X deve apresentar novo representante legal brasileiro em 24h

Nesta manhã do dia 28, quarta feira, o ministro Alexandre de Moraes decidiu que daria 24h para que Elon Musk, atual proprietário da rede social X (antigo Twitter), indique quem é seu novo representante legal no território brasileiro.

O STF (Supremo Tribunal Federal) postou o mandado de intimação na conta do tribunal na própria rede social X, em resposta a conta do X responsável por gerenciar assuntos globais, e marcou o proprietário Elon Musk na publicação. 

Com o prazo de um dia para cumprir as exigências, Moraes adverte que, caso não seja cumprido, haverá a suspensão das operações da rede social no Brasil.


Mandado de intimação contra Elon Musk (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

Intimação do STF

O tribunal esclarece que o fato de a intimação ter sido enviada através da própria rede social, se deve a não existirem representantes legais no Brasil e, a advogada nomeada por Musk também recebeu a intimação. 

Moraes tem como principal objetivo com a decisão a garantia de que a plataforma siga e respeite as leis brasileiras, uma vez que a lei obriga a empresa a ter representantes no país. Além disso, a decisão também visa concluir o pagamento pelo X de multas impostas pela justiça. 

As multas foram impostas após a determinação do STF e o não cumprimento do X, do bloqueio de perfis que violavam a lei brasileira ao atacarem instituições democráticas. E, com o descumprimento, Moraes optou por aumentar a multa original de R$ 50 mil para R$ 200 mil para cada dia passado até que a medida seja cumprida.

Retirada do X

No sábado (17), a rede social X declarou em um post na própria plataforma que encerraria suas operações no Brasil e informou que, mesmo com seus escritórios fechados, o X continuaria prestando serviços para os usuários brasileiros. 

A decisão foi tomada mediante a decisão judicial do STF em multar e prender a responsável pelo escritório da plataforma no Brasil, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, pelos inúmeros descumprimentos das decisões judiciais. 

X se pronunciou dizendo que haviam recorrido sem sucesso ao Supremo Tribunal Federal e que não houve informação pública das ordens e, completa, que sua equipe brasileira não tem controle sobre o bloqueio de conteúdo na plataforma e insinua que o Alexandre de Moraes está ameaçando a equipe brasileira e não seguindo o devido processo legal ou respeitou a lei.

Ronnie Lessa revela motivação financeira por trás do assassinato de Marielle Franco

Em um depoimento revelador ao Supremo Tribunal Federal (STF), Ronnie Lessa confessou que o assassinato da vereadora Marielle Franco foi motivado pela promessa de uma recompensa financeira milionária. O ex-policial revelou que aceitou o crime em troca de R$ 25 milhões, valor estimado de terrenos que seriam entregues a ele, mudando a perspectiva sobre o brutal assassinato que chocou o Brasil em 2018.

Lessa admitiu que sua decisão de participar do crime foi impulsionada por dificuldades financeiras e a ilusão de uma grande fortuna, destacando a ganância como a principal força motriz por trás da execução de Marielle. O depoimento lança novas luzes sobre o envolvimento de pessoas poderosas e questiona as estruturas de poder que facilitaram a ação criminosa.


Videoconferência do depoimento do réu colaborador Ronnie Lessa no STF (Foto: reprodução/OGlobo)

O Depoimento de Ronnie Lessa

Ronnie Lessa, ex-policial militar e acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em março de 2018, confessou em depoimento ao STF que aceitou matar a parlamentar em troca de uma promessa de R$ 25 milhões. O ex-PM, que anteriormente negava qualquer envolvimento no crime, surpreendeu ao revelar que a motivação financeira foi o fator decisivo para sua participação no assassinato.

Durante o depoimento, Lessa detalhou que o montante oferecido era equivalente ao valor de dois terrenos localizados em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele afirmou que a proposta surgiu em um momento em que ele enfrentava dificuldades financeiras, o que o levou a aceitar o “trabalho” oferecido. No entanto, até o momento, não foram divulgadas informações sobre quem teria feito essa oferta milionária.


