Anvisa busca antídoto contra intoxicação por metanol

Anvisa acionou autoridades internacionais para viabilizar a importação do fomepizol, antídoto contra intoxicação por metanol. A medida ocorre após o registro de dezenas de casos no Brasil ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas

Ação emergencial para trazer o fomepizol ao Brasil

Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acionou autoridades reguladoras de diversos países para viabilizar a importação do antídoto conhecido como fomepizol. Até o momento, o Brasil já contabiliza 59 casos suspeitos de contaminação, sendo 11 confirmados em laboratório e 48 em investigação.

O medicamento, ainda sem registro sanitário no país, é considerado fundamental no tratamento da intoxicação, que pode causar sequelas graves e até levar à morte. Para acelerar sua chegada, a agência consultou formalmente órgãos reguladores dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Argentina, México, Reino Unido, Japão, China, Suíça e Austrália, além de publicar edital para identificar fabricantes e distribuidores com disponibilidade imediata de fornecimento ao Ministério da Saúde.


Anvisa publica edital internacional por antídoto (foto: reprodução/Instagram/@anvisaoficial)

Alternativas e monitoramento nacional

Como medida emergencial, a Anvisa também identificou mais de 600 farmácias de manipulação com capacidade para preparar etanol em grau de pureza adequado para uso médico, considerado uma alternativa terapêutica ao fomepizol em situações de urgência.

Paralelamente, a agência reforçou a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária para ampliar a capacidade de análise de amostras suspeitas. Foram indicados o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz como referências para exames especializados.

O Ministério da Saúde, por sua vez, criou uma Sala de Situação para acompanhar os casos de intoxicação, coordenar estratégias de contenção e monitorar os riscos à população. O órgão destacou que as ocorrências estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, reforçando a necessidade de fiscalização e conscientização dos consumidores.

Com essas medidas, o Brasil busca garantir respostas rápidas para proteger a população diante da ameaça sanitária. O esforço conjunto entre Anvisa, Ministério da Saúde e laboratórios parceiros demonstra a gravidade do problema e a urgência em disponibilizar o tratamento adequado para evitar novas vítimas.

Ministro da Saúde atende emergência em voo comercial

O ministro da Saúde Alexandre Padilha prestou assistência médica a uma passageira em um avião neste sábado (27). O socorro aconteceu antes da decolagem de um voo do aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, com destino ao Rio de Janeiro.

Em uma postagem em sua rede social pessoal no fim do dia, o ministro compartilhou o fato e a importância dos profissionais de saúde estarem junto às pessoas para prestarem assistência sempre que necessário, a serviço da população.

Intercorrência médica

Antes da decolagem, uma mulher passou mal e perdeu os sentidos. Ao ouvir os pedidos de ajuda do marido da passageira, Padilha se prontificou para fazer o primeiro atendimento e prosseguiu monitorando a senhora ao longo de todo o voo até o destino final. 


Padilha compartilha a experiência no voo e confirma sua vocação (Vídeo: reprodução/Instagram/@padilhando)


Ministro da Saúde, mas, sempre acima de tudo, médico.

Alexandre Padilha

De acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, a intercorrência foi resultado de um quadro de hipoglicemia, queda do nível de açúcar no sangue, que foi revertido com a ajuda de uma bala fornecida por outra passageira. 


Houve grande repercussão do caso das redes sociais (Vídeo: reprodução/X/@AlencarBraga13)

O caso imediatamente viralizou nas redes sociais e rendeu elogios da parte de passageiros que também estavam no voo, como a cantora Mari Jasca, que disse: “Nosso ministro da Saúde é o máximo. Padilha socorreu uma passageira com o maior amor do mundo”.

Compromissos no Rio de Janeiro

Padilha estava no voo deste sábado para cumprir uma agenda oficial do Ministério da Saúde na cidade do Rio e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O ministro participou da entrega do novo Centro de Tratamento de Queimados, do serviço de ortopedia e da cozinha do Hospital Federal do Andaraí (HFA), que estavam fechados há mais de dez anos. 

Além disso, Padilha visitou a nova emergência, enfermaria e ambulatório, bem como outros espaços em obras que fazem parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais, com vistas à ampliação do atendimento especializado e redução do tempo na fila de espera para cirurgias na rede federal de saúde, em parceria com o programa Agora Tem Especialistas. 


