Cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia pode ter mediação realizada e sediada pelo Vaticano

Com a diplomacia que lhe é peculiar, e aplicando ações estratégicas rumo à paz, o Vaticano, mais uma vez, tenta emplacar o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, propondo uma conversa entre os países em sua sede.

A proposta foi feita na data de hoje pelo Cardeal Pietro Parolin, um dos que chegou a ser cotado como favorito para se tornar Papa, atualmente secretário de Estado. Parolin afirma que a sede do Vaticano poderia ser um local muito adequado para esta conversa.

O convite é reforçado por uma declaração do Papa Leão XIV na mesma data: “a Santa Sé está sempre pronta para ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para conversarem entre si, para que os povos em todos os lugares possam mais uma vez encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz”.


Papa Leão XIV (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)


Passo a passo para o cessar-fogo

Na data de ontem (15/05), o Papa já havia se encontrado com o Arcebispo-Mor de Kiev, Svjatoslav Shevchuk, representante da Igreja Grego-Católica Ucraniana no Vaticano, na biblioteca do Palácio Apostólico.

Papa Leão XIVrecebe Sviatoslav Shevchuk em audiência privada (Vídeo: reprodução/X/@EWTNVatican)


A audiência privada foi marcada pelo agradecimento que o arcebispo fez ao Pontífice por sua solidariedade ao povo ucraniano. No último domingo (11/05), Leão XIV proferiu palavras pedindo uma paz justa e duradoura, bem como a libertação de todos os prisioneiros e o regresso das crianças afastadas de suas famílias.

Acordo celebrado em Istambul

O cessar-fogo ainda não foi possível no encontro entre as Delegações da Rússia e Ucrânia em Istambul, na Turquia, em 16/05, como desejava o Presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia.

Isso pelo fato do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter feito uma série de exigências consideradas descabidas, tais como: proibição da Ucrânia para entrar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e permanência do controle da Rússia sobre as províncias ucranianas invadidas.

O acordo versou pela devolução de crianças sequestradas e por uma troca de prisioneiros entre os dois países; cada país devolverá 1.000 presos com nacionalidade do país inimigo.


Delegações da Rússia e da Ucrânia durante reunião para tentar um acordo de cessar-fogo, em Istambul, na Turquia, em 16 de maio de 2025 (Vídeo: reprodução/X/@ @SagranCarvalho)


Mesmo não celebrando a paz, com o fechamento deste acordo, vê-se uma luz no final do túnel, uma promessa de paz, pois pela primeira vez, em três anos, os Diplomatas das duas nações tiveram uma conversa.

Alemanha impõe prazo à Rússia: cessar-fogo ou sanções severas

Chefes de estados de países da Europa, liderados pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, estiveram no último sábado (10) na Ucrânia, buscando um acordo de paz. Juntos e na presença do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, demonstraram apoio absoluto ao país e anunciaram que vão pressionar a Rússia por um “cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias”.

Emmanuel Macron, presidente da França, Keir Starmer, premiê do Reino Unido, e Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, visitam juntos Kiev pela primeira vez. O país está em guerra desde fevereiro de 2022, após a invasão russa.

Merz tem apoio dos EUA

Dessa forma, com o apoio dos Estados Unidos, os líderes europeus pressionam o presidente russo Vladimir Putin a aceitar um cessar-fogo. O objetivo de Merz é abrir espaço para negociações que viabilizem uma paz justa e duradoura. Afinal, eles acreditam que é essencial pôr fim à invasão russa e garantir que a Ucrânia prospere como uma nação segura e soberana dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.

Entretanto, a guerra na Ucrânia já ultrapassa 1.170 dias. Estima-se que mais de 700 mil soldados russos tenham sido mortos ou feridos, enquanto as baixas ucranianas ultrapassam 400 mil militares. Além das vidas perdidas, os prejuízos econômicos são imensos, com a reconstrução do país podendo ultrapassar 500 bilhões de dólares.


Chanceler alemão Friedrich Merz defende sanções severas, caso a Rússia não aceite cessar-fogo (Reprodução/X/@bundeskanzler)

Alemanha defende sanções severas

O chanceler alemão defende o endurecimento das sanções contra a Rússia caso Putin rejeite o cessar-fogo. Entre os pontos defendidos por Friedrich Merz, estão: o congelamento de ativos russos no exterior, restrições ao setor energético, incluindo limitações na exportação de petróleo e gás, reduzindo a receita russa, além do aumento da ajuda militar à Ucrânia, com um pacote de 3 bilhões de euros para fortalecer as forças ucranianas.

