Aneel confirma bandeira amarela para as contas de dezembro

Nesta sexta-feira (28), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária aplicada às contas de luz em dezembro será a amarela, representando um custo adicional de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. O valor é inferior ao cobrado em novembro, onde foi aplicada a bandeira vermelha patamar 1.

Segundo a agência, a mudança aconteceu pelo período de chuvas e uma previsão de volumes de chuva mais elevados do que os registrados em novembro pela maior parte do país. Apesar disso, a Aneel destacou que as precipitações previstas ainda estão abaixo da média histórica para o mês de dezembro, o que mantém um cenário de alerta.

Condições de geração permitem redução da tarifa

A Aneel afirmou que, com a leve melhora nos reservatórios e o comportamento das bacias hidrográficas, a bandeira pode ser rebaixada.  Mesmo assim, o uso de usinas termelétricas, que tem um custo mais elevado do que outras formas de captar energia, continuará sendo necessário para atender à demanda energética do país. No Instagram oficial da Agência, a mudança da bandeira tarifária foi avisada por meio de um post.


Post oficial alertando da mudança de bandeira tarifária (Foto: reprodução/Instagram/@aneelgovbr)


A agência ressaltou que esta é a primeira vez desde 2019 que o patamar amarelo é acionado especificamente para o mês de dezembro. Em anos anteriores, o período do fim do ano era marcado por bandeiras pesadas ou pela vigência da bandeira de escassez hídrica, como ocorreu entre setembro de 2021 e abril de 2022 pelas condições críticas da ocasião.

Como funcionam as bandeiras tarifárias

O sistema de bandeiras tarifárias indica ao consumidor brasileiro, de forma prática, o custo da geração de energia em cada momento do ano. Ou seja, quando as hidrelétricas produzem menos e é necessário acionar termelétricas, a conta de luz fica mais cara. Por isso, as cores funcionam como um alerta de custo.

A bandeira verde significa que as condições estão favoráveis, e por isso não há nenhum acréscimo na conta de luz. Na amarela, o custo adicional de R$ 18,85 por MWh (equivalente a R$ 1,88 por 100 kWh); na vermelha patamar 1, temos um acréscimo de R$ 44,63 por MWh (R$ 4,46 por 100 kWh). Por fim, na vermelha patamar 2,  a cobrança é de R$ 78,77 por MWh (R$ 7,87 por 100 kWh).

A Aneel reforça que, mesmo com a redução, a operação do sistema ainda exige atenção, já que a dependência das termelétricas permanece. A agência disse que seguirá monitorando o comportamento das chuvas e das usinas ao longo de dezembro para determinar a sinalização tarifária dos próximos meses.

Conta de luz seguirá com bandeira vermelha patamar 1 em novembro, confirma Aneel

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (31) que a bandeira tarifária vermelha patamar 1 continuará em vigor no mês de novembro. A decisão foi tomada diante do baixo volume de chuvas, que afeta diretamente os níveis dos reservatórios das hidrelétricas responsáveis por boa parte da geração de energia no país.

Com isso, os consumidores pagarão um adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A medida reflete o aumento do custo de produção da energia, já que o cenário de estiagem obriga o acionamento de usinas termelétricas, que têm operação mais cara e poluente.

Estiagem mantém pressão sobre o sistema elétrico

Nos últimos meses, a Aneel tem ajustado as bandeiras tarifárias conforme as condições climáticas e o custo da geração de energia. Em agosto e setembro, o país enfrentou o período mais crítico do ano, com a bandeira vermelha patamar 2, que representava um adicional de R$ 7,87 por 100 kWh.

Com uma ligeira melhora nas condições de armazenamento dos reservatórios, o órgão reduziu a cobrança para o patamar 1 em outubro, que agora será mantido também em novembro. Segundo técnicos da Aneel, ainda não há previsão de retorno da bandeira verde, já que os níveis de chuvas continuam abaixo da média histórica em diversas regiões do Brasil.

A agência reforça que o cenário ainda exige cautela e uso consciente da energia elétrica, principalmente nos horários de pico, quando o sistema opera sob maior demanda.