Ronnie Lessa depõe ao STF sobre morte de Marielle (Vídeo: reprodução/YouTube/+SBT)

A Repercussão do Caso e Novas Investigações

A confissão de Lessa trouxe um novo capítulo para as investigações sobre a morte de Marielle Franco, que continua a ser um dos crimes políticos mais emblemáticos do Brasil. A revelação de que a motivação foi puramente financeira, sem qualquer aparente viés ideológico, muda a perspectiva do caso e lança luz sobre as conexões perigosas entre crime organizado e ex-membros das forças de segurança.

Autoridades agora trabalham para identificar quem estaria por trás da oferta feita a Lessa e quais interesses estavam em jogo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou que vai aprofundar as investigações para descobrir os mandantes do crime, uma vez que a identidade de quem encomendou a morte de Marielle continua envolta em mistério.

Com as novas declarações de Ronnie Lessa, a pressão aumenta sobre o sistema judiciário para resolver o caso, que já dura mais de seis anos sem uma resolução definitiva. A família de Marielle e movimentos sociais clamam por justiça, enquanto o Brasil acompanha de perto os desdobramentos desse episódio que expõe as fragilidades e a corrupção entranhada nas instituições do país.

Moraes obteve dados do TSE fora do protocolo

De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, relatórios, solicitados de maneira não oficial, foram utilizados pelo ministro do STF para fundamentar medidas contra bolsonaristas investigados no inquérito das fake news. O gabinete de Moraes nega irregularidades e afirma que os procedimentos foram oficiais e documentados.

A reportagem da “Folha de S. Paulo”, publicada nesta terça-feira (13), revela que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria utilizado métodos informais para requisitar relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esses relatórios, solicitados através de mensagens de WhatsApp, teriam servido como base para decisões judiciais importantes no inquérito das fake news, que investiga ataques à eleição de 2022 e aos ministros do STF, bem como incitação militar contra o resultado das urnas.

Relatórios do TSE foram requisitados de forma não oficial

A reportagem da Folha de S. Paulo revela que o gabinete do ministro recorreu a canais informais para obter relatórios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas solicitações, feitas por meio de mensagens de WhatsApp, permitiram a coleta de informações que fundamentaram decisões cruciais no inquérito das fake news.

Os documentos obtidos de maneira não convencional foram utilizados para embasar medidas judiciais contra aliados do ex-presidente, incluindo o bloqueio de redes sociais e a quebra de sigilo bancário.

O material reportado inclui conversas entre Airton Vieira, principal assessor de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, ex-perito da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Essas comunicações mostram uma prática fora do protocolo formal, com Vieira solicitando relatórios detalhados sobre postagens de apoiadores de Bolsonaro diretamente via WhatsApp.

Os relatórios gerados, que foram posteriormente usados em decisões judiciais, indicam uma interação que evitou os procedimentos oficiais do TSE e levantam questões sobre a conformidade com os processos legais estabelecidos.

Gabinete de Moraes defende legalidade transparência dos procedimentos

Em resposta às alegações de irregularidades, o gabinete de Alexandre de Moraes defende que todas as ações envolvendo o TSE foram conduzidas dentro da legalidade. De acordo com a nota oficial, as solicitações de relatórios foram realizadas conforme as normas vigentes e documentadas nos processos judiciais.

A defesa ressalta que a produção de relatórios sobre desinformação e ataques às instituições foi feita com total transparência e participação da Procuradoria Geral da República, visando garantir a legalidade e a integridade das investigações.

O gabinete do ministro esclareceu que os relatórios requisitados ao TSE foram parte de um processo regular e documentado, destinado a lidar com atividades ilícitas, como discursos de ódio e tentativa de golpe.

Os relatórios foram utilizados como evidência nas investigações relacionadas às milícias digitais e à desinformação, e foram incorporados aos inquéritos no STF com a supervisão adequada da Procuradoria Geral da República.

A defesa afirma que todos os procedimentos seguidos estavam em conformidade com a lei e foram realizados com total transparência e responsabilidade.