Em contrapartida, Emmanuel Macron busca estabelecer um canal de diálogo direto entre Moscou e Kiev para viabilizar a trégua de 30 dias proposta por europeus, americanos e ucranianos.

Rússia rebate declarações de Merz

Por enquanto, ao responder às declarações do chanceler alemão Friedrich Merz, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou o impacto das sanções impostas pelo ocidente. Peskov alegou que a Rússia já aprendeu a driblar as restrições e reduzir seus efeitos.

Por fim, o porta-voz afirmou que, para a Rússia aceitar uma trégua de 30 dias na guerra com a Ucrânia, é essencial interromper imediatamente o fornecimento de armas para Kiev. Segundo ele, o governo ucraniano não demonstra disposição para negociações e não seria Vladimir Putin o responsável por dificultar um acordo.

Nave soviética volta à Terra após 53 anos do lançamento

Lançada em 1972 com destino a Vênus, a espaçonave Kosmos 482 entrou novamente na atmosfera terrestre e caiu na Terra neste sábado (10), mais de meio século após seu lançamento mal sucedido. A agência espacial russa, Roscosmos, afirmou que os destroços caíram no Oceano Índico, próximo à costa da Indonésia, mas não determinou o ponto exato do impacto.

Falha e volta da Kosmos 482

A espaçonave Kosmos 482 caiu no oceano na madrugada deste sábado (10). De acordo com a agência espacial russa Roscosmos, foi a oeste de Jacarta, na Indonésia, mas sem saber exatamente a localização. Especialistas acreditam que o objeto seja parte da sonda de pouso da nave espacial.

Originalmente parte do programa soviético Venera, Kosmos 482 foi projetada para estudar o ambiente hostil de Vênus. No entanto, uma falha durante o lançamento impediu que a nave deixasse a órbita da Terra. Desde então, ela permaneceu como um dos muitos objetos de lixo espacial que circulam o planeta.

Especialistas monitoraram a queda da nave por décadas e não identificaram risco para a população. Ainda assim, o caso atraiu atenção internacional pela possibilidade da espaçonave retornar praticamente intacta, já que engenheiros a projetaram para resistir à entrada na atmosfera de Vênus, muito mais densa que a da Terra.


Kosmos 482 cai na Terra após décadas em órbita (Vídeo: reprodução/ Youtube/ CNN Brasil)

Riscos da reentrada atmosférica

Ao contrário da maioria dos detritos espaciais, que se fragmentam ao atravessar a atmosfera terrestre devido ao calor e à velocidade extrema, a Kosmos 482 apresentava características que aumentavam a probabilidade de retornar à Terra sem se desintegrar.

Construída para sobreviver ao ambiente hostil de Vênus, a nave soviética possui um escudo térmico robusto, projetado para suportar pressões e temperaturas muito superiores às enfrentadas durante uma reentrada terrestre.

Um objeto que permanece intacto tende a oferecer menor risco de dispersão de fragmentos perigosos sobre áreas habitadas. No entanto, ainda não há confirmação oficial se partes da espaçonave, que pesa aproximadamente meia tonelada, conseguiram resistir à reentrada até atingir o oceano.

Corrida espacial e os riscos atuais

A Kosmos 482 foi lançada durante a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética, como parte do programa Venera. Liderado pelo Instituto de Pesquisa Espacial (IKI), o projeto enviou várias sondas ao planeta nas décadas de 1970 e 1980. Porém, a Kosmos 482 falhou.

O caso reacende o debate sobre a segurança espacial. Com o aumento acelerado de lançamentos de empresas, como a SpaceX e a Blue Origins, que envia centenas de satélites por ano, cresce a preocupação com o risco de colisões em órbita e reentradas descontroladas.

Embora a maioria dos objetos que retornam à Terra se desintegram na atmosfera, nem todos seguem esse caminho. O incidente serve como um alerta de que tudo o que é colocado no espaço hoje pode ter consequências mesmo décadas depois.

Galvão Bueno revela que CBF planeja jogar amistoso contra seleção suspensa do futebol

Durante o programa “Galvão e Amigos”, exibido nesta segunda-feira (5) na TV Bandeirantes, o narrador Galvão Bueno revelou que a CBF está negociando para marcar um amistoso da Seleção Brasileira contra a Rússia. 