Algumas horas após a visita do ministro da Saúde, aconteceu um tiroteio ao lado do Hospital do Andaraí (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

O ministro da Saúde também anunciou novos investimentos no Hospital da Posse (Hospital Geral de Nova Iguaçu), visitou o Instituto Estadual de Oncologia da Baixada Fluminense e o Centro de Diagnóstico Rio Imagem Baixada. 

Mesmo com o alto índice de recusa familiar para doação de órgãos, o Brasil quebra recorde

Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, mais de 45% da população brasileira se recusa a doar órgãos de parentes já falecidos, por conta da falta de informação sobre o que será feito com os órgãos ou também pelo fato de não saber da vontade do familiar em vida se ele gostaria ou não de doar os órgãos. Mesmo com esses problemas, o Brasil ocupa o 3º lugar entre os países que mais transplantam órgãos no mundo e é o primeiro nesse quesito quando as cirurgias são feitas pelo sistema público de saúde.

Recusa chega a quase metade dos casos

Apesar de o Brasil ter alcançado um recorde histórico em transplantes, 45% das famílias ainda recusam a doação de órgãos de parentes falecidos. O dado, divulgado pelo Ministério da Saúde, revela um desafio importante: mesmo em meio a avanços médicos e estruturais, a decisão final depende da concordância familiar, muitas vezes tomada em um momento de dor e fragilidade.

Além disso, especialistas apontam que o acolhimento no momento da abordagem precisa ser feito com mais sensibilidade, clareza e empatia por parte das equipes de saúde.


Vídeo de campanha em incentivo à doação de órgãos no Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/Ministério da Saúde).


O Brasil no cenário internacional

Mesmo com a alta taxa de recusas, o país se destaca no cenário global. O Brasil é hoje o terceiro em número absoluto de transplantes realizados, atrás apenas dos Estados Unidos e da China (as maiores potências do mundo). Mais importante: é líder entre os grandes sistemas públicos, já que a maioria dos procedimentos é feita de forma gratuita pelo SUS.

Esse desempenho mostra a robustez da rede hospitalar e a importância do investimento contínuo na área pública de saúde. Em 2024, o país ultrapassou 30 mil transplantes, salvando milhares de vidas que estavam em filas de espera, segundo o Ministério da Saúde.

Caminhos para aumentar as doações

Para enfrentar a alta recusa, o Ministério da Saúde lançou novas campanhas de conscientização, com o lema: “Você diz sim, o Brasil inteiro agradece.” O objetivo é estimular que as pessoas conversem com suas famílias e deixem claro o desejo de serem doadoras.

Além disso, foi criado o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos (PRODOT), que busca valorizar e capacitar equipes hospitalares, tornando a abordagem às famílias mais humana e efetiva. Especialistas também defendem a ampliação de ações educativas em escolas, campanhas permanentes na mídia e políticas públicas que deem mais segurança ao processo, desmistificando medos e aproximando a sociedade do tema.

SUS antecipa exames de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos

O Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira (23), uma mudança importante na política de rastreamento do câncer de mama no Brasil. Agora, mulheres entre 40 e 49 anos poderão realizar mamografia pelo SUS mesmo sem sintomas aparentes. A medida responde à alta incidência da doença nessa faixa etária e visa ampliar o diagnóstico precoce, essencial para aumentar as chances de cura.

Antes, a recomendação era restrita a mulheres de 50 a 69 anos. A nova diretriz surge após estudos mostrarem que 23% dos casos estão entre os 40 e 49 anos. A decisão sobre realizar o exame, no entanto, deve ser tomada em conjunto com o profissional de saúde, que vai orientar sobre os prós e contras do rastreamento precoce.

Diagnóstico precoce ganha força na saúde pública

Segundo dados do próprio ministério, cerca de 30% das mamografias feitas na rede pública em 2024 já foram em mulheres com menos de 50 anos, totalizando mais de 1 milhão de exames. No entanto, esse número ainda esbarra em dificuldades de acesso, especialmente para aquelas sem histórico familiar da doença ou sintomas visíveis.


