Leonardo Miggiorin abre o jogo sobre sua sexualidade

Nicollas Alcântara Por Nicollas Alcântara
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O ator Leonardo Miggiorin, 41 anos, conhecido por seu papel em “The Boys in The Band”, abriu seu coração sobre sua jornada pessoal em relação à sua sexualidade. Em uma entrevista exclusiva, ele compartilhou sua luta contra o medo de se assumir como gay, temendo rejeição e preconceito. Ele confessou ter fingido ser alguém diferente por anos, escondendo sua verdadeira identidade para evitar perder oportunidades profissionais.

 

Verdadeira identidade

Tinha medo de ficar preso num arquétipo. Fugi do meu lugar de fala por medo. Lutava por outras pessoas, mas me esquivava da pauta gay por receio de me comprometer neste sentido profissional.”, afirma o ator.

Miggiorin admitiu que seu receio de ser rotulado e perder trabalhos o levou a evitar falar abertamente sobre sua orientação sexual. Ele revelou que, com o tempo, conseguiu se sentir mais confortável em casa, o que lhe deu coragem para se posicionar abertamente no mercado. Ele descreveu sua jornada como um processo de autoaceitação e fortalecimento na luta pelos direitos LGBTQIA+.

Precisava fingir que era uma pessoa diferente e ter um comportamento diferente do que eu tenho em casa. Por medo de ser rejeitado, de apanhar, de não trabalhar mais e de não ser aceito. Foram anos de terapia, anos sofrendo. Tive crises de ansiedade e pânico, e fui orientado a não expor isso”, conta.


Leo Miggiorin em divulgação da peça “The Boys in The Band” no Instagram. (Foto: reprodução/Instagram/@leo_miggiorin)


Peça

O ator também falou sobre seu papel em “The Boys in The Band”, uma peça considerada pioneira na representação aberta da comunidade gay. Miggiorin expressou seu entusiasmo por fazer parte do elenco e compartilhou semelhanças entre sua própria experiência e a do personagem que interpreta. Ele descreveu o personagem como alguém com desafios de saúde mental e ansiedade, temas que ele mesmo enfrentou em relação à sua sexualidade.

Ele tem questões de humor e é muito conservador. Ele é um pouco bipolar, depressivo, tem crises de ansiedade. Eu já vivi isso. Já fiquei muito deprimido, muito relacionado a essa questão da sexualidade. Não é bem a questão do Donald, tem mais a ver com a questão de pertencer, de se sentir inserido e acolhido.”, explica Leonardo, sobre o personagem.

A peça, que será relançada no Teatro Procópio Ferreira no dia 31 deste mês, em São Paulo, marca não apenas uma celebração de sua liberdade pessoal, mas também uma oportunidade de contribuir para a representação e aceitação da comunidade LGBTQIA+ no cenário artístico e social.

 

Foto destaque: Leonardo Miggiorin. Reprodução/Instagram/@leo_miggiorin

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