Segundo ele, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, já teria autorizado a realização da partida. Vale lembrar que a Rússia está suspensa de competições internacionais pela Fifa desde fevereiro de 2022, em razão da invasão à Ucrânia.

Críticas ao amistoso

No programa, Galvão Bueno manifestou forte crítica à possível realização de um amistoso entre a Seleção Brasileira e a Rússia. Ele relembrou que o conflito entre Rússia e Ucrânia teve início em 23 de fevereiro de 2022 e, apenas três dias depois, resultou na suspensão da Rússia das competições internacionais pela Fifa e pela Uefa. Galvão classificou como incoerente a decisão da Confederação Brasileira de Futebol de negociar uma partida com um país que segue banido do futebol mundial.


Galvão critica a CBF pelo acordo com a Rússia (reprodução/X/esportenaband)

Ainda durante o programa, Galvão leu uma parte da carta atribuída à CBF, em que a entidade justifica a escolha dizendo que a parceria com a União Russa de Futebol contribuiria para fortalecer os laços entre as federações e enriquecer o cenário global do esporte. A CBF teria sinalizado que a Seleção Brasileira teria datas disponíveis entre 6 e 14 de outubro e entre 10 e 18 de novembro. Segundo informações, a entidade brasileira demonstrou disposição para realizar o amistoso dentro desses períodos.

Seleção ainda sem técnico

Mesmo depois da demissão de Dorival Júnior, em 28 de março, após a derrota por 4 a 1 para a Argentina, a Seleção Brasileira segue sem um treinador definido

Faltando cerca de um mês para os próximos jogos das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026, ainda não há um nome confirmado para comandar a equipe. O Brasil encara o Equador no dia 5 de junho, em Guayaquil, e depois o Paraguai, no dia 10, na Neo Química Arena. Sem treinador, há possibilidade de que a convocação para esses compromissos seja feita pelo diretor executivo Rodrigo Caetano.

Apesar de já ter ouvido duas recusas recentes de Carlo Ancelotti, a CBF ainda nutre expectativas de conseguir um acordo com o técnico italiano, que de acordo com grandes portais de notícias, já está acertando sua saída do Real Madrid.

EUA e Ucrânia firmam acordo estratégico para exploração de “Terras Raras”

Representantes dos EUA e da Ucrânia assinaram na data de ontem, quarta-feira (30), um acordo de parceria bilateral referente à exploração de “Terras Raras” ucranianas. Com duração de dez anos, o pacto visa a reconstrução do país do leste europeu, prejudicado pela guerra contra a Rússia, em curso desde 2022. 

 A assinatura do ato era uma condição exigida pelo presidente americano Donald Trump ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenski, desde fevereiro deste ano (2025), em troca de apoio financeiro-militar. Na ocasião, o encontro realizado no salão oval da Casa Branca foi encerrado devido a conflito de interesses entre as partes. 

Segundo autoridades ucranianas, o acordo pode ser assinado após passar por consideráveis ajustes, uma vez que, o acordo inicial era visto como unilateral, favorecendo principalmente os EUA. Desta vez, segundo o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, o pacto firmado favorece ambas as partes.

Repercussão

Desde sua assinatura, o acordo está sendo amplamente divulgado. Nas redes sociais, tanto o governo de Donald Trump quanto de Volodymyr Zelensky comentaram sobre o assunto. 

A Ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, em uma sequência de postagens, detalhou os termos do acordo firmado, declarando que a parceria não tira o controle das “Terras Raras” da Ucrânia.


Publicação inicial sobre o acordo entre EUA e Ucrânia feita por Yulia Svyrydenko (Foto: reprodução/X/2@Svyrydenko_Y|)

Pelo lado americano, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, analisou a parceria como histórica e essencial para acelerar a recuperação econômica ucraniana.


https://twitter.com/BessentSco42680/status/1917718468725555315
Publicação do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, relacionada ao acordo firmado (Foto: reprodução/X/@BessentSco42680)

Além das autoridades diretamente envolvidas na assinatura do ato, diversos integrantes dos governos americano e ucraniano celebraram a assinatura do acordo, que, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, “sinaliza o comprometimento do governo Trump com uma Ucrânia livre, soberana e próspera”.