Estiagem reduz a produção de energia no país (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)

Entenda o sistema de bandeiras tarifárias

O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, tem o objetivo de refletir os custos reais da geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). As bandeiras — verde, amarela e vermelha (patamares 1 e 2) — indicam ao consumidor o momento em que o custo de geração está mais alto, incentivando o uso racional da energia.

Na bandeira verde, não há acréscimo na conta de luz. Já na bandeira amarela, é aplicado um valor adicional moderado. Quando o cenário é mais crítico, entram em vigor as bandeiras vermelhas, com acréscimos maiores conforme o patamar.

A Aneel monitora mensalmente as condições de geração e pode alterar a cor da bandeira de acordo com o comportamento das chuvas, do consumo e da necessidade de uso de termelétricas.

Haddad confirma reunião entre Lula e Trump e classifica como positiva

Nesta segunda-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião por videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A videoconferência também deu continuidade ao diálogo iniciado entre os dois presidentes durante a Assembleia Geral da ONU, quando Lula e Trump manifestaram interesse em fortalecer a cooperação entre os dois países.

De acordo com interlocutores do governo, o tom da conversa foi cordial e produtivo, com foco na ampliação das relações comerciais e na busca por maior equilíbrio nas trocas econômicas. Haddad ressaltou que o encontro representou um passo importante para restabelecer a confiança diplomática entre Brasil e Estados Unidos, sinalizando uma fase de diálogo mais constante e menos marcada por divergências.

Haddad destaca tom cordial e avanço nas negociações comerciais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reunião entre Lula e Trump transcorreu em um ambiente de respeito e cooperação, marcado por trocas diretas e objetivas. Segundo ele, o diálogo abordou temas econômicos sensíveis, como as tarifas impostas recentemente por Washington a produtos brasileiros. Haddad destacou que parte dessas medidas já começou a ser revista, abrindo espaço para um entendimento comercial mais equilibrado.

Além disso, segundo o Presidente Trump, houve uma boa “química” entre Lula e ele.


Conversa de Lula com Trump foi "positiva", diz Haddad (Vídeo: reprodução/YouTube/CNNBrasil)

Próximos passos incluem nova rodada de diálogo em Washington

Após a reunião entre Lula e Trump, o ministro Fernando Haddad informou que novas conversas estão previstas para este mês, durante sua viagem a Washington para participar das reuniões do G20. O encontro presencial deve servir para aprofundar os temas tratados na videoconferência e consolidar medidas de cooperação econômica.

Haddad explicou que o governo brasileiro pretende aproveitar a oportunidade para discutir ajustes nas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos nacionais e propor um plano conjunto de incentivo ao comércio bilateral. Segundo ele, a disposição mostrada por ambos os líderes indicam um momento de reaproximação diplomática, com expectativa de resultados concretos a curto prazo.

O ministro reforçou que a reunião virtual foi apenas o início de uma agenda mais ampla de entendimento político e econômico entre Brasil e Estados Unidos. A intenção do governo, disse Haddad, é transformar o diálogo positivo em ações práticas que favoreçam a competitividade das exportações brasileiras e o fortalecimento das relações entre os dois países.

Trump volta a falar de taxação a filmes produzidos fora dos EUA

Nesta segunda-feira, dia 29 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação na rede social Truth Social confirmando que filmes produzidos fora do país receberão uma tarifa de 100%. Não é a primeira vez que Donald Trump traz o assunto para a mídia: em maio de 2025, o presidente dos EUA levantou a possibilidade dessa taxação.

A tarifa ainda não tem data nem informações de como ela será implementada. Caso a taxa de 100% seja efetivada, os EUA estarão, pela primeira vez, taxando um serviço: os outros tarifaços eram voltados a produtos brutos.

O recado de Trump

O presidente Donald Trump, no anúncio da tarifa a filmes produzidos fora dos Estados Unidos, também criticou o atual governador da Califórnia, Gavin Newsom. Trump chamou Newsom de “fraco e incopetente”; e deu a entender que a economia e a indústria cinematográfica do estado da Califórnia ficaram enfraquecidas por causa dos filmes feitos no exterior.

