Lauana Prado relata assédio de artista famoso em camarim

A cantora Lauana Prado desabafou sobre um episódio em sua carreira que trouxe um trauma muito profundo. Durante uma visita ao camarim de um artista famoso, a cantora foi vítima de assédio. Lauana já havia revelado ser bissexual. Segundo a cantora, o famoso estava bêbado e tentou beijá-la: “Uma situação num camarim me traumatizou. Eu estava com alguns artistas, e um deles, de quem eu era muito fã, estava bêbado. Tentou me beijar e dizia que não era possível eu querer namorar uma mulher. Isso aconteceu há alguns anos, mas é aquela história de ‘não conheça seus ídolos‘”, relembrou a cantora.

Nova fase pessoal

A cantora Lauana teve muita cautela ao revelar sua sexualidade: “Quando tive minha primeira namorada e quis falar sobre isso, eu já estava inserida no meio artístico. Havia aquele pensamento: ‘E se não contratarem mais os meus shows?’. Mas eu não queria expor minha sexualidade para virar o assunto do momento. Tinha a ver com ser honesta comigo mesma e com quem me acompanha. Não queria mascarar um estilo de vida. O empoderamento também passa por aí: por ser uma mulher independente, que banca suas escolhas batalhando pela carreira. Por isso, eu disse: ‘Vou pagar o preço’. A sociedade precisa caminhar afirma ela, no Mês do Orgulho LGBTQIA+.”

Após o relato, a aceitação entre os fãs e os contratantes foi melhor do que Lauana imaginava. A relação da artista com a influenciadora Tati Dias tem até torcida. No último dia 18 de junho, elas anunciaram que estão noivas. Nas redes sociais, o casal mostrou que o pedido aconteceu durante um piquenique na praia.

“Por enquanto, eu moro na minha casa e Tati, na dela. Ficamos juntas sempre que possível. E ambas amam essa ideia de construir uma família. Estamos numa fase ótima, fazendo com que as distâncias sejam cada vez menores.”


Lauana está com agenda repleta de shows neste mês junino (reprodução/Instagram/@lauanaprado)

Novidades na carreira

Entre as novidades, Lauana lançou recentemente um novo projeto audiovisual com regravações de seus maiores hits e músicas inéditas. O DVD, gravado ao vivo, conta com participações especiais e promete emocionar os fãs.

A cantora também anunciou uma nova turnê nacional, com apresentações confirmadas em capitais como São Paulo, Salvador e Brasília.

Lauana é um dos principais nomes do sertanejo atual. Iniciou sua trajetória cantando em bares e pequenos eventos, até conquistar espaço nas grandes plataformas e palcos do país. Seu estilo mistura romantismo com autenticidade e atitude.

Com sucessos como “Cobaia”, “Você Humilha” e “Whisky Vagabundo”, a artista ultrapassou a marca de 1 bilhão de streams e já foi indicada ao Grammy Latino. E luana não para está sempre em busca de fazer história na musica sertaneja.

Cíntia Chagas leiloa vestido de noiva por R$ 22 mil e doa o valor arrecadado

A influenciadora Cíntia Chagas decidiu leiloar seu vestido de noiva utilizado em seu último casamento onde passou por momentos de violência doméstica.

Através de um anúncio nessa quinta-feira (24/4), Cíntia anunciou que o vestido foi arrematado por R$ 22 mil reais e que esse valor será doado para a ONG chamada “Projeto Justiceiras”, que apoia e auxilia vítimas de violência doméstica.

Desabafo emocionante sobre violência doméstica


Publicação feita por Cíntia Chagas em seu perfil no Instagram (Reprodução/Instagram/@cintiachagass)


Na mesma publicação onde menciona o leilão e o sucesso do evento, a influenciadora desabafa sobre os momentos difíceis que viveu ao lado do ex-marido com um longo e emocionante texto:

Nós apenas erramos. Erramos ao confundir violência com virilidade, proteção e amor. Permanecemos porque queríamos um homem ‘mais homem’ do que nós; permanecemos porque acreditávamos na reiterada promessa de mudança”
Cíntia Chagas

Ainda segundo Cíntia, o dinheiro doado irá ajudar mulheres que estão em situações financeiras difíceis, que não conseguem manter uma família, sozinhas, ou sair de um relacionamento abusivo.