Publicação do Ministério da Saúde (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Ao ampliar o protocolo, o governo busca tornar o sistema mais eficiente e equitativo. “Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama“, afirmou o ministro Alexandre Padilha, em nota oficial. A mudança também fortalece as ações preventivas previstas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.

Faixa etária final também sobe e reforça cobertura

Além de iniciar o rastreamento mais cedo, o Ministério também estendeu a idade final para o exame preventivo. Mulheres poderão seguir fazendo mamografias pelo SUS até os 74 anos, cinco a mais que o limite anterior. Essa decisão acompanha o aumento da expectativa de vida e reconhece o envelhecimento como fator de risco.

Hoje, entre 50 e 74 anos, concentra-se cerca de 60% dos diagnósticos. Em 2024, o SUS realizou cerca de 4 milhões de mamografias e 376,7 mil exames diagnósticos. Os números reforçam a importância de políticas públicas voltadas à prevenção e ao acesso universal à saúde da mulher.

Pressão 12 por 8 passa a ser considerada pré-hipertensão em atualização médica

A pressão arterial considerada de risco no Brasil sofreu alteração após uma nova diretriz médica passar a classificar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira (18), durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Sociedade Brasileira de Hipertensão elaboraram o documento. A princípio, a mudança busca ressaltar a prevenção e orientar médicos a recomendar mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicamentos.

Tratamento mais rigoroso e escore de risco cardiovascular

Nesse ínterim, surge também a meta de tratamento. Antes, manter a pressão em até 14 por 9 era suficiente. Agora, a diretriz estabelece alvo abaixo de 13 por 8 para todos os hipertensos. Logo, o limite mais baixo pretende reduzir riscos de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Assim, quando o paciente não tolera reduções intensas, o médico deve buscar os níveis mais seguros possíveis.

Ao mesmo tempo, o relatório inclui o escore PREVENT, que calcula a chance de um evento cardiovascular em dez anos. O cálculo considera obesidade, diabete, colesterol alto e lesões em órgãos como rins e coração. A estratégia aproxima a prática clínica da medicina de precisão, permitindo condutas ajustadas ao risco individual.


Identifique a hipertensão (Vídeo: reprodução/YouTube/Drauzio Varella)

SUS e saúde da mulher em destaque

O texto também dedica um capítulo ao Sistema Único de Saúde. Ao passo que 75% dos hipertensos são acompanhados na rede pública, a diretriz adapta recomendações ao SUS. Entre as medidas, estão protocolos multiprofissionais, uso de medicamentos disponíveis e incentivo ao monitoramento com MAPA e MRPA.

Simultaneamente, a saúde feminina entra em pauta ao recomendar a aferição da pressão antes e durante o uso de anticoncepcionais, além de orientar tratamentos seguros na gestação. Todavia, também alerta para maior risco no peri e pós-menopausa e reforça acompanhamento de mulheres com histórico de hipertensão na gravidez.

Um desafio de saúde pública

Além disso, um estudo internacional apresentado em um congresso europeu aponta que a vacina contra herpes-zóster pode reduzir o risco de infarto e AVC, reforçando o papel da imunização na prevenção de complicações cardiovasculares.

Esse dado ganha ainda mais relevância diante da hipertensão, que atinge quase um terço dos brasileiros e permanece silenciosa. Apenas um terço dos pacientes controla adequadamente a doença, e, com a reclassificação e as novas metas, milhões podem ser considerados em risco. O desafio será transformar recomendações em práticas reais, tanto na saúde pública quanto privada.

Fabiana Justus rebate boatos: esclarece que transplante de medula foi realizado pelo SUS

Fabiana Justus usou as redes sociais nesta quarta-feira (4/9) para contestar uma acusação leviana que repercutia online. Alguns internautas questionaram a influenciadora sobre ter “comprado” sua medula para o transplante, e ela rebateu prontamente. Além disso, Fabiana destacou que o SUS custeou todo o procedimento, incluindo a coleta internacional, o transporte e a administração da medula pelo sistema público.

Fabiana rebate o boato

A publicitária rebateu o boato, chamando-o de “maldade”, e destacou como informações falsas podem criar preconceitos e mal-entendidos sobre tratamentos de saúde. Assim, Fabiana explicou que todo o transplante seguiu os protocolos médicos corretamente, sem envolvimento de dinheiro ou privilégios. Nesse sentido, reforçando que o SUS oferece procedimentos complexos de forma acessível e segura.