No pronunciamento feito, Trump afirmou:

Nosso negócio de produção cinematográfica foi roubado dos Estados Unidos da América por outros países, assim como roubar ‘doce de criança’. A Califórnia, com seu governador [Gavin Newsom] fraco e incompetente, foi particularmente atingida! Portanto, para resolver esse problema antigo e interminável, imporei uma tarifa de 100% sobre todo e qualquer filme produzido fora dos Estados Unidos. Obrigado pela atenção a este assunto.”

Donald Trump

Trump anuncia tarifaço para filmes estrangeiros (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNN Brasil Money)

O cinema americano e o exterior

Ao anunciar as tarifas, Trump visa resolver o problema de filmes não serem feitos nos Estados Unidos, para evitar a morte da indústria cinematográfica americana. Segundo Trump, outros países dão incentivos fiscais para os produtores americanos, para incentivar a rodagem de filmes no exterior. 

Porém, os cineastas americanos procuram locações no exterior por outras razões, como a variedade de cenários e paisagens. Países europeus, como: Itália, República Tcheca e Hungria, junto a países da Oceania, são utilizados com frequência. 

EUA aplicam tarifas sobre aço importado de 10 países, incluindo o Brasil

Na terça-feira (26), o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou a aplicação de tarifas antidumping dos EUA contra o Brasil e outros nove países nas importações de aço resistente à corrosão. A medida segue investigação que identificou práticas comerciais consideradas desleais e tem como objetivo proteger o setor siderúrgico norte-americano.

A aplicação da tarifa

As importações afetadas chegam a cerca de US$ 2,9 bilhões, equivalentes a aproximadamente R$ 15,75 bilhões na cotação atual. Além do Brasil, a decisão abrange Austrália, Canadá, México, Holanda, África do Sul, Taiwan, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Vietnã. Além disso, o Departamento de Comércio apontou que o aço Core desses países estava sendo vendido abaixo do preço de mercado ou recebendo subsídios indevidos.

O aço resistente à corrosão é amplamente usado na produção de automóveis, eletrodomésticos, equipamentos industriais e construções civis. Por isso, a aplicação das tarifas busca garantir que empresas e trabalhadores americanos compitam em condições justas. William Kimmitt, subsecretário de Comércio Internacional, afirmou: “Empresas e trabalhadores dos EUA merecem competir em igualdade de condições.”


EUA analisam possível aplicação de tarifas antidumping contra siderúrgicas brasileiras (Vídeo: reprodução/YouTube/BM&C NEWS)

Próximos passos e efeitos das tarifas antidumping dos EUA contra o Brasil

A Comissão de Comércio Internacional (ITC) agora fará uma análise sobre possíveis prejuízos ao setor siderúrgico dos EUA. Caso a ITC confirme impactos negativos, o Departamento de Comércio em seguida emitirá oficialmente as tarifas antidumping (AD) e compensatórias (CVD). Além disso, especialistas alertam que a decisão também pode refletir no comércio global, levando países exportadores a revisar preços e práticas comerciais.

No caso do Brasil, o setor siderúrgico já avalia alternativas para minimizar impactos sobre exportações e, assim, manter a competitividade internacional. Portanto, as tarifas antidumping dos EUA contra o Brasil não apenas protegem a indústria americana, mas também podem influenciar negociações e preços no mercado mundial.

De forma adicional, analistas reforçam que a medida pode gerar debates sobre acordos comerciais e, consequentemente, revisões tarifárias futuras, afetando políticas de comércio exterior de diversos países. Em resumo, a ação destaca a importância de acompanhar políticas comerciais e compreender seus efeitos sobre o comércio brasileiro.

Lula tem reunião com Alckmin para ajustar plano de contingência contra tarifaço

Nesta segunda-feira (11) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O encontro deve servir para ajustar os pontos finais do plano de contingência destinado a reduzir os efeitos das tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil. 