Caso segue em segredo de justiça após denúncia contra ex-marido

Depois de um relacionamento de pouco mais de dois anos, Cíntia se casou com o deputado estadual Lucas Bove (PL). Após três meses de casamento, a influenciadora registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica e psicológica contra o ex-marido.

De acordo com o Portal G1, o registro do boletim aconteceu no início de setembro onde Cíntia cita que as agressões aconteceram desde o início do relacionamento. O caso segue em segredo de justiça.

Cíntia conseguiu da justiça uma medida protetiva contra Lucas, que ficou proibido de se aproximar tanto da ex-esposa, quanto de familiares além da proibição de frequentar os mesmos lugares sob a pena de prisão preventiva.

Poucos dias depois, a defesa da influenciadora entrou com um pedido de prisão contra Lucas Bove por, segundo defesa, descumprimento das medidas cautelares.

Violência doméstica: MP pede aumento de pena para DJ Ivis

Ministério Público do Ceará fez, nesta semana, pedido de aumento de pena ao recém condenado DJ Ivis. O músico e compositor foi alvo de duas denúncias de agressão e violência doméstica contra sua ex-esposa, a influenciadora Pâmela Holanda.

Iverson de Souza Araújo recebeu a condenação em 6 de março deste ano a cumprir pena de prisão de oito meses e oito dias. Porém, a pena pode ser maior, caso a juíza acate o pedido feito pelo órgão de acusação.

A promotoria entende que a pena não é proporcional à gravidade dos crimes pelo DJ Ivis, que envolvem ameaça com uma faca, violência doméstica, psicológica e física contra sua ex-esposa. Foi a ela 2ª Procuradoria de Justiça do Município de Eusébio quem apresentou o pedido de aumento de pena.

Recentemente, Ivis e Pâmela apareceram nas redes socais em eventos familiares, mas entendimento de instâncias de justiça em outros casos diz que a responsabilidade criminal ocorre independente da relação atual entre os envolvidos.

No começo do mês, Ivis e Pâmella apareceram publicamente nas redes em comemoração de aniversário de quatro anos da filha dos dois, Mel Holanda. Eles chegaram a compartilhar o momento nas redes sociais.

Relembre o caso

No ano de 2021, Pâmella Holanda denunciou seu companheiro por agressão. As denúncias ocorreram depois que ela postou vídeo nas redes sociais. Ivis aparecia em algumas das imagens em cenas de agressões físicas e tensão, na frente de Mel, filha do casal que na época tinha somente nove meses.

A vítima também sofreu ameaça com uma faca, fato esse que se tornou agravante do caso e levou à decretação de prisão ao Ivis naquela época. Entretanto, o músico ficou preso por três meses e aguardou julgamento em liberdade desde outubro daquele ano.

Algum tempo depois, em vídeo, Ivis chegou a se declarar publicamente culpado pelas agressões. “Eu errei, assumo meu erro”, declarou o cantor em suas redes sociais. Para o Ministério Público, o reconhecimento público não o isenta de sofrer responsabilização pelos seus atos e defende que a pena deve ser proporcional aos seus atos.

Grande repercussão na época

As imagens e denúncias feitas por Pâmela na época repercutiram por todo o país. Na época, várias figuras públicas ficaram horrorizadas pelas cenas de violência. Erika Hilton, atualmente deputada federal, condenou como chocante as imagens da denúncia feita pela influencer na época.


Erika Hilton apontou na época que Ivis estava ganhando seguidores após as denúncias (Reprodução X/@ErikaHilton)

Dados e informação sobre violência doméstica no Brasil

Episódios de violência doméstica fazem parte de cruel estatística em nosso país. Conforme a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a mulher (2023), 3 em cada 10 brasileiras já sofreram com agressões no lar. Os dados são coletados e divulgados bi-anualmente pelo Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) e Instituto Data Senado.


Campanha: “em briga de marido e mulher, a gente salva a mulher” (Reprodução X/@maisbrasil)

Violência contra a mulher é crime e desde 2025 o Governo mantém serviço que atende mulheres em situação de vulnerabilidade. O número para denúncia propicia acolhimento das mulheres que sofrem agressões e está disponível sem custo 24 horas por dia. Caso conheça alguém que esteja passando por situação parecida, saiba que elas não estão sozinhas. Então, Disque 180 e denuncie!