Fabiana Justos celebra alta ao lado da família (Foto: reprodução/Instagram/@fabianajustos)

Esclarecimento

Fabiana fez questão de esclarecer que o SUS cobriu toda a logística do transplante, inclusive a transferência da medula do doador, localizada em outro país. “Não foi dinheiro que comprou minha medula”, lembrando que o acesso a esse tipo de procedimento constitui direito universal, seu relato ajuda a combater desinformação e preconceito que repercute em torno da saúde. Portanto, ao destacar que o transplante foi feito pelo SUS, mostra-se que o sistema público é capaz de realizar procedimentos complexos e salvar vidas, lembrando que todos têm direito a tratamentos de qualidade e acessíveis.


Fabiana em story (Foto: reprodução/Instagram/@fabianajustos)

Justos e o SUS

Ao desmentir as falsas insinuações, Fabiana reforça a urgência do uso de fontes confiáveis e do respeito em narrativas de saúde sensível. Por isso, sua postura reativa iluminou não só um caso pessoal, mas também o valor e o funcionamento do SUS em situações críticas.

Nesse sentido, O Sistema Único de Saúde, criado para garantir acesso universal, gratuito e integral à saúde, o SUS representa uma das maiores políticas públicas do mundo. Sendo estudado e admirado em diversos países. Procedimentos complexos como o transplante de medula, que envolvem busca internacional, transporte e acompanhamento multidisciplinar, demonstram a capacidade do sistema quando bem estruturado. Ao compartilhar sua experiência, Fabiana deu visibilidade a um serviço essencial que beneficia milhões de brasileiros e reforçou a necessidade de valorização e investimento contínuo em saúde pública.

Comissão vinculada ao Ministério da Saúde veta Wegovy, Saxenda e similares no SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), entidade vinculada ao Ministério da Saúde que avalia a inclusão de tratamentos no sistema público do país, se disse contrária à incorporação de medicações à base de semaglutida e liraglutida ao SUS. A decisão foi embasada no alto custo dos fármacos.

A medida afeta diretamente o fornecimento público de remédios como Wegovy e Saxenda, destinados, respectivamente, ao tratamento de obesidade grau II e III e diabete tipo 2, que só poderão ser acessados através da rede privada.

Justificativa foi o alto preço dos medicamentos

A Conitec explicou sua decisão através de, entre outros argumentos, cálculos de impacto financeiro da adoção da medida. Nesse sentido, relatórios do Ministério da Saúde apontam que o custo total da adoção do tratamento variaria de 4,1 a 6 bilhões de reais para os cofres públicos nos próximos 5 anos, levando em conta que certos casos exigem tratamento contínuo e cada caneta aplicadora tem o preço de mil reais. 

A Comissão também destacou que o SUS já oferece a cirurgia bariátrica como alternativa às canetas no combate à obesidade. 



Repórter Victória Melo, do SBT Brasil, traz informações sobre a não inclusão do Wegovy e Saxenda na lista de remédios oferecidos pelo SUS (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)


O Ministério da Saúde, por sua vez, declarou que “as decisões da Conitec sobre a incorporação de medicamentos no SUS consideram as melhores evidências científicas disponíveis, abrangendo eficácia, segurança e análises de custo-efetividade”. 

Para contornar a problemática do alto preço do tratamento, a pasta comandada por Alexandre Padilha aposta no desenvolvimento de uma caneta própria a partir de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica nacional EMS, anunciado há duas semanas. 

“Cabe ressaltar ainda a importância estratégica da ampliação da oferta de medicamentos genéricos. Essa medida estratégica estimula a concorrência, contribui para a redução de preços, amplia o acesso da população a tratamentos de qualidade e fortalece as condições para a incorporação de novas tecnologias ao SUS”, finalizou a nota do ministério.

Entidades do setor médico e farmacêutico criticam medida

A não incorporação de tais medicações ao SUS gerou a discordância de parte do setor médico, para o qual a decisão impede o acesso da população mais pobre a tratamentos considerados eficazes. 

Para a endocrinologista Maria Fernanda Barca, doutora pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o efeito da liraglutida (Saxenda) e semaglutida (Wegovy) na saúde do paciente abrange muito mais do que a perda de peso.