Termos do acordo 

O principal pacto firmado pelo acordo é a criação de um Fundo de Investimento entre os dois países, o qual atrai investimentos multilaterais para a Ucrânia. Fortalecendo a economia, alavancando a criação de empregos e a cadeia de suprimentos. 

O fundo está na média de 50/50, será gerido pelos dois países igualitariamente e ambos determinarão onde investir e como investir, sem voto dominante. 

Um segundo ponto muito comentado é sobre o controle referente às “Terras Raras”. De acordo com Yulia Svyrydenko, a soberania ucraniana não será afetada, uma vez que todos os recursos territoriais continuarão sob o domínio do país. 

Referente ao que e onde extrair, Svyrydenko enfatiza que será determinado exclusivamente pela Ucrânia e está “claramente estabelecido” no pacto. 

Dois outros pontos, não menos importantes estabelecidos, referem-se às empresas estatais ucranianas, que permanecerão sob domínio e supervisão do governo do país, e a adesão da Ucrânia à União Europeia, que não foi contemplada no acordo. Deixando a cargo ucraniano aderir ou não à organização


Scott Bessen, Secretário do Tesouro dos EUA e Yulia Svyrydenko, Ministra da Economia da Ucrânia, assinando o acordo firmado entre os dois países. (Foto: reprodução/X/@USTreasury)


A divulgação dos termos do acordo é, em tese, importante para tranquilizar autoridades mundiais, organizações multilaterais, mercado financeiro e instituições públicas e privadas.  Uma vez que, entendia que ao firmar um pacto com os EUA sobre suas “Terras Raras”, a Ucrânia perderia o controle de uma parte considerável de seu território.

Terras raras

As “Terras Raras” ucranianas são áreas produtoras de elementos utilizados nas produção de computadores e smartphones, além de equipamentos médicos. São denominadas de “Terras raras”, pois os elementos encontrados nessas áreas são difíceis de serem encontrados na natureza, em geral. 

A Ucrânia possui 5% de toda a reserva de materiais raros existentes no mundo, classificados pela União Europeia. Dos 30 elementos classificados como raros, os ucranianos possuem 21 deles.

Entre os minerais encontrados nas “Terras Raras” estão o ítrio, utilizados na produção de displays de televisores, supercondutores e ligas metálicas. O samário, componente importante na  produção de motores elétricos e dispositivos eletrônicos. O disprósio, utilizado para produzir componentes de reatores nucleares. O túlio, voltado para produtos médicos. O lutécio, aumentando a resistência e a durabilidade de ligas metálicas. 

Além dos minerais mencionados acima, as “Terras Raras” também possuem lítio, utilizado na produção de dispositivos eletrônicos e veículos elétricos. E, segundo o governo de Volodymyr Zelenski, a Ucrânia possui por volta de 450 mil toneladas desse mineral. 

 O titânio, outro mineral raro,  utilizado na área mecânica, na construção de motores de aeronaves e foguetes, também é altamente cobiçado pelas grandes potências mundiais. 

De acordo com estudos realizados pelo ISW (Instituto de Estudo da Guerra) os territórios ucranianos onde estão concentrados a maioria dos minerais raros, estão sob domínio ou invasão russa. 

Na imagem abaixo, são as áreas sinalizadas em vermelho.


Áreas de cidades ucranianas sob controle russo – 30 de abril de 2025 (Foto: reprodução/ISW)

O acordo firmado entre EUA e Ucrânia, para exploração desses territórios por parte do governo americano, em partes, retira a dependência dos EUA de países asiáticos, uma vez que a guerra comercial entre EUA e China não tem previsão de término momentânea. 

Os próximos passos e desdobramentos da assinatura deste acordo e como a Rússia se portará diante dele, serão conhecidos nos próximos dias, fazendo com que as atenções mundiais se voltem a esta questão.

Ataque russo com mísseis atinge Kiev e deixa mortos e feridos

A Rússia realizou um ataque com mísseis e drones que atingiu Kiev, capital da Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira (24). Ao menos nove pessoas morreram e cerca de 63 ficaram feridas, segundo as autoridades locais. Entre os feridos estão crianças e mulheres, e a ofensiva causou destruição em pelo menos quatro bairros da cidade.

O míssil utilizado no ataque foi identificado como um modelo balístico norte-coreano do tipo KN-23, segundo fontes militares ucranianas. Pelo menos 42 pessoas foram hospitalizadas, conforme informou o Serviço Estadual de Emergência da Ucrânia.