Câmara aprova projeto que eleva pena mínima de feminicídio para 20 anos de prisão

Nesta quarta-feira (11), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei para o aumento da pena em feminicídio e crimes cometidos contra a mulher. A lei atual prevê detenção mínima de 12 anos e 30. Com a nova proposta, os condenados pelo assassinato de mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero passarão a cumprir penas entre 20 e 40 anos em regime fechado. Texto aguarda sanção do Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT). O projeto também prevê aumento da punição em casos específicos.

Agravantes ao feminicídio

O texto prevê aumento da pena em 1/3 caso a vítima estivesse grávida ou nos três meses subsequentes ao parto. O agravante também se aplica quando as vítimas forem menores de 14 anos ou maiores de 60.

A pena também será acrescida de 1/3 caso o crime seja presenciado pelos filhos ou pais da vítima. No caso de réu primário, também há mudanças.

A lei atual permite 50% da pena em regime fechado e mudança para o semi-aberto. Agora será necessário cumprir 55% e o projeto impede o criminoso de pedir a liberdade condicional. Segundo a relatora, deputada Gisela Simona (União – MT), o projeto transforma o feminicídio em um crime autônomo ao homicídio. Dessa forma a identificação do crime se torna mais clara, evitando que as autoridades classifiquem assassinatos de mulheres, por razões da condição do sexo feminino, como simples homicídio.

Entre os agravantes com aumento de pena do criminoso também estão emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio cruel, assim como traição, emboscada, dissimulação ou recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima e o emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.


Entenda o que muda com a aprovação do projeto de lei (vídeo: reprodução/ YouTube/ Band Jornalismo)

Violência doméstica também tem pena aumentada

A matéria também aumenta a pena para o crime de violência doméstica. Hoje a pena é de três meses a três anos de reclusão. Com a sanção do projeto, a punição passará para dois a cinco anos de prisão.

Caso a violência doméstica seja praticada contra a mulher, a lei atual prevê 1 a 4 anos de reclusão. A proposta é o aumento para 2 e 5 anos, respectivamente.

O texto também prevê o dobro da pena para crimes cometidos contra a mulher em razão de ela ser mulher. O projeto também aumenta pena do condenado pela Lei Maria da Penha que descumprir medida protetiva e se aproximar da vítima.

Ex-primeira-dama Argentina revela agressões e ameaças de Alberto Fernández

A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yañez, quebrou o silêncio e revelou em entrevista ao site “Infobae”, os abusos que sofreu durante seu relacionamento com o ex-presidente Alberto Fernández.

Yañez, que denunciou o ex-companheiro na última terça-feira (6), afirmou que foi vítima de violência física e de “terrorismo psicológico” durante o mandato presidencial de Fernández, que governou o país entre 2019 e 2023.


Alberto Fernández assumindo como presidente na Assembleia Legislativa
(Foto: reprodução/Juan Mabromata/BDF)

Denúncia de violência física e psicológica

Yañez revelou que sofreu constantes ameaças por telefone, nas quais o ex-presidente dizia que se suicidaria caso ela tomasse certas atitudes. “Essa pessoa ficou dois meses me ameaçando dia sim, dia não“, contou a ex-primeira-dama.

Além das ameaças, Fabiola compartilhou imagens que mostram hematomas em seu rosto e braços, resultado das agressões físicas que teria sofrido durante o relacionamento.

As denúncias vieram à tona durante uma investigação judicial sobre corrupção, que revelou diálogos entre Yañez e a ex-secretária do presidente, María Cantero. Nesses diálogos, Fabiola detalha os episódios de violência que sofreu, incluindo agressões ocorridas durante a gravidez de seu filho, Francisco, em 2022.


Fabiola Yañez, ex-primeira-dama da Argentina, aparece com hematomas pelo corpo após supostas agressões de Alberto Fernández (Foto: reprodução/Infobae)

Repercussão e medidas judiciais

Após a denúncia, a Justiça argentina tomou medidas de proteção para Fabiola Yañez, incluindo uma ordem de restrição que impede Fernández de se aproximar dela ou sair do país. O ex-presidente nega as acusações e afirma que apresentará provas para comprovar sua inocência.