A expectativa é que as ações sejam divulgadas ainda nesta segunda-feira. Antes, a estimativa era de que o anúncio acontecesse até na terça-feira.

Encontro de hoje

Entre as medidas estudadas estão a oferta de linhas de crédito para empresas afetadas pelas sanções dos Estados Unidos, destinadas a financiar investimentos e capital de giro. A prorrogação por até dois meses do prazo para pagamento de tributos e contribuições federais, iniciativa semelhante a do Planalto durante a pandemia, além da realização de compras públicas de produtos perecíveis. O problema é especialmente sobre estoques de alimentos como peixes, frutas e mel, que estão parados desde o anúncio feito pelo presidente americano, Donald Trump.


Reunião marcada hoje deve finalizar o plano contra as tarifas de Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O encontro no Palácio do Planalto está previsto para às 17h. Integrantes do governo informaram que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros ministros também devem participar.

Segundo Geraldo Alckmin, alguns setores geram maior preocupação, como o de café, carne e, principalmente, o de máquinas, incluindo motores e equipamentos. Ele destacou que enquanto produtos considerados commodities podem ser direcionados com mais facilidade para outros mercados, a indústria possui características mais específicas, o que torna esse redirecionamento mais difícil.

Cancelamento de compromissos

No fim de semana, Alckmin cumpriu compromissos em São Paulo, mas decidiu cancelar a agenda que teria nesta segunda-feira na capital paulista e antecipou o retorno a Brasília.

Pela manhã, ele estava previsto para participar do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio. Já à tarde, compareceria ao lançamento do Programa de Qualificação para Exportação, iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações.

Trump Justifica tarifaço como medida por “Violações de Direitos Humanos” e Perseguição Política

Em 30 de julho, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que estabelece uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. A medida entra em vigor em 6 de agosto, mas inclui diversas exceções, como aeronaves civis, suco de laranja, petróleo, veículos, peças automotivas, fertilizantes e produtos energéticos. Segundo a Casa Branca, essa ação é uma resposta a atitudes do governo brasileiro que, na visão americana, representam uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.

O decreto foi motivado por preocupações com violações de direitos humanos e restrições à liberdade de expressão no Brasil, especialmente relacionadas ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. A Casa Branca acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de liderar ações de perseguição política, censura e intimidação, inclusive contra empresas americanas que operam no Brasil. Há relatos de multas, bloqueios de ativos e ameaças judiciais contra essas companhias por não cumprirem ordens judiciais brasileiras.

Sanções por violações à liberdade de expressão e o bloqueio de vistos a ministros do STF

O caso do blogueiro Paulo Figueiredo, residente nos EUA e alvo de processo no Brasil por declarações feitas em território americano, foi citado como exemplo de violação à liberdade de expressão. Em resposta, Trump também ordenou o bloqueio de vistos de ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, Barroso, Fachin, Toffoli, Zanin, Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, além do procurador-geral Paulo Gonet. Ministros como André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram fora da sanção.


Matéria sobre a tarifa de 50% de produtos importados do Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Tentativas de negociação fracassam

Apesar das tentativas do governo brasileiro de negociar, incluindo esforços do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Fernando Haddad, as conversas não avançaram. Lula demonstrou disposição para dialogar diretamente com Trump, mas criticou a falta de abertura do republicano. Especialistas apontam falhas nos canais diplomáticos entre os dois países, dificultando a resolução do impasse.

Produtos estratégicos brasileiros ficam fora da nova tarifa de importação dos EUA

Apesar da imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros — somando-se aos 10% já anunciados anteriormente — o decreto assinado por Donald Trump em 30 de julho de 2025 inclui uma série de exceções. Esses itens, listados abaixo, não serão afetados pela nova alíquota e representam setores estratégicos da economia brasileira.

Entre os principais produtos excluídos da taxação estão aeronaves civis e seus componentes, como motores, peças, sistemas elétricos e simuladores de voo. Também foram poupados veículos de passageiros, como sedans, SUVs, vans e caminhões leves, além de suas peças e acessórios.