Equipes de resgate relataram à agência Associated Press que corpos foram retirados dos escombros, enquanto sobreviventes eram socorridos.

Oksana Bilozir, estudante que estava próxima a um dos locais onde ocorreu a explosão, relatou o medo após o ataque. “Honestamente, eu nem sei como tudo isso vai acabar, é muito assustador”, disse.

Nenhuma diplomacia funciona aqui.”
Oksana Bilozir

Anastasiia Zhuravlova, de 33 anos, mãe de dois filhos, relatou ter se abrigado com a família em um porão após a explosão lançar eletrodomésticos pela cozinha e estilhaçar janelas.

Impasse diplomático

Em visita oficial à África do Sul, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky retornou ao seu país antes do determinado, após os ataques. E lançou críticas em suas redes sociais à Rússia, por violar o cessar-fogo aéreo no Mar Negro acordado com os EUA em março. No entanto, o governo russo respondeu que o acordo expirou, embora declare que continua trabalhando em conjunto com os EUA por paz.


 Ataque Russo na Ucrânia (Vídeo: Reprodução/YouTube/O POVO)

Zelensky voltou a afirmar que não reconhecerá a Crimeia como território russo e que qualquer negociação dependeria de um cessar-fogo total. “Seguiremos nossa Constituição”, declarou.

EUA ameaça abandonar mediação

O ataque aconteceu logo após novas tensões diplomáticas e estagnação do acordo de paz. O presidente norte-americano Donald Trump criticou Zelensky por, segundo ele, “prolongar o campo de matança” ao se recusar a ceder a Crimeia à Rússia em um plano de paz. Para Trump, “a Crimeia foi perdida há anos e nem sequer é mais um ponto de discussão”.

Trump afirmou a repórteres que um acordo entre Zelensky e o presidente russo Vladimir Putin depende de que ambas as partes, fortes e inteligentes, se entendam. “Assim que isso acontecer, a matança vai parar”, disse.

Devido às circunstâncias, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou que o país pode abandonar os esforços de mediação caso não haja sinais concretos de avanço.

Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora — e estou falando de questão de dias — se isso é viável nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também
Marco Rubio

A escalada da guerra

Além de Kiev, a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, e outras localidades também foram atingidas pelos ataques russos nesta quinta-feira. O prefeito da capital, Kiev, Vitali Klitschko, confirmou que casas e veículos foram incendiados, e que muitos danos foram causados pela queda de destroços em diferentes bairros da cidade.

Putin compara Musk ao pioneiro espacial soviético Sergei Korolev

Nesta quarta-feira (16), o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou publicamente o empresário dono da Space X, Elon Musk. Na declaração, ele comparou o bilionário sul-africano a Sergei Korolev, engenheiro-chefe por trás do sucesso espacial da União Soviética nas décadas de 1950 e 1960.

Durante um encontro com alunos de uma universidade, Putin discutiu a política espacial da Rússia e destacou as contribuições de Elon Musk no avanço das pesquisas espaciais.

Anteriormente, o russo já havia feito outras declarações sobre Musk. Disse que pessoas movidas por ideias extraordinárias são raras na humanidade. Mesmo que suas ideias pareçam incríveis no presente, com o tempo elas frequentemente se tornam realidade. “Assim como foi Sergei Korolev“, completou Putin.


Presidente Putin, além de elogiar Musk, também conta com seu apoio para missões à Marte (Foto: reprodução/Instagram/@russian_kremlin)


Putin e Musk tem conversas secretas

O jornal americano The Wall Street Journal revelou em reportagem que Musk tem mantido conversas constantes com Vladimir Putin, desde o final de 2022.

Conforme o jornal, Putin solicitou que Musk não ativasse o serviço de internet via satélite Starlink em Taiwan, atendendo a um pedido do líder chinês Xi Jinping.

Ainda segundo a reportagem, Musk mantém comunicação constante com membros do governo russo, como Sergei Kiriyenko, primeiro vice-chefe de gabinete de Putin, acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de espalhar informações falsas para diminuir o apoio do governo americano as tropas ucranianas.

Putin tem planos para Marte

Além dos elogios a Musk, o presidente russo também falou sobre as missões futuras de viagem a Marte. Para isso, a Agência Espacial Russa contaria com apoio da China e do próprio bilionário Elon Musk.

Dessa forma, a exploração russa do território marciano ajudaria a avançar na ciência espacial e em novas tecnologias. O país ainda busca realizar missões tripuladas e não tripuladas ao planeta vermelho.