Decisão de Flávio Dino quanto à limitação de “emenda PIX” é questionada pelo Senado e Câmara

Documentos protocolados nesta quinta-feira (08/08), solicitam a anulação das liminares assinadas pelo magistrado, quando à delimitação das emendas de PIX, um tipo especial de transferência, as quais devem ser direcionados ao Plenário Virtual do STF ainda neste mês.

No primeiro dia deste mês, Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), definiu que as transferências sejam fiscalizadas pelo TCU, o Tribunal de Contas da União, bem como pela CGU, Controladoria-Geral da União. E no último dia 8, a decisão foi confirmada por Dino, contudo, foi autorizado que as “emendas PIX” ocorram para obras que estejam em andamento.


O ministro Flávio Dino (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)


O magistrado questiona duas ações encaminhadas ao STF, por indicar que seus princípios estariam incorretos, sendo a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 7.668, proposta pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), e a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 854, encaminhada pelo PSOL.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.688 – ADI 7.668

Mesmo com o Congresso Nacional reiterando a importância de garantir a transparência e eficiência nos serviços públicos, os advogados questionam a ação de Dino de maneira formal, além de relembrar que essas emendas foram geradas pela Emenda Constitucional 105, com promulgação em 2019 e, segundo a Câmara e o Senado, a restrição pelo STF só poderia ocorrer se houvesse uma depreciação da Constituição.

O agravo de ambas as casas relata que estabelecer um tipo de transferência de recursos entre entes públicos não viola direitos dos cidadãos vinculados à Administração Pública, nem afronta o princípio da publicidade. Ainda segundo o agravo, novas medidas de fiscalização devem ser aprimoradas e incluídas para evitar quaisquer desigualdades.

A autonomia dos estados, municípios e Distrito Federal também está em jogo, e não haveria necessidade do controle pela União, TCU ou CGU, considerando que o valor seria unido ao patrimônio do ente subnacional.

Os advogados do Senado e da Câmara relatam que não seria possível unir de forma federal absolutamente o destino das “emendas PIX”, por violar a base da cooperação e solidariedade federativa, além de restringir incorretamente o exercício do mandato parlamentar.

Segundo o documento, esta decisão também coloca em jogo a autoridade legislativa do Congresso, comprometendo o êxito dessas transferências, em especial para a área da saúde, visto que, sem um destino específico e correto para mandar determinada parte do valor, os beneficiários podem se recusar a investir em saúde.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 854 – ADPF 854

Esta ação iniciou-se em 2021, pelo PSOL, questionando o “orçamento secreto”, utilizando a identificação da sigla RP-9, bem como o uso incorreto dos valores da emendas de relator do Orçamento. A ministra Rosa Weber relatou a ação em 2022, relatando com convicção um descumprimento dos preceitos de transparência constitucionais, além dos que se referem à publicidade, moralidade e impessoalidade. Ainda em 2022, este “orçamento secreto” foi indicado pelo STF como inconstitucional.

No mês passado, os “amici curiae” (amigos da Corte) da ADPF 854, as entidades Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional Brasil, indicaram que as “emendas PIX” poderiam continuar a manter este “orçamento secreto”. No primeiro dia de agosto, Flávio Dino ocupou a vaga de Rosa Weber no STF, e determinou que os deputados e senadores só poderiam direcionar os valores das emendas para os estados em que estão eleitos, criando assim uma liminar para esta ação.

Esta decisão de Flávio transcende o teor do acórdão transitado em julgado, uma deliberação gerada em 2022 pelo STF. Segundo as Advocacias do Senado e da Câmara, incluindo qualquer tipo de fração da emenda, esta escolha excede objeto do acórdão, gerando encargos sem fundamento legal ou conforme a constituição.

STF encontra elementos para denunciar Bolsonaro por venda ilegal de joias

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que relatório da Polícia Federal (PF) apresenta quantidade de provas que permite a apresentação de uma denúncia a Jair Bolsonaro. O ex-presidente é indiciado por esquema de venda ilegal de joias no exterior.

O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso e responsável pelo envio do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve decidir entre oferecer a denúncia, tomar novas medidas ou pedir o arquivamento do caso.

