar o projeto.

A construção ficou a cargo de Artur Lopes de Souza, um mestre de obras aposentado que topou o desafio. Já a parte artística foi assinada por Genésio Moura, escultor conhecido por criar outras imagens de Cristo espalhadas pelo país.

Erguida em 2022, a escultura do Cristo Protetor possui 43,5 metros de altura, já contando a base. Com essa dimensão, ela ultrapassa em 5,5 metros o famoso Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.


Cobertura ao vivo da inauguração do Cristo Protetor. (Reprodução/Youtube/JornalForçaDoVale)

A cerimônia de inauguração teve um momento marcante: dona Romilda Santim Chaves, com 103 anos e considerada a moradora mais idosa de Encantado, foi uma das primeiras pessoas a visitar o mirante da estátua.

Situação dos moradores da cidade

Desabrigadas pelas enchentes, muitas famílias vivem atualmente em moradias habitacionais temporárias, com pequena estrutura e calor intenso, semelhantes a contêineres.

Algumas famílias  já receberam o auxílio de R$ 200 mil oferecido pelo governo federal para reconstruir suas vidas, mas muitas ainda aguardam o benefício. Segundo o governo estadual, a realocação para residências permanentes deve começar em maio.

Ônibus da UFSM capota no RS e deixa 7 mortos

Um grave acidente foi registrado no interior do Rio Grande do Sul, onde um ônibus da UFSM foi envolvido em uma capotagem que resultou em sete mortes. O incidente foi confirmado pelas autoridades, e 35 pessoas foram transportadas, dentre elas 31 alunos, três professores e o motorista.

Detalhes do Acidente

O acidente ocorreu na estrada Acesso Rota do Sol, na região de Imigrante, a cerca de 130 quilômetros de Porto Alegre. Segundo informações preliminares, o veículo foi desviado da pista pelo lado esquerdo, perdeu os freios e foi conduzido por uma ribanceira. Dessa forma, a perda de controle foi atribuída a falhas técnicas, o que ocasionou a tragédia. Além disso, a rodovia foi bloqueada em ambos os sentidos para que o atendimento à ocorrência fosse realizado.


Ônibus com estudantes caiu em declive na cidade de Imigrante, provocando diversas mortes. (Foto: reprodução/Brigada Militar)

Os alunos e professores, que faziam parte de uma visita técnica promovida pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), eram do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico. Assim, a UFSM informou que uma equipe já foi designada para acompanhar o resgate e prestar apoio às famílias das vítimas. Em entrevista, o reitor Luciano Schuch declarou que o estado de saúde dos estudantes está sendo averiguado e que os dados serão repassados assim que confirmados. Ademais, foi ressaltado que os estudantes têm entre 17 e 25 anos, o que torna o cenário ainda mais delicado.

Ações e resposta da UFSM

Um comitê de crise foi criado pela UFSM para acompanhar a situação e oferecer suporte emocional e prático tanto aos alunos quanto aos docentes afetados. Nesse sentido, medidas de apoio foram estabelecidas para garantir que as famílias das vítimas sejam informadas e auxiliadas durante este momento de comoção.

O acidente também tem sido objeto de investigações, e todas as evidências estão sendo analisadas para que as causas sejam apuradas com clareza. Paralelamente, a mobilização dos bombeiros e demais equipes de emergência foi realizada de forma coordenada, evidenciando o comprometimento das autoridades em responder rapidamente a incidentes dessa magnitude.


Local do acidente em que um ônibus com alunos e professores da UFSM capotou no interior do Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Rogério Schmidt/Grupo Independente)


Portanto, a UFSM e as autoridades locais têm enfatizado que a tragédia será tratada com a máxima seriedade, e que todas as medidas necessárias estão sendo adotadas para que os responsáveis pelas falhas sejam identificados e que os procedimentos de segurança sejam aprimorados.