Além disso, a Rússia está investindo em tecnologias como motores de plasma, que prometem reduzir o tempo de viagem a Marte para cerca de 30 dias. Esta tecnologia está em desenvolvimento, um pouco mais avançada, na Space X, empresa de exploração espacial de Musk. Não é segredo para ninguém que o envio de uma missão a Marte é um sonho antigo do empresário.

Dilma Rousseff é reeleita presidente do Banco do Brics com apoio de Putin

A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff informou neste domingo (23), que permanecerá no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, popularmente conhecido como Banco dos Brics, por mais 5 anos, depois de obter o respaldo oficial do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Dilma assumiu a presidência do banco em abril de 2023, com mandato previsto para encerrar em julho deste ano.

Sendo assim, a Rússia, que é responsável pela indicação dos responsáveis e que já havia defendido, no ano passado, a continuação da gestão realizada pelo Brasil, fez concretizar o plano do Brics.

Aprovação de Putin

Vladimir Putin demonstrou satisfação pelo trabalho de Dilma à frente do banco. Em junho do ano passado, durante um encontro em São Petersburgo, o presidente russo elogiou a brasileira e a parabenizou pelos avanços alcançados pela instituição em sua liderança.

A permanência de Dilma no cargo também representa uma boa integração com o Brasil, ao mesmo tempo em que serve os interesses da Rússia. 

O país pode estar visando uma possibilidade de assumir a presidência do banco no futuro, quando por exemplo, o conflito com a Ucrânia já tenha chegado ao fim.

Objetivos do Brics

Atualmente, o Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros que aderiram recentemente, como Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. 

Sob a liderança de Dilma, o banco tem como objetivo viabilizar o financiamento de projetos nos países que fazem parte do bloco.


Dilma Rousseff com representantes do Brics, incluindo Vladimir Putin. (Foto: Reprodução/Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na reunião do Brics, Dilma enfatizou iniciativas de colaboração entre Brasil e China, como a ferrovia transoceânica, que tem o potencial de diminuir os custos de exportação entre os dois países, além de discutir temas como a taxação do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos importados. Dilma falou sobre as ameaças de Trump em taxar até 100% os países do Brics se o bloco substituir o dólar como moeda oficial:

“Ele vai taxar a União Europeia? O euro é uma moeda alternativa”, ironizou a ex-presidente.

Ucrânia faz ataques de drones em cidades da Rússia

A Ucrânia realizou ataques de drones em Moscou e outras regiões da Rússia. Foi o maior ataque de drones em toda a guerra. Duas pessoas morreram e 18 ficaram feridas por conta do bombardeio, que provocou incêndios e fez as atividades de aeroportos e ferrovias pararem temporariamente.

O ataque de drones

Na madrugada desta terça-feira (11), a Ucrânia realizou ataques de bombardeios, utilizando drones, em várias regiões da Rússia, principalmente na capital, Moscou. Foi o maior ataque de drones em todos os três anos de guerra.

Houve duas mortes e 18 pessoas se feriram no bombardeio, que chegou a provocar incêndios. Durante o ataque, foram suspensas as atividades em quatro aeroportos de Moscou e ferrovias foram danificadas. A denúncia do ataque de drones foi feita pelo governador de Moscou, Andrei Vorobyov, no Telegram.

O ministério da Defesa da Rússia informou que as unidades de defesa aérea destruíram 337 drones da Ucrânia, sendo que 91 deles sobre a capital. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, afirmou que pelo menos 69 dos drones foram destruídos ao chegarem perto da cidade e ondas de ataque.


Apartemento danificado após ataques de drones ucranianos, na cidade de Ramenskoye (Foto: reprodução/ANDREY BORODULIN/AFP/Getty Images Embed)


O ataque ocorreu algumas horas antes de um encontro entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na Arábia Saudita para retomar negociações para realizar um cessar-fogo no conflito.

A sede do governo russo, o Kremlin, acusou a Ucrânia de ter como seus alvos, prédios residenciais, o que é proibido em guerras. Apesar disso, a própria Rússia já realizou vários ataques a regiões residenciais na Ucrânia.

Vorobyov informou que pelo menos sete apartamentos haviam sido danificados e os moradores foram forçados a evacuar um prédio de vários andares, no distrito de Ramenskoye, em Moscou.

