A revista Nature publicou nesta quarta-feira (12/06), uma nova análise efetuada por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia, a qual detecta que, devido o retardar do núcleo da Terra quando comparado ao exterior do planeta, é possível que os dias tornem-se mais extensos. Segundo os cientistas, essa desaceleração do núcleo interno vem ocorrendo desde 2010.
Um dos co-autores da pesquisa, e também professor na USC, John Vidale, relatou em comunicado à imprensa que ficou boquiaberto ao ver, pela primeira vez, os sismogramas que insinuam essa modificação. Os sismogramas são registros em papel, efetuados pelos sismógrafos, os quais mostram os movimentos do solo, em outras palavras, os terremotos. Os cientistas da faculdade planejam mapear o trajeto do núcleo interno, a fim de especificar a causa de seu movimento.
Vidale relata que após verificar o mesmo padrão em diversas averiguações, o resultado foi inelutável; a mudança, de fato, ocorrerá. Porém, será difícil de perceber, dado que o dia ficará mais longo em um milésimo de segundo.
A pesquisa
O resultado final foi obtido através de estudos sobre os abalos sísmicos na Terra. Com uma repetição de 121 terremotos entre 1991 e 2023, foram analisados os dados das Ilhas Sandwich do Sul, bem como as informações dos testes nucleares soviéticos gêmeos, de cerca de 1971 e 1974.
A avaliação dos dados abalos sísmicos foi imprescindível, pois, os pesquisadores foram capazes de compreender que estes abalos encaminham ondas de choque pelo planeta, o que faz com que o estado e local das camadas sejam modificadas, mesmo que ligeiramente.
É destaque da inspeção que o agito do núcleo externo, do ferro líquido ao seu redor, é o motivo do regresso, constituindo um campo magnético da Terra.
O núcleo da Terra
Esta é a camada interna do planeta, estando abaixo do manto, tendo em sua composição, especialmente, ferro e níquel. É dividida entre os núcleos externo e interno. O interno possui uma espessura de cerca de 3.480km, podendo atingir uma temperatura de 6.000ºC.
Além do estudo atual, o núcleo de nosso planeta gera outras análises, como a que foi efetuada em 2023 pelos sismólogos Yi Yang e Xiaodong Song, da Universidade de Pequim, que assistem o evento desde 1995. Song e Yang são os responsáveis pelo artigo disseminado pela revista Nature Geoscience, onde, com reconhecimento e registros, é dito que o planeta Terra está girando mais rapidamente que seu núcleo.