Nesta segunda-feira (27), a atriz Isis Valverde anunciou uma iniciativa de R$ 40 milhões para ser utilizada como fundo que viabilizaria a criação de projetos cinematográficos para artistas com recursos insuficientes.
O total contabilizado vem tanto dos recursos de Isis quanto de outros investidores do mercado, como uma forma de contribuir para a produção artística e cultural nacional. No atual mercado cinematográfico brasileiro, essa pode ser considerada como uma enorme iniciativa, tendo em vista a escassez de outros projetos similares.
E ainda não se trata da única investida de Isis nesse campo: a atriz agora também está estreando como roteirista, com o anúncio de um longa-metragem, de roteiro original, cujo nome ainda não foi divulgado.
Aos 36 anos de idade, já faz mais de 15 anos que a atriz participa de telenovelas. (Foto: Reprodução/Instagram/@IsisValverde)
Trajetória da atriz
Na indústria cinematográfica, a atriz – e agora roteirista – Isis Valverde começou como modelo aos 16 anos, trabalhando em campanhas publicitárias por mais três anos, até que estreiou na televisão com o remake de “Sinhá Moça” (2006).
Depois, passou por outras telenovelas, como “Paraíso Tropical” (2007) e “Beleza Pura” (2008), chegando até a protagonizar a refilmagem de “Ti Ti Ti” (2010-2011), de onde enfim passou para “Avenida Brasil” (2012), que lhe deu bastante notoriedade, recebendo até prêmios, como de melhor atriz coadjuvante.
Embora ainda seja mais conhecida por seus papéis em telenovelas e minisséries, como “O Canto da Sereia” (2013) e “A Força do Querer” (2017), Valverde, desde cedo, já estava no cinema, no longa-metragem “Faoreste Caboclo” (2013), e perdurou nesta indústria por mais de uma década como atriz, até o drama “Ângela” (2023).
Cinema brasileiro
Não tendo participado de uma novela desde 2021, com o término de “Amor de Mãe” (2019-2021), havia rumores de que Isis estava deixando as novelas, o que ela negou em redes sociais.
Em muito, esse temor reflete a cultura nacional: a produção artística audiovisual é muito mais focada nas telenovelas do que de fato no cinema, que tende a ser dominado por filmes estrangeiros – o que parcialmente explica o estabelecimento do fundo de 40 milhões de reais. Essa é uma crítica que a cinematografia brasileira sofre já de longa data.
“O cinema brasileiro continua a buscar seu público. E a referência desse público amplo, hoje, é a estética dos programas da Globo ou os blockbusters americanos,” chegou a dizer Inácio Araújo, crítico da Folha, em 2014. “Esses últimos não podemos imitar. Então o cinema imita, no que pode, a Globo. […] O público responde bem a isso.”
Porém, Isis Valverde agora pode realizar seu marco nesta indústria, tanto com o fundo de 40 milhões de reais quanto com o seu roteiro original. Apenas resta descobrir se a sua experiência, tanto em novelas quanto no cinema, é suficiente para revitalizar a cinematografia nacional de forma inédita e original.
Foto destaque: Isis Valverde, agora roteirista, além de atriz. Reprodução/Instagram/@IsisValverde