No momento, o documento está sendo revisado pelo procurador-geral Paulo Gonet, que irá decidir os próximos passos do processo. Entre as alternativas, é possível apresentar uma única denúncia a partir da união de todas as evidências contra Bolsonaro. 

Outras denúncias

Além de venda ilegal de joias, Bolsonaro foi indiciado por fraudar seu cartão de vacinação contra a Covid-19 e há a intenção de incluir uma tentativa de golpe de Estado nessa lista.


Acusações contra Bolsonaro podem ser unificadas na mesma denúncia (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

A ideia de Paulo Gonet é unir todas essas acusações, com a intenção de reforçar as provas e evitar que o ex-presidente tente adiar a denúncia para depois das eleições municipais que irão ocorrer no dia 6 de outubro.  

Pessoas que auxiliam o procurador-geral na análise do processo afirmam que ele é muito cuidadoso e não elimina as chances de pedir novas medidas, mesmo que o STF considere o relatório apresentado pela PF suficiente para apresentar uma denúncia. 

Possível adiamento

A Polícia Federal encontrou um erro em seu próprio relatório nos valores da suposta venda das joias e pediu que o STF fizesse o devido ajuste no documento. 

Isso fez com que a atenção em relação à decisão de Gonet aumentasse, pois pessoas próximas acreditam que ele irá exigir que a PF apresente explicações para o erro.

Se o procurador-geral tomar essa atitude, há grandes chances de que a denúncia seja adiada para depois das eleições, mas fontes próximas dizem que Gonet não quer que suas ações sejam utilizadas como manobra política ou vistas como perseguição.

Um ano e meio após atos criminosos nos três poderes, o STF tem 226 condenados

O Supremo Tribunal Federal chega a 226 condenações por depredação das sedes dos três poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Na sessão que encerrou em 28 de junho, dois indivíduos foram condenados pela invasão do Congresso. Antônio Cláudio Alves Ferreira, que recebeu uma pena de 17 anos de prisão por derrubar um relógio histórico do século XVII durante os eventos. Da mesma forma, Leonardo Alves Fares foi condenado a uma pena também de 17 anos de por sua participação no incidente.

As sessões de julgamento dos réus envolvidos na invasão do Congresso em 8 de janeiro começaram em setembro, realizadas no plenário presencial do STF. Após as primeiras três condenações, o tribunal optou por realizar a análise dos casos através do plenário virtual. Neste formato, não há debates entre os ministros; cada um apresenta seus votos por escrito via um sistema virtual.

As penas estabelecidas pelo STF para os réus variam segundo a gravidade dos crimes. Até o momento, as sentenças mais severas foram de 17 anos de prisão em regime fechado.


Supremo Tribunal Federal (reprodução: foto/@supremotribunalfederal)

Acordos para o fechamento das acusações

São acusados pelo Procurador-Geral da República (PGR) pelos seguintes atos: associação criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Existem alguns acordos a serem fechados, incluindo participação em cursos sobre a democracia, serviços comunitários e, principalmente, confissão do crime.


Estátua da justiça (reprodução: foto/instagram/@supremotribunalfederal)

Casos absolvidos e suspensos

foram suspensas 1.113 acusações de 1.354 por serem consideradas crimes de menor gravidade, livrando os acusados de uma condenação penal. Esse grupo estava em frente ao quartel-general de Brasília, eles foram presos no dia seguinte do acontecimento. Esses acerto ficou conhecido como acordo de não persecução penal.

Geraldo Felipe da Silva foi um dos absolvidos por não haver comprovação de que participou dos atos de 8 de janeiro; ele estava em situação de rua na época, e preso em flagrante no dia dos atos criminosos.

Indiciamento de Bolsonaro no caso das joias: STF avalia inquérito

A Polícia Federal anunciou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias, o que agora será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito será enviado ao gabinete do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.

Pena pode chegar até 32 anos de prisão

Na última quinta-feira (4), Bolsonaro foi indicado pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Além de Bolsonaro, outras 11 pessoas foram indiciadas pela PF, incluindo o advogado do ex-presidente Frederik Wassef, e Fábio Wajngarten, seu acessor

Se confirmadas as acusações, podem resultar em uma pena de até 32 anos de prisão para Bolsonaro. A gravidade dos crimes reflete a seriedade das investigações que serão conduzidas pela PF, que mostram para uma suposta rede de crimes envolvendo o ex-presidente e seus parceiros.