Fabiola Yañez, também expressou sua preocupação com o impacto das revelações em seu filho e lamentou que a situação tenha vindo a público por meio de um processo judicial paralelo.

Eu nunca teria feito algo assim porque nunca ia querer expor meu filho“, disse Yañez, acrescentando que a violência contra as mulheres é uma das questões mais repreensíveis que existem.

Contexto e investigação de corrupção

As acusações contra Alberto Fernández surgiram no contexto de uma investigação maior, que apura possíveis atos de corrupção durante seu mandato. Durante a análise do celular da ex-secretária presidencial, foram encontrados os diálogos que levaram à abertura do processo de violência doméstica.


Fabiola Yañez em troca de mensagens com possível agressor, o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández (Foto: Reprodução/Infobae)

Fabiola Yañez, que atualmente reside em Madri com seu filho, trocou sua defesa e deve prestar depoimento em breve. Apesar das tentativas de encerrar o caso, as novas evidências trouxeram à tona a necessidade de uma investigação mais profunda.

Enquanto isso, a sociedade argentina acompanha de perto o desenrolar dos acontecimentos, que colocam em questão a imagem do ex-presidente e levantam debates sobre violência contra mulher no país.

Mel B estuda para oferecer suporte a mulheres vítimas de violência

A cantora e compositora Melanie Brown, também conhecida como Mel B, de 49 anos de idade, é uma das ex-integrantes da girlband inglesa Spice Girls. Recentemente, através de suas redes sociais revelou, em um post no instagram publicado na segunda-feira (8), que acabou de terminar um curso na Leeds Beckett University. Ela afirmou que está estudando mais ainda, com o objetivo de ajudar mulheres que foram vítimas de violência doméstica. A artista deu mais detalhes sobre seu propósito e intenções, além de ter compartilhado sobre sua própria experiência de violência e abuso. 

Pronta para um doutorado

Mel B afirma que fez a faculdade para estudar e entender quais os cuidados de trauma e disse que depois de ela mesma experimentar trauma em muitos níveis, queria realmente estudá-los e analisá-los profundamente em todos os níveis possíveis, para poder ajudar outras pessoas com isso. “O meu trabalho com Women’s Aid (ONG dedicada ao apoio de mulheres e crianças vítimas de violência doméstica) é tão importante para mim”, disse ela.


Post nas redes sociais da artista (Foto: reprodução/Instagram/@officialmelb)

“Falo com milhares de sobreviventes, mulheres que vão contar seus traumas de abusos em relacionamentos, que eu queria poder fazer mais isto tem sido tão intenso (…) Além de ter que me fazer reviver traumas também”, completou Mel B, que concluiu o curso e quer se formar doutora. “Estou tão honrada e orgulhosa por ter conseguido. Terminei o meu curso e vou fazer doutorado!!!!!!!! Ninguém acreditou que eu poderia fazer este curso, me jogar nele, não desistir, mas estou tão orgulhosa”. Ela finalizou o post dizendo que quer ajudar muitas outras mulheres, apoiar as sobreviventes de violência e acabar com o abuso doméstico junto delas.

Caso de violência doméstica

A própria Mel B já sofreu abusos dentro de casa. A cantora foi casada de 2007 a 2017 com o produtor de cinema Stephen Belafonte, e ela acusou o ex-marido de violência doméstica sofrida durante todos os anos do relacionamento.

No programa Newsnight da BBC no ano passado, Melanie chegou a falar mais detalhadamente sobre o caso. “Eu fiquei nisso por dez anos, eu era muito boa em esconder coisas“, contou na entrevista. Ela também falou sobre como lamentava que a filha tenha visto as agressões. “Estou acostumada a ouvir o que vestir de maneira tão agressiva que nem pensava nessas coisas. Não tinha permissão para dirigir, então agora tenho que reaprender tudo de novo”, disse a artista à BBC. Mel B também falou sobre o medo de não ser levada a sério pela polícia, o que a fez nunca ter denunciado Belafonte quando tudo acontecia.

Estratégia jurídica de desqualificar mulheres vítimas de violência é invalidada pelo STF

Nesta quinta-feira (23), os magistrados do Supremo Tribunal Federal puseram fim a uma prática comum em julgamentos de crimes de violência contra a mulher: desqualificar e culpar as vítimas. A decisão vai abranger crimes sexuais, a lei Maria da Penha e violência de gênero.

