Conheça a tecnologia por trás dos purificadores de água utilizados no Rio Grande do Sul

Roger Lemes Por Roger Lemes
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Foto destaque: registro do centro de Porto Alegre (Reprodução/Getty Images Embed)

220 purificadores de água chegaram na região de Canoas -RS na última quarta-feira(8). Felipe Neto, por meio de vaquinha online, adquiriu os componentes transferidos para localidade com auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB). Com intuito de auxiliar vítimas das cheias que assolam o estado, os equipamentos foram descritos como “uma tecnologia de fácil manuseio” por Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

“Cada purificador tem a capacidade de purificar 5 mil litros de água, por isso nos permitirá purificar 1,1 milhão de litros de água/dia”, defendeu em coletiva de imprensa realizada na data em questão. Os Kits enviados para a região contam com itens para manutenção, um filtro de linha e custam em média R$ 22.000,00.

Purificador promete filtrar impurezas que prejudicam o sistema gastrointestinal

Segundo a PW Tech, startup que realizou a venda dos produtos cujo valor é facilitar acesso à água potável em áreas de escassez, os purificadores eliminam 100% dos vírus presentes na água e suprimem em até 99,5% do nível de partículas tidas como infecciosas.

Tal posicionamento por parte da startup é corroborado por Alexandre Schwarzbold, infectologista chefe da Unidade de Pesquisa Clínica no Hospital Universitário de Santa Maria (UFSM), ao citar que o processo físico e químico tem impacto relevante para prevenir as infecções como doenças diarreicas. 


Teste do purificador de água feito na região (Reprodução/YouTube/Itatiaia)

O processo é simples, segundo os fabricantes: a água contaminada recebe cloro e, em seguida, passa por duas camadas de filtro particulado. Então, o líquido passa pela última parte de filtração descrita como membrana de ultrafiltração” similar aos usados em máquinas de diálise, dispositivo destinado a pacientes com insuficiência renal aguda.

Especialista alerta para utilização adequada dos equipamentos por parte do Estado

Cerca de 200 mil pessoas estão em situação de risco e sem água no Rio Grande do Sul, entre eles 150 mil desalojados e outros 50 mil desabrigados. Os purificadores são sinônimo de ajuda, segundo o infectologista. “Com 220 purificadores, podemos atender cerca de 60 a 70 mil pessoas, um terço do total”, defende.

Entretanto, o especialista apontou necessário ter precaução na hora de filtrar a água das cheias. É imprescindível manejar os purificadores de forma apropriada, como a realização da troca dos filtros, e tal ação deve partir de cima. “O estado deve gerenciar cuidadosamente esse processo, caso contrário, corre-se o risco de não estar purificando adequadamente”, relatou.

Os instrumentos da PW Tech já foram utilizados em regiões como a Ucrânia, Síria, Haiti e também na Etiópia, de acordo com informação da assessoria de imprensa para a BBC News Brasil.

Jornalista e andarilho da internet.
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