“(Esses medicamentos) reduzem a inflamação dos tecidos e têm efeitos positivos em condições como gordura no fígado e até na cognição de pacientes com Alzheimer. Ignorar esses resultados pode gerar custos ainda maiores no futuro com complicações mais graves, como cirrose, câncer hepático e necessidade de transplante”, alertou ela ao G1, nesta sexta-feira.

Já a empresa dinamarquesa Novo Nordisk, responsável pela produção do Wegovy, disse que “compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população ao nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas”.

Fiocruz se une com UFMS e comprova eficácia da Qdenga

Segundo o jornal O Globo, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) analisou dados de vida real que comprovaram a eficácia da primeira dose da vacina da dengue entre adolescentes. Sendo assim, essa pesquisa é a primeira a apurar informações do resultado da campanha de imunização do Brasil e a estudar a possibilidade da redução pela metade do risco da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Ainda de acordo com O Globo, as conclusões do trabalho de campo comprovaram que a vacina japonesa contra a dengue possui propriedades eficazes para prevenir a persistência da infecção. Assim, o trabalho realizado pelos pesquisadores acompanhou os dados de jovens na faixa etária entre 10 e 14 anos que foram vacinados pela Qdenga em um período entre fevereiro e dezembro de 2024, no estado de São Paulo.

Vale ressaltar que a injeção produzida pela empresa farmacêutica Takeda, chegou ao SUS (Sistema Único de Saúde) e passou a ser avaliada pelos estudiosos no ano anterior. Além disso, a pesquisa brasileira chegou a ser publicada na revista científica “The Lancet Infectious Diseases” durante esta última terça-feira (19).

Fiocruz comprova que primeira dose da vacina contra dengue já traz resultados

A iniciativa revelou que apenas uma injeção já comprovou a eficácia de 50% contra casos sintomáticos oito dias após a primeira aplicação. Nesse ritmo, o sucesso de 67,5% em casos mais graves que recorrem a uma hospitalização, mostrou que a proteção depois da primeira dose é possível com o uso da medicação preventiva.


Informações sobre a vacina Qdenga (Foto: reprodução/Instagram/@vacinasaobento)


Como consequência, a segunda leva da medicação aumentou o combate contra a variante sintomática da infecção para 61,7%. Os responsáveis pela pesquisa ainda explicaram que não foi possível estimar a eficácia da segunda aplicação contra a internação hospitalar. Porém, eles pretendem repetir o estudo com dados atualizados da amostra deste ano.

Resultados apontam que vacina japonesa é eficaz para variantes da dengue

O coordenador do estudo que atua como pesquisador da Fiocruz e da UFMS, Julio Croda, informou que essa foi a primeira avaliação do mundo que acompanhou a rotina de pessoas vacinadas pela Qdenga. Ele explicou ainda que na vida real tudo pode ser diferente da tese e dos ensaios clínicos. Por isso, existiam muitas dúvidas em relação à proteção que uma pessoa vacinada apenas com a primeira dose teria.

No entanto, os estudos da equipe comprovaram os resultados positivos do teste que reforçam a alta proteção contra a hospitalização apenas com uma aplicação. Desse modo, o estudo que teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também contou com a colaboração de instituições internacionais como a Universidade de Yale, a Universidade Johns Hopkins e a Universidade Emory, na América do Norte.

Além do projeto ter confirmado que os imunizados vêm sendo protegidos contra a arbovirose, essa iniciativa comprovou hipóteses que haviam sido levantadas sobre sua eficácia em relação aos sorotipos da doença. Ademais, essa mobilização resultou na aceitação do medicamento mediante a concretização de sua prevenção às duas variantes do vírus que circularam durante a pandemia de 2024.

STF mantém direito a recusa de transfusões de sangue por motivos religiosos

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que pessoas podem continuar recusando transfusões de sangue por motivos religiosos, rejeitando um recurso do Conselho Federal de Medicina (CFM), que tentava reverter uma decisão anterior favorável às Testemunhas de Jeová. O julgamento ocorre no plenário virtual, com previsão de término para às 23h59 desta segunda-feira (18).