“O que se pretende aqui é não permitir que, por interpretações que são dadas aos dispositivos legais, haja alguma abertura para que o próprio estado-juiz e o estado que faz a investigação revitimizem a mulher.”

Cármen Lúcia

O constrangimento começa nas delegacias

De acordo com a relatora, quando as vítimas vão à delegacia para fazerem a denúncia, são questionadas se não fizeram por merecer aquele ato de violência. Para ela, explorar a vida íntima e comportamento da vítima, no intuito de defender o agressor em crimes sexuais, viola a Constituição. Cármen Lúcia enfatizou que os procedimentos na justiça podem ser anulados, se as autoridades ou partes dos processos insistirem na prática.


Cármen Lúcia, ministra do STF (Foto: Reprodução/Andressa Anholete/AFP/Getty Images Embed)


Enquanto relatora e mulher, a ministra falou de sua própria luta pela igualdade. Segundo ela, o direito à igualdade deveria se transformar em prática social através da educação.

“Eu continuo tendo que provar que eu não pareço igual. que, para os fins profissionais, de atuação na sociedade, de ter o mesmo reconhecimento, eu sou igual. Somos diferentes fisicamente, fisiologicamente, psiquicamente, mas o direito de ser igual na dignidade de homens e mulheres há de ser preservado.

Cármen Lúcia

A magistrada enfatizou que a forma mais fácil de fragilizar o ser humano é o medo. O modelo atual gera o medo da vítima ao agressor e à instituição. A postura das autoridades revitimizam e intimidam as mulheres.


É inconstitucional desqualificar mulheres vítimas de violência (Foto: reprodução/Instagram/@stfemfoco)


PGR questiona tratamento dado pelo Poder Público às vítimas de crimes sexuais

A ação da Procuradoria Geral da República apresentada ao STF, no ano passado, espera, em primeiro lugar, que em processos de crimes contra a mulher, o pessoal da defesa seja proibido de mencionar detalhes de relacionamentos amorosos da vítima. Em segundo lugar, que o juiz seja obrigado a repudiar esse comportamento, penalizando os autores; do contrário, ele mesmo possa ser penalizado. Por fim, que informações da vida íntima da vítima não sejam usadas para fixar penas mais brandas para o autor do crime.

Talibã retoma apedrejamento de mulheres após retorno ao poder no Afeganistão

O Talibã anunciou recentemente a retomada de punições públicas de mulheres, como apedrejamento e açoite até a morte. 

Em entrevista à BBC de Londres, Safia Arefi, diretora da organização afegã Women’s Window of Hope, falou sobre a solidão da mulher no país, que não têm apoio nenhum para se proteger das acusações e punições cruéis do governo, enquanto a comunidade internacional permanece em silêncio das violações dos direitos humanos. Ela também afirmou que o anúncio do retorno das penas condena as mulheres afegãs a reviver os dias sombrios do regime talibã nos anos 1990.


Hibatullah Akhundzada (Foto: reprodução/MOHD RASFAN/AFP via Getty Images embed)


O líder Supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, se pronunciou ao anunciar a medida, que pode ser vista como uma interpretação da Lei Sharia (conhecida por punições extremamente severas)

 “Vocês podem chamar de violação dos direitos das mulheres o fato de apedrejá-las ou açoitá-las publicamente por cometerem adultério, porque isso entra em conflito com seus princípios democráticos, [Mas] eu represento Alá, e vocês representam Satanás.” Declarou Hibatullah Akhundzada.

Só no ano passado, segundo uma pesquisa do grupo Afghan Witness, 417 açoites e execuções públicas, sendo 57 delas de mulheres, foram realizadas com liberação dos juízes nomeados pelo Talibã, com a justificativa de “combater influências ocidentais”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condena esse tipo de punição.

Direitos femininos

Desde o retorno do grupo ao poder do Afeganistão, os direitos das mulheres vivem em regressão comparado a tudo que foi conquistado nos 20 anos anteriores, onde tropas dos Estados Unidos protegiam o território. Elas já não podem viajar desacompanhadas de um homem ou andar sozinhas. E ao sair, devem estar devidamente vestidas com uma burca, onde apenas os olhos são levemente visíveis, cobertos por uma rede para enxergar, enquanto todas as outras partes do corpo são envolvidas com tecido que não marca nenhuma forma.

