Com 11 indicações ao Oscar, “Pobres Criaturas” estreia em 1º de fevereiro no Brasil. O filme é uma adaptação de livro de Alasdair Gray de mesmo nome lançado em 1992, e conta com nomes de peso no elenco, como a protagonista Emma Stone, Willem Dafoe e Mark Ruffalo. A direção é do diretor grego Yorgos Lanthimos.
Projeto cinematográfico ambicioso de Yorgos Lanthimos
No mais recente projeto cinematográfico do renomado diretor grego Yorgos Lanthimos, “Pobres Criaturas”, somos guiados por uma narrativa que mergulha nas complexidades da vida, explorando temas profundos por meio da trama que envolve o professor e cirurgião Godwin Baxter (Willem Dafoe), seu aluno Max McCandles (Ramy Youssef) e a enigmática Bella Baxter (Emma Stone). O filme ganha contornos intrigantes com a entrada do advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), que leva Bella a uma jornada global de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Trailer de “Pobres Criaturas” (Reprodução/YouTube/20th Century Studios Brasil)
Adaptação do livro de Alasdair Gray em “Pobres Criaturas”
O filme é um projeto ambicioso do diretor grego Yorgos Lanthimos, que já apresentou trabalhos destacados e com uma forte personalidade atrelada ao tipo de filme que o cineasta gosta de realizar, como visto anteriormente em obras como “Dente Canino” (2009), “Sacrifício do Servo Sagrado” (2017) e “O Lagosta” (2015). Em entrevista, o diretor relatou que sempre teve o projeto de adaptar o livro para as telas. Em contato com o Lanthimos, o autor do livro salientou os desafios da adaptação, considerando que outras produtoras haviam considerado a ideia, mas não a concretizaram.
Entretanto, após conquistar seu espaço no cenário cinematográfico internacional, Yorgos Lanthimos conseguiu o apoio da SearchLight para produzir o filme. O diretor conseguiu transpor ao filme toda a complexidade e autenticidade presentes no livro, com um extenso trabalho de preparação em todas as áreas, desde roteiro, design de produção e trilha sonora, até a preparação dos atores, figurinos e composição de cenários.
Filme traz atuação digna de Oscar de Emma Stone e debates relevantes
Não é uma tarefa fácil adaptar o livro “Pobres Criaturas”. O cerne principal da obra é utilizar o choque para criticar, aproveitando o artifício da nudez. No entanto, a maioria das cenas de sexo não está solta ao longo do filme; elas possuem um sentido narrativo que se entrelaça com a crítica que o filme está querendo propor, como o conceito de civilidade, o papel da mulher na sociedade, interações humanas e o grande tabu que ainda é o sexo.
A adaptação cinematográfica não se apequena, trazendo críticas e reflexões para a história, passando por questões como ética científica, identidade, conhecimento de mundo, inocência, amadurecimento, relacionamentos abusivos, educação sexual, machismo, sentimentos, entre outras questões que surgem na jornada de Bella.
As atuações excepcionais, destacando-se Emma Stone em sua melhor performance, cotada para levar o Oscar de melhor atriz neste ano, elevam ainda mais a qualidade do filme. O design de produção e a ambientação impecáveis também são comunicados ao público de maneira brilhante através da fotografia e da habilidade do diretor em alternar estilos de filmagem conforme as diversas cenas.