O setor agrícola teve alívio com a isenção de fertilizantes, suco e polpa de laranja, castanha-do-brasil e produtos de madeira tropical, como celulose e fibras naturais. No campo industrial, ficaram de fora produtos derivados de ferro, aço, alumínio e cobre, incluindo itens semiacabados e componentes usados em processos industriais.


Carta de Trump divulgada no site da Casa Branca (Foto: reprodução/site whitehouse)

      Também foram excluídos metais e minerais específicos, como silício, ferro-gusa, alumina, estanho, ouro, prata, ferroníquel e ferronióbio. O setor energético foi amplamente protegido, com a isenção de carvão, gás natural, petróleo e seus derivados, como querosene, óleos lubrificantes, parafina e energia elétrica.

      Preço da carne dispara nos EUA após tarifa de 50% sobre produto brasileiro

      Na terça-feira (29), nos Estados Unidos, foi anunciado que a carne bovina brasileira será taxada em 50%, decisão que tem causado impacto imediato nos preços do produto em território americano. A mudança ocorre em meio à redução do rebanho de gado no país e à crescente demanda por proteínas. O efeito tem sido percebido por consumidores e exportadores, com a possibilidade de perdas de até US$ 1 bilhão para a indústria brasileira, conforme alertado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

      De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o número de gado e vacas de corte no país está 1% abaixo dos níveis de 2023, o menor registrado em 25 anos. Essa redução na oferta interna, aliada à nova tarifa sobre a carne brasileira — principal fornecedora do produto — tem impulsionado a inflação da carne bovina. Só no mês de julho, o preço da carne moída subiu 3%, segundo relatório do Itaú BBA.

      Inflação da carne preocupa mercado americano

      Desde janeiro, a carne bovina acumula uma alta de quase 9% nos supermercados dos EUA, com a libra sendo vendida a US$ 9,26. Em junho, o índice de preços ao consumidor indicou um aumento de 12,4% nos bifes e 10,3% na carne moída em comparação ao mesmo mês de 2024. Esse cenário levou analistas a preverem uma continuidade da pressão inflacionária nos próximos meses.


      Caso gripe aviária (Foto: reprodução/AFP Evaristo SA/Getty Images Embed)


      A CNN chegou a comparar o impacto atual com o registrado no mercado de ovos em 2024, quando a gripe aviária elevou os preços e limitou o acesso à proteína.

      Exportadores brasileiros tentam reverter a taxação

      O setor brasileiro de carnes, liderado por empresas como JBS e Marfrig, tenta barrar a tarifa de 50% por meio de negociações com parlamentares norte-americanos. Durante evento ao vivo, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que articulações diplomáticas estão sendo conduzidas para proteger as exportações brasileiras. Caso a medida se mantenha, os prejuízos poderão afetar diretamente a economia do país, que tem os EUA como seu segundo maior comprador de carne, atrás apenas da China.

      O momento é de tensão entre os dois mercados, enquanto os consumidores americanos convivem com o encarecimento dos alimentos e os produtores brasileiros aguardam uma possível revisão da medida.

      Trump pressiona China por acordo e dá prazo final para resolver disputa tarifária

      Negociadores de alto escalão dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira (28), em Estocolmo, na Suécia, para discutir uma possível solução para a disputa comercial que opõe as duas potências há meses. O encontro marca uma nova tentativa de avançar nas conversas que vinham sendo conduzidas em cidades como Genebra e Londres, mas que ainda não resultaram em avanços concretos.

      As tensões entre os países têm gerado impactos nas cadeias globais de suprimentos, com tarifas que ultrapassam 100% em alguns setores. Em junho, Washington e Pequim chegaram a um acordo preliminar para conter a escalada, mas sem resolver as divergências mais profundas. Agora, os Estados Unidos esperam fechar um entendimento definitivo até 12 de agosto, data apontada pelo governo do presidente Donald Trump como decisiva para evitar novas sanções.