STF garante recusa por motivos religiosos

Os ministros que votaram contra o recurso do CFM incluem: Gilmar Mendes, Carmen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, André Mendonça e Dias Toffoli. A decisão tem efeito nacional e deve ser seguida por todos os tribunais.

Em setembro de 2024, o STF determinou que pessoas podem recusar tratamentos médicos por motivos religiosos. O direito se aplica, por exemplo, às Testemunhas de Jeová, que não aceitam transfusões de sangue, desde que a escolha seja clara, livre e informada.

Alternativas para quem recusa transfusão

A corte também determinou que, sempre que possível, médicos podem usar procedimentos alternativos que não envolvam transfusão, desde que haja chance de sucesso, concordância da equipe médica e decisão consciente do paciente. O CFM contestou a decisão, afirmando que o Supremo não explicou como proceder quando o paciente não pode dar consentimento ou enfrenta risco de morte.


Jovem Protesta após avó falecer pr recusar transfusão de sangue (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

As Testemunhas de Jeová recusam transfusões de sangue mesmo em situações de risco, o que obriga os profissionais de saúde a recorrer a alternativas, como cirurgias menos invasivas ou autotransfusão.

Cuidado médico e respeito à fé do paciente

O STF baseou sua decisão em dois casos: uma mulher de Maceió que recusou transfusão antes de uma cirurgia cardíaca e uma paciente do Amazonas que pediu ao SUS cobertura para uma cirurgia sem transfusão em outro estado.

No voto que rejeitou o recurso, o ministro Gilmar Mendes afirmou que as questões levantadas pelo CFM já haviam sido esclarecidas. Ele ressaltou que, em situações de risco de vida, o médico deve agir com cuidado e utilizar todos os procedimentos possíveis, respeitando a crença do paciente.

Casos de hepatite A apresentam aumento no Brasil

Nesta terça-feira (8), o Ministério da Saúde divulgou dados que demonstram uma alta de 54,5% no número de casos de hepatite A no Brasil em 2024, em especial entre os adultos jovens. A comparação foi feita com os dados do ano anterior, sendo que a taxa passou de 1,1 para 1,7 casos a cada 100 mil habitantes. De acordo com o boletim, a alta deriva do aumento de relações sexuais realizadas sem proteção.

Paralelamente, isso tem alterado o perfil de contaminação da infecção no país. Normalmente, a hepatite A era associada a crianças e baixo acesso a boas condições de saneamento básico. A queda entre crianças de 0 a 9 anos representa um valor de 99,9%, no período de 2014 a 2024. Segundo a divulgação, o baixo número de casos é atribuída à vacinação infantil contra a doença. Incluída no calendário infantil do SUS desde 2014, a primeira dose é aplicada em crianças de um ano de idade e vem alcançado altos índices de adesão à vacina.

Hepatite A e perfil e quadro clínico no Brasil

A hepatite A é uma doença infecciosa, causada pelo vírus HAV da hepatite. Entre os sintomas, temos a inflamação no fígado, fraqueza e febre e em casos mais graves a presença de urina escura e olhos e peles com tons amarelados. 


A vacinação contra hepatite A é fornecidade gratuitamente pelo SUS. (Foto: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)


Transmitida por via-fecal-oral tradicionalmente, a doença vem tendo aumento em casos de transmissão por via sexual desprotegida. De acordo com Mario Gonzalez, coordenador-geral de Vigilância das Hepatites Virais, o contato não é mais restrito somente a crianças, já que atualmente a doença ocorre mais frequentemente através dessa prática. 

O perfil registrado agora são de adultos entre 29 a 39 anos, com destaque para os homens que representam 69,2% dos diagnósticos realizados. 

Dados da doença 

Entre 2000 e 2024, o Brasil já contabilizou mais de 174 casos registrados da doença. Em resposta, o Ministério da Saúde disponibiliza a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no SUS (Sistema Único de Saúde). Oferecida em unidades específicas, é indicada como estratégia para combater as IST’s (infecções sexualmente transmissíveis), como o HIV e as hepatites virais.

O Ministério da Saúde vem reforçando a iniciativa desde maio de 2025, como forma de combater o avanço da doença. Entre as capitais de maiores incidências, temos Curitiba (PR); Campo Grande (MS) e Florianópolis (SC).