Processo do inquérito

O processo no STF, segue critérios rigorosos. Alexandre de Moraes, deve solicitar a manifestação da Procuradoria Geral da República (PGR), após o recebimento do inquérito. A PGR pode optar em arquivar o caso, solicitar por mais investigações ou apresentar uma denúncia formal. O prazo para a PGR se manifestar é de 15 dias após ser acionada.


STF (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Evaristo Sa)


Até as 18h do dia 4, o gabinete de Moraes informou que o caso das joias ainda estava sob custódia da Polícia Federal, não tendo sido encaminhado ao STF nenhum pedido ou relatório oficial.

Esse caso vem gerando uma ampla repercussão política e midiática, aumentando a tensão no cenário político brasileiro. O indiciamento de um ex-presidente por crimes tão graves é um raro evento na história do país, destacando a importância das instituições na manutenção da justiça e da legalidade.

O desfecho deste caso será crucial para definir o futuro político de Bolsonaro e pode ter implicações que possam ser significativas para o cenário político brasileiro. A sociedade e os agentes políticos aguardam com ansiedade os próximos passos do STF e da PGR neste processo que pode marcar um ponto de virada na história recente do Brasil.

Papa Francisco discursa contra legalização das drogas

Nesta quarta-feira (26), o Papa Francisco discursou na audiência semanal na praça de São Pedro, no Vaticano, contra a legalização das drogas, um dia depois do Supremo Tribunal Federal (STF) ter votado e aderido em maioria a favor da descriminalização do porte de maconha para uso próprio no Brasil.

Segundo o Vatican News, o discurso não aconteceu especialmente pela decisão das autoridades brasileiras, mas sim em lembrança do Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, estabelecido pela ONU em 1987.

Papa X especialistas


Encontro de Lula, presidente do Brasil, com o Papa Francisco em reunião do Gz, Junho de 2024 (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images Embed)


O Papa Francisco não usou meios termos para o discurso antidrogas, ele chegou a definir os traficantes como “assassinos”. Francisco defende que “as drogas pisoteiam a dignidade humana. A redução da dependência de drogas não é alcançada pela legalização do uso de drogas, como algumas pessoas têm proposto ou alguns países já implementaram. Isso é uma fantasia” e que a liberação das substâncias leva a um consumo ainda maior.

Por outro lado, especialistas apontam que a liberação das drogas consideradas ilícitas, gera maiores debates sobre o assunto e volta os olhares da população para um problema de saúde público, trazendo a luz a discussão sobre tratamentos, informações sobre as substâncias, facilitação de uso medicamentoso e redução do tráfico.

Trâmite no STF

O porte individual liberado no Brasil, não quer dizer que a maconha está legalizada, quem for pego com a droga ainda será penalizado por ato ilícito e terá que cumprir medidas socioeducativas, como trabalhos comunitários e assistir aulas sobre consequências do uso de drogas.

A decisão do Supremo apenas estabelece um limite entre usuário e traficante, antes decidido pelo próprio policial. Agora, quem porta até 40g ou seis plantas fêmeas, é considerado portador para consumo individual, com uma pena menos grave do que indiciados por tráfico de drogas, que podem ter a pena de até 15 anos de cadeia.

Após reuniões, Eduardo Leite volta a pedir mais dinheiro e o perdão da dívida

Nesta terça-feira (25/06), o governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite, esteve em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e após o término da reunião declarou que precisa de mais dinheiro e pediu novamente o perdão da dívida do estado com a União.

Antes da reunião com o ministro da Fazenda, o governador Eduardo Leite esteve em uma audiência no STF, com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e o advogado geral da União, Jorge Messias. Com a finalidade de tanto o Rio Grande do Sul e o Governo Federal entrarem em acordo sobre o perdão da divida.