Trabalhar e estudar também é impensável para pessoas do sexo feminino, até salões de beleza, espaço de liberdade e socialização foram fechados. Hoje, o índice de suicídio delas é altíssimo, por não visualizarem um caminho para a liberdade. Com dados segregados pelo governo que proíbe pessoas da saúde de divulgar estatísticas recentes, o que se sabe foi vazado pelos próprios profissionais de forma clandestina.

Em live, Ana Hickmann chora ao relembrar relacionamento abusivo

Após se separar do ex-marido Alexandre Correa, em novembro de 2023, a apresentadora Ana Hickmann começou a fazer uma série de lives em seu Instagram para falar sobre violência doméstica e os direitos das mulheres que passam por essa situação.

A última live, ocorrida na última sexta-feira (15), contou com a participação da desembargadora Kenarik Boujikian e a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Ana Cristina.


Ana Hickmann falando sobre a violência contra mulher (Vídeo: reprodução/Instagram/@ahickmann)


Momento que Ana Hickmann se emociona

No final da live, Ana Hickmann não conteve as lágrimas. A coordenadora Ana Cristina parabenizou a apresentadora por não ter se calado e ter denunciado a violência que sofreu. A desembargadora Kenarik também abordou esse assunto e deixou uma frase marcante: “Tem que falar”.

Ana contou que a palavra vergonha é algo que todas sentem quando passam por violência e se deparam com aquilo. Ela também explicou quais são os tipos de violência: violência emocional, violência patrimonial, violência processual e a violência física e ainda ressaltou que em briga de marido e mulher se mete a colher, sim, e que todos podem ajudar de alguma forma.

Violência emocional é a primeira que a gente não quer acreditar que está acontecendo. A violência patrimonial a gente descobre no caminho”, afirmou a apresentadora.

Nesta mesma live, as entrevistadas falaram sobre o comportamento da sociedade diante dessa situação e o quanto pode ser prejudicial não ter informações sobre o assunto, para poderem fazer valer seus direitos.

Lives sobre violência contra a mulher

As lives tiveram início em fevereiro e foram uma série de eventos trazendo conhecimento sobre os direitos das mulheres e como ela podem e devem agir em situações de violência. Ana convidou diversas mulheres para falar e fornecer informações sobre esses direitos, apresentando conhecimentos sobre a Lei Maria da Penha, conversou com promotoras de justiça, psicóloga, coordenadora da Casa da Mulher, desembargadora, juíza, secretária de segurança urbana, ministra das Mulheres, procuradora de justiça e também recebeu algumas convidadas para falar sobre empoderamento feminino.

Cuca faz discurso sobre condenação na Suíça

No último domingo (10), depois da vitória por 6 a 0 sobre o Londrina pela Campeonato Paranaense, o novo técnico da equipe, Cuca, fez um pronunciamento sobre o caso de coação e ato sexual com menor ocorrido na Suíça em 1987. Cuca foi condenado a 15 meses de prisão em 1989, pena que nunca cumpriu. O caso foi anulado em janeiro desse ano.


Foto: Pronunciamento marcou a estreia de Cuca (Reprodução/RPC)

Cuca abriu o pronunciamento afirmando que estava nervoso e que, “para não correr o risco de errar”, iria ler o que havia escrito previamente. Também afirmou que tomou a decisão de falar sobre o caso após conversar com sua esposa e filhas. “Escrevi esse texto com a ajuda delas”, disse o treinador. “Por elas e por todas eu escrevi e não quero errar”.

No discurso, Cuca fala sobre as mudanças no mundo do futebol e a cobrança sobre o chamado “Escândalo de Berna”. Vale lembrar que a condenação foi parcialmente esquecida depois de 1989 e apenas interferiu diretamente na sua carreira em 2023, quando o treinador pediu demissão do Corinthians após seis dias como técnico da equipe.

Sem quase nada falar sobre o ocorrido, Cuca dedicou a maior parte da fala para condenar a violência contra a mulher, além de afirmar que espera ver o mundo “um lugar mais seguro para as mulheres”. “Quero e me comprometo a fazer parte da transformação”, afirmou ele.