Suspensão de transportes

O órgão regulador de aviação da Rússia informou, após os bombardeios, que os voos foram suspensos em todos os quatro aeroportos da cidade de Moscou, para garantir a segurança e prevenir outras fatalidades. As atividades de outros dois aeroportos, nas cidades Yaroslavl e Nizhny Novgorod, também foram suspensas. Mais tarde, o governo russo informou que as operações haviam sido retomadas.

A agência de notícias RIA informou que a infraestrutura ferroviária da estação de trem Domodedovo foi danificada pelos destroços de drones.


Área destruída após ataque de drones na Rússia (Foto: reprodução/Moscow Governorship/Handout/Anadolu/Getty Images Embed)


Os governadores de Ryazan, ao sudeste de Moscou, e Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, também afirmaram que suas regiões estavam sobre ataques de drones, sendo que em Belgorod, vários locais ficaram sem energia.

Macron faz correção a Trump sobre dinheiro enviado para a Ucrânia, durante reunião

Durante um encontro na Casa Branca entre o Presidente da França, Emmanuel Macron, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (24), o francês corrigiu o americano sobre os gastos com a guerra da Ucrânia. Trump afirmou que a Europa receberia de volta o dinheiro enviado.

A discussão entre os presidentes

O presidente americano estava dizendo aos repórteres que o dinheiro investido pela Europa, na guerra na Ucrânia, estava apenas sendo emprestado e seria devolvido. Logo em seguida, o presidente francês o toca no braço e o corrige.

Não, na verdade, para ser franco, pagamos 60% do esforço total, e isso incluiu empréstimos, garantias, subsídios e fornecemos dinheiro de verdade, para deixar claro. Temos 230 bilhões em ativos russos congelados na Europa, mas isso não é uma garantia de empréstimo porque não nos pertencem, eles estão apenas congelados, afirmou Macron

Após a fala de Macron, Trump não ficou satisfeito com a resposta.


Macron e Trump, durante a reunião na Casa Branca (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Em seguida, Trump voltou a insistir que os recursos enviados à Ucrânia, pela Europa, estavam sendo devolvidos, enquanto a mesma coisa não acontecia com os EUA. Então afirmou que os Estados Unidos também iniciarão a recuperação de parte do dinheiro enviado.

O governo americano negocia com a Ucrânia um acordo de compartilhamento de recursos minerais, para reaver parte do dinheiro investido. A ajuda militar ao país foi aprovada durante o antigo governo, de Joe Biden.

O encontro na Casa Branca

O encontro entre os dois líderes mundiais ocorreu exatamente no aniversário de três anos da guerra da Ucrânia. Durante a reunião houve tensão entre os presidentes, quando Trump sugeriu haver agora uma aproximação com o presidente Vladimir Putin e o governo russo.

Trump e Macron concordam sobre a presença de forças armadas de outros países europeus na Ucrânia, para manter a paz, após um acordo ser firmado. O presidente americano reforça sobre o acordo, afirmando que o presidente Putin também irá aceitar a permanência dos militares.


Trump e Macron se cumprimentam durante reunião (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Macron também disse que já não tem contato com o presidente da Rússia há um tempo, mas espera que com o novo governo de Trump, surja uma oportunidade de se conectar com Putin novamente.

Houve também uma divergência entre os presidentes, quando se tratou dos gastos no apoio Kiev, quando Trump mencionou que os Estados Unidos foram os que mais investiram na proteção da Ucrânia, apesar de especialistas contestarem essa afirmação.

Clima tenso entre os países

Apesar de haver uma trégua momentânea, no momento da união de Trump e Macron, anteriormente o presidente americano já havia tecido críticas e ameaças ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamando-o de coisas, como “comediante modestamente bem-sucedido”. Representantes americanos e russos chegaram inclusive a participar de uma reunião na Arábia Saudita, sem a presença de nenhuma autoridade ucraniana.


Trump discursando durante evento na Casa Branca (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Zelensky também teceu críticas a Trump, acusando-o de cobrar 500 milhões de dólares em riquezas da Ucrânia, em troca de proteção dos EUA, afirmando que não venderia seu próprio país.

Apesar do clima pesado, no último dia 17, países europeus já afirmaram estar preparados para enviar tropas à Ucrânia, após um acordo de paz entre Moscou e Kiev ser assinado.

Após uma reunião de emergência em Paris, os países da Europa defendem o gasto militar para se proteger da expansão russa.