Eduardo Leite durante um discurso (Foto: reprodução/Itamar Aguiar/Rodrigo Ziebell/Palácio Piratini)

Reunião com Haddad

Na sua reunião com Fernando Haddad, foi tratado a perda de arrecadação do RS, que já está no valor de R$ 1,6 bilhão. Leite vem pedindo que Haddad reponha estes valores, de maneira parecida do que foi na pandemia do covid-19.

Ainda durante a reunião Eduardo leite pediu que a União use de uma maneira melhor o dinheiro que tem sido economizada com a suspensão da dívida do Rio Grande do Sul com o Governo Federal. Ele ainda declarou que esses recursos estão disponíveis para a reconstrução do RS.

A suspensão da dívida do RS foi aprovada pelo congresso, e tem duração de 3 anos e o impacto nas contas públicas é de R$ 23 bilhões. O objetivo dessa ação foi redirecionar os recursos para outros lugares.

Primeira audiência sobra o perdão da dívida no STF

Audiência tem como centro uma ação protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil do RS. O STF calcula que a dívida do estado chega a R$ 100 bilhões, Leite afirma que os motivos para apoiar o perdão da dívida é as dificuldades que o Rio Grande do Sul enfrenta como por exemplo os altos valores gastos com a previdência e a dificuldade de pedir empréstimos por causa do alto valor do endividamento.

Um dos resultados dessa audiência foi o envio antecipado do ICMS no valor de R$ 680 milhões, valor já seria pago ano que vem, mas optaram por antecipar o envio para ajudar o RS.

Por causa de não terem chegado a um acordo sobre o perdão da dívida, o relator da ação, Luiz Fux, marcou uma segunda audiência que está prevista para ser realizada em 13 de agosto.

STF estabelecerá quantia de 40g de maconha para distinguir usuários e traficantes

Nesta terça-feira (25), o Supremo Tribunal Federal colocou um fim no julgamento que durava 9 anos sobre o porte de maconha individual. Na sessão, ficou definido que, para uso pessoal, a droga será descriminalizada, mas os ministros devem voltar a discutir o assunto durante essa quarta-feira (26) para estabelecer a quantidade que irá diferenciar um traficante de um usuário. 

Quantidades discutidas

Segundo o Presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, os parlamentares devem estabelecer a quantidade de 40g permitidas para porte e, para diferenciar os usuários, esse número equivale à produção de cerca de 30 cigarros. Porém, apesar do número divulgado por Barroso ser certo para a aprovação, alguns ministros defendem que seja estabelecida outra quantia e atualmente existem três opções para votação no julgamento. 

Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Rosa Weber defendem que a quantidade permitida seja de 60g, contudo eles concordaram em aprovar a porção de 40g proposta na sessão. Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Nunes Marques propõem a fixação em 25g, mas também estão abertos para concordar com o número de 40 gramas.


Plantação de maconha (Foto: reprodução/NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images Embed)


Já os ministros André Mendonça, Dias Toffoli, Edson Fachin e Luiz Fux defendem que cabe ao Congresso Nacional ou ao Executivo definir qual o número exato da diferenciação. Segundo a Lei das Drogas, sancionada em 2006, é o juiz que deve definir esta questão, mas os parlamentares afirmam que essa medida permite a chance de pessoas serem condenadas por julgamentos pessoais ou preconceituosos. 

Maconha continuará não legalizada 

Apesar da decisão favorável do STF para descriminalizar a maconha, a droga não foi legalizada. A legalização se trata de normas que possibilitam a regulamentação de algumas condutas, organizando suas atividades, mas com regras e condições como, por exemplo, a venda. 

A descriminação, em tese, é não considerar mais alguma ação como crime. A punição deixa de existir, mas uma pessoa ainda pode enfrentar processos administrativos ou civis, a maconha deverá se encaixar justamente nessa sessão. 


Postagem do STF nas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)


O uso da maconha continuará sendo considerado um ato ilícito e poderá ter como pena: advertência sobre os efeitos colaterais da droga e o comparecimento do indivíduo em programas educativos sobre o assunto.

O resultado da discussão será encerrado ainda hoje, com a divulgação de quais ministros votaram a favor ou contra o porte da droga.