Eu enxergava os problemas, mas me calei porque a sociedade permitia que eu, como homem, me calasse. Hoje entendo que o silêncio soa como covardia.

Cuca em entrevista coletiva

Entenda o “Escândalo de Berna”

Em 28 de julho de 1987, durante uma excursão do Grêmio à Suíça, quatro jogadores do clube foram acusados de estuprar uma garota de 13 anos. Os jogadores Alexi Stival (Cuca), Henrique Etges, Fernando Gaúcho e Eduardo Hamester foram acusados de violentar a menor Sandra Pfäffli.

De acordo com a vítima, ela e mais dois amigos foram ao quarto de hotel onde se encontravam os jogadores para receber autógrafos. Os brasileiros teriam expulsado os amigos da garota e abusado sexualmente dela. Os quatro atletas foram presos no dia 30 de julho e soltos 28 dias depois, após pagamento de fiança.


Foto: Henrique, Fernando, Eduardo e Cuca (Reprodução/Placar)

Em 1989, o julgamento foi concluído. Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados por ato sexual com menor e por coação, resultando em pena de 15 meses de prisão e pagamento de 8 mil dólares de multa. Fernando foi condenado apenas por coação, com três meses de prisão. De acordo com a legislação suíça, o crime de estupro ocorre apenas com o coito, a penetração. Já a coação seria o uso de violência física ou ameaça para fazer com que a vítima tolere atos sexuais. De acordo com a lei brasileira, ambas as práticas são consideradas estupro.

Narrativas e evidências

Os jogadores gremistas sempre negaram as acusações. Contudo, considerando diferentes entrevistas, matérias e o conteúdo do processo judicial, é possível notar a mudança de narrativa sobre o ocorrido. Cuca, por exemplo, afirmou em 2023 que não havia sido reconhecido pela vítima. Porém, no mesmo ano, o advogado da menor, Willi Egloff, afirmou que os quatro condenados foram reconhecidos dentre 17 atletas analisados.

Barbara Studer, diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna, capital da Suíça, afirma que, além de ter sido reconhecido, o sêmen de Alexi Stival, o Cuca, foi aferido por meio de exame de DNA. O processo está sob sigilo de 110 anos, porém Barbara permitiu que O Globo tivesse acesso a uma das páginas, na qual é possível confirmar o nome dos quatro acusados.


Foto: Barbara Studer com o processo dos jogadores brasileiros (Reprodução/ge.globo)

Cacalo, o advogado do caso

O caso foi recentemente anulado após os advogados de Cuca alegarem “julgamento à revelia”. Isso porque nenhum dos quatro atletas esteve presente no julgamento sumário, em Berna em 1989. Contudo, durante todo o processo, o Grêmio garantiu que o advogado Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, mais conhecido como Cacalo, representasse a defesa dos jogadores.

Cacalo esteve no julgamento, assim como proferiu algumas declarações que destoam da narrativa de inocência proferida por Cuca. Ao jornal Zero Hora, Cacalo disse que “um dos jogadores manteve relação sexual completa, outro apenas sexo oral, enquanto um terceiro fez carícias e o quarto foi um “voyeur” conivente: apenas olhou”.  Ao Pioneiro, em 1987, Cuca disse: “Não fiz nada. Paguei 28 dias por ter visto”.

Já em 2023, Cacalo relembrou que a condenação foi considerada como uma vitória por parte da defesa. “Felizmente nós tivemos um resultado favorável, porque o pedido da Procuradoria foi uma pena muito maior. Eles foram condenados não por estupro”, disse o advogado à Folha de São Paulo. Ao Globo, Cacalo afirmou que houve ato sexual com a Sandra Pfäffli.

“Houve relação com a menina. Mas não houve estupro. Houve contato. E eles não foram condenados por estupro. Os elementos para a condenação foram: botaram uma menina para dentro do quarto. Um manteve relação, o outro não manteve, e a informação que obtive na época foi de que foi consensual. Mas depois a menina quis sair. E aí não saiu. Porque eu não sei”, disse o advogado.

Sandra Pfäffli faleuceu em 2002, aos 28 anos de idade. Não se sabe a causa da morte. Seu advogado na época, Willi Egloff, confirma que, pouco após o estupro coletivo, Sandra tentou suicídio.