      Pressão por acordo cresce em meio a incertezas

      A comitiva americana é composta por representantes do alto escalão econômico, enquanto o vice-primeiro-ministro He Lifeng chefia a delegação chinesa. A retomada das negociações ocorre em paralelo a outro esforço diplomático: neste domingo (27), Trump se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia, para discutir um acordo com a União Europeia que pode incluir tarifas básicas de até 15%.

      Embora representantes dos dois países evitem revelar detalhes das conversas, o presidente Donald Trump declarou que “há uma boa chance” de firmar um acordo com a China nas próximas semanas, sinalizando disposição para avançar nas negociações. Especialistas, porém, mantêm uma postura cautelosa, destacando que os principais obstáculos ainda giram em torno de questões tecnológicas e do modelo econômico chinês voltado à exportação.


      Negociações tarifárias entre Estados Unidos e China avançam em busca de acordo comercial (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)

      Tensões comerciais persistem apesar dos esforços de diálogo

      Além das tarifas, as negociações também focam em barreiras comerciais não tarifárias, como restrições de acesso a mercados e políticas de subsídios que, segundo os Estados Unidos, prejudicam a concorrência justa. Pequim, por sua vez, reivindica que as medidas americanas em setores estratégicos de tecnologia são uma forma de conter o crescimento chinês e proteger interesses geopolíticos.

      Outro ponto sensível é a questão das cadeias globais de suprimentos, que sofreram interrupções significativas nos últimos anos devido às tarifas e à pandemia. Empresas de ambos os países enfrentam custos elevados e dificuldades para planejar investimentos em meio à instabilidade comercial. Por isso, a expectativa é que um acordo sólido ajude a restaurar a confiança dos mercados e minimize os riscos para o comércio mundial.

      Por fim, apesar das tensões persistentes, analistas destacam que a retomada das negociações representa um passo importante para evitar uma guerra comercial mais profunda, que poderia desacelerar o crescimento econômico global. A atenção está voltada para as próximas semanas, quando o governo Trump deverá definir se mantém ou flexibiliza a linha dura adotada até aqui.

      EUA impõem tarifa de 50% ao Brasil em 1º de agosto, sem adiamento

      A cobrança da tarifa de 50% sobre os produtos importados pelos americanos vigora em 1º de agosto. A confirmação foi feita pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, neste domingo (27), em entrevista ao programa Fox News Sunday, acrescentando que o adiamento está descartado no momento.

      Agronegócio, Indústria e Comércio são os setores que movem o país e estão em rota de colisão com a tarifa de Trump. É esse o cenário que se apresenta no momento. Segundo Lutnick, apesar de o presidente americano poder abrir diálogos com as grandes economias, o desfecho final pode não ser o esperado.

      “Depois do dia 1º, ainda será possível conversar com o presidente Trump. Ele sempre escuta. Mas se será convencido, é outra história”, afirmou.


      Presidente Donald Trump( Foto: reprodução/Instagram/@whitehsouse)

      As motivações de Trump contra o Brasil

      Em 9 de julho, Donald Trump enviou um comunicado ao governo brasileiro anunciando a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados do Brasil para os EUA. A justificativa inicial foi a alegação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política e seria réu no Supremo Tribunal Federal do Brasil por tentativa de golpe de Estado. Outra insatisfação de Trump com o Brasil refere-se às práticas comerciais brasileiras, que ele considera desleais, citando o sistema de pagamentos instantâneos Pix, sobre o qual está aberta investigação.

      Recentemente, o Supremo Tribunal Federal também foi alvo de Trump, principalmente, o ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e pessoas próximas do magistrado tiveram os vistos revogados.

      Brasil quer dialogar

      O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declaração, na última sexta-feira (25), que está disposto a negociar com o presidente americano, pois ele foi levado a acreditar em informações falsas. Para chegar a um acordo entre os governos, as ações diplomáticas estão sendo conduzidas pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin, com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, as autoridades brasileiras e de confiança do presidente Lula para desfazer o nó tarifário com os Estados dessa ação Unidos, Além disso, o governo brasileiro criou um comitê que vai discutir os efeitos do impacto da taxação com representantes do setor produtivo do país.